Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã escrita por Vlk Moura


Capítulo 29
Ensaio


Notas iniciais do capítulo

Yara



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/523947/chapter/29

Quando o empresário me mandou o email falando do show marcado eu fiquei super feliz e ainda mais quando ele disse que em comum acordo com sua esposa eu poderia tocar junto da banda, seriamos eu e Alexander nas baterias, aquilo era fantástico, eu poderia tocar em um show de verdade e de grande porte. Agradeci muito a oportunidade e logo enviei para minha irmã os convites VIPs que o empresário pediu para que eu distribuísse.

Desci para falar com todos e dar a notícia. Encontrei JT cozinhando algo que me pareceu macarrão instantaneo e que estava prestes a queimar, dava para sentir o cheiro e já imaginar a massa pegajosa que aquilo deveria estar formando. Picasso dedilhava o violão enquanto Richard anotava algumas notas, Alexander apenas mudava de canal enquanto Joshua reclamava e pedia para ele parar em alguma coisa.

– E ai, princesa, tem algo para contar? - Picasso parou de tocar e me olhou.

– O show foi marcado - olhei Richard, ele pareceu se assustar - A estreia será daqui um mês mais ou menos e... - eu tentei olhar todos - Eu vou tocar com vocês - falei empolgada e medrosa.

– O quê? - Alexander me olhou, ele sorria largamente - Você vai tocar com a gente? - confirmei - Isso é incrível, mas - eu o olhei, todos olharam - Eu vou perder meu emprego com isso. Não gostei. - ele estava pensativo.

– Não vai não, isso será um dueto... - eu meio que perguntei a última palavra - Eu e você, o que acha? - ele me olhou e rindo me levantou eu dava soquinhos em seus ombros para que ele me colocasse no chão.

– Eu sou o namorado mais feliz do mundo.

– Namorado? - eu o olhei, todos riram - Namorado? Desde quando estamos namorando?

– Eita! - JT soltou da cozinha.

Alexander estava me abaixando, eu me pendurei em seus ombros e o beijei.

– Certo, namorado - falei rindo - Mas depois vou querer um pedido formal registrado em cartório e tudo o mais.

– Eita! - JT soltou novamente.

– Eita digo eu - Richard falou indo para cozinha - Você não consegue nem cozinhar um macarrão instantaneo, é um inútil mesmo.

– Isso é díficil, tem de ferver a água, colocar o macarrão, depois de uma eternidade...

– Dois minutos - Picasso falou.

– Eternidade - JT reforçou - colocar o tempero e ainda esperar uma outra eternidade para finalmente ficar pronto.

– Totalizando uma eternidade de três minutos - Alexander falou rindo - Você é um inútil na cozinha.

– Falou o cara que não consegue fritar um ovo - JT rebateu.

– Mas sei fazer macarrão instantaneo, não sou tão inútil assim.

Eu ria com a brincadeira que no final nos rendeu macarrão instantâneo com ovo frito, sim, eu comi isso algo que eu não comia há muito tempo uma vez que eu e minha irmã eramos razoaveis na cozinha, isso significa que faziamos o suficiente para comermos não o suficiente para se chamar de bom.

– Certo, agora vamos colocar as coisas lá fora, vamos ensaiar com nossa nova baterista - JT falou - Você vais superar o Alexander assim - ele estralou os dedos.

– Estou ouvindo isso - Alexander terminava de montar a bateria de fora junto dos outros que já tinham as guitarras e o baixo conectados as caixas - E concordo com o qu ele disse, você tem a bateria no sangue- ele bateu no próprio braço.

– Se não se importa, namorado - eu pensei antes de falar o que o fez rir - eu gostaria que me avaliassem por mim e não pelo meu pai - ele olhou JT que deu de ombros.

– Ahm... Claro. - ele beijou minha testa - Você vai se sair bem.

Confirmei, tomei as baquetas de sua mão e fui para a bateria.

Picasso, JT e Joshu já estavam em suas posições, esperavamos Richard, conversamos no vento gelado que acabava com nossos rostos. Alexander se prontificou a ir chamar o astro, minutos depois voltou cabisbaixo e de ombros caídos dizendo que ele não abria a porta do quarto, JT tentou ir e voltou da mesma forma. Fui até o quarto ver o que eu conseguia, bati na porta, ele gritou falando para ninguém perturbá-lo, beti novamente e abri a porta, um travesseiro foi jogado na minha direção desviei e o joguei de volta para o astro que se assustou com o impacto em suas costas, ele me olhou.

– Eu não vou lá cantar.

– Você vai sim - eu me aproximei dele - Levanta.

– Não.

– Richard, levanta! - eu falei firme, ele me olhou, se sentou - Ótimo, já deu o primeiro passo, agora me dê sua mão - eu estiquei a minha, ele a pegou - Você sabe dançar? - ele negou - Ótimo, então não vai me julgar caso eu pise em seu pé. - o puxei, levei sua mão para minha cintura, coloquei a minha em seu ombro e comecei a dar dois passos para cada lado.

– O que você pensa estar fazendo? - ele me perguntou confuso.

– Vamos conversar - ele me olhou confuso - Não me olhe dessa forma, já que está inseguro quanto a cantar achei que conversaria comigo dançando, sabe, dança e música estão completamente ligados.

– Quem disse que estou inseguro? - ele se afastou, eu continuei dançando e o puxando comigo.

– Ah, não está? - ele negou - Então, por que ainda não desceu e foi cantar conosco?

– Porque eu...

– Está com medo - ele se sentou - Olha, Richard, eu sei como está se sentindo - ele me encarou - Vaja, eu vou tocar com o cara que é meu ídolo em uma banda profissional, como você acha que eu estou?

– Não sei - ele deu de ombros - Como você está?

– Tremendo de medo, eu sei todas as suas músicas, sei as notas, as letras, sei tudo sobre você desde o nascimento até o auge da carreira, e sempre sonhei em tocar com você e agora eu consegui isso e estou amedrontada, mas - ele me olhou diferente - mas eu estou enfrentando, temos de enfrentar e se não conseguir sozinho, pode contar comigo, estou aqui para ajudá-lo é para isso que estou me pagando - ele sorriu - Agora, levante-se - estiquei a mão, ele a pegou - vamos lá embaixo e esfregar na cara daqueles que duvidaram de sua recuperação que você está muito bem e pronto para arrasar.

Ele confirmou.

Encontramos os outros, eles me olharam e sorriram ao ver Richard, fui para a bateria sob o olhar de Alexander que me perguntou apenas movendo os lábios o que eu tinha feito e disse-lhe que era um segredinho. Ele riu, pegou o violão que estava na varanda, sentou nos degraus e começou a dedilhar algo. Fiz a contagem com as baquetas o que os fez rir.

– Desculpa, eu sempre quis fazer isso - falei encabulada.

Começamos, Richard ainda desafinava um pouco, mas estava muito bom, para quem o viu no estado que eu o vi o que ele fazia agora era perfeito, o mais adorado do Rock estava lindo, sua voz tinha emoção, mesmo desafinando dava para sentir a música dele, ele parou de cantar e me olhou, eu sorria contente com o resultado de nosso trabalhoso ensaio. Alexander se juntou a nós e tomou a bateria de mim, fui até o microfone com Richard e com uma nova bagunça, o que sempre acontecia quando ensaiavamos, cantei com ele. Ela ria quando eu fazia os 'yeah' e 'oh' em meios que não existiam. Paramos de ensaiar apenas quando o sol começou a se por.

– Como se sente? - Richard perguntou enquanto arrumavamos chocolate para todos.

– Estranha, como se uma colmeia estivesse tentando fugir do meu estômago.

– Isso é ótimo - ele sorriu - Você está sentindo a coisa de verdade. - pegou algumas canecas, eu as outras - O show é daqui um mês? - confirmei - Quando vamos ensaiar no palco?

– Acho que na próxima semana - falei me sentando ao lado de Alexander.

– Ótimo.

Seu ótimo não estava confiante, pude perceber sua voz vacilar um pouco no final.

Fomos par ao local do show, não seria no Brasil, o que me deixou triste porque diminuiria a chance da minha irmã comparecer, mas por outro lado para a banda era maravilhoso porque não teria desculpa de cansaço. Richard entrou no palco, eu o observava dos bastidores, ele analisou a imensidão de lugares, que daqui algumas noites estaria lotado, os espaços VIPs no alto, dava para ver lá dentro.

– Com medo? - dedos entrelaçaram os meus, olhei Alexander e confirmei amedrontada - Me encontre aqui as sete - ele beijou minha testa - Tenho algo para você. - confirmei e o vi se afastar.

Richard treinava sozinho, fiquei ali o vendo, ele testava sua movimentação pelo palco, observei as baterias par ao ensaio do dia seguinte, minha sincronia e a de Alexander tinha de ser perfeita do contrário o show seria um fiasco, se minha bateria aparecesse mais que a dele seria péssimo para a musicalidade da música, se um atrasasse as batidas a música soaria lenta e cansativa, pensar em tudo aquilo me deixava tonta, pensei que quando eu fosse estrear em um palco ficaria louca, empolgada, mas não foi o que aconteceu, eu estava medrosa, talvez eu lembrasse de um dos shows do meu pai em que a bateria foi sabotada, as baquetas quebraram e as reservas não estavam ali, ele começou a tocar com amão até que as películas rasgaram, meu coração começou a palpitar louco em imaginar aquilo acontecendo.

– Ei, Yara, está tudo bem? - olhei o astro, ele estava na minha frente, eu não percebera quando ele se aproximou.

– Eu estou b... Eu estou péssima - ele riu - Estou morrendo de medo disso aqui.

– Vem, vamos descansar um pouco, aqui perto tem uma lanchonete maravilhosa.

Ele me arrastou até o local, pediu dois cafés, e dois beirutes, lembrei da minha irmã, ela teria amado aquela coisa. Eu me perguntava o que ela estaria fazendo naquele instante, será que ela sentia aquela colmeia navegando seu corpo quando pensava em lançar o livro biografico do Richard?

– E então, melhor? - ele perguntou.

– Comer sempre ajuda - falei rindo.

– Você e sua irmã são muito parecidas, mas prefiro você, ela é meio agressiva - eu ri, não importava o que eu dizia, ele sempre iria me comparar a minha irmã, eu deveria me acostumar.

– Ela é assim para se proteger e... - olhei meu celular, este e quinze - Droga! - me levantei - Richard, eu estou atrasada para uma coisa, me desculpa.

Saí correndo pela rua e entrei no local do show, fui até o palco e esperei, provavelmente Alexander já tinha saído, deve ter cansado de me esperar, lá ia eu a caminho de outro desastroso relacionamento.

Um holofote se acendeu me cegando, procurei por quem estaria fazendo aquilo, outro e uma música de fundo, uma mão me puxou e começou a me fazer dançar. Me fez rodar, até eu me perder nos pés de meu parceiro e nós dois rolarmos rindo.

– Você é uma péssima dançarina - Alexander falou rindo.

– Eu sei, por isso sou baterista - eu ri - Desculpa o atraso, eu perdi a hora com o...

– Richard - eu o olhei - Eu sei, acontece com todas, ele parece ter um toque especial que atrai todas as garotas e...

– Sh... - eu me deitei sobre ele - Não precisa ficar com ciúme, eu e ele temos uma relação estritamente profissional.

– Sei, as outras também disseram isso e a relação profissional acabava na cama dele - ele me olhou.

– Alexander! - eu me levantei - Você ouviu o que acabou de dizer? - ele confirmou - Eu passei meses trancada naquela casinha sozinha com ele, se fosse para eu ser destinada a cama dele, você não acha que eu já teria ido? - olhamos para a área VIP em uma forma de nos evitarmos e pararmos com aquela briga.

Pude ver Richard apoiado na varanda VIP, ele nos assistia, mas não sei dizer se nos ouvia, JT saiu de lá de dentro com um controle que fez o holofote que iluminava o palco se apagar. Aproveitei a deixa e me retirei do palco, fui direto para o hotel, agradeci por terem reservado um quarto apenas para mim que quando minha irmã fosse seria dividido para nós duas. Agora eu sentia falta dela, precisava de alguém para conversar. Liguei o notebook, ela não estava online.

Preciso da Yeva!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.