Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã escrita por Vlk Moura


Capítulo 20
Queda


Notas iniciais do capítulo

AHHHH! Acho que vou surtar com falta de tempo, estou sentindo muita falta das personagens que agora não posso chamar de minhas e sim de nossas, agradeço a todos que estão acompanhando a evolução dessa história, fico muito feliz em ver seus comentários :D

~Yeva~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/523947/chapter/20

Aquele monte de cobertor sobre meu corpo me fez passar calor, gosto do frio por mais que eu seja sensível a ele. Acordei, olhei em volta, Yara ainda dormia. Levantei e me arrumei, saí do quarto descalça sentia o frio da madeira passar pela lã da meia, o cheiro de café já contaminava a casa. Desci até a sala-cozinha, Richard estava sentado na bancada com um cobertor em volta dos ombros, me olhou surpreso em me ver de pé.

– Não sente frio? - ele perguntou apertando ainda mais o cobertor em volta dos ombros.

– Gosto do frio - falei e me sentei a frente dele, me apoiei na bancada, estava mais próxima dele do que eu gostaria de ficar - E você, como está? - perguntei desajeitada.

– Bem... - ele fitou a cafeteira, foia té ela e a desligou - Quero dizer, estou voltando a cantar e acho isso maravilhoso e minha irmã acordou, isso é fantástico, mas sei lá, estou um tanto vazio - ele adoçava o café, eu o assistia, não sabia que ele fazia essas coisas.

– Quero te ouvir - falei finalmente, ele parou o que fazia e me olhou - Quero te ouvir - olhei em volta e assim que avistei o violão fui até ele e o peguei - Eu não sei usar essa coisa direito, mas acho que devo conseguir tocar algo, o que me diz?

– Assim eu não vou passar vergonha sozinho?

– Considere dessa forma.

Ele terminou de arrumar o café, foi até o sofá, eu estava sentada em uma pose de entendedora de violões, ele riu de mim me fazendo rir. Comecei a dedilhar o básico, ele me encarou e soltando um risinho conformado ele começou a cantar, eu não conhecia aquela letra, imaginei ser alguma música dele, mas depois reconheci a letra, Smells Like Teen Spirit. Eu dele que parou de cantar, eu o olhei, não tinha percebido o que fizera, ele me encarava parecendo ofendido.

– Desculpa - eu falei meio constrangida, Richard me deixava assim - Eu não queria que você parasse.

– Yeva... - ele se aproximou, foi rápido, ele segurava minha cabeça com firmeza e delicadeza, seus lábios estavam quentes e contrastaram com os meus gélidos e rachados.

Eu soltei o violão que caiu ao chão fazendo muito barulho, segurei o pulso dele, eu sentia falta daquilo, sentia falta do contato com o Richard.

– Caral...! - foi o grito que ouvimos do corredor em cima.

Nos afastamos assustados, nos entreolhamos e nos afastamos como se tivéssemos feito algo errado, enquanto nos constrangíamos Vladimir descia a escada xingando a queda que acabara de levar. Ele parou no pé da escada, eu soube porque seus passos pararam, eu não olharia para trás, não seria eu a encará-lo primeiro.

– Já tem café? - Vladimir perguntou, apertei meus lábios um contra o outro em um gesto confuso, Richard me observava e eu sentia isso.

– Droga!

Levantei e saí da casa, pude ouvir Vladimir perguntar o que tinha acontecido e Richard contar a ele. Sentei em uma das cadeiras que sempre ficava de fora, estava congelante o tempo lai, mas que não me importava, o que eu tinha acabado de fazer me deixava confusa, eu tinha certeza de que não sentiria nada por Richard que encontrá-lo seria simples, iria olhá-lo sorria, falar que estava feliz por sua irmã ter acordado depois de tanto tempo e pronto, nada além disso, mas desde o hospital ficou claro que não seria assim e agora... Fechei os olhos com força tentando esquecer o que tinha feito. Esquecer que eu tinha acabado de beijar o famoso Richard Compouer.

– Toma, isso vai te fazer melhor e isso - um cobertor foi colocado nos meus ombros - Vai impedir que fique doente. - olhei Vladimir ele se sentava ao meu lado com duas canecas de café nas mãos - Caramba, Yeva! Minha companheira não pode ficar doente, imagina se você não puder escrever porque está no hospital ou porque ficou de cama por alguma razão...

– Obrigada - peguei o café.

– Eu sabia que ia acontecer - ele fitava o horizonte, eu o olhei enquanto assoprava o vapor quente - Você e ele - ele me olhou e sorriu desajeitado - Estava escrito que ia acontecer, mas achei que seria bom. Nunca o vi gostar de alguém como gosta de você - apertei a caneca - E... - ele balançou a cabeça - Eu também nunca gostei... - ele parou, eu o olhava esperando que continuasse.

Não aconteceu. Tomei o café, ele o dele e ficamos ali, percebi que Vladimir começara a ficar com frio, me aproximei dele e joguei o cobertor sobre suas pernas, ele me olhou e se ajeitou, eu fiz o mesmo. Aos poucos ele apoiou a cabeça em meu ombro e adormeceu. Ele tinha acabado de levantar e já tinha voltado a dormir, como ele conseguia fazer aquilo?

O arrumei, sua cabeça em meu colo, o cabelo bagunçado, os óculos finalmente tortos, o cobri melhor, um vento gélido começar a assoprar em nossa direção, o escritor tremeu. Me aproximei um pouco mais de seu corpo para tentar aquecê-lo.

A porta da casa abriu. Richard nos olhou e parou o olhar no amigo.

– Acho melhor acordá-lo, está marcando -2. Eu levo as canecas. - ele as pegou do chão e levou para dentro.

–Vladimir - eu o sacudi, ele resmungou algo - Vladimir - nada, ele se arrumou em minhas pernas - Vlad...

– Oi?! - ele me olhou assustado, rosto amassado, cabelo desajeitado e óculos tortos, os arrumou.

– Melhor entrarmos - falei rindo e me enrolando no cobertor - Está muito frio aqui.

Ele abriu a porta para eu entrar.

Yara estava no balcão, começar a mordiscar alguns pães, Richard enchia as nossas canecas congeladas com mais café bem quente. Sentei com Vladimir ao meu lado, ele ainda estava sonolento que ao pegar o café o levou direto a boca se queimando e nos fazendo rir. Encolhi-me no cobertor, algumas partes duras congeladas. Depois de comermos combinamos que todos faríamos nossos trabalhos até o horário de visitas.

Richard e Yara ficaram no balcão enquanto eu e Vladimir ficamos no sofá, ali estava quentinho, nossas meias geladas se tocavam por debaixo do cobertor enquanto nossos dedos digitavam sem parar como se tivéssemos sido programados para fazer aquilo. Peguei algumas folhas que eu tinha deixado ao chão, as olhei e senti meu sangue já congelado quase atingir o zero absoluto. Olhei pelo encosto do sofá, minha irmã e o astro não pareciam se perturbar com o que fazíamos. Vladimir estava envolvido com sua parte da papelada então não percebeu meu choque.

Tínhamos recebido papéis novos dos empresários do astro assim que pousamos, papelada e mais papelada, foi o que eu pensei, mas encontrei uma certidão de nascimento, na verdade, pelo que parecia, era uma cópia da original, meus dedos dormiram com o frio e com minha aflição.

– Yeva... - olhei Vladimir, seus olhos tinham desviado da tela, por mais que eu ainda visse seus testo refletido nas lentes, sua feição séria me assustava um pouco - Está tudo bem?

– Segure isso e não deixe-os ver. - ele pegou o papel colocou embaixo do notebook e me observou assustado enquanto eu corria para o quarto.

Tremendo com o que eu tinha descoberto baguncei todos os meus documentos sobre a cama, meu cabelo já caia todo bagunçado sobre meus ombros. Desci pulando de degraus e quase escorregando no final. Entreguei para Vladimir meu RG. Ele me olhou confuso, a dupla aprecia ter se distraído com minha agitação.

– Não se preocupem - falei sorrindo amarelada - Eu só tinha esquecido uma parte da papelada no quarto - deram de ombros e voltaram as aulas de respiração.

– O que é isso? - ele perguntou olhando a certidão e meu RG - Yeva... Isso...

– Eu sei - sussurrávamos, juntos conferimos a dupla, eles não pareciam nos perceber.

– Então, vocês dois...

– Não tem como... - eu o olhei - Ele tem praticamente a minha idade, temos diferença de meses, apenas, impossível que sejamos irmãos...

– Seu pai pode ter traído.

– SH! - eu fiz alto demais - Ele não faria isso, digo, não meu pai... - eu encarei o nome do meu pai nos dois papéis - Ou faria...?

– Eu não sei - ele suspirou - Mas sei que você tem de contar sobre sua tia para sua irmã, ela tem de saber o que está acontecendo.

– Não, não posso, se eu o fizer ela vai querer voltar, não posso deixar que ela largue o Richard, ele precisa dela e ela dele. - olhamos pelo sofá - Não posso fazer isso com eles.

– Eu só acho que seria bom. - deu de ombros - Mas você sabe o que faz, assim espero.

– Eu também...

Continuamos cada qual com nossos trabalhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.