Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã escrita por Vlk Moura


Capítulo 19
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Notas iniciais do capítulo

GENTE, mil desculpas pela demora, anda tão corrido que esse daqui escrevi meio sonambula, espero que tenha ficado bom u.u
~Yara~



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Vladimir respondera ao meu email e dizia que ele e Yeva estariam vindo para visitar a irmã de Richard, ela se chamava Lara, era três anos mais nova que o irmão, terminava o ensino médio quando sofreu o acidente e entrou em coma. Quando recebemos a noticia o clima da casa logo mudou, Richard se empenhava cada vez mais em treinar seu canto, dizia que ia tocar alguma de suas novas autorias para irmã e que para isso tinha de estar perfeito, comecei a ajudá-lo com a composição e isso me fazia recordar meu pai quando sentava no quartinho para compor, sentada ao lado dele eu sempre prestava atenção as notas e depois as adaptava para a bateria, enquanto minha irmã ficava reclamando por não conseguir tocar nada e nossa mãe ficava falando que ela tinha talento para outras mil coisas, mas nunca teria sorte com a música mesmo, o que a fazia chorar ainda mais e me fazia rir, sempre. Em uma noite fria meu pai estava compondo e eu fazia a minha adaptação, Yeva entrou e nos interrompendo era começou a cantar algo que me pareceu ser Smell Like Teen Spirits, mas não dava para ter certeza, não só pelo péssimo inglês como pela desafinação. Quando ela parou ofegava pela inexperiência com treino de respiração, meu pai falou que teria sido genial se ela tivesse cantado algo conhecido, ela chorou e falou que era e ao nos contar o que seus grunhidos deveriam parecer nos fez rir. "É Yeva, acho melhor você não seguir a música, isso seria desastroso", fora o comentário do meu pai que a fez sair dali chorando.

– Eles devem chegar nesse final de semana - falei após ler um email do Vladimir - Você vai esperar por eles ou vai visitar Lara antes? - eu estavam embaixo de um cobertor que estava bem quentinho e próximo da lareira o que me fazia não querer sair dali nunca.

– Vou antes, - ele falou como se fosse óbvio - Devo ir hoje ou amanhã, os empresários devem vir me buscar, estou ansioso demais para esperar até sábado.

– Certo.

– Você vai querer vir?

– Te faço companhia, não tem problema.

Troquei de roupa assim como Richard, os empresários chegaram próximo da hora do almoço, nos levaram até a cidade, lá pagaram nosso almoço e soltaram a seguinte frase "Comam o quanto quiserem", isso é o tipo de coisa que não se deve ser dito para mim, comprei três super-lanches, eu estava faminta e fazia muito tempo que eu não comia nada trash. Depois de comermos fomos ao hospital. Richard correu até o quarto da irmã, fiquei na sala de espera, depois dei uma volta conhecendo a estrutura do lugar e voltei a me sentar, coloquei meus fones e escutei uma das antigas composições do meu pai, como eu sentia falta dele, agora que eu estava envolvida com o mundo da música mais do que nunca, eu queria poder chegar em casa e contar para ele como era trabalhar com meu ídolo, como era morar debaixo do mesmo teto que Richard, mas isso nunca aconteceria. Meu pai não estava mais entre nós, eu tinha mergulhado em um poço de lembranças e voltei de meu devaneio com a voz de Richard ao meu lado.

– Está tudo bem? - ele parecia preocupado, eu me assustei e o olhei, só então percebi que eu chorava, tirei os fones ao mesmo tempo que limpava as lágrimas.

– Claro, está tudo bem sim. - sorri desajeitada - E como ela está? - ele sorriu radiante.

– Ótima, está falando e me perguntou há quanto tempo estava ali, eu contei para ela, então ela pediu para que eu contasse sobre o acidente - a voz dele vacilou - E... bem...

– Você não contou - eu completei, ele me olhou de lado o cabelo se pendurou e balançou ao lado de seu rosto em uma forma muito graciosa, olhei a tela do meu celular - Para ela será pior se você não contar.

– Como pode ter tanta certeza? - ele cerrou os olhos, mas ainda assim seu rosto não se tornou algo rude.

– Porque minha irmã ainda não me contou a história verdadeira sobre o acidente dos nossos pais - suspirei - E isso me machuca um pouco todos os dias desde que morreram.

Ele ficou em silêncio, isso durou alguns segundos que pareceram uma eternidade. Os empresários nos chamaram para irmos embora, no carro eu ainda encarava meu celular, a foto de papel de parede era meu pai e minha mãe brincando um com o outro, eu achava os dois um casal perfeito, vê-los naquela foto fez com que o vazio esquecido dentro de mim explodisse.

– Sábado vamos vir buscá-los às onze. - a mulher falou e me olhou - Espero que todos estejam prontos, Vladimir irá direto do aeroporto para o hospital. - confirmamos.

Sábado pela manhã estava frio, apesar de parecer que um sol queria sair, mas como sempre o calor solar era muito fraco ali, me arrumei para ir ao hospital, Richard estava com seu jeans surrado, e sua super jaqueta que parecia ser sempre bem quente. O cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo minúsculo atrás da cabeça, o meu estava solto para tentar esquentar meu pescoço. Ele sorriu tímido, parecia nervoso.

Os empresários chegaram, no carro o silêncio reinou até o hospital, ao chegarmos Richard correu para o quarto da irmã, assim como os empresários, eu sentei em meu cantinho e ia colocar os fones.

– Oi - a voz fraca de Yeva ressonou ao meu lado, eu a olhei espantada, não imaginei que ela viria também, pensei que ficaria no Brasil, ou eu queria que ela ficasse por lá.

– Oi. - Eu a abracei bem forte - Como você está?

– Bem - ela sorriu com frio - E você?

– Bem, também.- ela se sentou ao meu lado, encaramos o chão por alguns segundos.

– E como vão as coisas? - ela perguntou sem me olhar, era estranho estarmos assim uma com a outra.

– Bem, Richard voltou a cantar - ela me olhou e sorriu radiante - Ele quer cantar ou tocar algo para a irmã, achei isso muito legal.

– Isso é muito legal - el falou empolgada - Mas ele está cantando bem?

– Isso já é outra coisa - falei rindo o que a fez rir - Acho que ele deve ensaiar enquanto vocês estiverem por aqui.

– Espero...

Fomos interrompidas por Richard conversando alto com Vladimir, ele ria com o amigo, mas ao ver minha irmã parou e a encarou por alguns segundos, eu e Vladimir trocamos sorrisos e acenos.

– Oi, Richard - minha irmã falou se levantando e indo cumprimentá-lo, o astro olhou o amigo como que perguntando com os olhos por que ele não tinha contado que ela estava ali, a resposta do escritor foi enfiar as mãos nos bolsos e encolher atrás do cachecol grosso.

– Oi... - o astro finalmente respondeu a abraçando desajeitado.

– Agora que todos estão aqui, vamos comer algo - falei fazendo com que todos me olhassem - Não sei vocês, mas estou faminta.

– Somos duas - Yeva falou fazendo sua careta de fome - Comida de avião ninguém merece.

– Nem as bebidas - Vladimir reclamou.

– Você tomou oito copos de suco, esvaziou uma garrafa de refrigerante estranho que duvido até agora da procedência, além de ter aceitado uma dose de bebida alcoólica, não sei se a bebida deles é tão ruim assim - Yeva falou rindo.

– Caramba, você ficou me monitorando. - o escritor choramingou - Me sinto vigiado agora - eles riram.

Quando os dois ficaram tão íntimos? quero dizer, sei que estão trabalhando juntos, mas já chegaram ao ponto de fazerem piadinhas e rirem, justo a Yeva que parecia estar tão ríspida em relação ao Vladimir. E não era só aquilo, durante nosso almoço descobri que ela já tinha até uma muda de roupa na casa dele, tipo, O QUÊ? Como assim, Yeva, você parecia não suportá-lo e agora já praticamente se mudou para a casa dele, isso é tão estranho.

– Mas e vocês? - Vladimir perguntou enquanto fazia uma careta que fez Yeva rir, nós a olhamos, ela corou.

– Ele queimou a língua - ela falou entre os pequenos risos, como ela já sabia até a cara dele de quando queima a língua?

– Estamos bem - Richard me olhou e depois fitou o café, minha irmã o observou - Yara não é tão rígida quanto imaginei que ela seria, mas ainda assim ela me fez voltar a cantar.

– Então já está preparado para um show? - Vladimir nos olhou curioso.

– Longe disso - falei rindo - Se ele fizer um show da forma que se encontra agora irá perder milhões de fãs.

– Nossa! Obrigado por me difamar na frente do meu melhor amigo.

– Disponha, sempre que precisar - eu ri para ele que retribuiu um riso tímido, não era comum brincarmos assim um com o outro, vivíamos mais na base da irônia.

Depois de comermos os empresários nos levaram para casa, Yeva e eu dividiríamos o que era meu quarto e Vladimir e Richard o quarto do astro do Rock. Os dois escritores tinham levado seus trabalhos para lá e mostravam ao Richard o que já tinham feito, ele analisava tudo e toda vez que minha irmã falava eu podia observar sua admiração que eu esperava que ela também percebesse, mas a forma como ela continuava concentrada e sequer desviava os olhos dos papéis percebi que ele era passado despercebido. Depois de mostrarem tudo Richard tocou um pouco para que os dois pudessem ouvi-lo. Vladimir ficou o tempo inteiro zoando o cantor que parecia não gostar da brincadeira e sempre acabava emburrado com algo, enquanto Yeva e eu nos zoávamos como fazíamos antes disso tudo acontecer.

Antes de irmos dormir, já estávamos deitadas, mas não dormíamos resolvi perguntar algo que tinha me deixado curiosa.

– Você e Vlad estão tendo algo? -ela me olhou confusa.

– Não - respondeu finalmente - Não temos nada, somos apenas amigos, nada além disso.

– Tem certeza? - ela me olhou - Ele parece gostar bastante de você, Yeva - ela pareceu sorrir - E, sinceramente, agora observando sem nenhum cunho emocional me influenciando, vocês parecem perfeitos um para o outro.

– Não tenho tanta certeza - ela suspirou e cobriu metade do rosto para se aquecer - Eu ainda tenho aquela pontadinha emocional quando estou com o Richard e ele é tão o posto do que eu sou que acho que isso me faz querer gostar dele - ela me olhou e sorri - Isso faz algum sentido?

– Claro que faz - eu me cobri melhor - Estou morrendo de sono...

Comentei e então percebi que tinha falado sozinha, minha gêmea já tinha dormido, a acompanhei.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora, u.u



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