Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã escrita por Vlk Moura


Capítulo 21
Deite-se


Notas iniciais do capítulo

Yara



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Estávamos indo para o hospital, Yeva parecia preocupada com algo, mas eu não perguntaria a ela. Em casa tinhamos contado a ela e Vlad sobre Richard que cantaria, finalmente, para a irmã. Os dois pareceram ficar bem animados, exigiram que estivessem por perto. Preparei a máquina, estávamos na sala de espera, pessoas passavam e reconheciam Richard, alguns famosos estavam ali para fazerem check-up, outros visitavam parentes e todos o conheciam e perguntavam sobre como ele estava.

– Estou pronta - falei depois de montar a máquina.

Fomos até o quarto, Lara estava acordada, ao ver Richard um enorme sorriso se abriu no rosto dela, ao ver o violão seus olhos brilharam, a poltrona ao lado do corpo serviu para o músico se sentar, ele tossiu tentando buscar afinação, da janela Vlad e Yeva observavam a cena, eu fotografava enquanto ele se arrumava. Richard me olhou como que pedindo autorização, confirmei apra ele começar. E começou.

A voz desafinada porém correta ao ritmo fazia Lara rir, olhei para a dupla que nos assistia de fora, Yeva observava o músico e por alguns instantes pensei vê-la chorar, olhei o astro ele olhava para a irmã sorrindo e no fim olhou para minha irmã pelo vidro, Lara seguiu o olhar dele, mas no mesmo instante foi possível ouvir os passos de alguém correndo e os soluços. Olhei para onde a dupla estava antes e pude perceber que Vlad corria atrás da minha irmã, me voltei para os dois que estavam ali se curtindo.

– O Vlad não virá? - Lara perguntou triste.

– Ele estava lá fora - Richard olhou para a janela e só então percebeu que a dupla não estava mais lá - Você sabe para onde eles foram? - ele me olhou.

– Não - falei.

– Ele estava lá fora com aquela menina bonita? - Richard me olhou e então confirmamos em conjunto - Ela é namorada dele? Por que se for terá de me pedir permissão para namorá-lo, sou a melhor amiga dele - ela riu. Richard ficou sem-graça.

– Você deve estar muito cansada - Richard sorriu - Amanhã eu peço para ele vir mais cedo para ficar com você por bastante tempo. Eu e Yara estamos indo - ele a beijou na testa - Espero que se cuide bem.

– Cuidarei.

– E você... Cuide bem do meu irmão -eu ri e me despedi dela.

Fomos até a sala de espera, ficamos sentados, eu desmontava a máquina e observava a movimentação. Richard procurava com os olhos pela dupla que antes assistira ao seu show. Os vimos sair do banheiro feminino, eu e o astro do Rock trocamos olhares confusos, observei que minha irmã tinha os olhos inchados, Vlad afagava os ombros dela e falava algo com um tom preocupado.

– Está tudo bem? - perguntei curiosa.

– Está, eu só... Só não estou me sentindo bem. - ela apoiou a cabeça no ombro de Vlad, ele nos olhou preocupado.

– Ric, você acha que é problema irmos primeiro?

– Não, Vlad, já estamos de saída também, vamos todos juntos. - minha irmã apertou o corpo de Vlad, ele a abraçou mais forte. Algo mais tinha acontecido, mas eles não pareciam dispostos a nos contar o que havia ocorrido.

Em casa, Yeva foi direto ao quarto, dormiu antes de todos nós. Perguntamos a Vlad se algo tinha acontecido, ele negou, disse que ela não se sentira bem e precisou da ajuda dele para andar. Nada grave. Ele foi se deitar antes de nós.

– Acho que tem algo de errado - Richard falou enquanto arrumava o violão e as folhas de composição - Você não acha?

– Talvez, não sei dizer. -eu me espreguicei - Você percebeu se Vlad está muito diferente da época anterior a virmos aqui? - ele me observou e pareceu que não tinha notado nada - Eu achei minha irmã estranha, como se estivesse nos escondendo algo, mas deve ter sido só impressão.

No dia seguinte, Vlad foi ao hospital junto da minha irmã, aquela aproximação dos dois começava a me incomodar. Quando cheguei junto de Richard, ela estava sentada na sala de espera conversando com Cítro que parecia abalado com o que vira, os dois conversavam, ela o observava preocupada. Quando minha irmã ficara próxima de Cítro? Quando ela se aproximara tanto daquele mundo?

Cítro nos olhou e recompôs o olhar, encarou Richard o amigo que fora rival. Mas a troca de olhar não durou muito, Vladimir saíra do quarto e falara para Richard entrar. Fiquei sentada com eles e pela primeira vez me senti excluída ali, Yeva conversava com os dois como se já fossem há muito tempo amigos.

Ao voltarmos para casa, Yeva e Vlad se trancaram no quarto de Richard para adiantarem o trabalho. Eu e Richard ficamos na sala estudando e treinando, ele comentara que se sentira estranho em ver Cítro lá e que a irmã estava meio abalada em tê-lo visto, o astro tinha contado a ela sobre o acidente, Richard só complementara as informações que Cítro não tinha dado como o que ocorrera no carro e sobre ele ter perdido a habilidade de cantar.

Yeva passou pela sala, Vlad a acompanhava e estava quase a pisoteando, ela parecia estar chorando, assim como no hospital. Richard se levantou para ver o que acontecia, eu fiz o mesmo, achei que talvez fosse o momento dos dois se entenderem de vez e parar com aquele evitamento infantil. Segurei Vlad pelo braço, ele me encarou, arrumou os óculos que como de costume não estavam tortos. Yeva saíra com passadas pesadas que fazia a madeira rangir. Vlad me encarou.

– Sei que torce pelos dois, mas como você pode deixá-la naquele estado com ele?

– Vlad, o que aconteceu no hospital, ela não passou apenas mal, não é? - ele suspirou e arrumou os óculos já certos.

Sentou ao meu lado e me encarou pensando no que iria me contar.

– Ela estava feliz em vê-lo cantando novamente, não bem, sabemos todos que longe de estar cantando bem - confirmei - mas em uma parte da música 'eu não posso aceitar o que fiz a você, é tudo minha culpa eu sei, me desculpe, mas eu só queria te ver' - eu analisei a frase - Não sei o que aconteceu, foi como se alguém tivesse a agredido, ela quase despencou e começou a chorar horrorosamente, correu até o banheiro e eu a segui, ela dizia para eu não contar a vocês o que acontecera, vocês não poderiam se preocupar - ele deu de ombros - Ela surtou, nunca a tinha visto surtar.

– Quando ela soube da morte dos nossos pais - falei - ela surtou e teve vários surtos durante muitos meses - suspirei - Pelo trecho ela se lembrou do acidente... mas e agora, o que aconteceu?

– Não sei, ela leu um e-mail e começou a tremer e saiu chorando. Sua irmã é um pessoa muito complicada.

– Eu sei.

Preparamos café. Tomamos de frente para a lareira, Yeva e Richard entraram depois de muito tempo de fora, ela se despediu de nós e subiu para o quarto. Richard encheu uma caneca com café e ia levar para minha gêmea, mas Vlad contou que seria melhor deixá-la sozinha por algum tempo para que ela pudesse pensar.

Quando fui dormir, ela já estava desmaiada na cama.

Acordei com o som de um móvel sendo chutado. Minha irmã não estava mais no quarto, sua parte estava arrumada e as malas postas, era o dia que voltariam de viagem. Abri a porta do quarto e encontrei Vlad tão assustado quanto eu, descemos as escadas e encontramos Richard chorando, Yeva o abraçava bem forte e parecia chorar também. O que mais me surpreendeu foi encontrar Cítro sentado na bancada, os bancos caídos, ele chorava, os olhos inchados. No sofá os empresários pareciam em estado de choque.

– O que houve? - Vlad perguntou coma voz falha, parecia que já sabia o que tinha acontecido.

– Lara... - Cítro o olhou - Ela... Ela... - ele voltou a chorar, Richard rugiu e ia avançar sobre Cítro, Yeva o segurou, ela foi arrastada pela madeira, forçou os pés e aperou entre os dedos ainda mais forte a camisa do pijama do astro - Ela morreu, Vlad. - olhei o escritor, ele ficou em choque, engoliu seco e respirou profundamente, se apoiou na parede e respirou.

– Eu vou te mat...

– Sh! - Yeva calou Richard - Não fale besteira - ela chorava - Você não pode culpar alguém por algo que ninguém podia controlar - eu a olhei, fora o que nosso primo te dissera quando ela se convenceu de que a culpa da morte dos nossos pais tinha sido culpa do Richard, ela afirmava que se ele não existisse o show nunca teria existido, logo ter de ir me buscar não teria acontecido e nossos pais estariam vivos - Então, por favor, - ela soluçava - não o culpe por isso. - Richard a olhou.

– Como você pode falar isso, você não sabe o que é isso - eu, Vlad e Cítro os encaramos, dizer para minha irmã que ela não sabia o que era aquilo era o mais cruel que se podia ser.

– Eu nã... - ela se soltou dele, limpou as lágrimas - Eu vou deixá-lo sozinho - ela fungou - Você precisa limpar um pouco sua mente.

Ela subiu as escadas pulando os degraus.

– Você é idiota? - Vlad perguntou - Caramba, Ric!Você ouviu a besteira que acabou de falar para ela? As vezes você é um babaca.

Vlad subiu as escadas.

Fui até Richard, eu queria poder abraçá-lo e reconfortá-lo, mas ao meu toque ele se afastou e falou que iria par ao quarto ficar descansando.

Cítro desceu da bancada, falou que Vlad e Yeva tiveram a viagem de volta atrasada, ele mesmo cuidara disso. Comprara novas passagens para os dois para dali dois dias, assim poderiam ir ao funeral. Deixou o envelope com as passagens sobre a mesa e anunciou a saída. Os empresários não se retiraram, devido ao choque que a casa se encontrava tomei a liberdade de preparar algo para nós três comermos.


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