Você deve estar pensando que eu travei, que eu fiquei sem reação ou que eu até mesmo tenha ficado com medo. Mas por incrível que pareça, até pra mim, eu não fiquei parada com cara de idiota e levantei a mão para me entregar. Muito pelo contrário. Eu entrei em modo de ataque. Não me pergunte da onde veio toda a minha coragem naquela hora, porque nem eu saberia dizer. Mas havia muitos pra uma só, eu olhei ao meu redor e contei mentalmente. Cinco homens. Cinco à um. How! Isso não é justo! Eu era uma garota para cinco homens adultos, com certeza bem maiores e mais fortes que eu.

Quando eles pararam de me encarar e começaram a vir em minha direção, minha mente trabalhou mais rápido do que eu acreditaria ser possível. Eu corri para o homem de preto mais próximo e dei um chute na barriga dele e em seguida com uma rapidez e agilidade que só os deuses sabem de onde vieram eu dei um soco em seu rosto. Ele deu dois passos pra trás. Um pouco atordoado e aparentando estar confuso. Mas se recuperou mais rápido do que o esperado e veio para cima de mim, assim como os outros quatros. Foi a minha vez de dar um passo pra trás. Mas logo minha mente já estava trabalhando. Eu olhei para os lados procurando alguma coisa que poderia ser usado como arma. Lembrei que meu pai sempre colocava um spray de pimenta na minha mochila. Tirei rapidamente minha mochila das costas apoiando-a nos meus joelhos, ele estava na parte em que se coloca a garrafa de água. Peguei-o rapidamente já apertando-o fazendo assim sair toda a pimenta em spray. Virando rapidamente para todos os lados para acertar os olhos de todos os homens ao meu redor. Assim que eu percebi que eles tentaram se afastar colocando a mão sobre os olhos para protegê-los, e dei um chute no homem que estava a minha esquerda, ele tentou reagir levantando as mãos como se fosse me dar um soco, mas eu fui mais rápida segurei suas mãos. Depositando um soco em seu nariz. Nesse meio tempo tenho certeza que já os outros já teriam me alcançado, mas por alguma razão eles não vieram até mim. Ouvindo barulhos de briga atrás de mim, eu realmente queria olhar para ver o que estava acontecendo, porém estava muito ocupada com o meu agressor para poder olhar pra trás. Ele ainda tentava me acertar e eu desviava de seus golpes. Quando vi um espaço eu lembrei do que meu pai me dizia, e fiz o que ele sempre me aconselhou a fazer quando fosse agredida ou assediada por homens. Então foi o que eu fiz. Levantei um de meus joelhos e dei um chute certeiro no saco do homem. Ele se inclinou para frente colocando suas mãos na parte acertada.

Finalmente pude olhar ao redor, eu vi o porquê de nenhum dos outros estarem me atacando. Eles estavam inconscientes. Todos eles estavam desacordados. Virei-me rapidamente olhando para o homem que anteriormente estava tentando me acertar, entretanto ele estava caindo sobre seus joelhos, em seguida o mesmo estava desacordado aos meus pés. Olhei para cima procurando por uma resposta para tudo aquilo, e vi. Percy estava parado a minha frente segurando uma arma que parecia ter dardos tranquilizantes em sua ponta.

—Você está me seguindo? — perguntei.

—Obrigado? — falou ele num tom sarcástico — eu acabei de salvar sua vida — disse suspirando, demonstrando cansaço — E você nem para agradecer? Cadê a sua... como se chama mesmo...? Educação?

Revirei os olhos, demonstrando o quanto suas palavras eram para mim vans e ridículas, oras o cara me segue e eu tenho que agradecer? Poxa tudo bem que ele colocou todos os caras para dormi, mas...

— Estava tudo sobre controle — respondi sorrindo sarcasticamente.

— Eu vi — disse ele — você conseguiria se livrar de todos eles sozinha, a não ser pelo fato, de que você só conseguia lutar com um por vez, e sem arma, tenho certeza, absoluta que você iria conseguir — respondeu rindo.

Poxa sou uma garota o que ele quer? Peguei dois sozinha sem nenhum treinamento de defesa pessoal, sem nada, isso é muita coisa, eu admito se ele não estivesse ali eu realmente, realmente estaria ferrada, mas eu não sou o tipo que dá o braço a torcer, nunca admitiria isso em voz alta, pelo menos não por hora.

—Mas eu estava armada — argumente.

Ele riu. Na verdade deu gargalhadas.

—Posso saber o que é tão engraçado? — perguntei.

—Na verdade sim— respondeu ele sorrindo de forma divertida para mim — se você acha, pensa, ou até mesmo imagina que isso — disse apontando para meu inseparável spray de pimenta — seja uma arma, sinto em lhe dizer que se sua vida depender disso como hoje dependeu, estaria morta ou pior que isso — disse ele dessa vez olhando para mim sério, preocupado como se me advertisse de que eu deveria me cuidar mais, como de fato devia, aliás se eu não estivesse descido do carro como sugeriu, não estaríamos nessa situação, mas também não vou admitir isso a ele.

—Mas em fim, onde conseguiu isto? — Eu disse gesticulando para a arma em sua mão.

Ele olhou para arma como se só agora estivesse notado que a tinha em mãos, voltou seu olhar em seguida para mim e simplesmente deu de ombros como se fosse super normal um garoto andando por ai armado. Mesmo que não fosse uma arma letal. Ainda assim era uma arma.

—Isso não é da sua conta, bom você esta bem e é isso que importa. Agora vamos sair daqui? Podem vir reforços a qualquer momento. — disse ele olhando longe.

—Não vou a lugar nenhum até que você me explique o que está acontecendo! Porque esses caras estão atrás de mim? O que querem comigo? Percy algo me diz que você sabe muito mais do que aparenta saber! — disse soltando todas as perguntas de uma vez quase que gritando, oras essas dúvidas martelavam em minha cabeça o dia inteiro, e eu precisava de respostas. Queria as respostas. E ele iria me dar elas.