Infiltrates (Os Infiltrados) escrita por Rachel Di Angello


Capítulo 27
Quarteto Secreto


Notas iniciais do capítulo

Espero que dessa vez vá, estou tentando postar o cap. mas só dá erro. Desculpem pela demora em postar, mas ainda não entendi qual o problema do Nyah contra a minha pessoa. Bem, como sempre, meus agradecimentos à meu leitor Fernando, que desde sempre vem me ajudando a revisar a fic. Obrigada, sem vc meus leitores morreriam com meus erros de ortografia. Não vou ocupar o tempo de vcs não, boa leitura.



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Eu não havia dormido muito cedo, tinha ficado até tarde pensando em que tipo de reunião Percy pode ter tido tarde da noite, e é claro eu estava pensando em meu pai, já faziam três dias que eu estava aqui, três dias sem notícias dele, minha mente formulava mil coisas que podiam estar sendo feitas com ele. Por mais cansada que estivesse não estava conseguindo dormir de verdade, quando conseguia cochilar eu sonhava com meu pai gritando meu nome. Fora que nos momentos em que permanecia acordada minha grande e querida cólica, achava que eu estava muito sozinha e vinha me visitar.

Caminhei lentamente até o banheiro, tirei a minha roupa sentindo rapidamente minha pele arrepiar por causa da temperatura baixa, liguei o chuveiro, fiz um coque em meus cabelos, esperei todo o banheiro estar repleto de vapor da água quente e finalmente coloquei meu corpo de baixo da água que me abraçou rapidamente com seu calor.

Alguém estava batendo em minha porta, cogitei em duas pessoas, Percy ou Samanta. Saí rapidamente do banho, já me enrolando em uma toalha, ignorando qualquer ar gélido em minha pele molhada fazendo-a novamente se arrepiar.

Fui correndo até a porta e ao abrir notei que quem estava lá era Sarah.

—Bom dia — disse ela entrando confiante em meu quarto.

—Bom dia moça, — eu respondi já indo em direção as gavetas pra pegar uma roupa — O que te fez vir aqui tão cedo?

—Tenho uma notícia bombástica — disse sentando em minha cama.

Esperei que ela continuasse, mas ela permaneceu em silêncio.

—Conta logo!

—Ah, então, hoje saiu à lista dos guardiões escalados para o resgate de seu pai.

—Sério? — eu perguntei pasma — E como tenho acesso a essa escala?

—Hmm... você não tem, os selecionados recebem os e-mails, informando a hora para reunião estratégica que vai ocorrer hoje à tarde.

—Mas então eu deveria ter recebido, não acha? — disse eu segurando a toalha enquanto corria em direção ao notebook com o símbolo da Delta que estava em uma escrivaninha.

Vasculhei todos os e-mails que recebi quando cheguei aqui, mas não havia mensagem nenhuma, a não ser uma com meus horários de hoje.

—E aí? Você recebeu? — Sarah perguntou curiosa.

—Não, — eu disse desistindo de procurar e me jogando na cadeira — eu não acredito que eles vão me deixar de fora dessa reunião. Isso não é justo.

—Eu acho que eles pensam que você não está capacitada ainda pra participar de uma reunião dessas.

—E? É meu pai, eu vim pra cá pra fazer alguma coisa e não pra ficar brincando de espiã secreta.

—Mas é mais ou menos isso que somos — ela disse — olha, eu também não acho certo isso de eles te tirarem de uma reunião relacionada a você e ao seu pai, acho realmente que você deveria estar lá discutindo a melhor ideia pra resgatar seu pai.

—O que acontece, nessas reuniões, como é feita a entrada? Tipo são muitas pessoas não é? Eles não vão verificar uma por uma pra ver se são realmente as pessoas escolhidas, não é?

—É, até meio dia de hoje, todos que receberam o e-mail e quiseram participar da missão terão que gerar um cartão de presença pra reunião. Esse cartão é validado somente com a senha que eles recebem no e-mail, depois que o cartão estiver solicitado você tem até uma hora pra receber em seu quarto. A reunião começa às três horas, e todos tem que estar no local até duas e meia, que é a hora de fechada das portas de entrada.

—E se eu conseguir falsificar um cartão?

—Por mais que você chegue a criar um cartão idêntico ao original, ainda resta uma grande chance de soarem todos os alarmes da Delta quando você tentar utiliza-lo. O jogo seria pegar o cartão de alguém, talvez alguém que não queira participar da missão.

—Até eu descobrir esse alguém e conseguir roubar seu passe já deu duas e meia.

—Quem disse que você vai tentar sozinha? — perguntou ela — Eu vou te ajudar, mesmo que a gente não roube o cartão, você vai entrar lá de uma maneira ou de outra.

Eu dei um leve sorriso e fui me vestir.

Meia hora depois estávamos eu, Samanta, Sarah e Leo reunidos na minha cama. Deixe-me explicar como Samanta e Leo entraram nisso. Logo que Samanta apareceu, como todos os dias de manhã, pedi a ela que dissesse que eu não estava me sentindo bem e que por esse motivo eu não iria aos treinamentos daquele dia, expliquei a ela os motivos, aos quais ela ouviu em silêncio sem nenhum questionamento. Assim que terminei ela disse que queria nos ajudar, e deu a ideia de pedirmos ao Leo que se juntasse a nós, já que ele era muito bom com tecnologias e tudo mais, Sarah e eu aprovamos a ideia na hora, restava só saber se ele estaria disposto a nos ajudar.

Então Samanta saiu do quarto para informar que eu não iria participar dos treinos, voltou mais ou menos cinco minutos depois, com Leo ao seu lado.

—Descobri que tem gatas que precisam de mim, como poderia rejeitar ajudar três lindas mulheres? — disse ele assim que entrou.

Mesmo tensa como eu estava não consegui deixar de rir. Ele fazia tudo parecer misera brincadeira de criança.

Depois que contamos todas as ideias possíveis que havíamos criado, e que ele ouviu atenciosamente, concordando aqui e ali, franzindo sobrancelha uma hora ou outra. Mas deixou que terminássemos sem fazer nenhum comentário. Assim que nos calamos ele ficou parado por um tempo, imerso em pensamentos.

—Vamos ao primeiro passo, o passe. — disse Leo — Um passe tem toda uma dinâmica para ser criado, existem chips dentro deles, e cada chip tem um código, e cada código uma combinação diferente. Não seria complicado criar tudo isso. Isso seria moleza se tivéssemos mais que apenas algumas horas, o que infelizmente não é nosso caso. Eu levaria algumas horas para poder criar o cartão perfeito, mas eu precisaria de uma réplica pra isso, o que tenho certeza de que não seria tão fácil. Invadir o sistema da Delta seria outra opção que, muito provavelmente, te colocaria lá dentro. Só que invadir o sistema de computação de uma empresa de hambúrguer já é complicado, não que eu tenha feito isso alguma vez — se defendeu ele com cara de culpado — imagine tentar invadir o sistema de uma organização secreta. Entendam, não estou dizendo que não há como coloca-la lá dentro, estou apenas eliminando as opções que levariam muito tempo e que não nos ajudariam com tanta rapidez e agilidade que precisamos. Precisamos de algo simples, mas eficaz.

Todos ficaram calados por um momento tentando achar um jeito de poder me ajudar. Eu revirei mentalmente, tudo que poderia ser feito. E logo algo veio a minha cabeça.

—Certo, ele não criam os cartões no dia correto? — eu disse fazendo todos saírem de seus próprios mundos e voltaram sua atenção a mim — Tipo os cartões já estão prontos não é? Eles só devem por a foto e o nome, correto?

—Certo. — disse Leo ainda sem entender onde eu queria chegar.

—E se eu pegasse um desses? — continuei — Eu só precisaria por minha foto, meu nome e pronto!

—Mas como você pegaria o cartão? Não deve ser uma coisa que está ao alcance de qualquer um — disse Sarah.

—Na verdade, não de qualquer um — disse Samanta sorrindo de orelha a orelha — Eu já vi essa caixa, fica na sala de suprimentos.

—Você conseguiria entrar lá? — Perguntei animada.

—Não mais, isso era no tempo em que eu era uma camareira, — ela disse tirando toda animação que havia em mim — mas minha mãe talvez possa.

A ligação de Samanta para sua mãe foi breve, eu ainda não sabia como ela havia feito que ela concordasse com aquela ideia louca de roubar os passes, mas ela tinha conseguido e no momento era tudo o que me importava.

Enquanto aguardávamos ansiosamente a chegada da mãe dela, Leo pegou o notebook e foi colocando todas as informações que necessitavam serem descritas no cartão, tiramos uma foto minha rápida, improvisamos um fundo branco com Samanta e Sarah segurando um lençol atrás de mim, ficou meio desproporcional o tamanho, pois Sarah era bem mais baixa. Mas isso não fez diferença na foto.

Alguém bateu em nossa porta e logo Samanta se apressou em abri-la. Obviamente era sua mãe, eu sabia não porque era a única pessoa a quem estávamos procurando, mas também pela sua semelhança com a filha, ela parecia uma versão mais velha de Samanta, tinham os mesmos cabelos encaracolados, os mesmos olhos castanhos, o mesmo tom de pele. Ela apenas entregou um saquinho para filha e foi embora.

—Certo — disse Samanta fechando a porta — precisamos de mais alguma coisa?

—Aqui tem impressora? — perguntou Leo.

—Não, eu ainda não recebi uma. — respondi.

—Certo — ele disse — vou até meu quarto, vou alterar algumas coisas nela e ver se consigo fazer sair diretamente aqui — pegou o cartão da mão de Samanta e nos mostrou — deve levar mais ou menos uma hora, mais tentarei ser o mais breve possível. Odeio deixar minhas gatinhas esperando.

Ele logo salvou o que tinha feito em um pen drive e se retirou do meu quarto.

Eu praticamente me joguei na cama de alivio, parece que até ali estava tudo dando certo.

—Ei Samanta — disse Sarah assim que Leo fechou a porta — pode parar de babar, ele já foi embora.

—Oi...? — disse Samanta ainda desviando o olhar da porta — Eu não, não estava babando.

—E eu sou uma selecionada e não um camaleão.

—Um seleci-o-quê?

—Selecionada, nunca leu A Seleção?

—Não eu...

—É uma trilogia muito boa — eu disse me intrometendo na conversa — mas você está fugindo do assunto principal dessa conversa, que é a sua queda pelo Leo.

Ela abriu a boca para protestar e em seguida fechou, fez isso três vezes antes de se entregar.

—Tá tão na cara assim?

Eu apenas balancei a cabeça.

—Como um mais um é dois — disse Sarah — isso está estampado na sua testa, só falta você sair com uma plaquinha gritando “Eu tenho uma queda muito grande pelo Valdez”.

—A para — Samanta defendeu-se se mexendo incomodada em seu lugar — nem é uma queda, talvez um tropeço, ou um esbarrão, mas não chega a ser uma queda.

—Isso é o que você diz, mas não é isso que eu vejo. Fora que o Leo é muito lerdo pra perceber, puta que pariu.

—Uow, olha os palavrões — disse Samanta.

—Desculpa senhorita certinha.

—Eu não sou...

Samanta parou de falar assim que ouviu o som de alguém batendo na porta e correu para abri-la. Acho que ela havia pensado que era o Leo porque o rosto dela se iluminou e ela ajeitou seus cabelos que custavam a ficar nos lugares desejados pela dona. Mas assim que ela abriu a porta se deparou com Percy, que deu a ela um sorriso amarelo. Logo me sentei na cama e ajeitei o cabelo.

—Samy — disse Percy cumprimentando Samanta.

—Olá Sr. Jackson — disse ela um pouco envergonhada pelo apelido, como sempre.

—Pode me Chamar de Percy. Posso entrar? — ele perguntou já entrando.

—Claro — ela respondeu.

Nossos olhos se encontraram e ele me olhou de cima a baixo, estudou cada parte do meu corpo, em minhas, recém-lavadas, roupas de treinamento.

—Hmmm, você eu ainda não fui apresentado — disse ele olhando para Sarah.

—Sarah Gabrielle, eu não sei como conseguiu sobreviver sem saber da minha existência, mas tudo bem — respondeu ela — Bem, ainda bem que você apareceu, eu tenho que fazer algumas coisas e Samanta precisa pegar um remédio de dor de cabeça para Annie, não queríamos deixar ela sozinha. Você vai ficar aqui correto?

—Sim.

—Então nós podemos sair — ela disse já se levantando.

—Enfim, se precisar de alguma coisa — disse Samanta, e se lembrando da mentira que Sarah havia acabado de inventar disse: — sem serem os remédios, claro, é só me chamar.

—Tudo bem — eu disse.

Não queria que elas fossem embora, mas eu precisava conversar com Percy a sós.

Assim que elas saíram, ele se voltou a mim.

—Você está bem?

—Estou — eu disse — é só um pouco de cólica — não era mentira, eu realmente ainda estava sentindo a cólica da noite passada, mas bem mais fraquinhas, e todas essas coisas envolvendo meu pai me fizeram esquece-la.

—Essas cólicas, você não acha que estão durando muito não? — ele perguntou preocupado — nós temos aqui uma clínica. Ela é subterrânea, só precisamos descer, o médico é ótimo tenho certeza que poderá te ajudar.

Tentei disfarçar o incomodo.

—É, acho que ainda não é necessário Percy, mas obrigada — completei perguntando-me se o garoto não se sentiria ofendido com a sua recusa em receber ajuda.

—Tudo bem — respondeu ele a contragosto.

Houve um silêncio constrangedor então Percy pigarreou.

—Se você quiser eu fico aqui com você. Só preciso entrar em contato com Quíron e cancelar o treino com uma turma minha, e aí podemos...

—Não, não — eu disse rápido — não precisa cancelar nada, as meninas já estão aqui me ajudando com tudo que podem, você não precisa ficar também.

—Eu sei, mas eu queria...

—Eu estou bem, juro— interrompi novamente — só preciso de um remédio e a dor logo, logo passa. As meninas estão sendo um amor comigo, e eu acho que só preciso dormir mais um pouco, não dormi muito bem. Não tem porque você faltar seus treinamentos pra ficar me olhando dormir. Vá, faça o que tem que fazer e depois volte, eu ainda estarei aqui.

Claro que não estava sendo completamente verdadeira com ele, mas algo me incomodava, nesse meio tempo ele não falou nada sobre a reunião que haveria naquele dia. Sendo algo sobre meu pai, eu achei que ele falaria assim que as garotas se retirassem, mas em nenhum momento, nem mesmo quando ficamos em silêncio, ele tentou tocar no assunto. Isso me deixou encabulada, ele falaria tudo que eu precisasse saber, certo? Eu não queria, mas comecei a me questionar sobre se lealdade de meu “namorado”, estaria depositada em mim, ou somente a Delta? É claro que eu nunca pediria para escolher entre as duas coisas, tampouco estava pedindo para que ele me revelasse segredos ocultos desta organização secreta, a única coisa que estava querendo saber era referente a meu pai, e essas informações, nem o sr. Stritt, nem Quíron, nem mesmo Percy tem o direito de ocultar a mim.

Percy sabia por que eu havia ido parar ali, queria salvar meu pai, queria ajudar na busca dele, não planejava ficar parada olhando enquanto pessoas que não me conheciam decidiam o rumo da vida da pessoa que eu mais amava. Nem tinha palavras pra descrever o quanto sentia sua falta, sentia falta de jantar com ele à noite, contar histórias engraçadas do que havia acontecido no seu dia, sentia falta de assistir filmes com ele sentados no sofá da sala reclamando o quanto os atores poderiam atuar melhor, ou como o filme era mal dublado, às vezes pegávamos um filme de terror e criticávamos tanto que ele que acabava se tornando um filme de comédia. Sempre me lembraria das vezes em que, mesmo já grande ele lia livros para mim, às vezes livros escritos por ele. Eu amava ouvi-lo cantar de manhã enquanto fazia o café. Sentia saudades disso tudo, e de muito mais coisas.

Achava injusto quererem me privar de informações sobre meu pai, mas isso vindo das pessoas que comandavam a Delta era aceitável. Mas vindo da pessoa que eu gostava fazia toda a dor que estava sentindo se tornar pior, como se tivesse me machucado e mesmo sem querer Percy acabasse esbarrando na ferida aumentando minha agonia.

Ele suspirou, lembrando-me que ainda estava ali, havia me perdido em pensamentos, havia sido menos de meio segundo, mas esperava que ele não reparasse o quanto meus pensamentos ficaram nebulosos de um segundo pra outro.

—Certo — ele disse — Então mais tarde eu passo aqui.

Seus lábios se dirigiram em direção aos meus, virei o rosto quase que automaticamente fazendo-o depositar um beijo leve em minhas bochechas. Ele se afastou e eu tentei sorrir.

—Obrigada por se preocupar.

—Sempre me preocuparei com você Annie — disse ele parecendo um pouco afetado.

Obviamente havia notado que havia algo de diferente, eu nunca fui muito boa em esconder meus sentimentos, e o fato de ele omitir algumas coisas de mim, fizeram questionar-me sobre meus sentimentos por ele. Ele se retirou do quarto sem dizer mais nada, ambos precisávamos conversar, mas essa não era a hora certa. Eu ainda tinha uma reunião secreta pra invadir.


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Notas finais do capítulo

Bem queridos, eu queria primeiramente agradecer a todos que comentaram, que pediram pra que eu continuasse com a fic. Estou escrevendo novamente essa fic somente por causa de vcs, estou demorando um pouco pq eu tinha que me reatualizar e saber em que parte parei. Eu nao quero escrever de qualquer jeito, qualquer coisa só pra vcs ficarem satisfeitos. Então posso demorar um pouco pra postar, mas eh claro que os comentários ajudam bastante. Gente, recomendar a fic tbm ajuda, sei que parece chato mais que tal dizer o que vcs dizem nos comentários lá nas recomendações? Vamos testar?



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