Ops! Paixão Errada escrita por Samyni


Capítulo 6
Perdida


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi oie!

Sejam bem-vindos todos os que retomaram a fic!

Dedicação especial à Ellen, que recomendou a fanfic! Muito obrigada, linda *-*



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"Eu sempre esperei, pela pessoa perfeita, mas você apareceu primeiro, e me mostrou que o que eu esperava era pouco. ♥"

Com Spencer ali, ao meu lado, dormindo desconfortavelmente em um sofá, eu refletia comigo mesma se o ditado "tudo que é bom dura pouco" se aplicaria a nós dois.

De repente, o médico bonito do meu pai me sussurrou meu nome, quando ainda estava meio dormindo, meio acordada, no ombro de Spencer.

–Taylor...

–Sim? –perguntei ainda embriagada no sono, mas segundos depois acordei de verdade.

–Seu pai lhe chama. –ele respondeu.

Assenti. Logo depois, o segui em direção a ala médica que meu pai se encontrava. Aquele cheiro, aquele excesso de cor branca e profissionais sérios, me fazia sentir grande desconforto.

–Papai... –o chamei assim que me aproximei o suficiente de seu leito.

–Oi, filha. Estou sem distração. Sente-se aqui e vamos conversar.

Papai era assim. Podia estar em uma situação péssima, mas ainda assim, a mandava para longe simplesmente a ignorando. Conversamos sobre coisas cotidianas do dia a dia, como a escola, o emprego de meio período na loja de música e a casa. O médico se entrosou rapidamente, dando opiniões, gesticulando e mais tarde falando de si. Descobrimos que ele tinha apenas vinte e três anos de idade.

–Vinte e três? Sério? –perguntei, um tanto quanto incrédula.

–Sim. –ele respondeu e sorriu, satisfeito consigo mesmo.

–Então você é o tipo nerd que entra na faculdade ainda criança?

–Não, não é pra tanto, Taylor. Entrei muito adiantado na escola primaria, obviamente no colegial também e consequentemente na faculdade.

Assenti.

Na conversa que se seguiu, reuni algumas informações sobre ele. Seu nome era Matthew Greene, tinha vinte e três anos como já sabíamos, nascido e criado em Lynn (Massachusetts). Gostava muito de viajar e exercer sua profissão e detestava televisão e dançar.

Quando o assunto havia se extinguido –finalmente–, pois havia me irritado profundamente após um certo acontecimento, voltei para a sala de espera, a fim de confirmar se Spencer ainda dormia. Deparei-me com sua figura completamente torta no sofá, com o pescoço quase pendendo no ar e os cabelos emaranhados. De certa forma, ainda estava bonito.

Joguei-me no sofá, para acordá-lo propositalmente.

–Bom dia. –falei, simplesmente.

–Bom dia, já acordou irritada? –ele perguntou rindo.

–Tenho motivos para estar com esse excelente humor.

–Sério? E qual seria? Talvez, o mais provável, a doença de seu pai?

–Não Spencer, a doença de meu pai me entristece, eu estou é com raiva.

–Fale, então, oras.

–Ah, eu estava conversando com meu pai e o doutor normalmente, quando o último tornou-se invasivo demais, a jogar indiretas e cantadas baratas.

Seu semblante mudou-se no exato momento que jorrei as palavras. Ele sentou-se direito no sofá, rígido, a boca tornou-se uma linha fina e imutável, os olhos de um cinza tão bonito, tornaram-se escuros, como uma tempestade forte após fixarem sobre um ponto especifico da mesa de centro que havia ali. Mas ele logo tentou-se recompor, virando o rosto para outro lado e relaxando os músculos. Queria nitidamente –e em vão– aparentar não dar importância ao fato.

Apesar da situação que ocorrera e o motivo para tal, no fundo do meu ser, fiquei contente por não ser a única a estar com os sentimentos em choque de completa desordem.

***

Spencer e eu fomos tomar café da manhã no refeitório do hospital, depois ele me deixou em casa. Tomei um banho rápido, arrumei algumas coisas e fui em direção á casa de Alex, queria saber mais sobre o novo namorado dela.

Cheguei à casa do prefeito. Era vitoriana, de um azul celeste e janelas pesadas, grandes e imponentes. O jardim, sempre muito bem cuidado pela Senhora Carter, estava com uma fina camada de neve.

O Senhor Carter, com seus tufos de cabelos grisalhos e abdômen proeminente, sorriu amável ao me ver.

–Como vai Taylor? Fiquei sabendo de seu pai... Como ele está?

Papai estava bem melhor, segundo o doutor ele podia deixar o hospital mais cedo do que esperávamos e todos estávamos muito esperançosos quanto ao tratamento ao câncer.

–Está melhor, senhor.

–Que bom! Vamos, entre. –e abriu um espaço para eu adentar o local.

Assenti, sorrindo.

Entrei na casa de Alex e subi as longas escadas em direção á seu quarto. Abri a porta sem nem me preocupa se a encontraria vestida ou sozinha. Mas Alex mexia no seu notebook.

Seu quarto, o segundo maior da casa, era da cor azul púrpura em uma parede e branco nas demais, onde se encontravam milhares de pôsteres de homens, celebridades ou simplesmente animais. Era decorado lindamente com móveis caros e brancos, onde se encontrava diversos pratos sujos, roupas e sapatos espalhados. O chão de carpete bege, era impossível de se ver.

–Oi, safada. –falei

–Olá, cadela. O que lhe traz aqui?

–Fiquei sabendo que levaram flores para você ontem na escola e elas acompanhavam um pedido de namoro.

–Sim. –Alex falou nada entusiasmada, nitidamente.

–Então... Na cama de quem você fez show hein?

–Philip, o loirinho da boate.

–O excluído? Por que aceitou? Parece não gostar dele...

–Sei lá, Taylor... Eu não sei ao certo o porquê que aceitei. - ela disse finalmente se virando para me encarar.

Conheço Alex, tem algo errado.

–Ele é um bom rapaz? -perguntei.

–Sim, por isso que meu pai me obrigou a aceitar o pedido. Ele já sabia... Philip é tão mané que pediu para o meu pai primeiro. Que ridículo!

Sabia!

–Me deixa adivinhar de novo... Você senhorita Carter -comecei a falar imitando um adulto aristocrata enquanto ria. –já pulou a cerca, certo?

–Você me conhece bem né? Mas não, vontade não faltou, mas sei lá...

–Você ainda terá tempo para fazer isso! –rimos para descontrair.

–E seu relacionamento com o professor hein? –Alex perguntou com seu típico sorriso malicioso querendo mudar de assunto.

–Não sei Alex, somos tão diferentes um do outro... Mas já me dei conta de que gosto dele.

–Quer um conselho? Se joga pra cima dele. Se você gosta dele, corra atrás!

–Alex! Lembra de um pequeno detalhe? Ele é nosso professor!

–E daí?

–Você não presta mesmo hein, pica-pau? Vou-me indo, viu?

–OK. Melhoras para seu pai. –e voltou sua atenção para o computador.

Desci as escadas, despedi-me dos senhores Carter e fui para casa. No caminho de casa passei na casa da nerd da classe e peguei meus deveres –por Julie ser uma aluna responsável os professores deixam as tarefas de alunos que faltaram com ela–. Quando cheguei à minha humilde casa peguei uma cerveja na geladeira e a coloquei sobre a mesa e fiz meus para casas enquanto a bebia. Depois de jardim varrido fui em direção ao hospital, andando a passos lentos.

***

–Me larga! –eu gritei, mas ele havia tampado minha boca com uma de suas mãos imundas e pesadas.

–Deixa de dar uma de difícil Taylor... Conheço sua fama na cidade... Ouço por ai o que você faz na boate... Pra onde você vai depois da boate... Sei tudo! Seguinte, se você não percebeu, estamos em uma sala em que são feitas as cirurgias. Aqui tem equipamentos cortantes e se você não fizer o que eu mandar... Bem, não é possível que você seja tão retardada... Acho que você já imagina o que irá aconteceu com você.

“Isso não pode estar acontecendo” – foram meus pensamentos.

Vou esclarecer o que aconteceu antes disso... Visitei meu pai, ele dormia, conversei um pouco com o médico, que tentou me beijar, mas me virei... Ele me encaminhou para "a sala de exames" com o propósito de discutir sobre o tratamento de meu pai, quando me trouxe para a ala mais afastada do hospital, a de cirurgias, que ficava praticamente ao lado do necrotério.

Voltando...

Matthew tentou abrir meu casaco, mas este por ser de péssima qualidade, tinha o zíper estragado, sem função alguma a não ser enfeite. Todas as manhãs, eu tinha de fazer milhares de manobras diferente com o intuito de não virar um picolé humano a caminho da escola. Nunca fui tão agradecida por ser pobre.

Aproveitando que Matt estava muito ocupado com o zíper, chutei-lhe eu seu ponto fraco, entre as pernas. Ele caiu no chão gemendo de dor.

“Exagerado! Nem deve doer tanto assim...”

A chave estava em cima de uma pequena e redonda mesa, do tipo usada nas cirurgias, já que tinha vários objetos cortantes como bisturis, usados para abrir os corpos. Peguei o molho de chaves e fui em direção á maçaneta da porta, estava difícil de ver, as lágrimas não deixavam e Matt pararia de sentir dor mais cedo ou mais tarde, tinha que andar rápido. O molho de chaves devia de ter mais de trinta chaves diferentes com cores e formas diferentes. Estava tentando a terceira quando Matt começou a se levantar e minhas lágrimas tomaram conta de minha visão, não consegui ver mais nada. Matt estava praticamente em pé quando dei-lhe um chute no estômago. Meu chute acabou indo forte demais e graças á minha raiva isto me deu mais tempo para achar a chave. A pequena verde florescente entrou na maçaneta. Mentalmente pensei: “Ainda bem! Vou fugir...”, mas a chave não virava. Não era aquela a correta para tal maçaneta.

Enquanto isso Matt estava com a mão no estômago e tentava dizer palavras irreconhecíveis. Peguei a chave laranja e a enfiei na maçaneta, tudo me indicava que aquela seria a chave que me tiraria dali, mas a porcaria da chave se desequilibrou –não me pergunte por que e como– e caiu do chão. A essa altura Matt já tinha recuperado o fôlego e pegou a chave.

–Você não vai fugir. –sibilou ele entre dentes.

Estava chorando e com raiva. Tinha que escapar. Não tinha escolha.Tinha que partir para a violência.

Peguei um objeto cortante –que eu não sei o nome, mas reconheceria se o visse novamente– e cortei seu braço antes que ele pudesse pensar em se mexer. Assim o distrai por segundos. Depois o chutei de novo em seu ponto fraco, depois chutei seu estômago de novo, peguei o molho de chaves do chão –caiu assim que o chutei no ponto fraco–, procurei a chave laranja, a coloquei na maçaneta e virei... A porta finalmente se abriu revelando um corretor comprido e absurdamente branco.

Saí correndo pelo hospital, sempre olhando para trás, mas não vi Matt nem uma vez. Passei por olhares curiosos e alguns de raiva, por eu ter os machucados sem querer. Meus pés batiam no chão pela milionésima vez, meu peito arfava incontrolavelmente e meus músculos da perna agoniavam de dor, até que parei no meio da estrada. A minha frente, uma casa grande, de paredes de pedras e jardim submerso pela neve, se encontrava indiferente a todo meu desespero. Era aquele lugar que eu particularmente batizara de fazenda.


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Notas finais do capítulo

E ai?
Tenso tenso tenso tenso
Espero q tenham gostado! Custei para escrever esse troço de novo, tava pior do que imaginava...
Me digam tudo oq acharam, ok? Nos comentários.
Deixem reviews, favoritem e recomendem o/
Bjinhossssssssssssssssss
~Samyni



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