Ops! Paixão Errada escrita por Samyni


Capítulo 13
Uma História de Amor


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiii gente!!!
Esse capítulo começa tão chatinho, mas dei uma incrementada e adorei o final u.u
Bem-vinda:
—Aninha Moon
Espero que gostem, uma boa leitura!



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“–Você leva jeito com ela.

– Só tento cuidar dela bem.” — The Walking Dead

Acordei achando que sentiria o sangue escorrer onde a faca se cravou no sonho, conferi minha blusa e me lembrei mentalmente que havia sido apenas um sonho . Passei as mãos em meus cabelos e olhei para a janela. Já havia passado do nascer do sol. Levantei da cama e me arrastei para a cozinha, fiz um café forte e o tomei.

–Por que diabos estou tendo esses pesadelos? –perguntei à mim mesma encarando o nada. Subi para o banheiro, a fim de fazer minha higiene matinal.

***

–Oi Alex!–eu disse a abraçando, algo incomum.

–Nossa! Sentiu tanta saudades assim? –ela perguntou rindo, arrumando os cabelos vermelhos... como sangue.

–Você não tem noção do quanto.

–E como foi seu fim de semana? –ela mudou de assunto.

–Muito bom. –respondi esboçando uma careta de quem aprontou.

–Aé? Se divertiu com o Spencer foi?

–Quase, mas chegou gente na casa, assim interrompendo o momento.

–Já estavam nus?

–Quase, mas eu já estava resolvendo esse assunto. –sorri e pisquei um olho.

–Ei, mudando de assunto... Hoje tem prova?

–Sim, de geografia.

–Sério? Droga! A Melanie –a mais nerd em geografia da classe– faltou. Eu vou me ferrar nessa maldita prova, para variar.

–Não se preocupe. Eu sei a matéria, te passo cola.

–Hãm? Como assim você sabe a matéria? Desde quando isso? –ela perguntou incrédula.

–Foi o que você ouviu, ruiva! Eu estudei para a prova! Tenho um B garantido... –sorri confiante.

–Espera. Estou com dor de cabeça agora. Não acredito que Taylor Lihean estudou! O mundo vai acabar... Macacos vão invadir as áreas urbanas e vão nos escravizar. Depois nos contaminarão e seremos zumbis, atrás de nossos parentes como se eles fossem um copo de limonada em um dia quente.

–Que? Alex do céu, veja menos série, ok? Eu apenas estudei um pouquinho. Li a matéria, é bem simples. Você deveria tentar. Não é tão ruim assim quando parece. –dei de ombros.

–Opa ,opa! Quem é você e o que fez com a minha melhor amiga extrovertida, louca, fumante, bêbada?

–Eu não sou fumante! Ainda estou aqui, Alex, mas com pequenas mudanças.

–O Spencer mudou você! –ela gritou e eu tampei sua boca logo em seguida.

–Para com isso, Alexia Carter. Que drama de adolescente mimada.

O assunto encerrou por aí. Fui para a sala de aula e Alex logo atrás. Me aproximei da carteira que fica á frente da mesa do professor.

–O que? Você está louca? –Alex perguntou.

–Ahh, o que foi agora? –perguntei sem paciência alguma. –Vai me dizer que você não sabia que o melhor lugar para se colar é na frente do professor?

–Não... Isso seria como ficar presa com um zumbi em um cômodo. Morte na certa.

–Ou você mataria o zumbi. Ou seja, não é impossível. O professor ficará de olho nos alunos que sentam no fundo, certo? Ele nem olha para os nerds que sentam aqui na frente. Portando, sentaremos aqui. Não ponha o nome na sua prova está bem? Eu farei a prova que ele me entregar, aí trocaremos, você a passa a caneta e pronto.

***

O professor já havia entregado todas as provas, a sala estava em um silêncio mortal. Eu já estava no final da prova, havia errado umas questões de propósito, acertei uma quantidade de questões que fariam Alex ficar pelo menos na média.

–Zac e Jenna! Estão passando cola? –o professor gritou.

–Não... Não, é que eu queria uma borracha emprestada. –Jenna deu a pior desculpa do mundo.

O professor se levantou de sua cadeira e foi até o fundo da sala de aula, provavelmente para tomar as provas de Zac e Jenna. Enquanto isso olhei para Alex que estava ao meu lado, ela olhou pra mim e trocamos as provas antes mesmo de que qualquer aluno reparasse .Virei para frente, minha prova estava com alguns riscos de lápis, bem indecifráveis, longe de ser palavras conscientes sobre a matéria.

Os apaguei com a borracha e fiz a prova. Apenas deixei de fazer uma questão um tanto complicada que fiz para Alex. Afinal, eu acreditava que ao menos nessa primeira prova, as coisas não podiam ficar tão óbvias. Terminamos a prova –Alex primeiro já que ela só teve que passar a caneta com sua caligrafia complicada–, o professor recolheu e passamos o dia normalmente.

***

No final da aula, quando já não tinha quase ninguém na escola fiquei perto do meu armário já que Spencer sempre passava por lá. Dito e feito. Um tempo depois ele apareceu.

–Desculpe a demora. –ele disse.

–Tudo bem. Hoje eu vou até o hospital visitar meu pai... Então não sei se vou para sua casa hoje.

–Tudo bem, acho que consigo aguentar uma noite sem você. Mas talvez eu te busque se não suportar, ok?

–Sinta-se a vontade para me roubar, meu querido. Tchau para você, fofo.

–Tchau meu bem. –ele me deu um rápido selinho e fui em direção ao meu trabalho.

Fiz as típicas coisas que uma vendedora de instrumentos musicais fazem. Já era noite quando fui ao hospital ver meu pai. Aquele lugar era estranho, nunca gostei de hospitais, do cheiro, de ver pessoas em macas e etc. Simplificando: eu detestava, detesto e sempre irei detestar hospitais. Esse é um fato inegável sobre mim. Fui até o quarto de meu pai, ele estava deitado na cama com uma aparência não muito boa, eu odiava com todas minhas forças o vê daquele jeito, mas a quimioterapia era necessária.

–Como vai, papai? –perguntei pegando sua mão.

–Oi Taylor querida, estou indo... E a escola?

–Vai bem, acho que tirei um B+ numa prova que fiz hoje...

–Sério? –ele se mostrou tão surpreso quanto Alex.

Sacanagem.

Porém, eu merecia.

–Sim... É tão difícil de acreditar assim?

–Desculpe filha, mas é sim. –e sorriu, fracamente.

–Como foi a noite, meu velho? –perguntei mudando de assunto.

–Foi boa e o sonho melhor ainda.

–Qual? –perguntei.

–Com sua mãe. Sonhei com o dia do nosso casamento... Ela estava tão linda! Taylor minha filha, já lhe contei que eu conheço sua mãe desde os dezesseis anos?

Ele disse "conheço" conjugado no verbo presente, mas eu não iria corrigi-lo.

–Não! Nunca me contaram isso.

–Na verdade sim, te contamos essa história milhares de vezes quando você era criança. Enfim, nos conhecemos desde jovens. Nos apaixonamos um tempo depois. Antes éramos praticamente inimigos, adorávamos encher a paciência um do outro. Acabou que passamos tempo demais juntos e a "raivinha" foi passando e dando lugar a um sentimento novo chamado amor.

"Anos se passaram e o sentimento só crescia cada dia mais, até que eu a pedi em casamento. Ela aceitou, claro. Um tempo depois veio você, ela ficou tão feliz quando descobriu que estava grávida... Não sei como, mas ela já sabia que você era uma menininha... Escolhemos seu nome quando ainda éramos adolescentes, na verdade.

–Tão novos e já planejaram uma vida?

–Sim, em uma parte alta da cidade. Era o "nosso" lugar. Ficávamos lá por horas imaginando e planejando nosso futuro juntos. –papai quase chorou, percebi que ele estava submerso nas lembranças. –Ela estava como sempre deslumbrante, vestido rosa bem clarinho, seus cabelos loiros e cacheados ao vento de um verão quente e um lindo sorriso no rosto. Como eu sinto falta daquele sorriso! Se eu tivesse triste, ela sorria e eu me sentia muito bem, como se todos os problemas acabassem..."

"Por isso e por mais um bilhão de razões sempre quis passar toda minha vida ao lado de Mary Ellen, mas como pode ver, imprevisto acontecem. Sonhos são realizados e outro simplesmente esquecemos. Pessoas nascem, outras morrem. As estações vem e vão. É sempre assim, Taylor."

"Não podemos mudar nada, o destino já está pré-escrito. Algumas coisas sim somos nós quem escrevemos, mas outras, simplesmente já estavam decididas antes do mundo ser mundo. O que me incomoda é o fato de que tivemos tão pouco tempo juntos... Eu só pedi aos céus dez décadas com aquela mulher. É muita coisa? Eu não acho, ao menos."

Nicholas Linehan não era tão forte quanto parecia, ele estava chorando na minha frente, na frente da enfermeira –que também já estava quase chorando, por sinal–, na frente de seu médico –que fazia o possível e impossível para aparentar ser forte–, ele simplesmente desabou. Meu pai já havia passado por várias coisas, já tinha perdido teu único filho menino, o grande amor da sua vida, um emprego em Boston –ele deixou quando mudamos para Lynn–, as suas filhas –que moravam com a Megan–, outro possível amor... Enfim, meu pai já tinha sofrido demais e ainda aparecera o câncer. A vida era tudo, menos justa.

–Pai, eu vou em casa. Já volto. Prometo que volto.

–Ok, não demore.

Saí correndo do Hospital, assim ficaria menos tempo longe de meu pai. Cheguei em casa e subi até o sótão , Megan nunca havia subido lá –ela dizia ter medo e nojo– então eu provavelmente encontraria coisas de minha mãe e vovó. Caminhei pelo chão mais do que empoeirado, segui em direção as caixas na lateral. Abri muitas delas, encontrei alguns vestidos de minha mãe, eles eram... Diferentes por assim dizer. Mas os levei até meu guarda roupa do mesmo jeito.

Achei muitas fotografias de minha mãe quando ela era pequena, retratos do casamento de minha avó, brinquedos antigos. Um monte de coisas! Mas finalmente encontrei o que procurava, sabia que minha avó tinha pelo menos uma copia da foto favorita de meu pai. Estávamos no parque, mamãe e papai lado a lado, ele abraçando sua cintura. Eu abaixo dos dois, bem no meio e Fabrício já com seis meses no ventre de minha mãe. Aquele dia tinha sido muito bom, tínhamos brincado a tarde toda, passeamos juntos pelo parque inteirinho, fizemos piquenique debaixo de uma árvore...

Peguei o porta-retratos e segui para o hospital.

–Pai, olha o que eu trouxe para o senhor. –mostrei o porta-retratos em minha mão. –Lembra-se deste dia?

–Claro!

–Então... Eu vou deixar esse porta-retratos aqui do seu lado está bem?

–Obrigada, filha.

–De nada, papai. –eu disse, coloquei o porta-retratos no criado mudo ao lado de sua cama, dei-lhe um beijo na testa e me sentei na cadeira ao seu lado.

–Filha, vá para casa. Faça os deveres da escola e descanse. Acredite, você já fez muito por mim hoje.

–Mas... –tentei argumentar.

–Pode ir filha. Até algum dia...

–Até papai. Eu te amo

–Também te amo minha pequena.

Sai do hospital ainda meio atordoada com aquela conversa com meu pai. Sua história com a minha mãe principalmente. Será que o amor era o sentimento mais antigo do mundo?

Ao chegar em casa, deparei-me com os cômodos de tinta descascada e vazios. Era deprimente, algumas vezes. Na maioria delas, na verdade.

Senti uma necessidade de ver pessoa. De conversar, de rir, de contar histórias... Minha necessidade tinha olhos cinzas.

Corri para o andar de cima, tomei um banho, peguei uma roupa na secadora e fui para a casa de Spencer, de táxi dessa vez.

–Olá Taylor querida! Como vai? –Elizabeth perguntou sorridente. Lembrei que estava totalmente de preto e um medo percorreu minha espinha. –Spencer está no quarto, pode ir até lá.

–Obrigada.

Entrei timidamente na casa, já conhecia o caminho até o quarto de Spencer. Bati na porta.

–Entre! –o ouvi gritar.

–Oi, Spencer. –o cumprimentei e fechei a porta atrás de mim.

Ele estava deitado na cama, lendo "Dom Quixote". Ao me ver, escorregou para a ponta da cama.

–Taylor? O que faz aqui?

–Que bom que gostou de me ver.

–Desculpa, mas é que você me pegou de surpresa! E gostei dessa blusa. Apesar de...

–É preta, já sei. Tinha esquecido... Porém, ela não falou nada comigo e nem me olhou indiferente.

–Ok, tudo bem. Novidades?

–Sim. Muitas.

Ele sorriu.

Caminhei em sua direção e sentei em seu colo.

–E vai me contar? –ele sussurrou em meu ouvido.

–Aham. –respondi no mesmo tom. –Mas depois. Meu plano agora inclui beijar você.

Spencer riu baixinho e puxou sem força meu pescoço para baixo, em sua direção.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam??????
Como eu disse, particularmente adoro a história dos pais da Tay e adorei esse final. Ficou tão... vou te pegar :3

Gente, meu pc bugou legal semana passada '-' mentira, eu estabanada como sou, deixei cair tipo tudo no chão e ai ele parou de funcionar o teclado. Foi desesperador, mas que bom que passou!!!

Gostaram? Me digam tudo, sim?
Recomendem para os amiguinhoas, gente!
Bjinhossssssssssssssss
~Samyni

ps. poisé, nesse cap deixei bem óbvio meu vício por TWD mesmo u.u



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