Cheguei a minha casa e meu pai ainda não tinha chegado, bufei, era sempre assim. Não aguentava mais essas reuniões, além de durarem o dia todo, tomavam todo tempo do meu pai, meu único e verdadeiro amigo, ai você se pergunta: como uma jovem como você não tem nenhum amigo? Simples, as pessoas aqui simplesmente NÃO gostam de mim e não sei o motivo já que nunca fiz mal a ninguém nessa cidade, mas eles ao contrario de mim não medem esforços para falar as minhas custas, por isso meu pai me pede cuidado, é só eu uma brechinha e a cidade toda está sabendo. Pessoas patéticas.

Caminho para meu quarto e preparo um banho quente, precisava relaxar. Não passa segundos que entrei na banheira e já me pego pensando na proposta do Damon, será que devo aceitar mesmo? O que meu pai vai achar disso? Dou risada sozinha. Ele vai enlouquecer. Pensando na proposta dele, o melhor era mesmo aceita-la, pois tenho certeza que não haverá outra tão cedo e não posso ficar velha sem um marido. Mas como explicar isso ao meu pai? Ele com toda certeza vai achar que Damon quer se aproveitar de mim, pois sabe que a riqueza dele é muito maior que a nossa e não tem motivos para casar com uma criança como eu.

Decidi-me a contar a verdade para ele, com as próprias palavras de Damon. Sai do banho e vesti minhas vestes de dormir, desci as escadas e meu pai estava na cozinha tomando uma xicara de chá.

– Boa Noite papai, como foi à reunião? – Digo beijando suas bochechas.

– Entediante como sempre filha, os mesmos assuntos, os mesmos rostos. – diz suspirando.

– Então deduzo que esteja cansado, correto? – Pergunto.

– Um pouco. Por quê? Tem algo a me dizer? – diz arqueando as sobrancelhas.

– Sim pai, tem algo a lhe dizer e é muito importante, mas se está cansado posso te contar amanhã. –

–Não, pode me dizer agora. –

–Bom... Acontece que Damon Salvatore me pediu em casamento. – Digo apreensiva e olhando atentamente a cada expressão que fazia.

A reação do meu pai foi mais ou menos o que eu esperava, já que ele cuspiu todo o chá que estava bebendo e com os olhos arregalados e a voz um pouco elevada me perguntou:

– O que? Por que ele quer isso? Pelo amor de Deus Abigail não diga que estava tendo um caso com o Salvatore e acontece algo de errado. – Diz ainda espantado. No começo não entendi o que ele quis dizer com “algo de errado”.

– O senhor acha que eu me envolvi com o Salvatore? E ainda acha que eu estou GRÁVIDA dele? Como ousa a pensar algo assim de mim pai? – Digo enfurecida. Meu pai não confiava em mim?

Ele logo percebeu minha raiva e viu que eu não estava mentindo.

– Desculpa filha, e-eu não quis dizer isso, só que não entendo o porquê de um HOMEM como ele querer com você filha, não quero que seja usada. – Diz com pesar.

– Tudo bem pai, mas o que tem demais dele se interessar por mim? –

– Abigail, ele é um homem mais velho, mais experiente, não acha que ele quer só diversão? –

– Não pai, ele me explicou a situação dele, ele não quer se aproveitar de mim. É que a tia o está pressionando e acha que sou uma das moças mais decentes daqui por não ter caído na lábia do Sr. Thomas e o senhor não acha que já estou na hora de casar? –

– Sim, Não, ah não sei Abigail, sempre vi você como minha menininha, não acredito que vai se casar. – “Vai se casar” Isso significa que ele aceito, sorrio internamente, eu vou realmente casar com Damon Salvatore!

– Oh papai, não precisa ficar assim. Sabe que sempre serei sua menininha. – Digo embargada por uma vontade de chorar.

– Sei disso filha. Agora vai dormir, está tarde para ficar acordada a esse horário. – Diz me dando um beijo na testa e desejando uma boa noite.

Subi para meu quarto com uma estranha alegria, uma sensação de paz. Não poderia estar mais feliz, iria me casar! E de bônus com uma pessoa que eu “gosto”. Não sei o porquê, mas Damon me trazia uma sensação de conforto e mesmo não convivendo com ele, estranhamente confio nele. E com os pensamentos em certos olhos azuis tão intensos como o mar, adormeci.