Após uns quinze minutos, finalmente chegamos à frente da mansão do Senhor Salvatore. Era esplendida! Com dois andares e a uma sacada perfeita, parecia um castelo, a arquitetura era o que mais me encantava, tinha janelas por todos os lados e era bem grande, o jardim também era muito bonito, cheio de todos os tipos de flores, realmente era uma das casas mais bonitas de Nova Orleans. Continuando...

A carruagem parou em frente ao portão da mansão, logo o Sr. Smith desceu para abrir o portão. Mesmo de certa distancia, pude ver o Senhor Salvatore de longe, ele estava entre as cortinas, mas eu conseguia o ver, ele sorriu de lado quando percebeu que eu o olhava, corei na hora e desviei o olhar.
O portão já estava aberto e a carruagem entrou no quintal do Salvatore. Ele apareceu na entrada de sua casa para nos receber, e devo confessar, ele era de uma beleza impa.
Meu Deu! Em que estou pensando?! Isso é muita ousadia de minha parte, não posso ficar pensando essas coisas do Senhor Salvatore, se alguém soubesse disso, com certeza iria me chamar de meretriz.

A carruagem parou e o Senhor Smith veio nos ajudar a descer. Ele era um senhor muito simpático tinha seus sessenta anos e trabalha para nossa família desde pequeno.

– Obrigada- Disse sorrindo.

– De nada, Abigail. – Eu pedi para todos que trabalham em minha casa que me chamem pelo meu nome, já que para minha eles eram da família também.

O Senhor Salvatore vinha em nossa direção para nos cumprimentar.

– Marta! Quanto tempo, aposto que enjoou de mim. – Disse ele sorrindo, e foi em direção abraça-la.

Marta corou instantaneamente com o que o Senhor Salvatore disse. Não pude segurar o riso.

– Claro que não Senhor Salvatore, estava muito ocupada na casa de Abigail, por isso não venho mais aqui. – Diz ela envergonhada.

–Sem problemas, estava com saudades da senhora, e da Abigail também. - Diz ele finalmente olhando para mim. Isso que eu achava incrível nele, por mais que seja rico e tenha tudo, nunca tratou mal os empregados, e olha que Marta nem era serviçal dele.

– Estava sumida Abigail, cansou-se de ler meus livros? –Diz isso e beija minha mão. Fico corada na hora, era esse efeito que ele tinha em mim, mas não disse isso para ninguém, e nunca direi.

– Claro que não Senhor Salvatore, apenas não tinha terminado de ler o ultimo livro que me emprestou. –

– Ah Claro, e o que achou dele? –

– Adorei, como todos os outros, Senhor. –

Ele fez uma cara engraçada, demorou um pouco para eu entender, mas logo percebi que era por eu ter o chamado de Senhor.

– Abigail, quantas vezes vou ter que te pedir para que me chame de Damon, me sinto um idoso quando me chama de senhor, e acho que não estou tão velho assim. –

– Desculpe Damon. – Digo e ele logo abre um sorriso por te o chamado pelo primeiro nome.

– Venham! Entrem, a não ser que queiram ficar ai fora. –

Ele disse isso e nos deu passagem para entrar.
Não tem jeito! Toda vez que entro em sua casa eu fico extasiada com quão bela ela é. As paredes em tom de bege e os moveis todos de madeira escura, lustres por todos os cômodos, e tinham umas flores em alguns locais, tudo muito sofisticado. Era perfeita! Único lugar que eu nunca fui era o andar de cima, nesse ele nunca me mostrou então não tinha razão para ir lá.

– Venha, vou acompanha-la a biblioteca, comprei alguns livros novos, e tenho certeza que irá gostar, Marta fique a vontade, e a Denise está lá nos fundos. – Diz ele sorrindo amigável.

Denise era a senhora que cuidava da mansão Salvatore, era da idade de Marta, e as duas eram muito amigas, um dos motivos da Marta aceitar vir aqui.

Acompanho o senhor Salvatore, digo, Damon – nossa, vai demorar me acostumar a chama-lo pelo primeiro nome– a biblioteca e não preciso nem falar como era a biblioteca né? Linda como todo resto da casa.

–Veja, esses são os livros novos que comprei quando fui à Nova Iorque, espero que ache um que lhe agrade. – Diz ele quebrando o silencio.

Analiso os novos livros e um me chama a atenção, ele fala sobre uma humana que se apaixona por um ser da noite, um demônio, um vampiro.

Damon percebe que eu escolhi e pega delicadamente o livro de minha mão para saber qual livro escolhi.

Ele ri discretamente.

– Por que escolheu esse livro, Abigail? – Diz ele interessado, interessado até demais.

– Não sei Senh... Damon, ele me chamou atenção, não vejo muitos livros de vampiros e ainda mais romances. –

– Ah, então quer dizer que a senhorita gosta de Vampiros?- Ele me olha de um jeito intrigado. –

– De certo modo sim, são criaturas folclóricas fascinantes, mas não diga isso para ninguém, por favor, meu pai não pode nem sonhar que estou lendo livros sobre vampiros, irá me chamar de louca! – Me desespero. Se meu pai souber, estou em encrenca, toda vez que eu toco no assunto de criaturas místicas com ele, mesmo que brincadeira, ele diz que é tolice e que devo parar de ler esses tipos de livros.

– Calma, não irei contar, fique tranquila. Só fiquei intrigado. Vampiros também me fascinam Abigail. – Diz ele com um olhar sombrio? Confesso que esse olhar dele me arrepiou, mas não de um jeito bom. Dou passos para trás, pois percebo que estamos muito próximos.

– O que foi Abigail, esta com um olhar assustado. –

–Não foi nada Damon, impressão sua. –

– Já que não é nada, que tal um chá? E não aceito não como resposta. – Concordo com a cabeça. Como não aceitar? Com um sorriso desses, qualquer coisa que ele pedisse eu aceitaria.

Abigail! Tenha modos!

Essa minha consciência que vive me pregando peças, não posso ter esses tipos de pensamentos com o Damon.

Estava não entretida nos meus pensamentos que nem percebi que o Damon tinha ido pegar o chá. Já que ele estava demorando resolvi dar um passeio por sua biblioteca.

Tinha alguns livros abertos em cima da mesa de leitura.

Origens dos Vampiros, Feitiços, Linhagens de bruxas, A família Original.

Estranhei, por que Damon teria tantos livros esquisitos? Remexi nos livros e não achei nenhum selo de biblioteca de nenhum lugar. Nem mesmo de Nova Iorque.

Só tinha um nome em todos esses livros: Bennett.