- Podes ir tu pai. - Respondi-lhe eu.

Entrei no volvo do meu pai com a barriga as voltas e um nó na garganta. Não conhecia ninguém, não sabia se me iria controlar,... tantas questões sem resposta.  A viagem até à escola não demorou muito. Quando chegamos ao parque de estacionamento, dei um beijo ao meu pai e senti os olhos todos pousados em mim. Foi a pior sensação de sempre, de tão observada e comentada. Olhei em redor e todos os olhos, mesmo todos estavam em mim. Ouvi o meu pai a dizer-me alguma coisa e virei-me para trás.

- Se precisares de alguma coisa liga-me que eu apareço num instantinho. Boa sorte minha linda. - disse o meu pai com um sorriso tranquilizador na cara.

- Obrigada pai. - agradeci-lhe, desejando nunca ter aceite a proposta.

Conforme o meu horário, a primeira aula que teria seria física - química, uma aula que certamente iria ser secante, porque já tinha dado grande parte da matéria. E logo a seguir, teria biologia, que por acaso eu adorava, mesmo que já tivesse dado a matéria toda. A manhã passou lentamente, estava a ver que as aulas nunca mais terminavam. Finalmente soou o toque muito esperado, as aulas de manhã já tinham terminado. Fui para o refeitório para almoçar. Mal entrei, o cheiro de todos os humanos ali presentes entrou pelas minhas narinas, e por momentos pensei que não me ia conseguir controlar.