Qualquer um que estivesse sentado ali se sentira grande e glorioso, mas Dumbledore já fora traído pelo poder, por mais forte que ele fosse sabia que precisava de paz... Todo homem precisa de paz e é justamente essa palavra que não se encontra em seu dicionário.

Os tempos mudaram e passaram tão rápido, suas feições já estavam marcadas pela velhice e sabedoria. Apertou os lábios fortemente ao se lembrar de um passado seu, passado este que arruinou parte de seu presente, que arrancou seu coração num momento de felicidade e esperança.

Sua fênix abaixou o olhar ao perceber a tristeza de seu dono, olhou para Dumbledore como se dissesse o que ele deveria fazer. Alvo entendeu o recado e abriu uma pequena gaveta, dentro dela havia uma foto... Gellert Grindelwald sorrindo e passando as mãos em seus belos cabelos loiros, tão encantador e ao mesmo tempo tão brutal. O velho sabia de cor os tempos que se passaram, mas parecia tão vivo em sua mente, pois nada daquilo realmente morreu.

Um garoto de cabelos acaju e olhos azuis brilhantes olhava admirado pela janela, a brisa batia em seu rosto esvoaçando os cabelos lisos e longos.

__Alvo? Eu também gosto dessa vista... Ela é bem bonita – O rapaz loiro olhava intensamente para Alvo esperando uma resposta, sorriu quando viu que o mesmo estava ruborizado com a aproximação quente e inesperada.

__Você tem razão, eu nunca tinha vindo aqui... Realmente um bom lugar para se ficar Gellert.

__Alvo Dumbledore, eu já lhe disse que tens os olhos mais bonitos que eu já vi? Um azul tão intenso e brilhante que me deixa intrigado.

Dumbledore nada respondeu apenas fitou Gellert sem nenhuma reação, jamais esperaria tal elogio vindo dele... Mas ele amou ouvir aquilo, Grindelwald era sua paixão, seu mundo e seu presente.

Gellert acariciou as mãos pálidas e macias de Alvo, tão devagar que lhe dava arrepios... Sorriu timidamente com um pensamento que lhe passou pela cabeça, mas não era hora de pensar e sim de agir, puxou Dumbledore para mais perto e o beijou... Um beijo leve e amoroso, as línguas dançavam em perfeita harmonia, a brisa estava mais fria causando arrepios nos dois corpos que se entrelaçaram para sentir o calor que o amor emanava.

Dumbledore se entristeceu ao se lembrar do fato... Adorou estar sob aqueles braços fortes e lábios doces, mas ele não podia mais viver aquilo... Tudo tinha sido uma mentira e desde então sua vida se tornou solitária e movida a memórias.

A porta bateu tão rapidamente que Dumbledore se tratou de esconder a fotografia em meio aos papéis, a figura que abrira a porta estava tão irritada como sempre foi.

__Quem é aquele rapaz?

__A quem está se referindo Severo? – Dumbledore olhou com uma certa suspeita ao ver o homem bufar de raiva, se não o conhecesse bem teria motivo para desconfiar e até mesmo temer.

__Enon Prince... Esse rapaz chega aqui, tem o sobrenome Prince, perde quase 70 pontos para a Sonserina em um só dia e você não faz nada?!

__Severo você está exagerando... Ele é só um rapaz impulsivo!

__Impulsivo? Quase coloca o castelo abaixo e é só um adjetivo que ele recebe? O que você está escondendo Alvo?

Dumbledore fechou o olhar e encarou Snape por um tempo, se sentia péssimo em mentir, mas como Gellert dizia seria ‘’para um bem maior’’

__Severo, os pais de Prince se suicidaram há alguns anos e os garotos foram transferidos para cá...

__E quem são os pais deles?

__Isso não lhe convém...

Snape encarou o velho totalmente irritado, ele apenas queria uma informação e ironicamente Severo transmitia o que sabia para Dumbledore.

__E então? Já está de noite e você terá de se encontrar com Voldemort...

__Soube que há um novo integrante, mas não fora revelado seu nome.

Agora Alvo ficou preocupado, apesar de já desconfiar ele jamais poderia crer que o jovem Drake seria capaz de tal absurdo, um rapaz tão jovem e tão terrível... Não muito diferente de Gellert e Tom.

__Nesse caso me traga o nome do novo integrante.

__Alvo, está tudo bem? Você me parece um tanto preocupado... – Severo conhecia bem o diretor, talvez o mesmo pudesse ter alguma suspeita preocupante, mas decidiu não questiona-lo sobre isso, tinha coisas de mais para se preocupar.

__Não há nada me preocupando Severo.

Snape deu um ultimo olhar para o diretor e se retirou da sala antes de questiona-lo mais uma vez. Dumbledore sentou-se pesadamente em sua cadeira suspirando em tristeza mais uma vez... Queria tanto que seu passado fosse seu presente, beijou a fotografia de Gellert mais uma vez e lhe desejou uma boa noite.