Time Well Spent escrita por Arabella


Capítulo 3
"Posso tomar as minhas decisões sozinha. Obrigada"


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! lá vai mais um



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Olhei para o garoto de cima a baixo e então novamente para o convite prateado que refletia luz em meus olhos de modo incômodo. Eu até podia ouvir Gina respirando alto ao meu lado.

–Perdão –Comecei, olhando para o rosto pálido e salpicado de sardas dele. –, mas eu te conheço?

Ele piscou os olhos escuros, atônito.

–Ah, não. O convite não é meu. –E mais uma vez ele estendeu os braços para que eu apanhasse o bilhete e as flores. –Eu insisto. –Completou, o rosto ardendo em um rubor acobreado que lhe tomava as bochechas.

Estendi a mão para pegar o convite.

–Obrigada. –Falei, um sorriso se apropriando de minhas feições sem que eu ao menos percebesse.

O garoto forçou um sorrisinho antes de se virar lentamente acenando com a cabeça enquanto eu sentia mãos puxando meu braço. Ah, sim, Gina.

–Abra. –Ela pediu. Ou ordenou, não sei ao certo.

Eu segurava meia-dúzia de tulipas amarelas que insistiam em roçar no meu queixo e soltar muito pólen, o que fazia meu nariz coçar internamente. Queria muito falar para Gina que não, não abriria agora porque, se ela não havia percebido, eu estava com os braços ocupados. Mas isso seria incrivelmente descortês.

–Em um segundo. –Falei enquanto estendia suavemente as flores para ela. –Por favor, preciso das mãos livres. –E a dei um meio sorriso.

Gina segurou-as um pouco relutante, um olhar intrigado estampado quando se viu carregando o buquê.

–Eu tenho alergia a pó... –Ela fez uma careta e uma pausa antes de espirrar – ...len.

–Ah, então coloque com cuidado no chão. –Pedi dando de ombros e abrindo o lacre do cartão.

Gina limpava as mãos nas vestes enquanto encarava o convite.

–Parece bem chique. –Concluiu no exato instante em que consegui puxar um pergaminho creme.

Encarei-o e estreitei suavemente os olhos.

–Bem, é o que parece, não é? –Desdobrei rapidamente o cartão. –Tem a mesma cor de um chifre que meu pai passou um tempo estudando. –Falei animadamente.

–Luna, está me matando de curiosidade. Por favor, leia logo. –Gina parecia explodir em ansiedade.

Fiz um bico contrariado antes de fitar novamente a carta. Uma caligrafia desenhada e inclinada enchia o pequeno bilhete inteiro. Resisti a tentação de ler logo o nome embaixo.

–“Querida Luna, -Disse e Gina soltou um sorrisinho para mim. –Gostaria de ir ao baile comigo? Sei que é meio inesperado e que provavelmente serei recusado, mas não poderia perder a oportunidade de ao menos tentar. Ouvi falar que as pequenas Fadas Globilantes costumam aparecer durante essa época do ano. Seria um prazer acompanhar a isto com você. –Espiei a reação de Gina. As tais fadas foram citadas nas últimas edições do Pasquim e eu tinha certeza de que ela não as havia lido, o que apenas foi comprovado pelo cenho franzido dela. –Esperançosamente,” -Minha garganta se fechou. Olhei para Gina, quem havia se curvado em minha direção, sentindo o pânico preencher minha cabeça com algo como vapor. -....

–Quem é, Luna? –Ela ergueu as sobrancelhas ruivas pacientemente.

–“Draco Malfoy”. –Li o canto inferior do convite, realmente muito baixo.

–Quem? –Ela repetiu.

–Gina, eu preciso ir. –Sussurrei.

–Você não pode estar falando sério, Luna Lovegood. Sou sua amiga, não importa quem seja...

–Draco Malfoy. –Repeti, interrompendo-a.

Ela parou estática, boquiaberta. Após limpar a garganta e fazendo careta, ela disse:

–Hum?

–Você ouviu muito bem. –Disse pouco à vontade.

Alguns segundos em silêncio se passaram, nos quais eu havia parado e começado a fitar o céu azul-marinho. Como assim já estava anoitecendo?

–Luna. –Gina chamou.

–Sim?

–Você não está indo com Malfoy para o baile, não é?

Fiquei em silêncio por um segundo, momento o bastante para ela me lançar seu melhor olhar fulminante.

–Não.

–Ótimo. –Ela sussurrou. –Certo, isso nunca aconteceu.

–Se você diz assim... –Franzi o cenho.

–Luna! –Ela falou, um pouco muito alto. –Estamos falando do ser mais desprezível que pisa nessa escola! Do garoto que já teria matado Harry se tivesse alguma chance! Do... –Ela parecia procurar palavras. –filhote de comensal da morte! E ele estaria no lugar do pai de muito bom agrado.

–Não fale comigo como se eu fosse uma criança, Gina! –Ralhei. –E ele é um humano, apesar de tudo. –Rolei os olhos.

Ela parou, ainda de boca aberta como se fosse começar outra frase.

–É. E eu sou responsável o suficiente –e soltei uma lufada de ar –para tomar minhas decisões sozinha.

–Luna, não faça besteira. –Gina implorou.

Mas eu já estava a meio caminho do castelo, pisando forte e andando furiosamente.

Os quadros acenavam e me cumprimentavam, como de costume. Seus donos, dentro de algum tempo, resmungavam pela minha falta de resposta. A Srta. Honeycut se espantou exclamando:

–Cara Lovegood, sabe que pode conversar sobre qualquer...

–Sim, sim. –Falei no tom mais controlado que pude.

–Ei, Luna...! –Ouvi uma voz arrastada atrás de mim.

–Desculpe, não estou afim de conversas agora... –Ia falando quando olhei para trás.

O garoto franzia ligeiramente as feições delicadas, os lábios rosados comprimidos em uma linha frígida e inflexível de tensão. Seus olhos nublados refletiam certa preocupação e os cabelos loiros, praticamente platinados, estavam bagunçados e apontando para todas as direções. Senti um sorrisinho sem-humor se espalhar por meu rosto:

–Oi, Draco.


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Notas finais do capítulo

Reviieeeeeeeeeews *3*



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