P.O.V Clara

Naquela hora Terry bateu na porta e entrou sorrateiramente.

– Posso falar com você?

– Claro.

Após encostar a porta ele caminhou para a minha direção e se sentou na cama

– Olha, Mamãe e Papai não tem culpa é que toda família já passou as férias lá e só falta você....

– Tá mas por que eu ainda sinto que vocês estão escondendo algo de mim?

– Não estamos escondendo, é que você vai ter que descobrir sozinha, por isso estamos mandando você para esse tal acampamento que a propósito não é tão chato quanto parece.- disse fazendo um biquinho que me fez rir baixinho.

– Só você para me fazer rir em meus momentos depressivos.

– Não se preocupa maninha eu sempre digo e vou dizer de novo eu sempre vou estar ao seu lado não importa o que aconteça.

– Te amo .

– Também te amo pequeno panda.

.oo0oo.

Os próximos dias foram dias normais,e eu não tive coragem de contar para as maninas que eu não ia poder ficar com elas nas férias.

Conforme o dia da viajem chegava eu ficava mais nervosa, mas enfim era o ultimo dia de aula para a maioria por que eu teria que ficar mais dois dias para as aulas de recuperação de espanhol.

– Nossa finalmente é o ultimo dia – disse Ammy jogando os braços para cima em sinal de comemoração.

– E ai Clara, você andou muito quieta esses últimos dias , o que esta acontecendo com você ?

– Na verdade eu tenho que contar uma coisa para vocês. Eu vou passar as férias em um acampamento/escola no Canadá e ainda vou morar lá por dois meses.

– Como assim miga porque você não falou antes?- choramingou Lucia com os olhos marejados.

– Não sei, acho que é por que não consigo levar a sério essa historia de férias e morar em outro lugar, além de que desde que eu fiquei sabendo eu e meus pais não estamos nos falando muito.

– Nós somos suas amigas, você pode contar conosco não importa o que aconteça.- disse Jessica que me deu um abraço forte que me deixou quase sem ar.

– E outra nós sempre seremos suas amigas não importa o que aconteça- complementou Ammy se juntado ao abraço.

–Nós vamos nos falar todos os dias e vê se não dá uma de safada e sai catando todo mundo do acampamento viu!- brincou Lucia fazendo todas rirem e também se juntou ao abraço.

Quando o abraço acabou passamos o dia grudadas e quando o sinal bateu as locas ligaram para minha mãe e me fizeram ir no cinema e depois na casa de Ammy ficar assistindo temporadas de Teen Wolf e Supernatural.

Ao chegar em casa peguei as coisas de escola e coloquei em uma caixa já que ficaria um bom tempo sem elas graças a Deus, e terminei de arrumar as malas da viajem.

.oo0oo.

Nos outros dois dias, fui para as aulas de recuperação e continuei a sair com minhas amigas que estavam mais chicletes do que nunca.

Mas para minha infelicidade o dia da viajem chegou e seriam oito horas de carro até o acampamento, além de que antes de ir meus pai e eu passaríamos deixar Terry no aeroporto para pegar seu voo para o Brasil.

Eu estava acabada, desde que recebi a notícia não consegui mais ter uma noite de sono tranquila , ficava tendo pesadelos ou sonhos, seja lá o que era aquilo, mesmo sabendo que não tinha o porque de ficar tão nervosa afinal era só um acampamento de férias. Porém não era apenas isso que me incomodava era o fato de que as pessoas que mais me apoiam estariam longe de mim, principalmente Terry, a pessoa que escuta minhas reclamações e lamurias e me dá conselhos sempre que preciso.

– Terry eu vou sentir saudades! – disse com os olhos marejados

– Não se preocupe pequena você sabe o que eu sempre falo para você

– Que você sempre vai estar comigo não importa aonde

– Isso mesmo, agora vê se não arruma encrenca viu, também vou sentir saudades – disse agora com os olhos marejados me fazendo desabar em lágrimas.

Ficamos um tempo abraçado, e quando nos separamos eu respirei, limpei as lágrimas e exibi um sorriso que podia ser considerado falso em relação ao o que eu estava sentindo.

– Vamos senão eu vou perder o voo.

– ok.

Quando chegamos no aeroporto dei um ultimo abraço em Terry e apenas o observei ir em direção ao portão de entrada já que estavam chamado os passageiros para o voo que saia dali dez minutos.

.oo0oo.

Fazia um tempo que estávamos dentro do taxi e eu decidi iniciar meu diário, então peguei o pequeno caderno que havia encontrado no dia em que recebi a notícia da viajem.

“ 01 de julho de 2014

Já faz mais ou menos uma hora que estou dentro do carro rumo a um lugar longínquo no Canadá onde irei passar minhas férias .

Meu irmão já deve estar rumo ao seu destino que no casa é uma base militar no Brasil onde ira ser treinado para ser um soldado.

Tudo está acontecendo tão rápido, eu não sei como vai ser minha vida nessa tal escola acampamento que meus familiares todos de acordo com Terry já passaram as férias lá .”

Nunca fui boa para escrever redações e coisas do tipo mas como ninguém iria ler aquilo resolvi me inspirar para escrever e não estaria nem ai se estivesse errado ou não afinal o que estaria ali seria o que eu pensava.

Enquanto refletia ouvi um estrondo, olhei para trás e vi um caminhão que havia batido em um carro o qual ficou completamente amassado, no inicio achei que ele tinha parado mas quando prestei a atenção, não tinha e estava vindo descontroladamente em nossa direção derrapando na pista molhada por causa da chuva fina que caia.

Eu entrei em pânico avisei o motorista que não prestou atenção e riu da minha cara, e ao voltar para checar para ver onde o caminhão estava bati o olhar no lugar onde deveria estar o motorista, entretanto não havia nenhum motorista, apenas um corpo coberto de sangue que escorria pelo vidro que estava quebrado; no lugar onde estava o passageiro estava uma mulher ou o que deveria ser uma mas lá estava apenas seu corpo decaptado espirrando sangue.

Ao ver aquilo comecei a gritar sem controle e foi ai que o caminhão atravessou o canteiro, mas antes que sua carga pudesse atravessar, as rodas traseiras derraparam fazendo com que a parte de trás caísse sobre o nosso carro.

E então escuridão...nada mais.