Tudo parecia caminhar simplesmente de forma perfeita, eu a amava cada vez mais e ela retribuía, eu bem sei, e quando eu chegava a casa pela noite e nossos corpos se uniam tudo parecia perfeito demais. Eu já a havia amado de todas as formas possíveis, e ainda assim não parecia o bastante, e eu desconfiava de que jamais pareceria. E isso me agradava.
Houve uma vez quando tive de passar alguns dias fora, e bastou que me afastasse para Rosalie ficar mal, e querida você acha realmente que eu não sei ela vinha passando mal há alguns dias, por isso parecia tão difícil sair de casa tendo a certeza de não voltar pela noite, e que, durante a noite, eu não estaria abraçando seu corpo.
Foram os piores dez dias, porque desde que ela voltara a morar em Rochester, quando ainda éramos adolescentes, eu não sabia mais como passar tanto tempo sem vê-la, tocá-la, ou sequer sem ouvir sua voz.
Mas como sempre dizem, o melhor de ir é poder voltar, e não havia preço para isso, ainda mais por saber que tudo seguia igual, e ela estava lá, de braços abertos parada na porta assim que o barulho do automóvel pode ser ouvido, lá estava ela a me esperar. E para isso não havia preço.
- Eu senti saudades – ela sussurrou em meu ouvido e eu sorri, bobo imagino, mas tê-la exatamente onde eu queria era ótimo.
- Eu também – eu respondi.
Minha mala ficou jogada no chão, eu bem me lembro, e nossas roupas, de repente, tomaram o mesmo rumo, meu corpo possuía uma necessidade do dela impossível de ser contida, e mesmo que não houvesse sido tanto tempo assim em que ficamos separados, parecia mais do que se podia aceitar.
Com o passar dos dias, Rose havia criado experiência e já não havia vergonha entre nós, nada dessas coisas de só fazer no quarto, ou em que eu teria de ficar por cima, não havia submissão da parte dela, só entrega, do modo mais puro e intenso que poderia existir.
Era disso que eu sentia falta, não só de ter meu corpo dentro dela, mas de poder tocá-la e aninhá-la em meus braços durante a noite, de sentir como ela se entregava a mim e saber que não havia medo algum no que fazíamos.
Não havia motivos para vergonha, até porque nós só demonstrávamos quanto nos queríamos. Eu subi seu vestido e o joguei no chão, minhas mãos tocaram seu corpo curvilíneo e eu sorri mordiscando seu ombro, exatamente como ela fazia comigo quando estávamos à beira do ápice. Pequenos gestos que deixavam as melhores lembranças.
Eu penetrei em seu corpo sentindo como seu corpo, úmido, recebia-me da forma mais intensa que podia haver. Meus lábios não queriam se afastar dos dela, não importava que faltasse ar, eu só queria tê-la sempre assim, colada a mim.
Foi sentado no sofá que eu trouxe seu corpo para cima do meu, minhas mãos pousaram em sua cintura para ajudá-la com os movimentos, e meus lábios se apossaram de seus seios. Era perfeito.
E a noite ia passando e nós seguíamos assim, colados um ao outro, mesmo que com carinhos ingênuos, eu gostava de tê-la abraçada ao meu corpo.
Foi no meio daquela noite que eu perguntei a Rosalie o que nos faltava, e foi uma das primeiras em que ela dormiu calada.
Mas eu sabia o que faltava, pelo menos a ela, não que eu quisesse, mas sempre achei mais essencial na vida de uma mulher, elas são geneticamente programadas para isso... Faltava o nosso bebê.
Um bebê que eu havia lhe prometido dar na noite de nosso casamento, mas que até agora não havia chego.
Acho que, pela primeira vez, eu preferi dar tempo ao tempo, até por que não usávamos nada que evitasse uma gravidez... E eu também sabia que ainda haveria muitas noites assim, perfeitas entre nós dois, para que nosso bebê fosse concebido.