A neve continuou no dia seguinte, mais fraca, mas o suficiente para não permitir que o excesso baixasse e as pessoas saíssem às ruas. E durante todo dia eu a mantive em meus braços, simplesmente assim, abraçados no quarto que podíamos chamar de nosso eu a beijava e a tocava, sedento por tê-la, minhas mãos tremulas por voltar a tocá-la. E com perfeição voltávamos a nos encaixar e eu a chamava de minha mulher.
E quando o sol estava alto e a neve parecia parar, ela se entregou ao sono e eu fiquei a olhá-la, seu rosto parecia brilhar com a luz do sol ali refletida, e seu corpo abraçado ao meu me fazia perceber que, mais do que nunca, eu estava no melhor lugar do mundo. Nós ainda éramos novos, mas eu tinha certeza de que era aquilo que eu queria para mim.
Eu tinha noção do que poderia ter acontecido naquela tarde, e sei que Rosalie também, mas eu não toquei no assunto e ela preferiu não tocar também, mas sim, eu poderia tê-la engravidado, e não me importava a pouca idade, eu queria ficar mesmo ao lado dela. Um filho seria apenas a conseqüência disso.
Mas não aconteceu naquela vez, naquele inverno em que passamos sempre juntos, nos conhecendo, e nem durante todo nosso penúltimo ano estudando. Não acontecia e eu não me importava, e acreditava que ela também não.
Quando o último ano chegou e alcançávamos dezessete anos, tudo parecia mais intenso que nunca e eu sorri a abraçando mais uma vez enquanto deixávamos o lugar que chamávamos de nosso.
E conforme o ano ia passando a pequena cidade de Rochester ia ganhando mais movimento, bailes aconteciam durante os finais de semana e nós havíamos voltado a nos entrosar com Edward e Jasper, e suas namoradas, Isabella e Alice.
E no ritmo de festas nós íamos seguindo pelo último ano, que talvez fosse o último de todos juntos, porque Edward já havia decidido ir para uma cidade vizinha fazer direito e Isabella iria com ele... E Jasper estava disposto a arriscar a vida de militar, mais ficaria por ali.
Foi durante aquela noite que, abraçado a Rosalie em nosso quarto, eu parei para pensar no que me esperava pela frente e sorri abraçando-a mais ainda, feliz por saber que eu poderia permanecer ao lado de minha Rose, em nossa casa, na cidade de mulheres perfeitas, junto da minha mulher perfeita.
Eu havia decidido trabalhar no banco, junto com o senhor Hale, claro que não era na melhor das funções, mas com o tempo eu poderia subir de cargo, e sorri lembrando de como Rose havia ficado orgulhosa de mim quando eu havia lhe contado a novidade.
Aquela casa havia se tornado definitivamente nossa, e quando o fim do ano chegava mudamos para lá, eu a queria ao meu lado em tempo integral, e pela primeira vez, eu via minha mãe tentando recuperar seu casamento – meu pai havia sido machucado em campo o que o faria ficar em casa por algum tempo –, eu havia visto ali a oportunidade perfeita para que eles se ajeitassem.
Nada de brigas por um tempo.
Tudo parecia perfeitamente encaminhado.