Meus olhos pareciam grudados ao dela, enquanto nossos peitos subiam e desciam descompassados, ofegantes. O cabelo suado colava em sua testa e eu sorri afastando alguns fios, beijei seus lábios de forma calma e suspirei, era mais do que eu jamais imaginara, mais do que eu jamais poderia descrever.
- Você tem noção de que agora é minha mulher? – eu perguntei acariciando seu rosto.
- Você é o meu homem – ela disse com um sorriso.
Naquele momento eu queria poder retratar o seu rosto, cada detalhe de sua expressão, porque era a mais bela que eu poderia ver.
Eu inverti nossas posições para que ela não precisasse sustentar meu peso, e a pus deitada sobre meu peito, Rosalie puxou a coberta nos cobrindo e deitou de barriga para baixo, seus seios sobre meu peito, seus olhos colados aos meus.
Fiquei na beira do sofá para que o apoio para braços me desse uma inclinação e lhe sorri.
Voltei a tocar seu rosto e sorri, anda nocauteado pelo ato, assim como ela, mas o sorriso continuava, assim como a neve caía lá fora, assim como nossos corações que seguiam batendo de modo tão rápido que era difícil de acreditar.
Naquela noite, naquele 24 de dezembro mesmo tendo apenas quinze anos, ela tornou-se minha e eu sentia vontade de gritar a todos. Era 1930 e meu ano terminaria de um modo mais intenso e perfeito do que eu poderia imaginar.
As palavras sumiam de nossa boca, mas o sorriso permanecia, o sentimento de entrega e preenchimento não nos abandonava, eu sabia que seria sempre assim, e agradecia a Deus a cada instante por isso. Porque ele a havia mandando de volta para mim, e isso eu jamais poderia retribuir.
Eu só tinha a agradecer