Já com namoradinhos? – eu ouvi sua mãe perguntar assim que chegamos na porta de sua casa e, naturalmente, nossas bochechas coraram, eu apenas sorria.
- Parece que você não se lembra o que eu sempre disse – Rosalie falou revirando os olhos, jogou o cabelo para trás e se dedicou a conversa com sua mãe.
- Você não sabe o que diz menina – a senhora Hale declarou com um sorriso no rosto, sempre tão amigável. – Mas ao menos convide seu amigo para um lanche!
Ela me olhou poupando as palavras, eu havia ouvido mesmo. Dei de ombros, por mim tudo bem.
Nós nos sentamos na área dos fundos da casa, onde, no jardim havia uma mesa adorável para no mínimo dez pessoas, e sua mãe se mostrava sempre tão prestativa que nos fazia sorrir, sem considerar seus comentários que sempre acabavam com nossas bochechas coradas ou Rosalie lhe dizendo algo, reclamando na maioria das vezes.
- Você quer me envergonhar – ela disse com um sorriso.
- Ah – sua mãe deu uma piscadela se fazendo de ofendida. – Como se eu conseguisse mesmo fazer isso...
Nossa gargalhada ecoava pelo jardim numa perfeita tarde de outono.
- Algumas coisas não devem ser levadas a sério! – Rosalie disse com um sorriso suplicante no rosto enquanto sua mãe entrava em casa e certamente não podia ouvi-la falando. – Mesmo.
- Ok. – não havia mais nada a dizer.
Se havia algo, que sempre me deixava irritado, era a nossa falta de assunto, todos os assuntos simplesmente morriam depois de uma palavra. Provavelmente era nossa culpa mesmo, mas eu só conseguia saber disso depois que acontecia. Totalmente frustrante.
E você se lembra?

Naquela tarde, não sei como, você conseguia arranjar assuntos atrás de assuntos, um minuto de silêncio e tudo voltava a ser como antes. E, eu confesso, que realmente acreditei que éramos amigos.
E aquilo era só o início...