O casarão no fim da rua escrita por Lorena L


Capítulo 7
Flechas do passado


Notas iniciais do capítulo

Eh... Desculpa. Disse que postaria ontem... Mas não postei.
Mas ainda vou postar o capítulo bonus. Me deixem só ter tempo e criatividade.
Então, como não tenho mais nada para dizer... Aproveitem o capítulo.



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Amber teve uma súbita vontade de desmaiar. Ela, apressadamente, empurrou Arthur e puxou a porta desesperadamente, tentando abri-la. Seu esforço seria em vão.

– Merda. MERDA MERDA MERDA

– Amber, a porta está trancada. - Rob segurou seu ombro - Você Tentar abri-la não vai adiantar… A gente precisa tentar racionalizar a situação e-

– Racionalizar? RACIONALIZAR? Robert, tem um garoto MORTO no andar de cima dessa casa. E por coincidência é o mesmo garoto que nos trouxe até aqui. – Amber se virou para Melissa - AGORA VOCÊ ESTA VENDO? ISSO NUNCA FOI UMA BOA IDEIA! PORQUE EU FUI TE OUVIR! AGORA ESTAMOS PRESAS E TEM UM ASSASSINO ATRÁS DA GENTE QUERENDO BRINCAR DE JOGOS MORTAIS!

Melissa virou para a melhor amiga indignada.

– Amber como você pode me culpar pelo que está acontecendo? COMO EU IA SABER QUE O FRED IRIA SER ASSASSINADO? COMO EU IA SABER QUE ESSA ERA UMA MÁ IDEIA?

– ISSO SEMPRE FOI UMA MÁ IDEIA, MELISSA, E VOCÊ SABIA DISSO.

–GENTE! - Interrompeu Henry. - PAREM. Vocês não estão vendo que brigar não vai fazer diferença alguma nesse momento? Que diferença faz o que vocês fizeram ou não no passado agora? Vocês realmente acham que brigar vai afastar ele, ela, o que for de jogar com a gente? Não temos outra opção além de ficarmos juntos e tentarmos sair dessa vivos…Além de que…Não importa o que fizermos, jamais conseguiremos trazer Fred de volta. - Seus labios, Amber pode perceber, fraquejaram por um momento, mas logo vestia novamente sua máscara psicológica e parecia bem; apesar de seus olhos entregarem a verdade. Fred se fora.

Amber respirou fundo e seu olhar se cruzou com o de Arthur. O ruivo parecia sério; mais sério que o usual. Parecia estar segurando a respiração contando alguns segundos, e então soltando. Ainda segurava com força o canivete. Ele estava ao lado de Melissa. Amber não queria cruzar olhares com a melhor amiga. Elas nunca brigavam, e quando o faziam, sentia um remorso instantaneo, como se tivesse cometido um grande erro. Melissa se sentia da mesma forma, apesar de tentar não demonstrar. Suas sobrancelhas estavam juntas e seu olhar penetrado. Se Amber conhecia bem a amiga, sabia que estava pensando em alguma coisa; alguma coisa importante.

– Não. - Ela disse repentinamente. - Isso está errado. A gente está ignorando alguma coisa que não deveria ser ignorada.

Todos a olharam. Tudo estava errado. Do que ela poderia estar falando?

– “Ele sabia demais”? O que diabos Fred sabia demais? Porque ele foi morto? Justo hoje, justo aqui, justo agora? Vocês não percebem que tem alguma coisa muito mais complexa do que aparenta? E essa mensagem Üm bom anfitrião continuaria a festa”? O que isso significa?

Arthur se pronunciou pela primeira vez.

– Seja la quem fez isso… Quer muito mais do que simplesmente matar a gente… Ele talvez queira acima de tudo jogar com a gente.. Mas se Fred sabia demais… Henry, você sabe de alguma coisa? O Fred veio agindo de forma estranha… Como se alguém o tivesse ameaçado?

Henry negou com a cabeça.

– Fred sempre agiu de forma inconvencional. Mas ele me disse uma coisa estranha ontem, antes de virmos para cá. Ele me mostrou a fraternidade, e… Disse que já havia entrado aqui antes.

Amber viu Daria colocar uma mecha de seu cabelo loiro para trás. A garota consolava Alice, que silenciosamente chorava.

– Seja lá quem for que tenha matado Fred, está tentando jogar um jogo com a gente. E acredito que vamos ter que jogar pelas regras dele.

Alice limpou os olhos.

– Será que ele está nos ouvindo agora mesmo?

Amber finalmente olhou nos olhos de Melissa. A garota continuava raciocinando.

– Eu me espantaria se não estivesse.

x_x

Todos estavam em silêncio. Os pequenos minutos desde que Melissa dissera o que todos de certa forma já sabiam pareciam horas. “Fred sempre agiu de forma inconvencional”, Henry dissera. Melissa juntou suas sobrancelhas. Uma cena de alguns meses atrás lhe passou pela cabeça.

Era outono de 2012. Um ano antes. Amber havia acabado de sair de sua aula de teoria da música quando alguém lhe puxou pelo ombro. Eram mãos fortes, firmes, realmente muito másculas. A garota se virou. Era Frederick, seu colega de classe. Assim como ela, estava no segundo ano de musica, mas nunca realmente chegara a falar com o garoto.

Ele era moreno, alto, forte, cabelos curtos e olhos esverdeados. Era realmente muito bonito. Já ouvira falar muito sobre ele. Viera de uma família muito rica, e desde pequeno sempre teve tudo o que queria. Sempre o via em festas pegando outras garotas, fumando e bebendo. Ela conhecia aquele tipo; era um garoto mimado e sem limites. Mas ela não o culpava; em certo ponto, a garota também não se impunha muitos limites, principalmente quando se tratava de garotos bonitos e misteriosos que colocavam a mão em seu ombro no fim da aula.

– Oi - ele disse

– Como vai?

– Nada demais… Só reparei em você hoje durante a aula. Gostei da coleira. Amber, certo?

A garota tocou na “coleira” de couro que usava no pescoço desde os tempos de colegial.

– Sim, e… Obrigada. Suponho que esteja falando comigo porque quer meu número?

– Você supôs corretamente. - Ele respondeu.

A garota se virou completamente para ele, e sorriu sarcasticamente, colocando uma mecha de seus cabelos cacheados atrás da orelha.

– Porque não pulamos esse pedaço e vamos direto a parte em que marcamos o nosso encontro?

– Gosto de mulher com atitude - ele riu. - Hoje a noite, na minha fraternidade, depois das oito. Meus amigos vão ter saido até lá. O lugar será todo nosso - ele se aproximou. - A minha é do outro lado da sua, cinco casas para a direita. Ela é branca.

– Como você sabe aonde eu moro, Fredderick?

– Pode me chamar de Fred - ele piscou - E digamos que não é de hoje que eu venha reparando em você durante a aula.

Fred saiu andando. Amber sorriu e foi para o almoço, pensando em como seria sua noite; Já não ficava com alguém há mais de três semanas e estava animada.

x_x

– E então…? - Perguntou Fred, deitado nu em sua cama, com os braços cruzados atrás da cabeça. Amber sentara-se cobrindo a parte inferior de seu corpo com o lençol.

– Foi bom. - Ela disse.

– Bom? - Ele a olhou, arqueando uma sobrancelha.

Amber riu.

– Ta bom, se você insiste. Foi ótimo - Ela o fitou.

– Melhor. - Ele sorriu. Levantou-se, pegou algo no bolso de sua calça, e voltou para a cama. Era um isqueiro e um pacote de cigarros. Pegou um maço e o acendeu.

Amber engoliu em ceco.

– Servida? - Ele perguntou.

– Eu não fumo. - Ela disse, com os olhos vidrados no teto.

–Ah é? - Ele riu sarcasticamente - ah, entendi. Você não fuma mais.Vamos lá, um só não lhe fará mal.

– Você não entende - ela disse - eu realmente não posso.

Sim, ela não fumava mais. Ela prometera ha anos atrás, perto dos 16, que não fumaria de novo. E ela estava dando o seu melhor para manter aquela promessa.

– Acho que entendi. - Ele se virou para frente. - Gostaria de ter o mesmo auto-controle que você tem. Sabe Audrey-

– Meu nome é Amber.

– Exato. Sabe Amber, eu fiz muitas decisões erradas na minha vida. Creio que já acabei com ela ha muito tempo. Fiz muita, mas muita merda. Coisas irreversíveis. Coisas que você não conta para uma garota na noite de sua primeira transa com ela. - Amber revirou os olhos e riu - E coisas que você não contaria nem para quem você mais se importa.

– Para mante-los seguros?

– Para mante-los longe. - Ele corrigiu - Sabe Amber, é como se eu tivesse atirado uma flecha para mim mesmo ao futuro. E ela está la, esperando para rasgar a minha carne. E uma hora ou outra, essa flecha irá me acertar. Mas até la - ele tragou seu cigarro - esse não é um problema meu.




Amber arregalou os olhos, se lembrando daquela noite. É como se eu tivesse atirado uma flecha ao futuro, ele disse.

Amber sentia que aquele dia havia chegado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui! Reviews? Eles me deixam muito feliz e me motivam a continuar >.



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