Liberdade num olhar escrita por Cyn


Capítulo 23
Capitulo 23


Notas iniciais do capítulo

Uma compensação visto que o outro foi pequeno



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/522752/chapter/23

Capitulo 23- Acabou?

– Alguma notícia? – Perguntou Jedrek sem fôlego.

– Nenhuma.

– Tenho que ir ver na aldeia. Possa ser que já tenha voltado.

– Vou contigo.

Jedrek hesitou.

– Não acho boa ideia.

– Eu fico longe. Mas deixa-me ir. Eu preciso saber como ela está.

– Está bem, vamos.

Ambos correram para a aldeia.

– O que diabos, se passa aqui? – Perguntou Jedrek assim que avistaram a aldeia.

Pessoas corriam de um lado para o outro. Não só os da aldeia, mas também haviam outras.

– Não faço ideia. Quem são aqueles ali de uniforme? – Perguntou Lucas.

– Soldados – Respondeu Jedrek.

Lucas percebeu que ele tinha ficado tenso.

– Algum problema?

– São soldados – Explicou.

Antes de Lucas poder perguntar alguma coisa, Jedrek começou a correr até á aldeia.

– Porquê soldados? – Perguntou Lucas quando o alcançou.

– Com quem vieste para aqui? – Perguntou-lhe Jedrek ignorando a sua pergunta.

– Para cá? Com os meus pais.

– Eles fazem o quê?

Lucas estranhou a pergunta mas respondeu.

– Minha mãe tem uma livraria e meu pai é General.

– General? General do quê?

– Como assim do quê? Ele é General. Apenas isso. – Disse encolhendo os ombros.

– Acho que o teu pai não te explicou o trabalho dele.

– Como assim? – Perguntou confuso.

– Seu canalha – Ouviu-se uma voz atrás dele. – Onde é que a metestes? – Perguntou Michal.

– Ele não está com ela. Deixa-o. – Pediu-lhe Jedrek.

– Ele é um deles Jed. Eles têm-na. – Acusou sem tirar os olhos de Lucas.

– Quem é que eles têm? – Perguntou-lhe Jedrek.

– Belle. Ainda não entendes-te? Eles têm-na. – Falou calmamente.

Jedrek olhou para Lucas.

– Eu não tenho nada a ver com isso. Eu juro – Defendeu-se Lucas.

– ZDRAJCA! – Gritou Michal.

Alguns da aldeia vieram correndo.

– Onde está minha filha? – Perguntou Walenty segurando pela camisola.

–Eu não sei.

– ZDRAJCA. Como te atreves? Metes-te na minha casa e mentiste. Achas que eu vou acreditar que ti agora? ONDE É QUE ELA ESTÁ?

– Deixa-o Walenty. Ele pode-nos ser muito útil. – Disse um homem.

– Em quê? – Perguntou Walenty olhando para o homem.

– Podemos troca-lo pela nossa liberdade. – Explicou o homem avançando.

– Boa ideia. Vamos. – Puxou Lucas consigo até ao centro da aldeia.

– APARECE SEU COBARDE!- Gritou outro homem.

– TEMOS ALGO QUE VOS PERTENCE! – Gritou Walenty olhando para Lucas.

General apareceu detrás dos arbustos com vários homens atrás. Lucas ficou espantado por ver seu pai ali.

– Larguem-no. – Rugiu o General.

– Primeiro quero a minha filha. – Rugiu-lhe também Walenty.

– Eu não tenho a miúda.

– Que pena. Então o rapaz não sai daqui. – Disse o primeiro homem ameaçando.

– Passem-no para cá. AGORA!

– Dê-me a minha filha.

– EU JÁ DISSE QUE NÃO TENHO A MIÚDA! – Gritou.

– ENTÃO ONDE É QUE ELA ESTÁ?!

– Eu? – Perguntou uma voz. Uma voz que Lucas conhecia bem demais.

– Belle – Jedrek correu e abraçou-a – Onde te metes-te?

– Ogień é pai. – Disse sorrindo.

– Pai? – Perguntou Jedrek confuso.

Mirabelle assentiu e olhou para trás.

Ogień, Cień e um peuqeno potro estavam na colina a olha-los.

Ogień relinchou assim que Mirabelle acenou.

– Foste sozinha? – Perguntou Jedrek pasmado – Sabes que é perigoso.

– Mas eu não fui sozinha. Elliot ajudou-me – Disse olhando para Lucas.

– Elliot? – Perguntou confuso.

– Eu – Elliot, apareceu ficando ao lado dela.

– Elliot? O que fazes aqui? – Perguntou Lucas.

Lucas não sabia se estava com ciúmes ou espantado.

– Vim avisar-vos. Mas só encontrei a ela. – Explicou.

– Avisar-nos do quê?

Elliot não respondeu, mas olhou para o General. Lucas entendeu do que se tratava. Ele sabia que o General ia tentar algo contra Mirabelle naquele dia. Por isso veio ajudar.

– Obrigada – Sussurrou-lhe Lucas.

Elliot sorriu.

– JÁ CHEGA! – Gritou General – Quero os rapazes aqui. Já provamos que não a tínhamos. Agora passem-nos para cá.

– Ainda não. – Disse Walenty – Minha filha está salva. Por agora. Nada me garante que nesta guerra ela saia ferida. Apenas o daremos se prometerem deixar-nos em paz. Ninguém sairá ferido disto.

Lucas não se importou de estar ali. Era um bom acordo. E ele não queria que acontecesse nada com Mirabelle ou outro.

– Isso é absurdo – Bufou General.

– Quer o rapaz ou não? – Perguntou o homem impaciente.

General olhou-o duramente.

– Então? Vai querer negociar? – Perguntou Walenty calmamente.

– Largue o meu filho. – Rugiu.

– Vou larga-lo, assim que chegarmos a uma acordo.

General riu secamente.

– Eu nunca negociarei com um de vocês. Sois criaturas que não mereceis respeito.

Walenty ficou tenso.

– Foi para isso que mandou o seu filho?

– Nunca iria por Lucas perto de vocês. Não desejaria isso nem ao meu pior inimigo.

Lucas ficou boquiaberto.

Ele sabia que seu pai era um mostro, mas não ao ponto de matar pessoas.

Quem era ele afinal?

– Como queira. Acredito que o miúdo não tenha vindo pelas suas ordens, mas acontece que ele enganou minha filha. Todos nós.

– É mentira. – Todos olharam para Mirabelle.

– Para – Sussurrou-lhe Jedrek.

– Eu sabia. – Ela confessou ignorando Jedrek

– O quê?- Perguntou Walenty.

– Eu sabia que ele era da civilização – Admitiu. Sua voz vinha tremula.

– Mirabelle … - Sussurrou-lhe Lucas.

Por mais que ele tenha admirado a sua coragem, era arriscado demais.

Walenty olhou para Mirabelle. Várias emoções passavam pelo seu olhar.

– Jedrek! – Chamou o homem.

– Sim.

– Leva a tua irmã para dentro. Tua mãe deve estar desesperada.

Jedrek assentiu e passou o braço ao redor da cintura dela.

– Vamos.

Mirabelle olhou para Lucas assustada.

– Vai – Sussurrou-lhe Lucas.

Mirabelle assentiu ainda com dúvida e seguiu Jedrek.

Por mais que quisesse falar com ela, tê-la em segurança era a primeira opção.

– Parece que Lucas não foi o único que mentiu – Disse General sorrindo.

– Pai pára. – Pediu Lucas duramente.

– Devia ouvir o seu rapaz – Disse Walenty. – É verdade. Minha filha mentiu. E falarei com ela sobre isso. Mas acontece que o seu filho fez pior. Ela tem apenas quinze anos e sempre causou problemas. Não me admira que ela tenha mentido. Contudo, minha filha não passou dos limites indo para o vosso mundo.

– Verdade. Fui eu que convenci Mirabelle para me trazer – Admitiu Lucas.

General olhou para Lucas e sorriu.

– Muito bem. Fazemos um acordo. Devolveis-me meu filho e nós não atacaremos. – Propôs General.

Walenty olhou para os homens.

– Aceita – Disse quando todos concordaram.

Largou Lucas e mandou-o para o General.

– Agora saiam das nossas terras. – Ordenou.

General pôs a mão no ombro de Lucas e levou-o. Elliot seguiu atrás deles.

Quando estavam quase a chegar á casa general falou pela primeira vez.

– Sabes o que me fizeste perder?

Lucas olhou-o duramente.

– E tu? Sabes o que eu perdi?

General revirou os olhos.

– Tu não perdes-te nada. Acabei de te salvar a vida.

– Salvar? – Lucas parou e pôs-se a frente dele.

O general podia ser mais velho, mas Lucas tinha mais força que ele.

– Tu não me salvas-te. Por tua causa eu nunca mais a vou ver. A única coisa que tu fizeste foi arruinar-me a vida.

Lucas deu a volta e andou para dentro de casa.

– LUCAS! – Chamou o General – LUCAS, VOLTA IMEDIATAMENTE AQUI!

Quando entrou em casa sua mãe correu até ele.

– Lucas, meu filho. Estás bem? Diz-me que estás bem – Pediu abraçando-o.

Lucas era um palmo mais alto que ela.

– Eu estou bem. Tu é que te casas-te com um monstro. – Disse sem sentimentos.

– Lucas…

– Eu sou um monstro? – Perguntou General atrás dele. - Diz-me, que monstro acaba de salvar a vida do seu filho?

Lucas voltou-se para ele.

– O típico monstro que mata humanos. O típico monstro que prefere matar a ver o filho feliz.

General riu secamente.

– Feliz? Que felicidade terias ali? Aquela miúda não vale um centavo sequer. Ela não se compara a Senhorita Tompson.

Lucas abriu os braços.

– Nisso tens razão. Mirabelle não se pode comparar á Bree. E sabes porquê?

– Porque Senhorita Tompson é de um nível muito mais alto que essa miúda.

– Não, não é isso. É porque Mirabelle tem uma coisa que Bree nunca conseguiu ter. E faça o que ela fizer nunca conseguirá.

– E que coisa é essa? – Perguntou General.

– O meu coração.

Sorriu e subiu as escadas.

Mesmo que não tivesse motivos para sorrir, ter enfrentado o pai, já era alguma coisa. Mas não muita.

– Lucas – Chamou Elliot quando entraram no quarto.

– Não quero falar Elliot.

– Eu entendo. Apenas quero que saibas que acredito que não foi a ultima vez que a viste.

Lucas voltou-se para lhe perguntar o que queria dizer, mas Elliot já tinha ido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Liberdade num olhar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.