Ritmo, Amor e Partituras - EM HIATUS escrita por Cerejinhaa


Capítulo 5
Capítulo 5 – O idiota do meu vizinho


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!
Mais um capítulo pra vocês... espero que gostem!
Boa Leitura!
*--*



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Capítulo 5 – O idiota do meu vizinho.

Narração Sakura On

Meu vizinho Sasuke Uchiha é inacreditável. Quem ele pensa que é? Que garoto mais petulante e estupido, ele não tirou os olhos de mim durante toda a aula, parecia me avaliar, e tenho quase certeza que ele falava de mim naquela troca de bilhetinhos com seu amigo, eu não via a hora do sinal para o intervalo tocar pra eu me livrar daquele olhar avaliativo dele. Eu definitivamente odeio Sasuke Uchiha. Ele se acha só porque é lindo e rico, tá eu confesso que acho ele bonito, mas todo aquele comportamento idiota dele ofusca toda a sua beleza, ele é o tipo de garoto que eu classifico como B.O: Bonitinho mais originário.

Segui caminhando pelos corredores do colégio até chegar ao pátio, meu queixo foi ao chão quando vi aquele lugar. O pátio do colégio era lindo, o refeitório mais parecia uma praça de alimentação de shopping, havia várias mini lanchonetes e várias mesas para os alunos se sentar e comer. Mais ao fundo tinha um jardim que dava acesso à área atlética, lá tinha quadra de vôlei, futebol, tênis, basquete, tinha quadra de todos os esportes que se possa imaginar. Fiquei encantada com aquele lugar nunca vi nada parecido, no meu antigo colégio não tinha nada daquilo, o que tinha era uma cantina com comida ruim, não havia lugar para os alunos se sentar, comíamos em pé mesmo, e tinha apenas uma quadra de futebol e ela não estava nas melhores condições. Fiquei abobada com a paisagem local só sai do transe em que estava quando meu estomago começou a roncar de fome, decidi ir comprar alguma coisa pra comer, fui até uma das lanchonetes e comprei um sanduíche natural e um copo de suco, sentei-me em uma das mesas vagas e comecei a comer.

Estava comendo tranquilamente o meu lanche quando de repede ouço gritos histéricos, olho em direção de onde vem os gritos e vejo meu vizinho idiota aparecer na praça de alimentação cercado de garotas. Ele veio andando na minha direção abraçado com aquelas patricinhas mesquinhas. Ele parou em frente à mesa em que eu estava sentada e me encarrou com um sorriso debochado.

–Meninas, por favor, peçam pra novata sair da minha mesa! – ele disse para as garotas.

–Claro Sasuke-kun! – disse uma garota loira metida.

–Ei, novata dê o fora dai! Essa mesa pertence ao Sasuke-kun! – ela disse me encarando.

–Hum é mesmo?! Mas não estou vendo o nome dele escrito aqui! – eu disse olhando a mesa como se procurasse o nome dele escrito em algum lugar.

–Escuta aqui sua esquisita de cabelo rosa é melhor você sair desse lugar! Essa mesa pertence aos populares, não os novatos sem classe, então dê o fora! – disse à ruiva que eu tive o desprazer de conhecer hoje mais cedo.

–Não, eu vou sair de onde estou, o refeitório e uma área pública do colégio e cada aluno tem o direito de sentar onde quiser! – eu disse firme sem me levantar da cadeira.

A essa altura já havia se formado uma multidão de curiosos ao nosso redor, todos queriam saber o que estava acontecendo. De repente a ruiva largou o Sasuke e veio até mim.

–Saia dessa mesa agora! – ela disse puxando o meu braço.

–Já disse que não vou sair! E tire as suas mãos imundas de mim! – eu reclamei puxando o meu braço do agarre dela.

–Sai logo dessa mesa sua filha da puta! – a ruiva disse voltando a puxar o meu braço.

Naquele momento pedi à paciência que ainda me restava, levantei-me da cadeira e empurrei aquela ruiva estupida com toda a minha força, ela caiu sentada de bunda no chão.

–Escuta aqui sua ruiva de araque, você pode me xingar do tudo que quiser, mas não ouse ofender a minha mãe! – eu disse puxando o braço dela com toda força a fazendo gritar de dor.

–Sakura, solta ela! – Sasuke disse calmo chamando a minha atenção.

Olhei para ele irritada e soltei à ruiva, ela foi correndo para os braços dele, mas Sasuke a afastou.

–Já chega de brigas meninas, Sakura tem razão, o pátio é uma área publica do colégio, nós não podemos impedir ninguém de sentar onde bem quiser! – Sasuke disse me olhando de modo serio.

–Que bom que você entendeu! – eu disse voltando a me sentar à mesa para comer.

–Entendi sim! – Sasuke disse puxando uma cadeira para se sentar à mesa também.

–O que pensa que está fazendo? – perguntei ao vê-lo se sentar a minha frente.

–Estou me sentando à mesa oras, como você mesma disse a mesa é publica e cada aluno pode se sentar onde bem quiser! – Sasuke respondeu.

–Sim, mas eu cheguei primeiro e já estou sentada nessa mesa! – eu disse o encarando.

–Sim, mas ainda há cadeiras livres! Tem algum problema se eu e minhas amigas nós sentarmos aqui? – ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.

–Não! – rosnei em resposta.

Sasuke deu um sorriso de lado e chamou as meninas para se sentarem ao lado dele. Aquele infeliz esta fazendo aquilo de proposito, ele queria me provocar, só pode. As garotas se sentaram ao lado dele e ficaram me encarado enraivecidas, elas eram um bando de trouxas. As garotas ficavam elogiando Sasuke o tempo todo, elas não paravam de falar o quando ele era lindo e incrível, elas faziam de tudo para chamar sua atenção, sem falar que faziam tudo o que aquele cafajeste mandava, até comida na boquinha dele elas davam. Aquilo estava me enojando e acabando com meu apetite, como elas podiam ser tão bobas? Elas o veneravam e ele as tratava como lixo.

Em poucos minutos eu saquei qual era a intenção do meu vizinho. Ele queria me mostrar quem era. Descobri que meu vizinho idiota é simplesmente o cara mais popular do colégio, o capitão do time de futebol, o cara mais disputado pelas garotas, o cara que levava vantagem em tudo, e que fica com todas as garotas que quiser. Agora o erro dele era pensar que tudo aquilo de alguma forma me impressionaria, talvez ele pensasse que eu iria me sentir uma tola por tê-lo rejeitado hoje mais cedo, e voltaria a trás depois de saber aquelas coisas sobre ele, pobre iludido, ele não sabia nada sobre mim. Logo Sasuke começou a se agarrar com uma das garotas que estava na mesa ao lado dele, aquilo já era demais pro meu estomago, nem terminei de comer meu lanche, apenas levantei-me e sai dali.

Eu caminhava tranquilamente pelos corredores do colégio quando senti alguém tocar o meus ombros e me chamar, quando virei-me para trás me deparei com uma garota morena de olhos castanhos, ela usava dois coques no cabelo, ela me lembrava um pouco a pucca do desenho animado.

–Com licença, você é a aluna nova não é? Sakura Haruno?! – ela perguntou.

–Sim, sou eu mesma! – respondi a encarando curiosa. O que ela queria comigo?

–Eu sou Tenten e essa é minha amiga Hinata! – ela disse puxando uma garota de cabelos pretos azulados de trás dela.

–Oi! – a garota disse tímida.

–Oi! – respondi educadamente a encarando.

–Nos vimos o que você fez no refeitório, aquilo foi demais! – Tenten disse empolgada.

–Do que você está falando? – perguntei confusa.

–Estou falando de você ter brigado pelo direito de se sentar onde quiser no refeitório. Aqueles populares metidos acham que podem controlar tudo, eles não deixam ninguém que não seja do grupinho deles se sentar naquela mesa, sem falar que vivem destratados os outros alunos sabe?! Os nerds e os bolsistas! – ela disse.

–Bolsistas? – perguntei confusa.

–Sim, ao contrario do que deve estar pensando, nem todos que estudam aqui são filhinhos de papai. O colégio oferece bolsas de estudos para os menos afortunados, mas a maioria dos bolsistas acaba desistindo de estudar aqui por causa da pressão dos outros alunos. Os riquinhos não querem alunos que não sejam da mesma classe social que eles estudando aqui, entende? – ela perguntou.

–Entendo! – respondi surpresa com a noticia.

–Mas me responde uma coisa Sakura, é verdade você que deu o fora em Sasuke Uchiha? – ela perguntou curiosa.

–Como soube disso? – perguntei curiosa.

–Todo o colégio está comentando! Não é todo dia que um Uchiha é rejeitado. Na verdade acho que você é a primeira garota a esnobar Sasuke, todas caem de amor por ele, ele é tipo assim: o cara mais popular e respeitado desse colégio! – ela disse.

–Sério? Não sei como as garotas podem gostar tanto dele, ele é tão.... desprezível!! O que as elas veem naquele idiota? – perguntei incrédula.

–Beleza e dinheiro! Aqui é isso que importa! Conseguir ficar com ele é como conseguir um pedacinho do ouro mais caro do mundo! – ela respondeu.

–Tudo bem ele pode até ser muito bonito, mas é superficial, é uma bela casca, mas por dentro está podre e oca! – eu disse.

Naquele momento o sinal para o intervalo tocou avisando que todos devíamos voltar para a aula.

–É melhor voltarmos pra classe. À próxima aula é do Orochobixa e ele detesta atrasos! – Tenten disse.

No caminho até a classe descobri que Tenten e Hinata estudavam na mesma classe que eu, e até que aquelas duas eram bem legais.

Entramos na classe e nos sentamos em nossos lugares. Tenten e Hinata sentavam bem atrás de mim, e para a minha sorte Sasuke ainda não havia voltado do intervalo. Logo o professor apareceu na sala, ele era bastante estranho, parecia uma cobra.

–Sente-se alunos vamos dar inicio a aula! – o professor disse fechando a porta da sala de aula.

Ele se sentou à mesa começou a fazer a chamada, mas logo foi interrompido por alguém que batia à porta. Ele se levantou e abriu a porta da sala encontrando meu vizinho idiota do outro lado.

–Sasuke, está atrasado de novo! – o professor disse mal humorado.

–Desculpe professor... Posso entrar? – ele perguntou.

–Pode, mais vai ficar com falta! – ele respondeu e deixou o Uchiha entrar na aula.

O idiota se sentou ao meu lado com um sorriso provocante, ele estava com marcas de batom por todo o pescoço. O professor logo voltou a fazer a chamada, mas quando encontrou o meu nome na lista ele estranhou.

–Sakura Haruno?! Quem é Sakura Haruno? – ele perguntou olhando para a classe.

–Presente! – respondi levantando a mão.

–Você é a aluna nova? – o professor perguntou me encarando de uma forma sinistra.

–Sim – respondi.

–Hm! – ele murmurou e voltou a fazer a chamada.

Aquele professor era um cara muito esquisito, não sei explicar direito o porquê mais ele me dava arrepios. Depois disso a aula seguiu normalmente, ele era professor de biologia, e começou a explicar algumas coisas sobre o corpo humano.

Narração Sakura Off

Narração Sasuke On

O professor explicava alguma coisa que eu não fazia muita questão de prestar a atenção. Eu observava Sakura, aquela garota parecia até ter imã que me atraia a ela, pois eu não conseguia parar de olhá-la, não conseguia evitar, era mais forte que eu. Com certeza Sakura já estava arrependida por ter me rejeitado hoje mais cedo, afinal eu tinha mostrado a ela quem eu sou, e ela provavelmente já havia notado o que perdeu ao me rejeitar. Eu sou o cara mais popular desse colégio, o mais bonito, o mais rico, o mais gostoso, e com certeza ela cairia aos meus pés agora.

–Sasuke, sabe dizer qual é a parte mais sensível do corpo humano? – o professor perguntou me tirando de meus devaneios.

–Hã? – perguntei desviando o olhar de Sakura para ele.

–Eu perguntei se você sabe qual é a parte mais sensível do corpo humano? – ele perguntou novamente com os braços cruzados.

–Depende, o senhor quer saber qual a parte mais sensível do corpo de um homem ou de uma mulher? – perguntei.

–E tem diferença? - o dobe do Naruto perguntou.

–É claro que tem, a parte sensível do corpo de um homem são os testículos! Qualquer pancadinha é uma dor terrível, não gosto nem de pensar! Mas também há vantagens em ser a zona mais sensível, por exemplo, uma linguadinha nos testículos é tudo de bom! – eu disse e os meninos concordaram.

–E a parte mais sensível do corpo de uma mulher qual é? – Naruto perguntou curioso.

Olhei para Sakura e sorri de lado, aquela era a oportunidade perfeita de eu me vingar pelo chute que ela havia dado nos meus testículos.

–Eu desconfio que seja os seios! – respondi a encarando.

–Os seios? – Naruto perguntou confuso.

–Sim, dá só uma olha no que acontece quando apertamos com força!- eu disse depositando minha mão sobre os seios de Sakura, os apertei com toda a minha força.

Ela urrava de dor e se contorcia na cadeira, quanto soltei os seios dela, ela desferiu um forte tapa na minha cara.

–Seu idiota! – ela disse irritada massageando os mamilos inchados.

Não liguei para o tapa que ela me deu no rosto, eu estava mais satisfeito em ver o constrangimento e a fúria dela.

–Se tocar em mim outra vez, eu te mato, ouviu?! Eu mato você! – ela gritou furiosa.

–Já chega! Sasuke por que fez isso? – o professor perguntou.

–Eu queria comprovar se a minha teoria estava certa oras! – respondi dando de ombros.

–Sakura, você está bem? – o professor perguntou a ela em seguida.

–Não, esse imbecil me machucou! – ela disse nervosa tocando os seios que deviam estar doloridos.

–Vem comigo, vou levá-la até a enfermaria, e quanto à você Sasuke, vá para a sala do diretor agora! – o professor Orochimaru disse saindo da sala acompanhado por Sakura.

Levantei-me da cadeira e fui até a sala do diretor, bati na porta e entrei antes mesmo de receber sua permissão para entrar na sala. O diretor do colégio era um velho tarado, seu nome era Jiraiya, ele também era o professor de literatura.

–Sasuke?! O que faz aqui? – ele perguntou curioso ao me ver entrar na sala.

–O professor Orochimaru me mandou pra cá! – respondi me sentando em uma cadeira de frente para ele.

–Por quê? O que você fez? – ele perguntou.

–Digamos que apertei os seios de uma garota durante a aula! – respondi.

–Ora Sasuke, não podia ter esperado a aula terminar para se atracar com ela? Eu entendo que você é jovem e que é difícil controlar os hormônios, mas você sabe como o professor Orochimaru é rígido, terei que te dar uma advertência por isso! – ele disse.

Naquele instante mais alguém bateu na porta da sala.

–Entre! – o diretor Jiraiya disse.

O professor Orochimaru entrou na sala acompanhado de Sakura.

–Olá Orochimaru! Quem é essa com você? – Jiraiya perguntou se referindo a Sakura.

–A aluna nova do 3° ano! – Orochimaru respondeu.

–Ah sim Sakura Haruno! Sente-se, por favor! – Jiraiya disse.

Os dois se sentaram nas cadeiras vagas em frente à mesa do diretor.

–Então, qual o motivo de estarem aqui? – Jiraiya perguntou serio.

–Este garoto é um tarado, é um idiota, um imbecil, um vadio sem escrúpulos! – Sakura disse nervosa apontando seu dedo para mim.

–O que ele fez pra você? - Jiraiya perguntou.

–Ele... (Sakura se remexeu na cadeira desconfortavelmente) Ele me agrediu! – ela respondeu.

–O quê?! Eu não te agredi coisa nenhuma! – falei bravo.

–Você me machucou! Estão doendo! – Sakura disse colocando a mãos sobre os seios que havia apertado.

–Também doeu aquele chute que você deu nas minhas bolas! – respondi me irritando.

–Que bom, era pra doer mesmo! – ela disse brava me deixando ainda mais nervoso.

–Escuta aqui sua... – fui interrompido pelo diretor Jiraiya.

–Já chega de discussão! O que há com vocês dois? Parecem cão e gato brigando! – Jiraiya falou bravo se levando da cadeira.

–Sasuke, você está de castigo e vai ter que levar uma advertência por apertar os seios da sua colega. Traga esse documento amanhã assinado pelos seus pais, sem ele assinado não poderá entrar amanhã na aula! - Jiraiya disse me entregando-me um papel da advertência.

Peguei o papel nas mãos e engoli a seco, estou ferrado, meu pai vai ficar furioso quando souber que levei uma advertência escolar.

Narração Sasuke Off

Narração Sakura On

Sorri satisfeita ao ver meu vizinho idiota se dar mal, garoto estupido, como ele ousa tocar em mim daquela maneira, ele fez de proposito para se vingar pelo chute que eu dei nas suas bolas naquele outro dia.

–Sasuke e Orochimaru vocês dois estão dispensados, quanto a você Sakura quero que fique mais um pouco, eu tenho assuntos a tratar com você!- Jiraiya disse.

Estranhei pedido do diretor, mas resolvi obedecer, Sasuke saiu da sala acompanhado pelo professor esquisito e eu fiquei a sós com o tal Jiraiya.

–Sakura, lamento pelo incidente com Sasuke, ele não costuma agir assim... espero que seus seios já tenha parado de doer! – o diretor disse olhando para seios.

–Sim a dor já passou! – respondi incomodada com seu olhar. Ele pareceu perceber meu desconforto pois logo desvio o olhar. Tarado!

–Eu posso ir agora? – perguntei em seguida.

–Ainda não, antes eu tenho que lhe entregar isso! –o diretor disse abrindo sua gaveta para pegar alguma coisa, ele me entregou uma chave.

–Pra que isso? – perguntei confusa.

–É a chave do seu armário, seus livros escolares e seu uniforme de ginastica estão lá dentro! – o diretor disse.

–Ah, sim, obrigada! – respondi.

–Agora já pode ir.... e seja bem-vinda ao Elite School! – o diretor disse amigavelmente.

Despedi-me dele e sai de sua sala. As aulas já haviam terminado e só havia restado eu no colégio, peguei meu material escolar e voltei pra casa a pé mesmo, o colégio não ficava muito longe da minha casa nova, quando cheguei em casa encontrei meu avô na sala cercado de caixas.

–Oi, como foi o primeiro dia no colégio? – ele perguntou ao me ver entrar em casa.

–Pior do que eu imaginava!- respondi.

–Por quê? O que houve? – ele perguntou preocupado.

–Nada de mais, esquece! O que tem nessas caixas? – perguntei curiosa.

–Dds velhos! Quer que eu te ensinar a transformar algo velho em algo novo e original? – ele perguntou.

–Quero! – respondi.

Meu avô me ensinou a fazer uma cortina com cds velhos, nós também desmontamos algumas prateleiras velhas e mudamos suas formas e desenhos, até que foi divertido, ficamos a tarde toda fazendo aquilo, só paramos para almoçar. Até que meu avó era uma pessoa legal, ele era bastante inteligente e criativo. Já havíamos terminado o serviço e agora eu guardava meus livros na prateleiras novas, elas tinham o formato de um violão, quando terminei de guardar tudo, encarei meu avô na cadeira de rodas, mas naquele instante algo me chamou a atenção.

–Que cicatriz é dessas? – perguntei curiosa apontando para o pescoço dele.

–O quê? – ele perguntou confuso.

–Essa cicatriz na sua nuca! – falei.

–Ah isso?! É resultado do meu acidente! – ele disse tocando o local.

–Acidente? – perguntei.

–Sim, você não sabe como eu fiquei paraplégico né? – ele perguntou.

–Não, meu pai não quis falar muito sobre o assunto! – respondi.

–Pois bem, eu vou te contar o que aconteceu... Era uma sexta feira à tarde, eu estava indo visitar uma obra, eu havia fechado um contrato bilionário para reformar um resort em Nantucket, minha missão era transformar um velho hotel em um dos resorts mais luxuosos do pais. Quando cheguei ao local da construção fui avisado pelo engenheiro de obras que a estrutura do prédio estava comprometida, ignorei todos os avisos de segurança e quis entrar no prédio para ver como tudo estava. O lugar estava em péssimas condições, poderia desabar a qualquer momento, teríamos que demolir tudo e começar a construção do zero, mas quando eu estava prestes a sair do local encostei acidentalmente em uma parece, ela abalou toda estrutura do andar de cima e os enormes blocos de concreto e metal caíram sobre mim, fiquei soterrado em meios ao escombros por dias, ninguém esperava me encontrar vivo, mas felizmente eu sobrevivi.

–Que horror, eu não sabia que o acidente havia sido tão grave assim! – falei horroriza com a história que me avô contava.

–Sim foi horrível, foi um milagre eu ter sobrevivido, mas infelizmente o acidente me deixou paraplégico. Eu tive uma grave lesão na medula espinhal, o meu caso é irreversível, sou dependente dessa cadeira de rodas agora. Às vezes eu sinto muitas dores pelo corpo também, mas tudo isso meu ensinou algo muito importante! - ele disse.

–O quê? - perguntei curiosa.

–Dinheiro, vaidade e arrogância não servem pra nada, só para arruinar a vida de uma pessoa. Quando eu estava em baixo daqueles escombros eu só pensava em uma coisa... Em você e no seu pai! Eu tinha uma neta que eu nunca havia conhecido, tudo por causa da minha vaidade e egoísmo... hoje eu percebo o quanto fui ignorante, de que adianta toda a fortuna que eu tenho agora? Nenhum dinheiro pode comprar minha saúde de volta! – meu avô disse começando a chorar.

Senti pena dele, era óbvio que ele estava sofrendo muito com tudo aquilo, aproximei-me dele e o abracei.

–Sakura, me desculpe, me desculpe por ter te abandonado, por ter sido um avó ausente e ruim! – ele dizia em meio ao choro.

–Não precisa se desculpar! Eu não me importo com o passado! Você está aqui agora, e é isso que me importa! – eu disse.

Meu avô enxugou as lágrimas dos olhos e me encarou.

–Obrigada Sakura, você se tornou uma excelente garota! – ele disse.

Sorri em resposta, olhei para meu relógio de pulso e assustei-me quando vi a hora.

–Essa não! – murmurei encarando o relógio.

–O que foi? – meu avô perguntou preocupado.

–Estou atrasada para a aula! – eu disse indo correndo buscar meu violão e minha bolsa.

–Aula? – meu avô perguntou confuso.

–Sim eu dou aulas em um centro comunitário toda segunda à noite! – respondi me arrumando apressadamente.

–Hum, legal! Quer que eu peça para o nosso motorista levar você até lá? – meu avô perguntou.

–Não precisa, eu pego um ônibus! – respondi.

–Mas você não está atrasada? – ele perguntou.

–Sim, mas vai dar tempo de pegar o ônibus se eu correr... não se preocupe não volto muito tarde! – eu disse e sai de casa apresada.

Sai caminhando pelas ruas do bairro, eu procurava um ponto de ônibus mais próximo, mas naquele bairro parecia não passar ônibus, pois não encontrei nenhum ponto de parada. Estava quase desistindo e voltando pra casa quando de repente ouço o som de uma buzina. Quando olhei para o lado vi um Lamborghni preto parado ao meu lado na rua. De repente o motorista abaixou os vidros do carro, era o meu vizinho Itachi.

–Está perdida? – Itachi perguntou com um sorriso.

–Não, estou procurando um ponto de ônibus, você sabe onde tem um por aqui? – perguntei.

–A 3 quarteirões daqui tem um! Vai a algum lugar? – ele perguntou de volta.

–Sim, eu vou ao centro da cidade! – respondi.

–Entra no carro, eu levo você! – meu vizinho disse abrindo a porta do seu carro para eu entrar.

–Não precisa Itachi, eu vou de ônibus! – respondi sem graça.

–Eu ínsito em levá-la, eu estou indo para o centro também, é caminho! – ele respondeu.

Mordi meu lábio inferior e encarrei meu vizinho lindo, eu estava atrasada, e agora lembrei-me que havia esquecido de pegar o dinheiro para o ônibus. Itachi parecia ser um cara legal e ele estava sendo gentil, bem ao contrario do irmão que era sempre arrogante e estúpido. Que mal haveria em aceitar uma carona?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...
Comentários me deixam muito feliz...



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