Nathaniel entrou no escritório do pai sem bater. Maxon sabia que ele viria, afinal, ele mesmo havia chamado o filho até ali. Já estava acostumado com as entradas repentinas do filho, nem se assustava mais.

– O que foi dessa vez? – Nathaniel perguntou, sentando-se e cruzando os braços.

– Estou ótimo, muito obrigado por perguntar. – retrucou o rei, repreendendo-o.

– Olá querido pai, majestade real, como esta nesta bela manhã?

– Pode parar. Estou falando sério desta vez. – Maxon revirou os olhos, e endureceu sua expressão. – Quero saber como anda a sua seleção.

– Em que sentido?

– No sentido de que eu quero saber se você já tem alguém em mente.

– Não. Ainda não tenho ninguém em mente.

– Nem uma misera ideia? Sabe, eu já sabia que seria a sua mãe antes mesmo da elite. A decisão dependia mais dela do que de mim.

– Não, pai. Ainda não. Preciso de mais tempo.

– Tudo bem. É o seguinte. Os rebeldes estão nos pressionando de todos os lados. Querem o fim da seleção. Eles acham ainda que a seleção é só um pretexto para tirar a atenção das castas. – Maxon encarou o filho firmemente- Eu preciso que você corra a sua decisão.

– Pai. Você teve o tempo que precisou para tomar a sua decisão. Não me pressione para eu tomar a minha! – Nathaniel retrucou, bufando, irritado.

– Mas eu preciso! Não podemos sofrer mais um ataque, Nathaniel! Já pedi que recrutem mais guardas, perdemos muitos no ultimo ataque. Estamos perdendo o controle!

– Então porque em vez de você me pressionar para encontrar uma noiva, você não se preocupa em dissolver uma das castas de uma vez por todas? – Nathaniel gritou para o pai, e se levantou, saindo do escritório, batendo a porta.

~*~

Nathaniel estava estressado. A conversa que havia tido com seu pai ainda ecoava em sua mente. Havia passado o dia todo pensando em como deveria agir, e ainda não tinha a resposta. Precisava arrumar um jeito de se distrair e espairecer. Já que sua irmã não estava mais ali para isso, nada melhor do que ter uma conversa com seus dois melhores amigos. Principalmente se fosse à base de bebidas.

Teve que arrumar um jeito para que eles pudessem ter a noite de folga. Um dos benefícios de ser príncipe. Agora esperava numa das salas do palácio, com varias e varias garrafas de cerveja. Só os amigos mesmo para o fazerem esperar.

– Parece que alguém está com uma seria carência. – brincou David entrando na sala junto a Mattew. Eles se sentaram e cada um pegou uma bebida.

– O que aconteceu de tão urgente, Nath? – perguntou Mattew depois de dar o primeiro gole.

– Acho que ele esta sentindo faltar da irmã, e veio nos usar de substitutos. – David sugeriu. Nathaniel revirou os olhos, não querendo admitir que o amigo estava certo.

– Eu preciso da sincera opinião de vocês. – falou Nathaniel, encarando fixamente o vidro da cerveja, como se lá estivesse à resposta da pergunta que ele ainda não fizera. – Como eu devo seguir com essa seleção?

– E por que te ajudaríamos? No final você acabará ignorando tudo que eu falei, e faria o que você quisesse. E seria o oposto do que eu te recomendei a fazer. – retrucou Mattew, relembrando de todas as vezes que aconselhou o amigo, e que não adiantaram de nada.

– E sem falar que não somos os melhores conselheiros amorosos que existem. – complementou David. – A não ser que você queira ajuda para satisfazer as selecionadas. Ai eu posso te ajudar.

– Muito engraçado, David. Não se preocupe. Não preciso de ajuda para satisfazê-las. E nem de um conselho amoroso. O que quero saber é quem vocês acham que deve ser a próxima eliminada. – anunciou o príncipe. Os guardas se entreolharam sem saber como responder. Depois de alguns goles de cerveja, foi que Mattew respondeu.

– Acho que você deveria eliminar aquela que você tem certeza que não tem chances. Pare e pense, quais poderiam te fazer um rei melhor? Qual tipo de rainha seria cada uma?

– E se não tiver nenhuma que eu não veja como uma futura rainha?

– Então vá naquela que vai te dar mais dor de cabeça do que beijos. – disse David. – E ai, querido amigo, não podemos te ajudar.

~*~

Nathaniel passou a noite pensando no que havia conversado com os amigos. Ele não sabia se o que faria era certo. Se não iria eliminar alguém que provavelmente seria uma boa rainha. Mas dentre todas as selecionadas, aquela era a que provavelmente seria a que mais lhe daria dor de cabeça em vez de beijos. Ou mordidas bem dolorosas no meio dos beijos.

Enquanto seguia em direção ao jardim, pediu para um dos guardas a levá-la até onde ele estaria.

Aliviava-se ao saber que aparentemente ela não fazia questão de estar no palácio. Não gostava de mandar alguém embora. Preferia que fizessem isso por ele. Mas agora não era uma coisa permitida.

Ele também não gostava de parecer que esta desistindo de um desafio. Mandá-la embora parecia desistir de conquistá-la. Coisa que ele odiava. Não entendia como ela poderia parecer nem um pouco interessada nele. Afinal, ele era tudo que uma garota queria. Todas as outras demonstravam ao menos um sinal de interesse. Mesmo aquelas que ele ainda não havia beijado.

Mas analisando por esse lado, era melhor eliminá-la mesmo. Melhor ficar com mais tempo com aquelas que gostavam dele.

– Ouvi falar que vossa majestade deseja falar comigo a sós. – disse Taylor se aproximando de onde ele estava.

– Sim senhorita. Imagino que a senhorita não saiba por que a chamei aqui...

– Você vai me eliminar, não é? – foi direta. Nathaniel ficou sem palavras. Será que suas atitudes estavam tão fácies de determinar assim?!

– Por que supõem isso?

– Ora, estamos perto do top 5. É preciso voltar eliminar meninas. E quem melhor para começar do que aquela que mordeu a boca real? Não sou burra príncipe. E devo admitir. Até fico feliz. Sendo sincera. Não temos futuro. E sinto falta do meu irmão e dos meus pais. Do meu circo. Não nasci para ser uma rainha. – explicou a menina.

– Bem... A senhorita está certa. – informou o príncipe. Taylor deu de ombros.

– Se isso é tudo, posso ir arrumar minhas coisas?

– Sim. Vá. Se despeça das suas amigas. E de noite será levada de volta a sua casa. – falou o príncipe.

– Ok. – assentiu a ex-selecionada. Começou a seguir em direção ao palácio, mas parou no meio do caminho e se virou para o príncipe. – Ah, e se vossa alteza não tivesse me eliminado, eu sairia por vontade própria. – falou e foi para o palácio.

~*~

Nathaniel andava pelo palácio, pensativo. No dia anterior ele havia eliminado Taylor, e a garota havia voltado para a casa. A seleção estava indo rápido, como Maxon queria. De certa forma isso era bom, porque Maxon ficava feliz e parava de incomodar Nathaniel. Mas era ruim ver as garotas indo embora, por mais que ele não se imaginasse casando com elas, algumas tinham até virado amigas dele. Nathaniel não sabia no que a seleção ia dar, mas já estava ficando assustado com o quão rápido ela andava. Já estavam no TOP 6. Quanto tempo de seleção ele ainda teria?

Já que a seleção estava passando tão rápido, ele devia aproveitar um pouco mais o tempo que ainda tinha, não devia? Sim, devia. Ele então começou a planejar um encontro, e já sabia com quem seria. Ashley.

A garota estava nos jardins, e pareceu muito agradecida de poder deixar a aula de Silvia para passear com o príncipe pelo palácio. Realmente, a aula de Silvia parecia estar muito chata naquele dia.

– E então, o que vamos fazer? – Ashley perguntou, seguindo ao lado dele pelo corredor.

– Eu estava pensando em jogarmos um pouco. – ele sorriu, confiante.

– Jogarmos o que? – Ela terminou de perguntar no mesmo instante que Nathaniel abria uma porta. Dentro dela havia uma sala, com algumas mesas de diversos tamanhos e estilos diferentes. Nathaniel se aproximou da maior e pegou um taco.

– Essa é a sala de jogos. Pensei em jogarmos uma partida de sinuca.

– Eu não sei jogar. – ela deu de ombros.

– É o seguinte. Você usa o taco para bater a bola branca nas bolas coloridas. A primeira a encaçapada é a bola vermelha, que é com o numero menor, e assim sucessivamente, da menor pra maior. Cada bola equivale ao numero de pontos do numero escrito nela, por exemplo, as amarelas tem o número dois, valem dois pontos para você. Os números vão se somando no jogo. Se você fizer algo de errado, ou uma infração, você perde dois pontos. Dúvidas?

– Muitas, mas vamos jogar.

Nathaniel jogou primeiro, para mostrar a ela como fazer. E então foi a vez de Ashley. Depois de errar a tacada pela quinta vez, ela queria desistir. Nathaniel então se posicionou atrás dela, e guiou o braço dela para que Ashley acertasse a tacada.

– Acertei! – ela exclamou, comemorando.

Nathaniel sorriu para a garota, concordando, enquanto ela tentava uma segunda tacada. Ainda com a ajuda dele. A menina acertou de novo, e se virou para abraçá-lo em comemoração. Nathaniel aproveitou a oportunidade e a beijou.

~*~

Era um daqueles dias quando não se tem nada para fazer. Nathaniel já estava cansado de não fazer nada. De repente, teve a ideia de reviver uma parte da sua infância. E foi para o antigo parque que ia quando era pequeno com sua irmã.

Para o azar dele, teve que ser escoltado por dois guardas, devido as regras do seu pai. No meio do caminho teve a ideia de aproveitar aquela deixa e ter um encontro com alguma das garotas. Pediu “gentilmente” para que um dos guardas fosse a chamar. O que ele teve que fazer.

Ficou sentando no antigo balanço, que incrivelmente ainda o aguentava, enquanto esperava. Quinze minutos depois, Kella chegou acompanhada do guarda. Nathathaniel se levantou para cumprimenta-la.

– Espero que não se importe de que nosso encontro seja aqui. – ele falou sinceramente, enquanto após se sentavam nos balanços.

– É claro que não. Lembra-me da minha infância. Frequentava um desses perto da minha casa. – Kella respondeu sorrindo.

– Eu costumava vir muito aqui com a Zoey. Mas o tempo foi passando, nós crescemos, e isso foi ficando cada fez mais abandonado. – Nathaniel relembrou. – Não sei por que, mas os jardineiros não gostam muito dessa área. – ele brincou, olhando para a grama alta, que não recebia um corte há meses.

– Assim ainda fica bonita. Dá um ar misterioso a tudo isso. – disse ela, abrindo os braços. – Parece até que estamos dentro de um filme, e que o mundo lá fora não existe.

– Você fica bonita quando fica divagando assim... – ele comentou. A ruiva ficou com o rosto vermelho devido ao comentário do príncipe. Ele aproximou o rosto do dela. E ela em vez de se afastar, foi na mesma direção e seus lábios se tocaram.

~*~

Rosemary terminava de se vestir, quando ouviu batidas na porta. Deveria ser o príncipe. Ela calçou uma sapatinha e abriu a porta. Tinha acertado no seu palpite.

– Boa noite, príncipe. – ela o saudou.

– Boa noite, Rosemary. Está linda. – ele a elogiou. Ela usava roupas básicas, e ele seguia o mesmo estilo.

– O que faremos essa noite, alteza?- perguntou Rosemary, enquanto saia do quarto, e começavam a andar pelo palácio.

– Bem, eu lembrei do nosso encontro na adega e resolvi seguir o exemplo. Sei que coisas muito grandiosas não combinam com você. – Nathaniel respondeu. Mas manteve segredo do local de onde iriam.

O príncipe foi firme, e não revelou onde iriam e nem o que fariam. Mesmo a selecionada insistindo.

Poucos minutos depois eles chegaram ao destino. Era uma sala perto da cozinha. Nela tinha um tapete, e no meio dele uma mesa de pequena estatura. Em cima dela, um pequeno fogo com uma panela com chocolate em cima, e frutas ao lado.

– O que é isso? – ela perguntou olhando para a mesa.

– Fondue de chocolate. Acredito que nunca tenha comido, certo? – ele perguntou, sentando-se em frente a mesa. Rosemary sentou ao seu lado.

– Acertou. – admitiu ela, sorrindo levemente. – Como é que se come isso?

– Assim. – ele pegou um morango com o garfo e mergulhou na panela. Depois retirou o morango que estava coberto de chocolate. Ele deu para a garota experimentar.

– Hm, é gostoso. – ela admirou o gosto.

– Espera, você se sujou aqui. – Nathaniel disse, se aproximando ainda mais dela para limpar a beirada de sua boca, que estava melada de chocolate. Ele limpou delicadamente, e eles se encararam por meio segundo. Logo já estavam se beijando. Foi um beijo curto.

– Ok, só para mim que isso não deu certo? – perguntou Rosemary, após o estranho beijo. Nathaniel concordou.

– Definitivamente, não nascemos para nos beijar. Isso foi estranho.

– Acho que não daremos certo. – anunciou Rosemary. – Esse com certeza, foi o beijo mais sem química da minha vida. Ser rainha não vale a pena se eu tiver que passar o resto da vida perto de um cara gostoso, mas que o beijo não combina com o meu.

– Bem, já que estamos falando em ser rainha... – Nathaniel começou, meio incerto de suas palavras- Eu acho que você não poderia ser a rainha de Illéa. Então é até bom que você não queira mais ser.

– E por que eu não poderia ser a rainha? – ela perguntou, estranhando.

– Acho que você esqueceu de mencionar uma coisa muito importante na sua ficha de inscrição. – ele respondeu, e ela arregalou os olhos.

– Como você ficou sabendo? – ela perguntou, sussurrando.

– Eu sou o príncipe. A vida de todas as selecionadas foi pesquisada e averiguada. Você achava mesmo que nunca iríamos descobrir?

– Na verdade... Eu achei que vocês já soubessem.

– Acha mesmo que teriam aceitado uma garota que já matou pessoas, para entrar dentro do palácio real, e conviver com a família real? Provavelmente eles pensariam que você é uma rebelde tentando se infiltrar.

– Eu não sou uma rebelde! Eu sou só uma oito que não se entregou e arranjou formas de arranjar dinheiro e...

– Eu sei. Não estou falando a minha opinião. Estou falando a opinião deles, dos outros que me protegem e protegem a minha família. Rose, eu não ia te mandar embora. Eles iam.

– Como assim?

– Sua mãe é uma rebelde sulista, Rose. – ele disse, com convicção.

– Não, minha mãe esta morta.

– Não. Como eu disse, a segurança do palácio sabe de tudo. Sua mãe esta viva, e é uma rebelde sulista. Como você não teve contato com ela, eles viram que você não é uma rebelde, e por isso confiaram que você ficasse aqui. A decisão de te mandar embora ou não, ficou nas minhas mãos. E eu deixei você ficar por mais um tempo. E agora você me diz que quer sair?

– Vou estar segura fora do palácio com a minha mãe lá? – ela perguntou, inserta. A mãe a havia abandonado quando era tão nova, que todos a diziam que ela estava morta. E agora sua mãe era uma rebelde, e que poderia vir atrás dela.

– Você é uma três agora. Vai estar com pessoas que vão te proteger. E nos primeiros meses posso te garantir proteção.

– Tudo bem. Talvez seja até melhor se eu não estiver no palácio. Menos motivo para as pessoas falarem.

– O que acontece no palácio, fica no palácio. – ele sorriu, ela também.

~*~

Gemma andava pelo jardim do palácio. Ela se lembrava de como era sua vida antes da seleção, trabalhando na padaria de sua família. Sua vida era muito monótona, e ela queria mudar aquilo, então se inscrever na seleção foi um bom começo. Com toda certeza sua vida tinha mudado bastante, mas ela sentia falta de casa, não da monotonia, só da família.

Ela sabia que a competição estava cada vez mais difícil. Rosemary havia saído no dia anterior, e agora só restavam mais cinco selecionadas na competição. Só mais quatro garotas precisavam sair, e Illéa já teria uma nova rainha.

Gemma se sentou em um dos muitos bancos do jardim e ficou ali, aproveitando a brisa do vento. Silvia havia dispensado as garotas hoje da aula, disse que tinha muitas coisas para planejar. Nenhuma das selecionadas reclamou. Cada uma seguiu para um canto, para fazer o que quisessem fazer. Era estranho como nessas horas as selecionadas se distanciavam. Ela achava isso estranho, porque desde a elite as garotas estão sempre próximas e unidas.

Ela ouviu barulho nas folhas próximas a ela, e quando se virou para olhar, quem vinha era ninguém menos que o próprio príncipe. Nathaniel era um príncipe estranho, em vez de ternos e roupas mais “pomposas”, ele usava uma jaqueta de couro, calças jeans, e tênis. Ela gostava disso nele. Não sabe se eles se dariam bem se ele fosse muito principezinho.

– Olá Gemma. Sentiu minha falta? – ele perguntou, sarcástico. Pensando bem, fazia mesmo alguns dias que eles não conversavam de verdade, sabe, só os dois.

– Claro majestade, como eu poderia aguentar mais um segundo sem a sua presença? – ela respondeu, zoando ele. Ele riu, e se sentou.

– O que acha de mais uma “aventura”? – ele perguntou, literalmente aspando a palavra aventura com as mãos.

– Falou em aventura, estou dentro.

Ele ofereceu a mão a ela, e os dois caminharam pelo jardim até o destino escolhido por Nathaniel. Eles pararam em frente a uma grande árvore, com um grosso tronco e vários galhos.

– O desafio é o seguinte: subir até o topo daquela arvore.

– Moleza. – ela deu de ombros. – Mais alguma coisa?

– Lá em cima eu te conto. – ele piscou para ela.

Gemma foi na frente. Ela agradeceu o tempo todo por ter colocado um short confortável e um tênis bonitinho. Ficou se imaginando escalando aquela arvore e usando o vestido e o salto que usou no casamento. A cena seria hilária.

Nathaniel subia logo depois dela, com uma diferença de uns dois galhos. Ele usava bastante aquela arvore para fugir do castelo. Era um de seus pontos de fuga. Havia uma corda enrolada no muro do palácio, e ele tinha acesso a ela se subisse no alto da arvore, e então ele usava a corda para pular do outro lado.

– Parece que chegamos. – Gemma falou, agora um galho acima dele.

– Chegamos ao final dessa etapa. Pronta para a próxima? – ele sorriu, parecendo estar bem animado. Ela afirmou com a cabeça, e ele afastou alguns galhos. Gemma agora podia ver dois coletes, e uma longa corda, que ia até a parte baixa de uma arvore quase do outro lado do jardim. Ela arregalou os olhos.

– Isso é uma...

– Tirolesa? É sim! Legal não é? Mandei colocá-la há um tempo já. Mas eu uso bem pouco. Ultimamente tenho deixado os guardas usarem, eles aproveitam bastante quando precisam gastar energia. Vem, você vai primeiro.

Gemma ficou nervosa com a expectativa de andar em uma tirolesa. Ela nunca teve a oportunidade, e aquela era do tamanho perfeito. Nathaniel a ajudou a prender o colete, e depois ela somente se jogou do galho.

A sensação era de que ela estava voando, se sentia livre, e o vento batia em seu rosto. Infelizmente não durou por muito tempo, e quando viu, ela precisou puxar o freio, antes que esbarrasse em um dos galhos da arvore menor. Antes que tivesse tempo para recuperar o fôlego, ela escutou o grito de Nathaniel, e quando viu os dois estavam pendurados em um galho. Um tanto doloridos.

– Foi mal, meu freio falhou. – Nathaniel disse, olhando para a garota que estava pendurada por cima dele. Ela sorriu para ele, com vontade de rir. Ele se aproveitou da situação dos dois para beijá-la. Assim que o beijo terminou, os dois não se aguentaram, e começaram a rir.

~*~

Holly e Silvia entraram na sala de aula, e as cinco selecionadas restantes pararam imediatamente de conversar. As duas, como sempre, se posicionaram na frente da sala, mas desta vez não falaram nada, ficaram somente encarando as selecionadas. Holly se apoiou na mesa, quase sentando nela, e Silvia deu a volta no móvel, sentando-se na cadeira, lançando antes um olhar reprovador a filha.

– Então... – Katie começou, se dirigindo as duas- Quais os avisos de hoje?

– O príncipe Nathaniel virá falar com vocês daqui a pouco. – Holly informou, sorrindo para a garota- Não sabemos sobre o que ele quer falar.

– O príncipe pediu que nós duas estivéssemos aqui. Provavelmente receberemos alguma notícia junto com as senhoritas. – Silvia deu de ombros, colocando seus óculos, e começando a fazer anotações em um papel- Se ocupem de algo enquanto o príncipe não chega.

As garotas aproveitaram para começar a colocar suas lições em dia. Silvia adorava passar vários trabalhos e redações, o que sempre enchia as garotas de deveres. O príncipe não demorou muito a aparecer, diferente do normal.

– Olá senhoritas. – Nathaniel chegou sorridente na sala. Ele estava feliz, não pela notícia que daria, mas sim por não ter levado nenhuma bronca de seus pais. Maxon até estava feliz com o tanto que Nathaniel havia adiantado a seleção. – Tenho uma ótima notícia para vocês. Bom, ótima de certa forma. Suas famílias virão ao palácio, e passarão uns dias aqui.