Já fazia algum tempo que os irmãos conversam, e Zoey agradecia aos céus pelas temidas palavras não terem aparecido. Ele ainda não havia chegado a este ponto com nenhuma delas. E ela esperava que continuasse assim por um bom tempo. O máximo que ele havia feito naquela noite, era ter eliminado uma das selecionadas, por motivos estúpidos, na opinião da princesa.

– Ainda não acredito que você eliminou a Gabriella porque ela “falou mal” da Elizabeth. – comentou Zoey, repreendendo o irmão.

– Foi um motivo idiota, eu sei. Mas hey, pelo menos eliminei alguma. Você deveria ficar feliz por isso! – exclamou Nath. Zoey concordou com os argumentos do irmão, e eles voltaram a conversar besteiras por mais algum tempo.

Após o príncipe falar sobre vários assuntos, mas sem realmente se aprofundar em nenhum, Zoey resolveu falar sobre um fato que havia observado: - Então devo presumir que meu querido irmão inventou uma desculpa para me ver? – observou Zoey, após o príncipe falar sobre vários assuntos, mas sem realmente se aprofundar em nenhum.

– O que você quer dizer com isso, dona Zoey? – indagou ele arqueando a sobrancelha.

– Ora, estamos aqui há um tempão, e você ainda não pediu nenhum conselho. Em minha opinião, acho que finalmente caiu a ficha de que não estarei mais aqui, e que você sentirá minha falta. E por isso resolveu vir ter uma ultima conversa sem razão com sua irmã, como costumávamos ter antes dessa seleção. – a princesa apresentava seus argumentos.

– Talvez. Mas só talvez, você tenha um pouco de razão. Talvez eu sinta sua falta. – começou Nathaniel. – Ou talvez... Eu tenha vindo comentar que finalmente temos algo em comum, Zoey. Além do fato de sermos lindos, é claro – terminou ele, com um sorriso de orelha a orelha.

– E qual é esse algo? – perguntou curiosa.

– Nos dois gostamos de mulheres. – anunciou Nathaniel. Zoey revirou os olhos.

– Hilário, mas eu não gosto de mulheres ou de homens. Eu gosto das pessoas em si. – confessou a futura rainha, passando a mão pelos cabelos.

– Agora é que ela fala isso... Achei que depois da sua experiência com a Johanna você se assumiria. Sempre soube que tinha algo de estranho contigo. Alem de ser filha da America e do Maxon, é claro. – brincou o moreno, zombando com a irmã.

– Eu não me apaixonei pela Johanna porque ela era mulher, Nathaniel. E sim porque ela tinha aquele algo... – explicou a princesa.

– Aquele algo? – perguntou duvidoso.

– É. Aquela coisa especial. Que faz você feliz. – falou ela, sonhadoramente.

– Ah, então você se apaixonou por causa do beijo dela. – maliciou Nathaniel, fazendo a irmã revirar os olhos mais uma vez.

– Por que você sempre leva isso para esse lado?! E eu só beijei depois de me apaixonar. Então não, não foi pelo beijo. Ela era gentil. Tratava-me bem e... – desabafava, lembrando-se de como a antiga selecionada e paixão a tratava, numa época em que tudo parecia de ponta cabeça.

– Olha, por ser gentil e te tratar bem, você deveria esta apaixonada pelo seu noivo. Porque se eu tivesse no lugar dele, bem... Acho que o casamento não ocorreria mais. – sentenciou o príncipe, pensando sabiamente ao menos uma vez em sua vida.

– Sim, eu sei. O Joseph é aparentemente o cara perfeito. Bonito, charmoso, inteligente, piadista, gentil. Fofo com crianças pequenas. O jeito que ele fica quando esta com a irmãzinha é tão fofo. Sem falar nas covinhas que surgem nas bochechas dele. O cabelo dele é macio e está sempre despenteado de um jeito lindo. E... - Zoey falava com um sorriso bobo no rosto, como se estivesse viajando.

Nathaniel encarava a irmã sem acreditar no que escutava. - Zoey, acorda. - disse estalando os dedos na frente dela, que pulou de susto. - Você não precisa se apaixonar pelo seu noivo. Você está apaixonada!

~*~

Zoey não acreditava no que estava vendo. Em todos os cantos que olhava tudo que via era chocolate. Ela realmente deveria estar no paraíso. Abaixou-se, e comeu um pouco do chão. Hm, delicioso. Chocolate ao leite, seu preferido.

De repente, batidas soaram. O mundo começou a desabar. Zoey tentou engolir o máximo de chocolate possível, mas foi em vão.

– Princesa, desculpe acordá-la, mas já esta na hora. – falaram, enquanto as batidas continuavam.

– Eu... Já... Estou... Acordada. – respondeu em meio aos bocejos. Segundos depois ela caiu no sono mais uma vez. Logo quando ela conseguiu voltar para sua terra de chocolate, as pancadas na porta recomeçaram.

– Zoey! – gritaram do lado de fora do quarto. – Abre essa porta!

A princesa não conseguia pensar direito. Por que não a deixavam dormir? Será que era tão difícil assim lhe conseguir mais cinco minutos de sono? Até parece que haveria algo de importante naquele dia...

– Zoey! Você precisa se arrumar! – “Me arrumar? Para que? Meu pijama é tão confortável! E quem será essa doida que esta gritando? Será que não se lembra de que sou a princesa?! Se eu quiser mais cinco minutos de sono, eu posso tê-los”. Resmungava em pensamentos. Ela não conseguiu abrir os olhos. Não conseguia ou não queria, as duas opções se encaixam aqui.

– Zoey, acorde agora! Faltam poucas horas para o seu casamento. – as batidas ficavam cada vez mais fortes. “Espera ai... Casamento?”. Zoey acordou num pulo, se lembrando que dia era. Calçou sua sandália e colocou seu roupão, correu para abrir a porta. Se encontrou com uma Holly desesperada e descabelada do outro lado. – Graças aos céus! – suspirou aliviada. – Achei que tinha morrido ou algo assim. – comentou entrando no quarto. Nem respirou e já começou a dar ordens. – Primeiro, comer. Enquanto preparam a banheira para o seu banho real. E depois disso... Você será amassada, embrulhada, maquiada e tudo que tem direito. E teremos que correr, devido ao seu atraso.

Zoey engoliu em seco. De repente a cerimônia em si pareceu uma coisa adorável. O problema é o que vinha antes.

~*~

A princesa finalmente se encarava no espelho, após ser privada disso durante todo o dia, enquanto era preparada. Holly a proibira, pois queria que fosse uma surpresa. Zoey achou uma besteira, afinal, já vira o vestido, o penteado, a maquiagem, resumindo, tudo. Nada mais seria uma surpresa.

Mas ela se enganara. Se olhando no espelho, completamente pronta e com todos os itens juntos, ela ficou chocada. Nunca se sentira tão princesa quanto agora. Tudo estava perfeito.

– Você está linda filha. – comentou America, tentando segurar as lagrimas. Zoey segurou as mãos dela e agradeceu, tentando segurar as suas próprias lagrimas. – Seu pai terá um ataque quando te ver. Primeiro porque não acreditará que a filha cresceu tanto, e segundo porque terá que se afastar da bebezinha dele.

Zoey sorriu pensando na reação do pai. Sentiria falta deles.

– Então... Valeu a pena passar o dia longe do espelho não? – falou Holly sorrindo, já sabendo a resposta.

– Sim, valeu. – respondeu, sem conseguir parar de encarar o vestido.

– Missão comprida então. Agora vamos. Seu noivo logo logo terá um ataque no altar, por causa da sua demora. Que devo lembrar ocorreu porque certa pessoa dormiu demais. – caçoou Holly, não perdendo a oportunidade de perturbar a amiga uma ultima vez.

– Uma noiva nunca esta atrasada. Todos os outros é que estão adiantados.

~*~

Holly estava certa. Joseph começara a ter um ataque de pânico devido à demora de Zoey. Depois de tudo que passara em relação à noiva, ele acreditava que ela havia arrumado um jeito de fugir, e que as ultimas semanas foram atuação da parte dela. Não duvidada nada que Johanna estivesse no meio do plano de fuga.

Ele estava em uma sala privada, a poucos metros do altar. Preferia ficar ali do que no altar em si, pois caso a noiva realmente tivesse fugido, ele não teria que lidar com os olhares de pena.

Andava de um lado para o outro, literalmente contando os segundos. Sua única companhia era seu tio Pietro, que não ajudava muito na missão de mantê-lo calmo.

– Pelo menos o castelo está cheio de mulheres bonitas. Se sua noiva não aparecer estou certo que qualquer uma delas ficará feliz em te consolar. E nada melhor para consolar o futuro rei da Itália do que uma bela massagem, em todo seu corpo. E ai elas notam que o seu tio também ficou muito mexido com isso, e resolvem consolá-lo também... Você fica cansado demais, e elas resolvem só consolar o tio. A massagem evoluí para algo mais e ai... – nesse momento Joseph parou de ouvir. Definitivamente escutar sobre as orgias imaginarias do tio, que aconteceriam caso ele fosse abandonado no altar, não ajuda. Nem um pouco.

Se ele fosse de roer as unhas, já estaria roendo. O tempo parecia estar agindo de um modo louco, pois conseguia ser rápido e devagar ao mesmo tempo. O príncipe tentava entender como isso era possível.

Foi retirado das suas questões filosóficas com a entrada de Holly no recinto. Quando viu a amiga da sua futura esposa Joseph pirou de vez. Acreditava que ela estava ali para informar que Zoey – Ela fugiu, não foi? – perguntou. Mas não deu tempo da outra responder. – Eu sabia. É claro! E agora? O que farei? Não posso ir lá dizer isso para as pessoas, Holly. Não conseguirei. Por favor, informe-os para mim. – falou desesperado, começando a desfazer a gravata.

– Se acalme príncipe. Não há motivos para estresse. A princesa está pronta e esta vindo. Agora é a hora de você ir para o altar esperá-la. – disse. E depois disso Joseph sentiu como se um peso estivesse sendo retirado dos seus ombros. Zoey estava pronta e estava a caminho. Tudo daria certo.

~*~

Zoey estava muito nervosa. Joseph estava parado ao lado dela, e naquele momento ela não prestava atenção em nada do que o celebrante falava. Sua mãe estava sentada no banco atrás dela, mas ela tinha certeza que a rainha estava chorando no momento, ou será que era seu pai? Bom, ela não duvidava de nada.

Ela havia adorado a decoração. Estava perfeita, apesar de sua mãe estar sempre achando algum defeito em qualquer lugar. Era tudo em branco e em azul claro. Estranhamente, tudo aquilo lhe lembrava muito Joseph. Principalmente o tom de azul, era igual ao tom de seus olhos.

– Podem trazer as alianças. – o celebrante pediu. Que? Alianças? Eles já estavam tão adiantados assim no casamento?

Ela e Joseph se viraram, e pelo corredor vinham Lorenzo e Neal, empurrando Kiara em um carrinho, e presas em uma almofada no colo de Kiara, estavam às alianças. Os gêmeos chegaram ao final do corredor, tiraram as alianças da almofada, e entregaram-nas a Joseph.

– Príncipe Joseph da Itália, aceita a Princesa Zoey de Illéa como sua legitima esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

– Aceito. – Joseph sorriu para ela. Ambos estavam virados um para o outro.

– Princesa Zoey de Illéa, aceita o Príncipe Joseph da Itália, como seu legitimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

– Aceito. – ela suspirou, nervosa. O sorriso de Joseph aumentou.

Era a hora da troca das alianças. Ela teve um pequeno problema, por conta do nervosismo sua mão tremia muito, mas no fim, Joseph a ajudou a colocar a aliança nele.

– Diante disso, eu os declaro, marido e mulher. – declarou o celebrante- Já pode beijar a noiva.

Ela não havia pensado nisso. Será que Joseph ia beijar ela? Eles nunca haviam se beijado, o casamento era arranjado, e agora ele a beijaria na frente de todas aquelas pessoas. Joseph piscou para ela e sorriu, em seguida, segurou seu queixo e seus lábios se tocaram por um breve segundo. E então Joseph se afastou, sorrindo, e piscou para ela novamente.

Todos aplaudiram o casal. America e Maxon estavam abraçados, sorrindo para a filha. Maxon fungava constantemente. Nicolleta mandou um beijo para o filho, enquanto os gêmeos e Sebastian faziam sinal de joia com a mão.

– Então... estamos casados. – Zoey comentou, se arrependendo ao ver a expressão animada de Joseph.

– É, estamos casados!

~*~

Zoey e Joseph estavam em um dos lados do salão recebendo os cumprimentos de todos os convidados. America e Nicolleta andavam pelo salão, conversando sobre o quão lindo estava o casamento. Nicolleta estava muito feliz em ver o filho tão feliz.

– Acha que Zoey esta feliz? – a rainha italiana perguntou.

– Acho que ela esta começando a se acostumar com o Joseph, mas sim, acho que ela esta feliz. – America respondeu, dando de ombros- Só talvez, se fosse por ela, eles esperariam um pouco mais para se casar.

– Eu acho que esse casamento veio em uma boa hora, porque finalmente, depois de tantos anos, esses dois estão se entendendo.

As duas seguiram andando pelo salão, parando vez ou outra para conversar com algum convidado. Algumas mesas de distancia, Nathaniel estava sentado. Ele respeitava o fato de ser o casamento de sua irmã, mas ele teria feito tudo bem diferente, afinal, aquilo era um casamento ou um velório? Estava precisando de uma animação.

Ele passou o olhar pelo salão. Pensou em falar com os gêmeos, quem sabe eles não tinham alguma ideia interessante para animar aquilo tudo? Não, melhor deixar os gêmeos para ultimo plano, Zoey nunca mais olharia em sua cara se ele aprontasse algo em menos de uma hora de festa.

Ele olhou novamente em volta. Não havia ninguém ainda na pista de dança. Aquele sapato estava apertado, mas acho que ele aguentaria dançar um pouco. Ele chamaria uma das selecionadas, obviamente, mas quem? Katie? Não, se tem uma coisa que Katie não é boa, é dançar, a garota acabaria mais ainda com o pé dele. Rosemary? Rose seria uma boa escolha, mas a garota parecia bem entretida na conversa com a Kella. Kella também sem chances então...

“Onde estão às outras selecionadas?” Ele resolveu se levantar e dar uma volta pelo salão. Nathaniel não conhecia nem metade daquelas pessoas. Se um dia ele se casasse - como se isso realmente fosse acontecer – ele só iria querer pessoas que ele realmente conhecesse em seu casamento.

“Mas você é o futuro rei, e sua noiva será a futura rainha, você terá que convidar pessoas importantes para o seu casamento...” – Nem na minha mente minha mãe me dá sossego! – ele pensou, revirando os olhos.

– Hey, Ashley! – Nathaniel tratou logo de chamar a garota, assim que a viu. Ashley gostava de dançar, não gostava? Bom, ele esperava que sim.

– Oi Nathaniel. – Ashley sorriu para ele. “Aprendeu rápido” ele pensou. Nathaniel havia pedido às garotas que parassem de chamá-lo de “Majestade” ou de “Príncipe”, pelo menos quando estavam só entre eles.

– Quer dançar?

– Ah, claro. – ela respondeu, e ele começou a puxá-la para a pista.

– Espera, agora? – ela perguntou, surpresa.

– Se eu perguntei agora... – ele respondeu, sem entender.

– É que não podemos dançar agora.

– Por que não?

– Não se dança antes da valsa dos noivos. – ela respondeu, dando de ombros- Os primeiros a dançar tem que ser eles.

– Então por que eles não dançam antes de cumprimentar todo mundo? Isso aqui esta muito chato! – Nathaniel reclamou, parecendo uma criança, o que fez Ashley rir.- Ta, vamos comer alguma coisa. Isso nós podemos fazer antes dos noivos?

– Tecnicamente não, mas acho que os petiscos não tem problema. – ela deu de ombros- Afinal, eu vi a rainha Nicolleta roubar um brigadeiro antes.

Nathaniel riu, e puxou a garota para o outro lado do salão. “Você precisa parar com essa mania de puxar todo mundo.” - Ah, cala a boca mãe interior.

Ashley havia adorado a escolha de suas criadas para seu vestido. Ele era muito elegante, mas ainda assim dava uma liberdade incrível para ela andar. O vestido era bordô, um tom bem escuro de vermelho, tomara que caia, e com brilho prateado em volta do contorno do busto. Ia até um pouco abaixo do meio das coxas, e tinha uma saia bem solta, que dava um ar de leveza.

Os dois pegaram alguns doces e colocaram em um prato, em seguida foram para uma mesa no canto do salão.

– Caramba, o pessoal da cozinha caprichou dessa vez. – Nathaniel olhou embasbacado para o doce.

– E você esperava o que? É um casamento real! – Ashley comentou, pegando mais um.

– No aniversário do futuro rei eles não capricham desse jeito. – Nathaniel reclamou. Ashley revirou os olhos, mas ria por dentro- Ok, retirando meu momento de menino mimado... Me fale mais sobre sua família.

– Não curto muito falar sobre a minha família, sabe.

– Qual é, não pode ser tão ruim... O problema é o que? Seus pais?

– Isso.

– Seus pais são os reis de Illéa?

– Não.

– Seus pais te incomodam por você precisar se casar pra ser a futura rainha?

– Eu realmente espero que daqui a um tempo eles façam isso.

– Pode parar – ele riu, da indireta bem direta. – Tenho certeza que sua situação com os seus pais não é pior que a minha.

– Mas é parecida. – ela deu de ombros- Digamos que eu sempre fui muito cobrada pelos meus pais. Tudo sempre teve que ser perfeito.

– Ah, eu me lembro disso. Eles querem que você seja a filha perfeita, não é? – Nathaniel realmente não tinha uma boa memória, mas ele se esforçava. – Sua mãe que te pressiona muito, não é?

– É, minha mãe sempre quis a filha perfeita. Por exemplo, se ela me visse aqui, comendo todos esses doces, já teria um ataque, dizendo que eu iria engordar, e teria que malhar um monte para voltar a forma. Eu adoro ser modelo, mas ela exagera.

– Tenho certeza que ela não piraria se te visse agora. Você pode estar comendo um monte de doces, mas é na companhia do príncipe, então ela não faria um escândalo, até porque, estaria em um casamento real, e ela não faria escândalo em um lugar desses.

– Você me entendeu. – Ashley riu. A marcha nupcial começou a tocar. – Acho que esta na hora da valsa.

– Isso quer dizer que eu posso dançar? – Nathaniel perguntou, esperançoso.

– Primeiro os noivos, então os pais dos noivos, e então sim, você pode dançar.

– Vamos então, se bem que não é meu tipo favorito de dança, mas... – Nathaniel ficou pensativo, mas os dois foram para a pista mesmo assim.

~*~

Nathaniel estava começando a gostar do casamento. As selecionadas pareciam estar mais soltas por conta de toda aquela champanhe. Elas só estavam animadas, não chegaram a beber tanto, o que era bom, tudo que precisávamos agora era de alguém bêbado. Ele e Pietro haviam prometido a Joseph que não beberiam hoje, pra não causar problemas. Nathaniel cumpriu a promessa. Pietro estava em sérios problemas mais tarde.

Ele viu Gemma sentada, comendo um pedaço do bolo do casamento. Ele percebeu que a garota havia tirado os sapatos, e escondia os pés debaixo da mesa. Riu e foi até ela.

– Aposto que você preferiria muito mais estar usando um tênis agora. – Nathaniel comentou, sentando ao lado dela e a assustando.

– Dá pra notar tanto assim?

– Os sapatos ficaram para fora da toalha. – ele comentou, rindo, ao que ela puxou eles rapidamente com o pé.

– Eu adorei o design do sapato, ele é lindo, mas é muito alto, meus pés estão me matando.

– Você quer dançar?

– Qual a parte do “meus pés estão me matando” você não entendeu? – Gemma perguntou, ela normalmente não responderia assim, mas a bebida mais o estresse podem causar isso.

– Acho que você pode dançar sem os sapatos. – Nathaniel deu de ombros, ao que ela arregalou os olhos- Seu vestido é bem comprido, ninguém vai notar.

Realmente, o vestido de Gemma ia até o pé. Era vermelho, não chegava a ser escuro, mas também não era aquele vermelho vivo. A saia era bem solta, porem reta. A parte do busto era semelhante a um tomara que caia, porém o vestido possuía mangas que ficavam na metade do braço, deixando os ombros nus.

A garota concordou, e os dois se levantaram, indo para a pista de dança. Zoey e Joseph estavam comendo agora, como Nathaniel pode ver, estavam na mesa principal. Zoey parecia estar muito feliz de finalmente ter se sentado.

– Então Gemma, porque não me fala um pouco sobre a sua família? Não sei muito sobre eles ainda.

– Minha família é bem grande, sabe, tenho duas irmãs e um irmão. Tenho a minha avó também, mas ela mora do outro lado do país. Vejo ela bem pouco, mas ela é incrível. Eu puxei minha parte “radical” dela.

– Jura? O mais radical que meus pais são... não, eles não tem nada de radical. – eles riram.- Tudo bem, me fale de seus irmãos.

– Meu irmão Jack é adotado. – ele concordou. – Ele é o mais velho. Tem a Jane que tem dezessete anos, e tem a Katherine, que tem quatorze anos.

– Interessante. Meu relacionamento com a minha irmã é bem estranho. Digo, somos bem apegados, vou sentir falta dela...

Os dois continuaram girando pelo salão, enquanto falavam mais sobre suas famílias.

~*~

Nathaniel não acreditava. Aquele cara realmente não se tocava. Não bastava ter dado em cima de duas das suas garotas no dia da recepção, agora estava voando em cima da Katherine. De jeito nenhum que isso ficaria assim. Foi o mais rápido que conseguiu naquela direção.

– Ora quem está aqui? Está perdido Pietro? – Nathaniel perguntou, passando o braço pelo ombro de Katherine, a puxando para longe de Pietro.

– Ah, oi Nathaniel. Não, na verdade eu estava muito bem situado. Não posso mais nem conversar com as suas selecionadas? – Pietro perguntou, revirando os olhos. Oh principezinho ciumento.

– Não sem o meu consentimento. – Nathaniel respondeu. – Vamos Katherine.

Os dois foram andando até uma das mesas, e sentaram-se.

– O que ele queria com você? – Nathaniel perguntou.

– Na verdade, eu não faço ideia. – Katherine respondeu, sorrindo.

– Como assim?

– Eu nem sabia que ele estava ali. – ela deu de ombros. – Quer dizer, eu o ouvi se aproximar, mas achei que era alguém vindo pegar doces.

– Alias, o que você estava fazendo ali?

– Eu fui pegar doces. – ela, novamente, deu de ombros.

– Como você sabia que essa era a mesa de doces?

– Wiliana me guiou até lá. O olfato dela é incrível. – ela deu de ombros.

Nathaniel pulou de susto quando Wiliana se esfregou na perna dele. Ele já havia se esquecido completamente da cadela, quer dizer, ela aparecia do nada e quando Katherine chamava. Sem falar que não fazia barulho e nem fedia como a maioria dos cachorros. Nem parecia que a cadela estava ali.

– Quer dançar? – Nathaniel perguntou, vendo a garota sorrir.

– Quero sim, só não vá pisar no meu pé. – os dois riram, e ele a guiou até a pista de dança.

~*~

Zoey já estava em seu quarto. Bom, agora não mais só seu. Dela e de Joseph. Ela estava no banheiro, e morrendo de medo. Ela tirava o vestido perfeito que havia usado no casamento. O vestido era todo branco, ela não fazia mais ideia de que tom de branco que era. Na manga e no busto haviam detalhes em bordado. A saia era larga, porem não rodada. Com uma saia por cima, transparente e com os mesmos detalhes bordados que havia no busto. Havia um laço em sua cintura, dando um toque final. Ela terminou de tirá-lo, e o pendurou em um cabide no banheiro. Colocou então sua camisola favorita. Soltou seu penteado e tirou a maquiagem. Ela preferia ter tomado um banho, mas estava exausta demais para isso.

Agora ela se preparava para o que vinha após o casamento. A primeira noite. Ela estava temerosa. Primeiro, porque não sabia o que fazer, e segundo, porque ainda não tinha certeza de seus sentimentos por Joseph. Ela sempre quis que sua primeira vez fosse com alguém que ela realmente amasse, e tivesse uma relação de confiança.

Agora era tarde demais para pensar nisso. Ela fechou os olhos e abriu a porta do banheiro. O que tivesse que ser, seria.