– E voltamos com o Jornal Oficial de Illéa! Hoje, além da família real e do príncipe Joseph, da Itália, recebemos também nossas queridas selecionadas! Elas lutam pelo coração do nosso príncipe Nathaniel, e para futuramente, ser a nova princesa de Illéa!

As selecionadas estavam sentadas em três fileiras de cadeiras. Algumas pareciam nervosas, outras confiantes. Todas usavam vestidos, porém curtos, nada muito extravagante, e também não deveriam usar muita maquiagem, somente o suficiente. A justificativa da rainha, é que as pessoas deveriam vê-las como elas eram antes da seleção, como garotas normais que desejam se tornar a rainha deles. E então, nos próximos jornais, eles veriam suas transformações em pretendentes a princesa.

– Muito bem, durante o jornal, serão lidas perguntas enviadas pelo povo de Illéa, e as selecionadas as responderão. Muito bem, primeira pergunta é para... Ashley Forbes! Então Ashley, a pergunta é: “Como esta sua relação com as demais selecionadas? Fez alguma amizade?”.

– Bom, Alexander. Considero minha relação com as demais selecionadas boa. Não estive em nenhuma discussão até agora, nem confusão com nenhuma seleciona. Então acho que esta tudo bem por enquanto. – Apesar de toda a pressão de ser a primeira, Ashley não demonstrava estar nervosa. Ela estava acostumada com câmeras focadas nela, com o público, e entrevistas. Ashley usava um vestido branco com as alças em renda preta, o vestido era delineado na cintura por uma fita e um laço, também brancos. Nos pés usava uma sandália de salto vermelha, que se ressaltava. – E quanto às amizades, sim, tenho três selecionadas que considero minhas amigas.

– Muito bem, senhorita Forbes. – Alexander sorriu para a garota, e pegou uma nova cartela. – A pergunta agora é para... Katie Isabelle Sanders. Então, Katie, a pergunta é a seguinte: “Gostaria de falar algo para seus amigos e familiares?”.

– Sim, eu quero que saibam que estou aqui por eles, que estou com muitas saudades, e que espero que eles estejam orgulhosos de mim. – Katie estava nervosa, mas no momento da pergunta se acalmou ao ver que apenas falaria sobre seus pais. Ela estava esperando alguma pergunta difícil que ela provavelmente esqueceria a resposta por conta do nervosismo. Katie usava um vestido curto, como as demais, ele era roxo, tomara que caia, e feito em um tecido bem leve. Ela usava brincos da cor do vestido, uma corrente com um pássaro no pescoço, e sapatos de salto preto.

– Certo, senhorita Sanders. – Alexander passou então para a próxima cartela. – Vejam só, temos uma mesma pergunta para duas selecionadas! A pergunta e para as selecionadas Hanna Hastings e Gabriella Vitiello! A pergunta é: “Como vocês definiriam sua personalidade?”. Senhorita Gabriella primeiro.

– Bem, olá Alexander, eu definiria minha personalidade como uma pessoa direta, que sabe o que quer, e que corre atrás de seus sonhos. Sou sempre o mais verdadeira possível, e trato a todos como iguais. – Gabriella respondeu a pergunta de forma confiante. Ela trajava um vestido azul-claro, que mesmo com seu tom de pele, se destacou bastante na garota. Usava sapatos pretos, que ajudavam a realçar o tom do vestido, e brincos prateados.

– Ótima resposta, senhorita Vitiello. Sua vez, Hanna.

– Bom, Alexander, sou uma garota bem calma, que sempre luta pelo que acredita. Que tem um desejo de ajudar as pessoas, e que sempre tenta ir pelos melhores caminhos para chegar aonde quer. – Hanna também estava confiante. Ela vestia um vestido rosa claro, que era todo solto na saia, e bem junto da cintura para cima. Ele ainda tinha um detalhe dourado, que ia da cintura, passava entre o busto, e virava a alça do vestido. Seu sapato tinha um salto, porém não muito alto, e era da mesma cor do vestido.

– Muito bem, senhorita Hanna. – Alexander pegou a próxima cartela.- Nossa! Essa pessoa estava inspirada na pergunta! A pergunta é para as selecionadas Charlotte, Dandara, Johanna e Ally. E a pergunta é: “O que vocês acham das favoritas Hanna, Katherine e Elizabeth?”. Vamos começar pela senhorita Charlotte, sim?

– Olá, honestamente, eu não as conheço muito bem. Nos falamos bem pouco durante a seleção. Mas elas parecem boas garotas. – Charlotte respondeu, parecendo bem sincera no que falava.

– Muito bem. Senhorita Dandara?

– Eu também não tive muito contato com as três favoritas, mas Katherine tentou me ensinar o básico de alguns instrumentos musicais. Ela foi bem gentil comigo.

– Certo. Senhorita Ally?

– Eu sou amiga da Katherine, praticamente desde o primeiro dia. Ela sempre foi muito simpática comigo, e sempre conversamos bastante. Conversei com a Hanna algumas vezes, em atividades que nós selecionadas fazemos, ela foi muito gentil. Não me lembro de já ter conversado com a Elizabeth.

– Tudo bem então. Senhorita Johanna?

– Nunca me aproximei de nenhuma delas. Tenho minhas amigas aqui dentro, e gosto muito delas. Não achei necessário me aproximar das demais selecionadas se já tenho amigas aqui. Afinal, não estou aqui para fazer amigas, e sim lutar pelo príncipe e pela coroa. – Johanna respondeu. Ela usava um vestido azul marinho, curto, justo e tomara que caia. Do busto a cintura havia uma faixa de brilho prateado em diagonal. Ela também usava uma sandália de salto preta, e joias das cores do vestido.

– Ótima resposta Johanna! Muito bem, vamos para a próxima pergunta é para a selecionada Katherine Morgenstern. A pergunta é: “Você acha que sua deficiência poderá atrapalhar se você for rainha?”.

– Acredito que não vá me atrapalhar. A minha vida inteira eu fui cega, e sempre me virei sem maiores problemas. Eu toco instrumentos, posso ler graças ao braile e outras tecnologias, tenho uma oratória boa como qualquer outra selecionada. Não vejo no que a minha falta de visão possa realmente me atrapalhar como rainha.

– Ótima resposta, Katherine. – Alexander sorriu, e pegou a próxima pergunta. – A pergunta agora é para Rosemary Marie Magnani: “Já teve algum encontro com o príncipe? Como foi?”.

– Bom, sim, eu já tive um encontro com o príncipe, mas eu gostaria que ficasse somente entre nós dois. É algo especial para mim, que eu não gostaria de compartilhar. – Rosemary usava um vestido em um tom escuro de azul. A saia era soltinha, enquanto a parte do busto era mais apertada. A região próxima aos ombros era coberta por um tecido transparente e com brilhos. Ela usava uma sandália azul, e brincos combinando.

– Tudo bem então, é compreensivo. – Alexander sorriu, concordando. – A próxima pergunta é para Miranda e Elizabeth. Na verdade são duas perguntas, vamos lá: “Qual selecionada vocês admiram? E quais vocês não gostam muito, e por que?”. Perguntas complicadas. Muito bem, senhorita Elizabeth, você primeiro.

– Eu não acho que conheça alguma das selecionadas o suficiente para ADMIRAR, mas eu gosto da Rosemary, por mesmo tendo sido uma oito, esta se saindo muito melhor que algumas de castas maiores. – Elizabeth vestia um vestido vermelho e tomara que caia. Ele tinha um efeito de como se fosse todo puxado para o lado, e uma parte da saia deixava aparecer às camadas de baixo do vestido, por uma fenda na frente. Ela usava sapato e joias pretas- Uma selecionada que eu não gosto é a Charlotte, porque ela é legal com todo mundo, parece que quer ser amiga de todas. Dá a impressão que é falsa.

– Muito bem, agora a senhorita Miranda.

– Uma selecionada que admiro é a Kella, por ser médica e por seguir seus sonhos. – Miranda usava um vestido azul-claro com prata, ele era rodado e tomara que caia. Com detalhes brilhantes no busto. Seu salto e joias combinavam com as cores do vestido. -Uma selecionada que eu não gosto, é a Elizabeth, porque ela finge ser o que não é.

– Muito bem. A próxima pergunta é para a selecionada Kella McDhall: “O que esta achando da estadia no palácio?”.

– Ah, esta maravilhosa! Estou aprendendo tantas coisas! E fiz muitas amigas aqui. Sem falar que todos me tratam muito bem. Estou me sentindo fantástica! – Kella realmente parecia animada, ela vestia um vestido rosa, quase em um tom de salmão. Com uma saia esvoaçante, e com a parte do busto coberta de pedras. Seus brincos e sapatos eram da mesma cor do vestido.

– Muito bom. A próxima pergunta é para Gemma Elizabeth Red. Gemma, a pergunta é: “Espera algo da Seleção?”.

– Além da oportunidade de virar a futura rainha do meu país, eu vejo a Seleção como uma aventura que estou vivendo, e espero colher bons frutos de tudo isso. – Gemma vestia um vestido branco, tomara que caia, com renda. Seus sapatos e acessórios combinavam perfeitamente com o vestido.

– Muito bom Gemma. A pergunta agora é para vossa majestade, o príncipe Nathaniel. – Alexander disse, deixando alguns presentes um pouco chocados.

– Para mim? Não sabia que podiam me fazer perguntas. – Nathaniel perguntou, com expressão confusa.

– Vossa Majestade é o protagonista dessa seleção. Obviamente teríamos uma pergunta. E a pergunta é: Você já beijou alguma selecionada?

– A resposta é: não. Que tipo de pessoa vocês acham que eu sou? Não tive tempo de ter um encontro com cada uma até agora! Nem as conheço direito ainda! Por favor.

– Interessante. E com isso terminamos nosso Jornal Oficial de Illéa, até a próxima edição!

~*~

Gabriella não acreditava que finalmente havia chegado sua vez de se encontrar com o príncipe. A ansiedade a dominava enquanto se arrumava. Evelyn e Nathalia tiveram que acalmá-la milhares de vezes. Agora ela estava sentada, esperando um dos guardas, para ser levada até o local do encontro.

Isso não demorou a ocorrer. Logo bateram na porta e pouco depois ela andava em direção ao seu destino, com o coração a mil. Esperava que o príncipe não a decepcionasse.

– É aqui que a deixo. – anunciou o guarda, quando chegaram à frente de duas portas enormes. Ele abriu uma para que ela passasse, e foi embora.

Gabriella se surpreendeu com o local. Era uma sala com dimensões quase gigantescas, com varias e várias poltronas. E perto dela, na frente das cadeiras, uma tela enorme. Ela olhava tudo tão encantada, que nem notou o príncipe, que se encontrava na ultima fileira.

– Bem vinda ao meu cinema particular. – saudou Nathaniel, se levantando e seguindo em direção a ela.

– É tão lindo! – comentou, não se referindo só ao cinema. Seu coração palpitava com a aproximação do príncipe. Ele pegou uma das mãos dela e beijou. Gabriella não conseguiu se controlar e sorriu bobamente.

– Vamos sentar? – perguntou apontando para o lugar de onde havia saído. Ela assentiu e eles seguiram para aquela direção.

– O que vamos fazer aqui? – indagou ela, sentando onde Nathaniel indicou. Instantaneamente ela se arrependeu de não ter colocado um casaco, pois fazia muito frio.

– Bem, olhei na sua ficha que você gosta de musica e coisas assim, então resolvi te mostrar um documentário sobre a produção de pianos. Falando assim parece ser meio chato...

Ele foi interrompido por uma ansiosa Gabriella. – Não, não parece. Sempre tive uma curiosidade de saber como os pianos são feitos. – se apressou em dizer. Corou ao notar que havia interrompido o príncipe. –Me desculpe, continue.

Nathaniel resolveu ignorar a falha dela e continuou. – Como estava dizendo, parece meio chato, mas no final é uma coisa bem legal. E como você acabou de falar que tem curiosidade, acho que gostará. – complementou. Depois aumentou o tom da voz e falou – Mattew pode iniciar o filme. – foi prontamente obedecido, e logo as luzes se apagaram e o filme iniciou.

Passada meia hora, o príncipe notou que sua companheira não parava de tremer. – Está tudo bem, Gabriella? – perguntou a encarando. Ela assentiu. – Tem certeza? É que você não para de tremer.

– Ah, é porque estou com frio. Deveria ter trazido um casaco ou algo assim. – comentou, se abraçando, numa tentativa de ser aquecer.

Nathaniel prontamente retirou a sua fiel companheira, a jaqueta de couro, e entregou para a menina. – Tome. Coloque. Não será agradável se uma das selecionadas morrer de hipotermia ao meu lado. – brincou. Gabriella aceitou e vestiu satisfeitamente.

Continuaram assistindo ao filme, fazendo comentários sobre o que achavam de tempos em tempos. Quando o documentário acabou, o príncipe a levou para o dormitório, e se despediu com um beijo na bochecha. Que a deixou muito feliz.

~*~

Loretta passeava pelo jardim de inverno com o príncipe. Diferentemente do jardim normal, esse continha uma claraboia. Era um local lindo e quase mágico. Ela estava encantada. Nunca em toda sua vida vira local tão belo.

O príncipe seguia ao seu lado. Passavam a maior parte do tempo calados. Pois devido a sua timidez, ela não conseguia manter os assuntos que ele puxava e sempre acabava corando, ficando realmente vermelha, parecendo com uma das rosas do jardim.

– O senhor gosta de rosas? – ela tomou coragem e perguntou a primeira coisa que lhe veio a mente. Sua pele já começava a mudar de cor.

– Não precisava me chamar de senhor, Loretta. – falou ele, parando em frente a ela e lhe acariciando no rosto.

Loretta deu alguns passos para trás, assustada com o contanto repetido. - Me desculpa... – gaguejou.

– Tudo bem, só não me chame de senhor de novo. Faz-me sentir velho. Não sou o rei Maxon. Sou o filho gostoso dele. – brincou, voltando-se a se aproximar dela. Ela sorriu timidamente com a brincadeira.

E de repente e, surpreendentemente, o príncipe a beijou.

E mais surpreendentemente, ela lhe deu um tapa na cara.

Nathaniel a encarava chocado. E Loretta desviada perplexa o olhar da sua mão, para o rosto vermelho do príncipe.

A seleção acabava para ela ali.

~*~

Gemma estava em seu quarto. O encontro dela como príncipe seria em alguns minutos, e ela estava muito nervosa. Uma primeira impressão errada e ela podia ser chutada para fora do palácio e da seleção. Uma de suas criadas, Diana, tentava fazê-la se acalmar, e ficar sentada, de acordo com ela, se Gemma continuasse andando pelo quarto, ficaria cansada e esbaforida durante o encontro, o que não causaria uma boa impressão.

Alguém bateu na porta, e Gemma assistiu enquanto Mara, sua outra criada, ia atendê-la. Se fosse Gemma a ter ido abri-la, provavelmente teria caído no chão com o susto. Quem a encarava da porta era ninguém menos que seu primo Carter.

– Senhorita Gemma, o príncipe a aguarda. A acompanharei até onde ele a espera.

Gemma assentiu, ainda em choque, e seguiu Carter pelo corredor. Quando já estavam longe o suficiente, ela o puxou pelo braço.

– O que esta fazendo aqui?

– Eu que te pergunto! Sou guarda a bem mais tempo do que você é uma selecionada! – Carter retrucou.- Por que você resolveu se inscrever na seleção?

– Porque eu quis! – ela respondeu, revirando os olhos- Qual é Carter, achei que você fosse ficar feliz em me ver! Não nos vemos a alguns anos.

– Eu sei, foi mal. – ele se recompôs, e os dois voltaram a andar. – Senti sua falta, sabia? Não só eu, minha família toda.

– Jura? Eu não senti um único pingo de falta sua. – ela disse, brincando com ele. Os dois sorriram. E continuaram pelo corredor.

– Você fica nessa sala. – ele disse, e então se virou para ela. – Cuidado com ele, dizem que ele é mais pervertido do que ele realmente diz ser.

– Pode deixar. Eu sei me cuidar sozinha. – ele apenas sorriu, e então, inesperadamente, a abraçou. E logo depois, saiu pelo menos corredor que havia chegado. Gemma sentia agora um formigar em seus braços, onde Carter a tinha tocado.

– Olá Gemma. – ela ouviu a voz de Nathaniel, e se virou para encará-lo. – Vi na sua ficha que você gosta de desafios. O que você acha de uma agora?

Gemma sorriu. Nathaniel a levou até o lado de fora do palácio, onde havia sido improvisada uma parede de escalada. Era uma das paredes do palácio, onde haviam raízes grossas presas, e onde eles poderiam se segurar sem medo. Agora Gemma havia entendo o porque da roupa confortável. Os dois passaram cerca de uma hora escalando, e no final, estavam ambos exaustos.

– Foi divertido, não? – Nathaniel perguntou, ao que ela concordou, sorrindo. Eles agora caminhavam pelos jardins, para voltar para dentro do castelo. Nathaniel parou e arrancou uma rosa vermelha, e a entregou, ainda sorrindo. Ela a aceitou, e então Nathaniel beijou a mão dela. A sensação de formigamento voltou, mas dessa vez no local do beijo. Ele a deixou na porta do quarto dela. Gemma estava com uma sensação estranha, que ela nunca havia sentido antes. O que era aquilo?

~*~

Katherine estava seguindo com guarda, que se chamava Vitor Stal, pelo corredor. Ela havia aceitado ser guiada por ele, segurando em seu braço, só porque estava muito ansiosa, e sem conseguir pensar muito bem, porque do contrário, preferiria seguir sem ajuda. Infelizmente ela era um pouco orgulhosa. Seria seu primeiro encontro com o príncipe Nathaniel, e ela estava bem curiosa para saber o que ele havia inventado.

– Muito bem, Srta. Katherine. Chegamos. A porta esta a sua frente. Tenho ordens para ir embora agora. – Vitor disse, e ela já podia senti-lo se afastar, e ouvir seus passos. Um, dois. Não havia ido longe, só o suficiente para que ela pudesse seguir em frente. Ela então girou a maçaneta, e abriu a porta.

– Olá Katherine. – ela ouviu a voz de Nathaniel, e então sorriu.

– Majestade. – ela seguiu o som da voz dele, e parou perto dele. Nathaniel sorriu.

– Estamos em um lugar que minha mãe gosta muito, e ela queria que eu gostasse muito também. Desde pequenos, ela tentava ensinar a mim e a Zoey um pouco mais sobre música. Até aprendemos, mas eu não fiquei com aquele amor eterno, entende?

– Entendo. E por que você me trouxe até esse lugar especial? – ela perguntou, sorrindo.

– Porque, cara Katherine... – ele passou um braço em volta dela, e a guiou para o outro lado da sala. – Eu vi na sua ficha, que você é musicista. E gostaria que tocasse para mim.

Katherine nos minutos que se seguiram, tocou várias músicas em vários instrumentos diferentes. Nathaniel a escutava tocar, admirado, e até havia arriscado acompanhá-la com o piano, mas desistiu depois que viu que não levava mais jeito pra coisa.

– Estou enferrujado. Você bem que poderia me ajudar a reaprender.

– A rainha América não ficaria chateada?

– Claro que não. Se você conseguir me fazer gostar de música, é capaz dela te agradecer eternamente. – ele disse, rindo, e ela o acompanhou.

– Qual instrumento você quer tentar? – ela perguntou. Nathaniel sorriu, e se levantou.

– Poderíamos começar com o violão? Era algo que eu gostava de tocar, só que desaprendi muito rápido.

– É claro. –ela sorriu. Ele se sentou a frente dela, e os dois começar a treinar.

~*~

Annabelle segurava a carta em suas mãos trêmulas. Ela havia acabado de tomar a decisão que provavelmente mudaria sua vida. Ela ainda não sabia se mudaria sua vida para o bem ou mal, mas esperava que desse tudo certo.

Ela estava indo para a sala de aula. Sabia que encontraria Holly lá, e ela saberia como Annabelle deveria proceder nesse caso. Só esperava que fosse Holly, e não Silvia, a estar na sala nesse momento.

Ela bateu na porta da sala, e quem respondeu foi Holly, o que a fez suspirar de alívio, mas assim que ela abriu a porta, quis voltar correndo de onde tinha vindo, mas já era tarde demais, a Rainha America já a tinha visto.

– Entre, Annabelle. – a rainha sorriu.

– Me desculpe, majestade, eu não quis incomodar.

– Tudo bem querida, não esta incomodando. O que houve?

– Bem, eu estou passando por uma situação, e não sei o que fazer a respeito.

– Qual a situação?

– Antes de me inscrever para a seleção, eu me inscrevi para uma bolsa de estudos, em uma renomada escola de danças. Mas eu não havia passado. Entretanto, hoje me enviaram uma carta, falando que eu fui aceita.

– Annabelle, mas isso é maravilhoso! – a rainha exclamou- e qual o problema?

– É uma escola integral. Para estudar, eu teria que desistir da seleção. E eu me decidi por ir embora, porque aqui minha chance de melhorar a minha vida veio no momento que eu subi de casta, mas depois disso minha única chance é vencendo a seleção. Já na escola, eu vou estar ganhando para estudar, e é a coisa que eu mais amo na vida: dançar. Sem falar que vou poder ajudar a minha família financeiramente, para o resto da minha vida, e não só enquanto permanecer na seleção. Então eu gostaria de saber como faço para ir embora, não que não seja uma honra para mim estar aqui, mas... dançar é a minha vida.

– Eu entendo querida, cuidaremos de tudo. Não se preocupe.

~*~

Joseph andava distraidamente para o quarto da sua noiva, a princesa Zoey. Desde o fatídico dia, onde ocorrera à primeira conversa real deles, ela tentava o evitar. E com sucesso. A ultima vez que ele a vira fora no jornal, noite passada. E mesmo assim só porque ela não tinha outra escolha a não ser comparecer.

Por esse motivo ele seguia em direção ao único lugar em que ela não teria como escapar. Ao menos não tão facilmente.

Chegando em frente à porta, assim que levantou a mão para bater, escutou seu nome sendo dito por uma voz desconhecida. A voz estava baixa e ele não conseguiu distinguir o sexo da pessoa. Sua curiosidade foi maior e ele abaixou a mão, resolvendo escutar com quem sua noiva falava.

– ... fica te cercando. Está realmente difícil conseguir um tempo para te encontrar. – a pessoa dizia. Joseph esperava que tivesse entendendo errado.

– Eu sei. Realmente não esperava que ele chegasse tão cedo. Não sei o que fazer. Fico tentando fugir, mas não adianta! Ele esta sempre atrás! E o pior que não é realmente culpa dele não podemos assumir nosso romance. Mesmo se tirássemos ele da equação, as coisas ainda seriam complicadas. – Zoey desabafava. Joseph notou que não havia entendido errado.

Sua noiva tinha um romance com outra pessoa, que agora se encontrava no quarto junto a ela. Ele não sabia o que pensar. Queria sair dali o mais rápido possível, mas suas pernas pareciam chumbo.

– Se acalme querida. Venha aqui. De algum jeito bizarro, as coisas vão acabar dando certo. – tranquilizava a pessoa desconhecida. O príncipe italiano não estava aguentando.

Abriu a porta do quarto da princesa, estava transtornado. Precisava descobrir com quem estava sendo traído. Sua situação não melhorou quando observou a cena que acontecia a sua frente. Sua noiva, a princesa Zoey, estava beijando outra mulher.