EMMA

— Acredito que precisamos conversar Swan. – A voz de Robin saiu baixa, mas ao mesmo tempo séria. Por mais que Emma não quisesse a presença daquele homem ali naquele momento, ela saiu do meio do caminho da porta dando espaço para que ele entrasse na casa de Regina.

— O que você quer Robin? Pensei que já tínhamos conversado. – Emma questionou. Estava cansada e com fome, sua paciência perto do limite.

— Regina esta aqui? – Ele perguntou olhando para todos os lados.

— Ela esta dormindo! - Emma não lhe devia mais explicações.

— Ótimo assim poderemos conversar sem ninguém nos interromper. – Ele se sentou em um dos sofás e Emma fez o mesmo. – Eu entendo que esteja preocupada com Regina, afinal você é a salvadora e são amigas. Mas você precisa entender que Regina e eu temos uma história, algo que ela parece não ter contado a você ainda.

— História? – Emma sabia que havia algo antigo entre Regina e o ex-ladrão. Ela já havia percebido isso e era obvio até pela forma que eles se tratavam, ela só não sabia exatamente que tipo de história era. – Conte-me!

— Regina é minha alma gêmea. – Ela concluiu minutos depois, quando já havia contado sobre ele, Regina e Tinkerbell. – Eu sou o final feliz dela e ela é o meu, isso que Tinkerbell nos disse e eu sei que é verdade. Amo Regina e sei que sou correspondido.

— Você tem uma família Robin, seja o que for que o pó de fada tenha dito, foi há anos atrás. Agora você tem uma esposa e um filho, o seu “final feliz” com Regina sofreu alterações. – Emma disse, estava tentando ao máximo ser compreensiva. – Olha, eu não sei nada sobre os sentimentos de Regina por você ou os seus por ela, a única coisa que me preocupa agora é a saúde dela e do bebe. Regina sempre foi emotiva, ela causa explosões por coisas mínimas e mais uma decepção amorosa agora, nesse momento, pode causar algo muito mais serio do que você pensa.

— Eu entendo. Mas você só esta pensando pelo lado negativo. Eu conversei com Marian hoje, sei que ela não vai fazer nada contra Regina. Mas eu posso fazer algo, eu posso fazê-la feliz, eu posso ser o tão desejado final feliz dela. Então por favor, Emma, pare de tentar impedir isso. Você é a Salvadora não é? Essa é a sua missão, trazer o final feliz para todos, então não impeça o da mãe de seus filhos.

Emma abriu a boca para responder, mas logo fechou.

O ex-ladrão estava certo. Não fora por isso que Henry havia ido atrás dela? Para que ela encontrasse o final feliz de todos? Regina havia sido uma vilã, ela havia sido a Rainha Má. Mas agora estava conquistando a confiança de todos, estava fazendo o bem e que tipo de pessoa seria Emma caso privasse a morena de ter o final feliz? Ela não podia fazer isso.

— Talvez você esteja certo, eu não irei impedir você de se aproximar de Regina. Mas se acontecer alguma coisa que faça-a sofrer, eu não irei poupar esforço para te tirar do caminho dela. – Emma disse por fim.

Robin se levantou do sofá e apertou as mãos de Emma, agradecido. Ele abrira um sorriso enorme e seus olhos pareciam brilhar.

— Você não vai se arrepender dessa decisão Salvadora. – Sorrindo ele caminhou até a porta da casa da rainha e saiu.

Emma desfez o sorriso que havia feito há segundos atrás. Porque ela não estava feliz com a sua decisão?

Porque se sentia tão incomodada?

[...]

— Você esta com uma cara péssima. – Disse Ruby sentando-se à mesa que Emma havia sentado minutos atrás. A loira encarou o sanduíche que a loba havia colocado e sentiu o estomago embrulhar.

Ela havia saído da casa de Regina na noite anterior logo que Robin fora embora. Assim que chegara ao apartamento de seus pais ela havia ido direto para o quarto, mas não significara que conseguira dormir. Passara a noite em claro pensando se sua decisão fora correta. Ela havia imaginado cenas hilárias do casal: Robin e Regina casando, Robin e Regina com Henry e Roland vivendo uma linda família feliz, Robin e Regina se beijando... Argh! Porque aquelas cenas incomodavam tanto ela? Havia criado algumas teorias e a mais próxima da realidade era de que Emma estava apenas preocupada com a saúde de Regina e do bebe. Mas no fundo, ela sabia que não era verdade. No entanto, não havia encontrado uma explicação lógica.

— Tive uma noite ruim! – Ela respondeu simplesmente.

— Não, você teve uma noite péssima. O que aconteceu? – Ruby pegou uma batatinha frita de Emma que não reclamou.

— Apenas preocupada. – Ruby fez uma cara confusa. – Robin quer se aproximar novamente de Regina.

— Isso é bom não é?

— Não sei realmente.

— Qual o problema Swan? – Perguntou a loba.

— Alguns dias atrás eu escutei uma briga de Marian e Robin, ela ameaçou prejudicar Regina caso ele tentasse se aproximar dela novamente. – Explicou. – E então ele veio até a casa de Regina ontem à noite enquanto ela estava dormindo.

— E você estava lá na casa dela?

— Sim e Rob...

— Tava na casa dela a noite enquanto ela dormia?

Um sorriso malicioso apareceu nos lábios da loba e Emma tacou algumas batatinhas nela.

— Você quer saber a história ou não?

— Claro, desculpe! Continue.

— Enfim, ele veio até a casa dela e conversou comigo, disse que iria tentar se aproximar dela novamente porque ele é o final feliz dela. – Emma bufou nessa hora. - A ultima coisa que Regina precisa no momento é outra decepção amorosa ou uma Marian irritada tentado ferrar ela.

Ruby deu um sorrisinho.

— Emma você já parou para pensar que talvez essa preocupação toda com Regina tem haver com uma coisa?

— O que?

— Que talvez você esteja apaix... – Mas antes que Ruby terminasse de falar o telefone da loira toca e ela atende. A loba suspira decepcionada.

— Eu tenho que ir Ruby, David esta com problemas na delegacia. Algo com Leroy de novo. – Ela vestiu a jaqueta. – Até mais.

[...]

Emma estava na delegacia preenchendo alguns papeis quando Gold entrou com um sorriso sínico no rosto. Já era final de tarde, Swan havia conseguido ficar sozinha naquela delegacia e esfriar os pensamentos. A loira suspirou quando Gold entrou em sua sala, ultimamente ela não tinha um minuto sequer de paz.

— Gold o que faz aqui? – Questionou quando ele sentou-se na cadeira à frente.

— Isso são formas de receber alguém, xerife? – Ele disse sarcástico. – Acha que não sei que esta me investigando?

Emma sentiu o sangue gelar.

— Do que é que esta falando?

— Hook veio com informações para você, eu presumo. Deve ser por isso que o fita da câmera da delegacia chegou às mãos das fadas, não é?

— Eu realmente não sei do que você esta falando, Gold. Aconselho a ser mais claro.

— Não, xerife Swan, eu que lhe aconselho a ser menos curiosa. Sei que tudo o que você fez e também sei que já conseguiu as imagens originais da fita, a questão é, eu vim lhe fazer um acordo que eu sei que você não vai recusar.

— Não estou interessa em acordos!

— Oh, mas isso é importante. – Ele disse dando uma risadinha. – Eu serei bem claro Swan: Preciso que você tire Regina da cidade.

— O que? – Emma levantou. – Porque eu faria isso?

— Porque as complicações da gravidez já começaram você não falou com Regina hoje não é? – Emma negou com a cabeça. – Pois deveria ir atrás dela então, você se surpreenderia com o que ela tem a revelar.

— O que isso tem haver Gold?

— Tudo, dear. Eu não estou interessado que Belle descubra sobre Zelena e se você esquecer isso, então irei ajudá-la a manter Regina viva. – Emma franziu a testa. – Oh, eu não lhe contei? Todas as mulheres que tentaram gravidez por meio de magia morreram.

A loira arregalou os olhos.

— Você sabia disso, como pode deixar isso acontecer? – Ela gritou furiosa com o Senhor das Trevas.

— Eu não sabia, Swan. Mas estou lhe dizendo, tire Regina da cidade. Vá para Boston ou Nova York, lá com certeza terá médicos que poderá acompanhar a gravidez e manter o bebe a salvo. Quando a gravidez estiver segura, você volte para Storybrooke e eu garantirei que Regina sobreviva ao parto. Caso negue, Regina irá morrer, afinal nós dois sabemos como as fadas são inúteis!

E mais uma risadinha! Emma estava pronta para dar-lhe um soco a qualquer momento, no entanto, Gold levantou-se e olhou para o relógio conferindo as horas.

— Tenho um compromisso agora. Aproveite esse tempo para visitar Regina, em breve entro em contato para saber sua resposta.

Ele então deu uma ultima risadinha e saiu da delegacia. Emma não demorou muito para reagir, pegou sua jaqueta e também saiu dali. Entrou no fusca e minutos depois estava na casa de Regina. Mal desligou o carro e já estava fora dele batendo na porta branca da casa da rainha logo em seguida.

— Mãe que bom que chegou. – Disse Henry assim que abriu a porta. – Mamãe esta lá em cima no quarto dela.

Emma assentiu. Ela subiu as escadas já sabendo onde era o quarto da morena, bateu na porta e como não obteve resposta acabou entrando de qualquer maneira. Regina estava deitada na cama, parecia adormecida. Ao lado dela, sentada numa poltrona estava Snow.

— Eu liguei para vovó. – Explicou Henry surgindo atrás dela, Emma nem havia reparado que o pequeno havia a seguido. – Quando mamãe passou mal eu sabia que você estaria ocupada, então liguei para Snow.

— E fez bem Henry. – Snow sorriu carinhosa para o neto que se sentou no braço da poltrona.

— O que aconteceu? – Emma perguntou.

Snow e Henry se olharam, apreensivos.

— Regina passou mal essa manhã. A ponto de vomitar sangue e não conseguir comer absolutamente nada. A tarde ela ficou com febre, muita febre, então ligamos para Gold. Ele veio e a examinou. – Snow parou de falar nesse momento olhando para Henry.

— Então? – Emma perguntou. – O que aconteceu? Vamos, conte.

— Regina perdeu a magia!