Ao nascer de uma nova Esperança escrita por Rafú


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

OIZINHO, mais um capítulo pra vocês. Esse ficou bem grandinho, né? Hehehe, Beijos.



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1 ANO DEPOIS....

Um ano se passou. Um ano sem Jogos Vorazes, sem medo, sem Snow. Mas também é um ano de paz, tranquilidade, de vida de verdade. Um ano que estou com Peeta novamente, três meses desde que ele inaugurou a padaria, dois meses que Haymitch e Effie estão namorando e um mês desde que Peeta e eu nos casamos. Optamos por uma cerimonia simples. Mas vieram bastante gente, Annie, Johanna, Effie, Beetee, inclusive Plutarch compareceu, não sei nem como ele soube. Conheci Jared, o amigo do pai de Peeta, uma pessoa adorável, está sempre de bom humor, e ri de tudo. Tem uma personalidade parecida com a de Plutarch, só que Jared não tenta tirar vantagem das pessoas. Vieram mais algumas pessoas que eu nem sequer conhecia. Mas foi perfeito. Foi o melhor dia da minha vida. Ainda lembro o dia em que Peeta fez o pedido. Ele me levou a um jantar romântico até o lago, na floresta. O lago estava repleto de flores artificiais que carregavam velas dentro de si, no chão havia uma toalha estendida, com nosso jantar. Em certo ponto Peeta se ajoelha a minha frente e começa a fazer um discurso:

– Katniss, meu amor, passamos por tantas coisas difíceis juntos, e vencemos tudo isso juntos, sempre orientando um ao outro para seguir o caminho certo. Passei pela experiência de te amar, de te odiar e de te amar novamente. Eu iria te amar mesmo se fosse contra a minha vontade. Compartilhamos de aventuras que nenhum outro casal se arriscaria a aventurar. Sempre deixando nossos extintos nos guiarem. Neste instante, meus extintos dizem que devo fazer isso, que eu devo dar mais um passo em busca da felicidade perfeita, mas dar esse passo, sem ter você ao meu lado, é impossível. Por isso, meu amor, - ele tira uma caixinha vermelha do bolso e abre me mostrando duas alianças, minha respiração era inexistente neste momento – você quer se casar comigo e dar mais um passo em busca da felicidade perfeita? Você aceita ser a Senhora Mellark?

Fiquei olhando para ele igual a uma boboca, tentando compreender se aquilo realmente estava acontecendo. Ele ficou me olhando, aguardando uma resposta, obviamente. Pisquei várias vezes e respondi por fim:

– Sim. Sim. SIM. SIM. SIM – minha voz foi aumentando a cada “sim” que eu dizia e por fim eu disse – sim, eu quero ser a Senhora Mellark.

Ele colocou o anel no meu dedo e nos beijamos, fizemos amor na floresta e voltamos pra casa sorridentes.

Effie e Haymitch esconderam de nós o fato de estarem namorando, mas eles deixavam óbvio demais. Passeios constantes, visitas constantes, tudo muito constante. Um dia, Peeta e eu decidimos desvendar esse mistério de uma vez. Ficamos a espiar, uma hora Effie entrou na casa de Haymitch, fomos em silêncio até a casa dele, e entramos sem fazer barulho. Pegamos eles de surpresa no meio de um beijo, Peeta gritou tão alto, que se eu estivesse em casa teria ouvido de lá:

–MAS VEJA SÓ O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI!!!

Os dois levaram um susto tão grande que chegaram a dar um pulo pra trás e Effie quase caiu de seu salto. Effie corou instantaneamente e olhou para seus próprios pés. Haymitch ao contrário olhou-nos confuso, mas logo após estava berrando com nós, por estarmos nos intrometendo na vida dele, de nos vigiar e de não termos avisado que estávamos entrando em sua casa. Pedimos desculpa, segurando o riso, e conseguimos segurar até chegar em casa, quando começamos a rir até chorar. Mais tarde Haymitch foi nos fazer uma visita, Effie estava junto. Confessaram que já estavam juntos a algumas semanas e se desculparam por esconder isso de nós. Nós nos desculpamos por termos pego eles desprevenidos. Effie mora aqui desde este dia e tudo ocorre naturalmente desde então.

Falo com Hazelle algumas vezes, mas nunca chegamos a pronunciar o nome de Gale em nenhuma conversa. Até hoje não consegui o perdoar e talvez eu nunca o perdoe.

Mas no momento estou na padaria sentada em uma banqueta atrás do balcão, esperando algum cliente aparecer, observo algumas crianças pela janela brincando na rua. Peeta está na cozinha preparando pães, bolos, biscoitos e tudo o mais, para vender. Ele contratou alguns funcionários para ajudar ele, mas infelizmente Brend, um desse funcionários, quebrou a perna, e Peeta me pediu para ajuda-lo até ele ficar bem de novo. Um cliente entra na padaria.

– Olá, Sr. Quenn, o que o senhor deseja hoje? – pergunto carismática. Sr. Quenn é um cliente de rotina de Peeta, vem aqui quase todos os dias.

– Olá, Katniss. Por favor, vou querer dez pães hoje. – me responde ele no mesmo entusiasmo.

Saio para pegar os pães e entrego e ele. Peeta aparece com uma fornada de cupcakes quentinhos.

– Sr. Quenn, não vai levar cupcakes hoje? – pergunta Peeta, sabendo que ele sempre leva algo para os filhos.

– Estão novinhos? – pergunta ele.

– Mas claro, acabei de fazê-los.

– Tudo bem, me dê dois desses.

Pego dois cupcakes, embrulho eles e entrego para o Sr. Quenn. Ele paga e vai embora. Peeta leva a fôrma de volta à cozinha, volta e me abraça por trás, envolvendo minha barriga:

– Deve ser muito chato pra você, ficar o dia todo atrás deste balcão. – diz ele.

– Não é. Eu gosto. É bom ser útil. Além disso, passo mais tempo com você. – respondo.

– Tudo bem então. Você pode sair um pouco, dar uma volta, conversar com Hazelle ou com Greasy. Ou caçar, quem sabe.

– Não tem problema pra você?

– Não tem problema algum. Aliás está quase na hora do turno do Diego. Você pode ir pra casa se quiser.

Acabei aceitando a ideia de Peeta, tirei o avental e entreguei a ele.

– Até de noite. – disse beijando-lhe.

– Até. – respondeu ele.

Saí da padaria pensando no que fazer, a principio iria pra casa de Hazelle, fazer um pouco de companhia, mas mudei de ideia ao lembrar de uma coisa. Uma coisa que aconteceu a mais ou menos um anos atrás. O monumento, não poderia evita-lo para sempre. Mudo meu rumo e vou em direção ao monumento. Em poucos minutos chego lá. Ele continua exatamente igual, analiso calmamente cada estátua, uma por uma, deixo a de Prim por último, e por fim, chego à estátua de Prim, ficou exatamente igual a ela, observo também o broche de tordo que ela segura, extremamente idêntico ao meu. Observo os nomes na pequena parede que está aos seus pés. Brenda, Call, Julio, ... Tantas pessoas que eu nem ao menos lembro o rosto. Cansei de ver a estátua e decido ir pra casa. Para chegar a minha casa, tenho que passar na frente da casa de Haymitch, quando passo, vejo Effie regando algumas plantas. Ele me vê e acena pra mim, eu me aproximo dela:

– Katniss, oi.

– Oi, Effie. Como vai?

– Fabulosa. Haymitch e eu podemos jantar na casa de vocês hoje?

– Claro.

– Ótimo. Tem uma coisa que nós dois queremos compartilhar com vocês.

– Tudo bem. Até de noite então.

– Até. –responde Effie, entusiasmada.

Me viro e vou em direção a minha casa. O que será que Effie quer nos contar agora? Chego em casa e vou direto para o chuveiro. Logo está escuro e Peeta chega, eu estava sentada no sofá assistindo o noticiário na televisão. Peeta vem e me beija:

– Oi.

–Oi. – respondo. – Haymitch e Effie virão jantar aqui hoje, eles querem “compartilhar” alguma coisa com nós.

– Tudo bem, só vou lá em cima tomar um banho e já desço.

– Ok.

Ajudo Peeta com o jantar. Decidimos fazer algo simples, então fizemos uma macarronada. Logo Effie e Haymitch chegam. Nós jantamos em meio a conversas e risadas, logo após Haymitch se levanta e começa a dizer:

– Tudo bem, nós não viemos aqui só para comer a deliciosa comida de Peeta.

– Obrigado, Haymitch. – interrompe Peeta.

– Não me interrompa, garoto. – fala Haymitch – Enfim, como estava dizendo, nós não viemos até a casa de vocês só para comer. Nós queremos lhe contar uma novidade. Uma novidade que mudará a vida minha e de Effie. – Haymitch se virá para Effie e sorri, esta, por sua vez, sorri em resposta – Effie e eu teremos um bebê.

Eu não soube como reagir, Peeta por sua vez se levanta sorridente e vai dar os parabéns ao casal. Eu repito o mesmo que ele, ainda com o choque de ter ouvido aquilo. Effie está grávida. Só quando abraço Effie que me cai à ficha e começo a dizer:

– Ai meu Deus, você está grávida, eu não acredito nisso, você está grávida. – eu a abraço de novo.

Quando solto Effie, vou ao lado de Peeta que continua sorridente, e é então que Effie pergunta:

– E vocês? Quando terão o de vocês?

Não sei o que responder. Peeta me pede tanto um filho, mas eu tenho medo, eu simplesmente tenho medo. Tenho medo de ser uma mãe ruim ou de que eu perca o meu filho. Sempre acabo negando o pedido de Peeta. Ás vezes conversamos horas sobre isso, e no final a conversa vira uma briga, pois acabo gritando com Peeta, e ele apenas abaixa a cabeça e diz “Tudo bem, me avise quando estiver preparada”. Nesses dias corro para a floresta, e choro. Choro pelo medo ser maior do que eu. Quando volto para casa Peeta já está dormindo. Eu queria poder fazer isso, eu queria poder dar esse prazer a ele, mas não consigo. Peeta abraça minha cintura e responde por nós dois:

– Estamos conversando sobre isso, ainda.

– Tudo bem. – fala Haymitch – Nos avise quando tomarem a decisão.

Eles logo vão embora. Eu não queria que eles fossem, pois sei o que me aguarda logo em seguida. Peeta começa a lavar a louça, eu começo a secar a louça que ele lava e guardo-a. Ficamos em silêncio até ele terminar de lavar a louça, é então que ele cria coragem:

– Por que não podemos ter o nosso? – pergunta ele.

– Já te disse. Eu tenho medo. – respondo sem conseguir encara-lo.

– Medo de quê? Snow está morto, não existe mais jogos. Não tem o que temer.

– Mas eu tenho medo. – rebati – Medo de ser uma mãe ruim,...

Ele me interrompeu:

– Uma mãe ruim? Você cuidou de Prim por tanto tempo, porque seria diferente?

– É, eu cuidei de Prim, e olha o que aconteceu com ela.

– Já falei que o que aconteceu com Prim não foi culpa sua. Eu não entendo do que você tem medo. – insistiu ele.

Acabei perdendo a cabeça e gritando com ele:

– MAS QUE DROGA, PEETA. EU TENHO MEDO. O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA? EU TENHO MEDO DE SER UMA MÃE RUIM, OU DE PERDER A CRIANÇA, OU DE QUE VOCÊ TENHA UM FLASHBACK E ACABE MATANDO ELA.

Só quando termino de gritar, me dou conta da última coisa que falei, tapo minha boca com a mão, como se isso fosse capaz de retirar o que eu acabei de falar. Só então vejo uma lágrima escorrer pelo rosto dele:

– Peeta, eu não quis dizer isso. Desculpa. Não é verdade. – caminho em direção a ele, mas ele virá às costas pra mim, e vai em direção à sala, eu vou na direção dele – Peeta, por favor, me perdoa, eu não quis dizer isso.

Ele pega um casaco vermelho no cabideiro perto da porta, veste se vira pra mim e fala:

– Você não quis dizer isso? Você não quis dizer isso. Mas é o que você pensa. Então dá na mesma.

Ele abre a porta e sai, eu saio mas paro ante os degraus da sacada e pergunto:

– Aonde você vai?

Peeta responde de costas pra mim:

– Caminhar. Não me espere acordada. Voltarei tarde.

Não vou atrás dele, apenas volto pra dentro de casa, fecho a porta e encosto as costas nela:

– Como pude ser tão insensível? – pergunto a mim mesma – COMO PUDE SER TÃO ESTÚPIDA? – grito por fim.

Me deito no sofá e começo a chorar. Durmo em meio às lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, espero que não me matem pela briga que fiz entre a Kat e o Peeta. Não esqueçam de comentar, meu queridos. Beijocas da Tia Rafú. ;)