Ao nascer de uma nova Esperança escrita por Rafú


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

OIZINHO!!! Mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem. Bijus.



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Acabei tendo um pesadelo. Peeta estava sendo atacado por lobos no meio da floresta. Só acordo quando caio no chão, lembro de que estava dormindo no sofá e lembro o porquê de estar dormindo lá. Levanto um pouco dolorida pela queda, olho o relógio. São 4 horas da madruga. Será que Peeta já voltou pra casa? Saio em busca dele por todos os cômodos da casa, mas não tenho nem sinal dele. Chamo por seu nome a cada porta que atravesso mas não obtenho resposta. Fico preocupada. Ele disse que iria voltar tarde. Mas será que seria tão tarde assim? Coloco um casaco e saio em busca de Peeta. Começo pela casa de Haymitch. Bato na porta e um Haymitch sonolento abre a porta enquanto esfrega os olhos:

– Peeta está aí? – pergunto imediatamente.

– Por que Peeta estaria aqui? O que houve? – pergunta ele confuso.

– Nós brigamos quando vocês saíram, eu disse algo que não deveria ter dito e ele saiu de casa.

– Ele não te disse aonde iria?

– Não. Ele só disse que iria dar uma caminhada.

– Ele não está aqui. Talvez esteja na padaria.

– Tá. Desculpa ter te acordado. Boa noite. – digo enquanto me viro.

– Tudo bem. Boa noite e boa sorte.

Resolvo seguir o conselho de Haymitch. Volto pra casa e vejo que a chave da padaria não está no seu lugar de costume. Nem notei que ele havia pegado a chave antes de sair. Vou em direção ao escritório e pego a chave extra que Peeta tem pro caso de perder a primeira. Saio de casa. A noite está sombria e as ruas estão completamente vazias. Ouço alguns cães latirem por me verem. Chego à padaria e tento abrir a porta. Trancada. Uso a chave e entro. Olho por tudo, dispensa, cozinha, banheiro. Acabo por desistir. Sento em uma das mesas que tem na padaria para as pessoas fazerem seu lanche, e sussurro:

– Onde você está Peeta?

Me sinto tão mal por ter dito aquilo. Falei sem pensar. Queria tanto voltar no tempo e desfazer aquilo. Mas infelizmente não posso, agora, terei que pagar pelo que disse. Me levanto desligo a luz e volto a me sentar. Cruzo os braços sobre a mesa e deito minha cabeça. Ele terá que vir a padaria para abri-la, então vou esperar aqui. Assim que tenho essa ideia à luz da padaria é acessa e vejo Peeta parado atrás do balcão me observando.

– O que faz aqui? – pergunta ele.

– Eu estava te procurando. Fiquei preocupada.

– Eu falei que voltaria tarde.

– Eu não pensei que você fosse voltar tão tarde assim. Imaginei que...

– Que eu tivesse um flashback e saísse por aí matando as pessoas? – indagou ele visivelmente magoado.

– Peeta, você sabe que eu não quis dizer aquilo. Foi impulsão. O que eu disse nem é verdade. O fato de eu não querer ter um filho não tem nada a ver com você. Você seria um pai maravilhoso, você seria o melhor pai que já existiu. Mas eu seria completamente o contrário. Não consigo nem cuidar de uma planta, imagina só de uma criança? – falei, ao lembrar que as prímulas morreram pouco tempo depois de Peeta deixar elas nas minha mãos.

– Não é verdade. Você manteve sua família viva por anos. – rebate ele se aproximando de mim e sentando-se a minha frente.

– Essa era a antiga Katniss. Eu não sou mais aquela Katniss independente, sou a Katniss frágil, que chora por qualquer motivo, que está se sempre gritando com o marido e que fala coisas sem sentido.

Ele segura minha mãos com suas mãos firmes e quentes:

– Não diga isso. Não minta pra você mesma. Você tem medo do passado Katniss. Você tem medo que tudo volte a ser como era. Você tem medo que seus pesadelos se tornem realidade. Deixe o passado para trás, esqueça tudo o que passou. Olhe para o agora e para o depois. Não se preocupe com o que já passou. Eu estou com você para o que der e vier. E nunca sairei do seu lado. Se você não estiver preparada para ter um filho agora, tudo bem, eu espero. Eu espero o tempo que for preciso. Você só não precisava ter dito aquilo daquela forma pra mim. Eu não vou mentir pra você. Eu fiquei magoado com você naquela hora. Eu fiquei com raiva. Mas esses sentimentos são passageiros, e eu já esqueci eles.

Peeta me conhecia bem demais. Ele sabia exatamente o que falar para cada situação. Como pode se dar tão bem com as palavras? Como pode ter sempre uma resposta na ponta da língua?

– E se eu nunca estiver preparada para ter um filho? – arrisquei fazer a pergunta, olhando para nossa mãos.

– Então eu aprenderei a viver assim. Vou estar feliz enquanto você estiver ao meu lado. Tendo você, já tenho tudo do que preciso para viver. Eu te amo.

Me levantei, dei a volta na mesa e sentei em seu colo, colocando uma perna no lado do seu quadril e a outra no outro lado, ficando de frente pra ele. Beijei-o, um beijo de reconciliação. Um único beijo substituindo mais de mil palavras e sentimentos. Assim que desgrudamos nossos lábios, sussurrei:

– Eu também te amo. – olhei em seus olhos e continuei – Desculpa por ter magoado você, ....

– Shhh. –me interrompeu ele – Não a nada o que desculpar. Eu sei que não foi sua intenção. Agora, que tal irmos pra casa, tomarmos um chocolate quente e irmos pra cama?

– Por mim tudo bem. – respondi sorrindo.

Ele se levantou me segurando em seu colo e me carregou até o balcão, me deixando sentada lá:

– Espere aqui. Só vou desligar as luzes.

Ele desligou tudo e voltou. Trancou a padaria e rumamos em direção a nossa casa. Fomos recebidos por Buttercup com um miado, eu ri e disse pra ele:

– Por onde você andou seu gato desmiolado?

Fomos para a cozinha, onde Peeta prepararia o chocolate quente que ele havia prometido, sentei na mesa, e Buttercup subiu na mesa, sentando-se na minha frente em busca de carinho. Afaguei seus pelos.

– Como sabia que eu estaria na padaria? – perguntou Peeta, enquanto colocava o leite no fogão.

– Não sabia. Fui a Haymitch procurar você e não achei, mas ele disse que você poderia estar na padaria. Eu confirmei a hipótese, quando não encontrei a chave em casa. Onde você estava que não te achei lá dentro?

– Estava no porão. – respondeu ele rindo.

– E desde quando tem um porão na padaria?

– Desde sempre. Você não sabia?

– Não.

Ele deu uma risada gostosa e venho até a mesa com duas xícaras de chocolate quente. Tomamos enquanto conversávamos sobre a possibilidade de visitar Annie no Distrito 4.

– Poderíamos fazer essa visita a Annie. Ela deve estar tão sozinha no Distrito 4. – falei.

– Sozinha não. Não esqueça que ela tem o Quentin. – disse Peeta se referindo ao filho de Annie e Finnick, que é lindo e é uma cópia idêntica do pai. – Mas acho que podemos, sim, fazer essa visita. Sair um pouco do Distrito 12 pode nos fazer bem.

Terminamos o chocolate, alimentei Buttercup e subimos ao nosso quarto, nos preparando para dormir. Me aconcheguei nos braços de Peeta, sentindo que enquanto estivesse ali, nada nem ninguém poderia me atingir.

Acabamos por dormir pouco, ou melhor Peeta acabou por dormir pouco, já que eu tive algumas horas de sono até que tive aquele pesadelo do Peeta sendo atacado por lobos. Acordei me espreguiçando, Peeta ainda dormia ao meu lado, me estiquei por cima dele, sem acorda-lo e olhei o relógio. 9:00 horas?? Droga!!! A padaria já era para estar aberta a duas horas atrás. Dei um pulo da cama e comecei a sacudir Peeta:

– Peeta, acorda. São 9 horas. A padaria tem que ser aberta.

Peeta se sentou, assustado:

– O que? Hã? O que aconteceu? O que foi? – perguntou ele confuso.

– A padaria, Peeta. São 9 horas.

– O QUE??? DROGA!!! A PADARIA!!!

Ele deu um salto da cama. Trocamos nossas roupas o mais rápido possível e voamos para a padaria sem ao menos escovar os dentes. Chegamos lá ofegantes e suando. Dois funcionários de Peeta já estavam lá, só esperando a padaria ser aberta, além de umas vinte pessoas esperando pão para o café-da-manhã. Peeta atravessou por todo mundo me puxando pela mão e se desculpando umas mil vezes pelo atraso e que eles não precisariam pagar pelo pão que levassem hoje. Ele abriu a porta e entrou voando pela cozinha, eu fui atrás.

– Acordou tarde, patrão? Parece que foi dormir bem tarde ontem. – comentou maliciosamente um dos funcionários de Peeta.

Abaixei a cabeça, sentindo meu rosto corar.

– Cale a boca, Patrick. Antes que eu te demita e me ajuda a fazer esses pães. – respondeu Peeta, nervosamente, sem ânimo para piadas.

– O que eu faço com essa gente? – perguntei vendo as pessoas entrarem na padaria e sentarem nas mesas, algumas estavam com uma carranca maior que a minha, e outras não pareciam dar muita importância pelo horário.

Peeta parou para pensar e respondeu por fim:

– Elas devem estar com fome. Dê a elas algum salgado ou bolo, cupcake, sei lá, veja o que tem para comer aqui e ofereça, diga que é por conta da casa, e que os pães já vão sair.

Fiz o que ele disse. Ofereci o que tinha, me desculpando pelo horário e agradecendo pela paciência. Algumas pessoas aceitaram de bom grado e comeram, dizendo que isso acontece e que não se importavam, outras, não aceitavam nada, nem mesmo as minhas desculpas. Uma delas chegou a dizer algo que estourou minha paciência:

– Se o pai desse garoto estivesse aqui, isso nunca aconteceria.

– É, mas o pai dele não está aqui. Mas ele está. Está aqui, tentando continuar o que o pai dele começou. E para sua informação, não era obrigação dele reabrir a padaria. Ele reabriu, pensando no fato das pessoas gostarem de comer um pão quentinho no café-da-manhã. – respondi, defendendo Peeta e me sentindo ofendida.

Isso fez ele calar a boca. Mas também fez ele se retirar da padaria e nunca mais voltar. Peeta por fim, fez todos os pães, e todos puderam finalmente voltar pra casa e comer seu café-da-manhã. Peeta e eu comemos nosso café na padaria, já que saímos com pressa de casa. Haymitch chegou, perguntando o porquê de seus pães não terem chegado em casa hoje. Peeta sempre dava um jeito de Haymitch e Effie receberem alguns pães para comerem no café-da-manhã. Peeta explicou tudo a ele e Haymitch começou a rir de nós:

– Puxa, parabéns, duas horas de atraso. Merecem um prêmio. Então me vê dez pães, padeiro.

Peeta foi buscar os pães rindo, Haymitch se foi. Ficamos Peeta, eu e os dois funcionários, rindo do que aconteceu naquele dia. Peeta se desculpou com Patrick por ter dado aquela resposta à brincadeira dele, mas ele nem se importou, dizendo que compreendia e que ele mesmo já estava nervoso por ter ficado quase duas horas ouvindo reclamações na porta da padaria. Ele afirmou que um deles havia ameaçado de quebrar o vidro da padaria e levar todos os bolos que haviam ali. Mas Diego, o outro funcionário, que no momento estava fazendo os salgados na cozinha, defendeu, dizendo que se ele quebrasse o vidro da padaria, Diego quebraria a cabeça do culpado. Rimos mais ainda. Peeta agradeceu:

– Obrigado, gente. Não sei o que seria da padaria sem vocês. – ele andou em minha direção e me beijou, dizendo – Principalmente você.

– Eu acho que o Diego está me chamando lá na cozinha para fritar uns pastéis. – falou Patrick, para conseguir sair dali.

Ele foi para cozinha e ficou Peeta e eu na parte da frente da padaria.

– Serio, obrigado mesmo por hoje. Você me ajudou muito. – disse ele.

– Viu só? Posso ser útil mesmo não sabendo cozinhar. – brinquei.

– É verdade. – concordou ele rindo – Eu vi um dos clientes indo embora. Você disse alguma coisa pra ele? – indagou-me ele, se referindo ao cliente que eu expulsei sem querer.

– Não. Ele disse que se cansou de esperar os pães e foi embora. – menti.

– Ah, tá. Tudo bem então. Você fica aqui pra mim? Vou lá ajudar aqueles dois na cozinha.

– Fico, vai lá. – estimulei

– Obrigado.

Ele saiu, logo após o Sr. Queen chegou e o resto do dia correu normalmente.


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Notas finais do capítulo

Esta aí, meus amores. O motivo de eu ter escolhido o nome do filho da Annie e do Finnick de Quentin? Nenhum em especial. Apenas li várias fanfics de Jogos Vorazes e a maioria colocou Finn ou Finnick (a maioria, não todas), então resolvi colocar um nome diferente. Fora isso, não sou muito boa em criar ou escolher nomes para personagens. Então é isso. Não esqueçam de comentar e até o próximo capítulo. Beijos da Tia Rafú pra vocês. ;)



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