Ao nascer de uma nova Esperança escrita por Rafú


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

OIZINHO, mas um capítulo pra vocês matarem a curiosidade. Hahahaha. Beijocas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/522183/chapter/8

Não respondi a sua pergunta. Não fazia a menor ideia do que fazer ou do que dizer. Continuei parada o encarando e ele fazia o mesmo.

– Acho que você não me ouviu. Eu perguntei o porque de você estar aqui. – falou ele com visível ódio.

– Eu moro aqui. – respondi com medo.

– MENTIROSA!!! NÃO MINTA PARA MIM!!! – esbravejou ele.

– É verdade, Peeta. Não estou mentindo. – tentei me defender.

– Não acredito em você. A única coisa que você fez foi mentir pra mim. Me magoar. Me destruir. Rir da minha cara.

– Peeta, não. Isso é o que Snow queria que você pensasse. Ele colocou isso na sua cabeça. Nada disso é verdade. – falei.

– Onde estão meus quadros? – indagou ele de repente.

– O que? – perguntei confusa.

– Onde estão meus quadros? Os quadros que eu pintei. Você os queimou, não é? Você os queimou junto com toda a minha família. – disse ele entredentes.

– Seus quadros estão na sua casa.

– Já disse pra você não mentir pra mim. – disse ele enquanto se abaixava e pegava um pedaço de madeira que deveria ser uma das pernas de alguma cadeira.

Dei um passo pra trás. Ele girava a madeira na mão e a observava dizendo:

– Você fez eu passar por maus bocados, Katniss. Você me humilhou, me magoou, me agrediu, me fez de tolo, e quase me matou. Você fez tudo isso e mais um pouco. – ele levantou a cabeça, olhando no fundo dos meus olhos e continuou a dizer – E agora, farei o mesmo com você. Pagarei com a mesma moeda, olho por olho, dente por dente.

Não sabia o que fazer, apenas sai correndo porta afora, ele correu atrás de mim, desci as escadas o mais rápido que pude, mas como estava escuro acabei tropeçando o último degrau e cai, tentei me levantar a tempo e correr, mas Peeta alcançou um dos meus pés e me puxou, me virando pra cima. Largou o pedaço de madeira, segurando meus dois braços com suas mãos, e colocou todo o peso das suas pernas em cima das minhas, me deixando sem movimentos. Suas mãos apertavam com força meus braços, estava me machucando.

– O que vai fazer agora? Vai chamar Gale? Vai atirar uma flecha na minha cabeça? Acho que não dá, né? Gale está tão longe, assim como seu arco e suas flechas. Está na hora de você rever todas as pessoas que você mesma conseguiu matar. Inclusive a sua irmãzinha Prim. Não sente saudades dela, Katniss? Ela sim era uma boa menina. Ela não maltratava os outros. – disse Peeta cruelmente.

– Você está me machucando. – choraminguei.

– Este é o meu objetivo. – sorriu ele.

Ele segurou meus dois braços com uma única mão, e com a outra se esticou, tentando alcançar o pedaço de madeira que ele havia largado, para isso ele teve que aliviar o peso que fazia sobre minhas pernas, aproveitei a oportunidade e livrei uma das minhas pernas, e consegui dar uma joelhada forte no estômago dele. Peeta caiu pro lado, se encolhendo de dor. Me levantei rápido e sai pra rua. Para onde eu iria? Lembrei de Haymitch. E sai correndo em direção a sua casa. A porta estava trancada. Comecei a esmurrar a porta e berrar:

– HAYMITCH!!! SOCORRO!!! ABRE A PORTA!!!

Vi Peeta a alguns passos da casa, me encostei na porta, eu continuei a berrar por socorro enquanto, Peeta se aproximava cada vez mais. Peeta já estava subindo os degraus da sacada quando Haymitch abriu a porta e eu caí de costas no chão. Comecei a rastejar de costas mesmo.

– Katniss.... – falou Haymitch, mas parou ao ver Peeta entrando na casa, com um pedaço de madeira. Ele não pensou duas vezes ao acertar a cabeça de Peeta com uma garrafa que ele segurava nas mãos. A garrafa se quebrou e Peeta caiu aos meus pés inconsciente. Sua cabeça começou a sangrar. Fiquei observando a cena, assustada, por alguns segundos.

– VOCÊ ACERTOU UMA GARRAFA NA CABEÇA DELE? – falei furiosa.

– O QUE VOCÊ QUERIA QUE EU FIZESSE? QUE SENTASSE E ASSISTISSE PEETA TE MATAR? – gritou ele igualmente irritado.

Não iria discutir com Haymitch agora.

– Onde está o kit de primeiros-socorros? – perguntei me levantando do chão.

– Na cozinha eu acho. – respondeu ele mais calmamente.

– Pode colocar ele de bruços no sofá pra mim? – perguntei, já me dirigindo a cozinha.

– Posso. – respondeu ele indo em direção a Peeta.

Fui na cozinha procurar o kit de primeiro-socorros. Demorei um pouco para achar, pois a cozinha estava uma bagunça, igual ao resto da casa. Mas achei. Voltei para a sala, encontrei Peeta ainda desacordado em cima do sofá e comecei a limpar o ferimento.

– Você está bêbado? – perguntei a Haymitch.

– No momento não.

– Então por que abriu a porta com uma garrafa na mão?

– Pro caso de ser algum ladrão. Eu teria que me defender.

– Quem tipo de pessoa te roubaria? – insisti.

– Não sei. Nunca se sabe.

Desisti desta discussão:

– Você precisa dar um jeito nesta casa, está imunda.

– Eu sei. – ficamos em silêncio por um minuto até que ele perguntou – O que aconteceu?

Contei tudo a partir do pesadelo de Peeta. Haymitch ouviu a tudo atentamente, sem interromper.

– Ele pode ter tido o flashback por causa do pesadelo. – sugeriu Haymitch. – Ele chegou a te falar sobre o que era o pesadelo?

– Não. Ele só tomou um banho e voltou para cama. – respondi.

Terminei de cuidar do ferimento de Peeta. Não era nada tão grave como eu imaginava. Fiz um curativo básico no machucado. Me sentei em outro poltrona, esperando que Peeta acordasse. Avaliei meus braços, havia marcas roxas nos lugares onde ele havia agarrado com força. Nem Haymitch, nem eu dormimos mais. Já estava amanhecendo quando Peeta começou a se mexer. Ele se sentou no sofá, passando a mão no curativo que fiz:

– Ai, minha cabeça dói. – disse ele, quando notou Haymitch perguntou – O que está fazendo aqui Haymitch?

– Na verdade é você que está na minha casa. – respondeu o mentor olhando para Peeta.

Ele olhou para mim confuso e perguntou:

– E o que estamos fazendo na casa de Haymitch, Katniss? Como vim parar aqui?

Ele não se lembrava de absolutamente nada. Sentei ao seu lado no sofá e comecei a dizer:

– Peeta, você acordou.... no meio da noite.... eu não sabia onde.... – empaquei, não sabia o que dizer, não sabia como contar. Olhei para o chão.

– Você teve um flashback, garoto. – explicou Haymitch por mim.

– Eu tive um flashback? – perguntou Peeta assustado.

– Sim. Você estava correndo atrás da Katniss com um pedaço de madeira. – continuou Haymitch. Ele contou toda a história por mim.

– Eu machuquei você, Katniss? – perguntou ele preocupado.

– Não. Você não me machucou. Eu estou bem. – menti.

– Então por que você está com essas marcas roxas nos seus braços? – falou ele observando meus braços.

– Eu caí da escada enquanto descia e daí.... – fui interrompida por Peeta.

– E daí você ficou com as marcas dos meus dedos nos seus braços? Foi isso?

Me calei olhando para o lado. Peeta se levantou e começou a andar de um lado para o outro, frustrado:

– Meu Deus, Katniss. Eu poderia ter matado você. Você estava dormindo, eu poderia, sei lá, te sufocar com o travesseiro. Eu poderia ter te dado um paulada na cabeça.

Eu me levantei e parei na frente dele fazendo-o parar também:

– Mas você não fez. Está tudo bem. Nós sabíamos que isso iria acontecer as vezes. – tentei consola-lo.

– Mas eu poderia ter matado você. Faz ideia de como eu me sentiria se isso acontecesse? É melhor eu manter uma distância segura de você.

– Não. Não é necessário. Eu não vou ficar longe de você. – comecei a me opor.

– É para a sua própria segurança.- insistiu Peeta.

Entrei em desespero, não conseguia me imaginar longe de Peeta:

– NÃO PEETA. Não. Eu não aceito. Você mesmo disse que toda guerra tem suas consequências, eu não vou deixar uma dessas consequências estragar nossa relação. Eu vou cuidar de você e você vai cuidar de mim. Porque é isso que fazemos. Cuidamos um do outro.

Ele me abraçou:

– Shhh, tudo bem. Desculpa. Esquece o que eu disse, tá? – disse ele.

– Por favor, não me abandona. Eu preciso de você. Eu te amo. – eu implorei

– Não vou te abandonar, estou bem aqui. Eu também te amo.

Ficamos abraçados por algum tempo, até sermos interrompidos por Haymitch:

– Com licença, os amantes desafortunados do Distrito 12 poderiam se retirar da minha casa, já que tudo voltou ao seu quase normal?

– Desculpa, Haymitch já estamos saindo. – respondi rindo.

Peeta fez um convite:

– Não quer tomar o café-da-manhã conosco, Haymitch?

Haymitch pensou por certo tempo e acabou aceitando. Voltamos para minha casa. Peeta fez um delicioso café-da-manhã para nós. Comemos, conversamos e rimos bastante. Era bom ver que tudo estava voltando a ser normal de novo. Era bom viver de verdade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, está aí meus queridos. Espero que tenham gostado. Não esqueçam de comentar. Beijos da Tia Rafú pra vocês.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ao nascer de uma nova Esperança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.