Ao nascer de uma nova Esperança escrita por Rafú


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

OIZINHO. Mais um capítulo fresquinho pra vocês. Bejinhos.



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Fui acordada por Peeta na manhã seguinte. Eu estava deitada de bruços na cama com o lençol cobrindo até metade das minhas costas. Ele me chamou:

– Katniss. - sussurrou ele no meu ouvido, enquanto passava as mãos no meu cabelo – Acorde.

– Não quero. – falei empurrando a mão dele e puxando o lençol pra cima da minha cabeça. – Vá embora.

Ele riu:

– Levanta, Katniss. – falou ele tirando o lençol da minha cabeça. – São dez horas.

– Que saco, Peeta. Vai achar o que fazer. Vá assar pães, sei lá. – respondi irritada.

– Na verdade já assei pães, fiz o café-da-manhã, tomei banho e ainda passei na minha casa pra trocar de roupa. – disse ele perdendo um pouco a paciência.

– Mas como fez tudo isso? – perguntei espantada. – Que horas você se levantou afinal?

– Seis e meia.

– Mas, quem é que sai da cama às seis e meia numa segunda-feira?

– Pelo visto você não sai. E hoje é terça, não segunda.

– Não importa. Não vou sair da cama. Estou muito bem aqui.

– Tudo bem. Acho que terei que comer sozinho, todos aqueles pães de queijo que fiz. – falou ele se afastando, indo em direção à porta. – E tem mais aquele chocolate quente esfriando em cima da mesa.

– O que você disse? – perguntei sentando-me imediatamente. – Você fez pães de queijo?

– E chocolate quente. – falou ele sorrindo.

Encarei ele por um certo tempo, até que levantei e corri para o banheiro:

– Vou tomar um banho e já desço.- falei rapidamente.

– Te espero lá embaixo. – anunciou ele enquanto eu fechava a porta do banheiro.

Tomei o banho mais rápido da minha vida. Vesti a primeira roupa que vi e desci. Peeta estava na cozinha (obviamente) esquentando o chocolate quente. Ele se virou e eu o beijei.

– Não entendo você. – ele disse parecendo confuso – Uma hora grita comigo pelo simples fato de eu a acordar e no outro já está me beijando.

– Desculpa. Odeio que me acordem cedo. – respondi envergonhada. – E eu não estava gritando.

–Ah, não? Então nem quero ver quando você realmente estiver gritando. – disse ele me passando um copo com chocolate e rindo.

– Você já me viu gritando, lembra? – perguntei rindo também.

– Apagaram metade das minhas memórias com você, lembra? – sussurrou ele olhando para sua xícara de chocolate.

Aquilo fez eu calar a boca. Não conseguia nem imaginar o inferno que Peeta deve ter passado nas garras de Snow. Imediatamente me senti culpada. Senti toda a culpa caindo de uma só vez em cima dos meus ombros. Uma lágrima caiu na minha xícara.

– Está chorando? – perguntou ele demonstrando agonia na voz.

– Desculpa. – não me desculpava só pelo fato de estar chorando, mas também, pelo fato de ter causado todo o sofrimento que ele passou, pelo fato de ter sido a causa dele deixar de ser quem era. Por causar todas aquelas mortes.

– Não tem o que desculpar. Não foi culpa sua. – falou ele calmamente, largando a xícara na mesa e se aproximando de mim.

Comecei a gritar, me afastando dele, me sentindo frustrada:

– NÃO FOI CULPA MINHA?! ENTÃO VOCÊ NÃO PERDEU A SUA PERNA POR CULPA MINHA? ENTÃO VOCÊ NÃO FOI PARAR NO MASSACRE QUATERNÁRIO POR CULPA MINHA? ENTÃO VOCÊ NÃO FOI TELESSEQUESTRADO E PERDEU SUA MEMÓRIA POR CULPA MINHA? – Peeta me olhava apavorado, as lágrimas caiam igual à água numa cachoeira, atirei minha xícara de chocolate quente no chão, e ela se espatifou espalhando cacos de vidro e chocolate pelo chão. – DE QUEM A CULPA ENTÃO, PEETA? ME DIZ DE QUEM É A CULPA! ME DIZ QUEM É O CULPADO POR TODAS AQUELAS MORTES E PELO BOMBARDEIO AO DISTRITO 12. ME DIZ!!! ME DIZ!!!

Peeta veio até mim e segurou o meu rosto me fazendo olhar pra ele:

– CHEGA, KATNISS. – gritou ele comigo. – Sim, a culpa é sua. A culpa é sua pela morte do Snow, pelo fim dos Jogos Vorazes, por nós dois estarmos vivos e pela paz que triunfa Panem. Toda guerra tem suas consequências, e essas consequências não são culpa sua. Então para com isso. Você não é a culpada por todas aquelas mortes. Está me ouvindo? A culpa não é sua. A culpa é da guerra.

– Mas Prim... – tentei falar, mas ele me interrompeu.

– Prim morreu porque estava no lugar errado e na hora errada. A morte de Prim não tem nada a ver com você.

Desisti de retrucar. Ele me abraçou e eu continuei a chorar.

– Vai ficar tudo bem, amor. Vai ficar tudo bem. – ele sussurrou no meu ouvido – Eu sei que você é mais forte que isso.

Ele segurou meu rosto novamente me fazendo olhar em seus olhos:

– Eu estou aqui. Você não está sozinha, Kat. Eu te amo.

– Eu também te amo. – respondi parando de chorar

– Então vamos limpar o chão e fingir que essa crise nunca aconteceu. Pode ser?

– Pode.

Limpamos o chão da cozinha com cuidado para não se cortar com os cacos de vidro, Peeta fez outro chocolate quente pra mim. Começamos a comer nosso café-da-manhã como se nada tivesse acontecido.

– Vou começar a reforma da padaria amanhã. – me informou ele.

– Isso é bom. – respondi – Tem que tirar todo o entulho de lá antes.

– Já dei um jeito nisso ontem antes de preparar o nosso piquenique. Jared resolveu isso pra mim. – respondeu ele mergulhando o pão de queijo no chocolate.

– Quem é Jared? – não lembrava de ninguém com esse nome no Distrito.

– Um amigo de meu pai. Paguei a ele pelo serviço. Ele e mais alguns amigos fizeram esse favor pra mim. Você vai caçar hoje?

– Não. Vou ficar por casa. Onde está Greasy Sae?

– Ela venho aqui mais cedo, mas eu disse que poderia ir pra casa e que não precisaria mais vir aqui. A não ser, é claro, que tivesse o desejo de te visitar. Disse que eu cuidaria de você a partir de hoje. – respondeu ele se levantando ,levando a xícara para a pia e a lavando.

– Não sou criança, não preciso de um babá. – sussurrei.

– Ok, então, Senhora Adulta. Você poderá fazer o almoço hoje. – retrucou ele de volta.

Levantei e levei minha xícara para a pia também.

– Tudo bem. Retiro o que eu disse. – decidi trocar de assunto. – E os seus quadros?

– Que que tem eles?

– Fizemos um acordo, está lembrado? Eu te levaria até a um piquenique na floresta e, em troca, você me mostraria seus quadros.

– Ah, sim. Me lembro.

– E você ganhou seu piquenique, então quero ver seus quadros.

– É, ganhei um piquenique na floresta com você, um banho no lago e... – eu o interrompi:

– E um beijo.

Me aproximei dele e o beijei. Interrompi o beijo e falei:

– Promessa é dívida.

– Eu sei, não se preocupe, eu vou mostrar meus quadros pra você. Mas, primeiro, vou até a padaria ver se todo o lixo já foi retirado. Quer vir comigo?

– Não. Estou com preguiça.

– Preguiçosa.

– Eu sou e não nego.

Ele riu:

– Então eu vou lá e já volto, daí você poderá ver os quadros que você quer desesperadamente ver. Tudo bem pra você?

– Sim.

Ele me beijou e saiu me deixando sozinha. Fui pra sala ver televisão mas nenhuma programação da Capital chamava minha atenção. Resolvi desligar o aparelho e arrumar meu quarto. Enquanto arrumava a cama, lembrei-me da noite anterior que tive ali com Peeta. Queria passar por aquela momento todo de novo, mas infelizmente não se pode voltar no tempo. Terminei meu quarto e desci, fui pra rua, sentar na varanda e pegar um pouco de sol. Pouco tempo depois, avistei Peeta se aproximando. Me levantei e o beijei:

– Tudo certo lá?

– Sim. Pronta pra ver os quadros? – perguntou-me ele.

– Prontíssima. – respondi entusiasmada.


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Notas finais do capítulo

Pronto, meus amores. Não esqueçam de comentar, favoritar, recomendar e não percam o próximo capítulo. Beijocas da Tia Rafú. ;)



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