Ao nascer de uma nova Esperança escrita por Rafú


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

OIZINHO, mais um capítulo pra vocês. Beijos.



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A casa de Peeta, era, como eu já sabia, exatamente igual a minha. Entramos lá, e ele me guiou até o segundo andar, no último quarto, no fim do corredor. Ele me colocou de frente a porta, que estava, por sinal, fechada.

– Montei uma espécie de ateliê neste quarto. Não note a bagunça. – disse ele antes de abrir a porta.

Ele finalmente a abriu. Havia latas de tinta espalhadas por todo o quarto e quadros, muitos e muitos quadros.

– Uau. – falei boquiaberta. – Você fez todos esses quadros desde que voltou para o Distrito?

– Fiz. – respondeu ele orgulhosamente.

Comecei a observar os quadros. Eram tão lindos. A grande maioria me incluía na pintura. Mas não havia quadros só comigo. Tinha quadros em que ele pintou sua família, amigos, Delly quando era criança, entre outros. Porém, teve um quadro que me chamou uma atenção maior do que os outros. Neste havia Prim e Rue caminhando, de mãos dadas, tranquilamente em uma campina. Elas estavam sorrindo.

– Você pintou as duas de mãos dadas. – comentei.

– É. Na verdade tirei esse de um sonho que tive durante a noite. Quer dizer, elas devem estar juntas agora.

– Sim. Elas estão. – concordei, sorrindo para o quadro. – Todos eles estão. – comentei baixinho, de modo que Peeta não escutasse. – Onde está aquele quadro que você me falou aquele dia?

– Qual? O do piquenique no Centro de Treinamento? – indagou ele se recordando.

– Esse mesmo.

– Esta aqui. – falou ele me puxando pela mão e me levando até o quadro.

Olhei o quadro atentamente. Era exatamente como eu me lembrava. Eu deitada em seu colo, fazendo uma coroa de flores e ele brincando com meus cabelos. Fiquei feliz pelo fato de ele não ter esquecido, ou ter se lembrado, desse dia. Foi um dos últimos momentos bons que passamos juntos antes de nos jogarem em uma arena novamente. Passei o resto do dia na casa de Peeta. Tentei ajudar ele no almoço, mas acabei cozinhando demais o macarrão. Peeta colocou tudo no lixo, rindo por eu ser a única mulher no mundo que não sabia cozinhar. Não teve jeito. Acabamos comendo ovo frito no almoço. Peeta acabou saindo de casa, pra tratar do assunto da padaria. Ele disse que teria que assinar alguns papéis e falou que eu poderia espera-lo ali se eu quisesse, mas recusei. Queria fazer uma visita a Haymitch.

– Talvez eu volte tarde. – me alertou ele. – Quer que eu durma na sua casa quando voltar?

– Quero.

Ele me beijou e partiu. Fui em direção à casa de Haymitch. E bati na porta. Como já esperava, não obtive resposta alguma. Então decidi entrar.

– Então era você que estava batendo na porta. Como vai, docinho? Estou vendo que se lembrou do seu velho mentor aqui. Ou só veio conferir se eu estava vivo ainda? – falou Haymitch imediatamente assim que me avistou. Estava sentado em uma poltrona, bêbado, cercado de garrafas vazias de licor. A casa estava um chiqueiro.

– Oi. – falei sentindo o cheiro forte de álcool no ambiente. – Vim visitar você. Como vai?

– Bêbado. – respondeu ele sorrindo.

– Como sempre. – confirmei sorrindo também.

Me sentei em um sofá próximo a ele.

– Peeta me contou que vocês estão juntos. É verdade? Ou estava tão inconsciente que ouvi errado? –indagou ele.

– É verdade. – respondi sinceramente – Peeta te visita com frequência?

– Na verdade, ele vem toda manhã me trazer pães e ás vezes joga uma partida de xadrez ou cartas comigo.

– Vamos jogar uma partida de xadrez nós dois então? – perguntei.

– Pode ser, o tabuleiro está ali. – falou ele apontando para o tabuleiro que estava ao lado da tv.

Meu pai me ensinou a jogar xadrez quando eu era menor, e ele jogava com minha mãe de vez em quando, mas fazia um bom tempo que não praticava. Tentei jogar uma partida com Haymitch, mas ele estava tão bêbado que eu tinha que lembrar a ele que o cavalo andava em “L” e o bispo andava na diagonal. No fim acabei ganhando, pois Haymitch não fazia ideia do que estava fazendo. Conversamos mais um pouco e me despedi dele.

– Não esqueça de me visitar, docinho. – me avisou ele.

– Não se preocupe, Haymitch, eu virei.

– E vai ter revanche, você só ganhou de mim porque eu não estava em condições de jogar. – falou ele se relacionando ao xadrez.

– Tudo bem. – respondi rindo.

Eu estava quase na porta quando ele me chamou:

– Ah! E Katniss?

– Que foi? – perguntei.

– Não faça nenhuma besteira. O garoto é legal. – falou ele se referindo a Peeta.

– Pode deixar. Não farei. – falei em resposta. – Até mais, Haymitch.

– Até.

Voltei pra casa, eram dez horas. Nem notei que passei todo esse tempo com Haymitch. Comi um pouco de pão que Peeta havia feito mais cedo. Subi, tomei um banho, vesti uma calça moletom e uma camisa qualquer e fui pra cama. Dormi. Acordei em um breve momento sentindo alguém se juntar a cama comigo.

– Desculpe, não quis te acordar. – sussurrou Peeta.

– Tudo bem. – falei a ele, enquanto já me aconchegava em seus braços.

– Boa noite. – disse ele, beijando o topo da minha cabeça.

– Boa noite. – sussurrei de volta.

Naquela mesma noite fui acordada por alguém sussurrando meu nome e dizendo pra mim correr. Me sentei e notei que era Peeta. Imediatamente o sussurros viraram gritos altos e desesperados. Ele começou a se espernear na cama, comecei a sacudi-lo:

– Peeta! Peeta! Acorde! Você está tendo um pesadelo. Peeta! – comecei a gritar.

Ela se sentou na cama, ofegando e tateando a cama a minha procura.

– Katniss? Cadê você? – perguntou ele agonizado.

– Eu estou bem do seu lado, Peeta. – falei segurando sua mão.

Ele levou a mão dele até meu rosto e começou a examinar com os dedos.

– Você está bem? – perguntou ele com a voz trêmula.

– Sim, está tudo bem. Você teve um pesadelo. Não era real. Era só um pesadelo.

– Não era real. Não era real. – repetiu ele pra si mesmo.

– Está tudo bem, volte a dormir.

– Eu preciso de um banho. Eu vou tomar um banho. – falou ele se levantando e indo em direção ao banheiro.

Esperei ele. Peeta demorou mais que o habitual no banho, mas eu não me importei, sabia como era acordar neste estado no meio da noite. Fiquei sentada na cama, olhando para porta do banheiro, até que ele a abriu e saiu de lá enxugando os cabelos com uma toalha. Ele a jogou em uma poltrona que havia no quarto e voltou para a cama.

– Você está bem? – perguntei visivelmente preocupada.

– Estou. Vamos dormir.

Desta vez ele que se abraçou a mim, procurando um porto seguro, eu o abracei o mais forte que pude, para demostrar que estava tudo bem, que não tinha o porquê de ter medo. Ele estava tremendo. E eu acabei pegando no sono enquanto ele continuava a tremer. Por algum motivo acabei acordando de novo, ainda estava bastante escuro, Peeta não estava mais abraçado a mim, Peeta nem sequer estava na cama.

– Peeta. – chamei baixo. Porém não obtive resposta. Saí da cama e fui em direção ao banheiro, acendi a luz, mas estava vazio. Decidi sair do quarto e vi uma luz acessa no fim do corredor, o último quarto. Fui até lá bem devagar, a porta estava aberta até a metade, empurrei a porta e ele estava lá, agarrado a janela, e olhando para a rua. O quarto estava completamente destruído. Cadeiras, cômodas, inclusive o armário havia sido destruído. Dei um passo para dentro do quarto e o chamei:

– Peeta?

Ele imediatamente se virou de frente pra mim, com os punhos fechados, suas pupilas estavam completamente dilatadas, ele sorriu ironicamente pra mim:

– O que faz aqui, senhorita Everdeen?

Paralisei, neste momento. Peeta estava tendo um flashback.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, amores. O que vocês acham que vai acontecer, hein? Não deixem de comentar, favoritar e recomendar, até o próximo capítulo. Beijocas da Tia Rafú!!! ;)



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