Capítulo 15 – Lance

POV de Bella

“Então, planos para o fim de semana?” Mike me perguntou no telefone.

- Ah, domingo chame o Jasper, o Eric e venham aqui em casa... Meu pai está desconfiado... – Murmurei.

“Nos esquecemos dele.” Ele riu. “Vou sim. Ele gosta do que?”

- Beisebol. – Eu disse rápido. – fale o que quiser sobre beisebol que você ganha ele rapidinho...

“Hum, bom saber.” Ele riu mais alto. “Posso passar ai?”

- Ou melhor... nos encontramos no parque... Pode ser?

“Perfeito. Até.”

- Até.

Me despedi de Mike e fui tomar um banho rápido. Prendi o cabelo num rabo de cavalo, porque meu cabelo decidiu não ser bonzinho esses dias, e desci. Meu pai estava sentado no sofá, enquanto minha mãe arrumava as coisas da janta de hoje. Passei pela cozinha e cochichei para Renée.

- Mike está ali no parque... – Murmurei. – Posso escapar?

- vaii sim, - Ela disse empolgada. – Espero que ele venha no domingo.

- Vem sim. Obrigada. Fuii!

Sai pela porta dos fundos, me abaixei quando passei pela  janela da sala e corri em direção ao parque. A rua estava bem iluminada e, neste horário, o parque ficava deserto. Diminui o passo e me sentei num balanço. Alguns minutos depois, Mike parou o carro na frente e acenou para mim.

- Ah, tenho que ficar por aqui. Daqui pouco tenho que ir. – Murmurei a ele.

- Hum, tudo bem. – Ele pegou minha mão e nós andamos até uma árvore que havia ali, mais á frente. – Este vai ser o melhor ano da escola...

- Porque diz isso? – Perguntei.

- Estou com você... – Ele deu aquele sorriso lindo dele e me beijou.

Meus dedos brincavam com seus cabelos curtos, enquanto ele me beijava. Mike era um cara legal, lindo, fofinho, encantador e eu – realmente – era apaixanada por ele, desde que entrei no primeiro ano do colegial, quando comecei a vê-lo com outros olhos. Mas ele não era o Edward. Ah, lógico que não era. Ele não era tão... bem, ele não era como o Edward era e, eu não podia negar que gostava de ficar com o Edward também.

Mike fazia o tipo carinho, namorado perfeito, que te dá presentes em todas as dadas especiais do ano. Lógico que eu gostava disso. As mãos dele chegavam a tatear minhas costas, desciam por minha cintura, o beijo dele era perfeito – um dos mais perfeitos, nem o primeiro, nem o segundo, era empate. Aliás, do que mesmo eu estava reclamando? Ah, sim, Mike não era tão... voraz - ? – como Edward era. E, mesmo assim, eu gostava – muito – dele.

- Sabe de uma coisa... – Ele me fitava. – Eu gosto muito de você, Bella.

-Eu também, Mike.

- Hum... – Ele olhou atrás da árvore. – Aquela é a Angie?

- Oh meu Deus! – Eu tinha me esquecido. –Tenho que correr! Meu pai não sabe que saí!

- Vamos...

Ele me puxou pela mão e nós corremos. Me despedi dele quase em frente de casa, depois dei a volta e subi na árvore torta ao lado da cerca. Aquela árvore sempre foi minha salvação, eu sempre escapava por ela, muitas vezes. Muitas mesmo. Eu ri comigo mesma. Subi no tronco e pulei no pequeno beiral, um pedaço da varanda do meu quarto. Lavei meu rosto, prendi de novo o cabelo num coque – como eu costumava ficar em casa – e desci, como se nada tivesse acontecido.

- Você dorme hein garota! – Meu pai riu.

- Ah, a Bella dorme demais... – Angie piscou para mim.

- Então, pai... – Engoli seco. – Domingo, Mike e dois amigos dele vem aqui...

- Hum, porque?

- Bem... ele vai vir falar com você... oficialmente. – Eu disse baixinho.

Meu pai parou de mastigar, engoliu tudo e ficou me olhando. Ele olhou para minha mãe, para Angie e Alice, por último me encarou. Eu engoli seco, não sabia se meu pai ia ter um ataque ou não. Mas não tinha motivos, certo? Ele conhecia os Newtons. Omg.

- Hum. Tudo bem.

- Sério?

- É, Bells. Sério. Ele é gente boa. Família boa, sabe como é.

Depois que jantamos, subi para meu quarto, Angie e Alice estavam lá. As duas me olhavam desconfiadas, ou melhor, curiosas. Mas sobre o quê, eu não fazia a mínima idéia. Decidi não ignorá-las – até porque da última vez não deu certo – então me sentei no pé da cama.

- Digam. – Murmurei.

- Qual é o lance com o Mike? – Alice perguntou.

- EU gosto dele.

- Não, explica melhor. Você GOSTA MESMO dele?

- Ang, All. –Falei. – Eu sou apaixonada pelo Mike, eu gosto muito dele.

- Hum, ela diz a verdade? – Alice me rodeou.

- E o que sente pelo Edward? – Ang fez a outra volta.

- Bem, eu gosto de ficar com ele. É... divertido. – Murmurei. – Ah, qual é? Vocês vão me proibir e dizer que é errado? Tá, eu sei que é errado, mas e daí?

- Não vamos fazer nada. – As duas falaram juntas. Aquelas duas tinham sincronia total. – Então ta.

- Só queríamos ter certeza. – Angie assentiu com Alice.

Eu deixei as duas planejando não sei o que e liguei o computador. Abri o programa de postagens do meu blog e resolvi finalmente – depois de três meses – voltar a postar por lá. Meu blog não era nada que pudesse me comprometer, lógico, o nome era até normal. Garota de NY.

“Monólogo.” – Escrevi como título.

“Até ontem eu achava que as pessoas podiam estar apenas em uma situação. Mas errei. Elas podem estar em muitas, determinadas, situações. No começo, eu fui bem contra, mas, cansei de ser o que as outras pessoas querem que eu seja. Decidi ser apenas eu mesma.” Parei ali mesmo. Não deu vontade escrever mais nada, três dias resumidos em quase duas linhas. Cliquei em enviar.

Entrei no twitter e vi que eu tinha um seguidor a mais do que ontem. “DrawdenelluC”. Aparentemente, esse nome não era nada, mas foi então que vi o twitte que ele me mandou: “Você treinou muito bem.”

Raios, até aqui? Eu não podia nem ter um lugar que eu não fosse perseguida por ninguém? Nem na internet? Edward Cullen. Idiota. Gostoso. Lindo. Forte. Com aquela boca e aquele tanquinho. Senhor, me ilumina, eu to perdida.

[...]

“Bom dia, NY!”  Minha mãe tinha mesmo que manter esse rádio idiota como despertador? “Sábado, o dia vai começar a esquentar, as flores vão começar a abrir e adivinhem? Dia dos namorados vem aí?! Pombinhos e pombinhas, se preparem, pois o comércio vai lotar!” Dia dos namorados? O cara do rádio era o cara mais adiantado que eu conhecida, faltavam duas semanas para o dia dia dos namorados.

(N/A: Galera, o dia dos namorados em alguns lugares do mundo – como Japão, EUA, Europa e afins – é comemorado no dia 12 de fevereiro, Dia de São Valentim, “Valentine’s Day”)

Me levantei rapidamente, tomei um banho rápido e desci. Minhas primas já estavam na cozinha com minha mãe. Aquelas duas era duas pilhas ligadas no 220, como era possível estar tão animadas numa manhã de sábado?

- Bom dia! – Eu disse parecendo animada.

- Bom dia.

- O que foi? – Perguntei.

- Dia dos namorados está chegando... – Murmurou Alice. – Jasper não me pediu em namoro...

- Ah, eu saia que tinha alguma coisa. Aquele loirinho é uma gracinha. – Minha mãe sorriu entregando as panquecas. – E você, Angie?

- AH, tia eu...

- Ela tem o Eric... ele vai vir no domingo também, junto com o Jasper! – Eu ri e contei.

- Sua chata. – Alice murmurou. – vamos? Temos aula e hoje vamos treinar a tarde.

- Ok, vamos. – Peguei minhas coisas e fui para o carro. Minha mãe entrou logo em seguida.