(POV: Liane)
Eu estava em apuros, não sabia o que fazer. Aquela dragonesa estava ferida e morrendo de fome, parecia que havia anos que não comia. Mesmo naquele estado, estava pronta pra luta, e eu confusa. Quem era ela e o que queria?
_ Quem é você? – perguntei calma, ela estava me encarando.
_ Não importa quem sou! – ela rugiu, - O que importa é o que vocês querem!
_ Nós? Não queremos nada! Só saber o que você veio fazer aqui. Em meu território.
_ Seu... Território... D-desculpe... E-eu não sabia... – ela gaguejou, e parecia estar envergonhada, por esta violando regras que nem conhecia.
_ Calma – eu disse com a voz doce -, você não fez mal algum a ninguém.
_ Fale por você! – o idiota do Master disse. – Ela me atingiu com uma bola de fogo! Sabe como isso dói?
_ Cala a boca Master! – eu virei de volta ao dragão – não ligue pra ele, ele só fala bobagem. Diga-me, qual seu nome?
_ Me chamo Neve. E você? – Neve...
_ Me chamo Liane, sou amiga de todos os dragões. De onde você é Neve?
_ Não sou de lugar nenhum. Viajo por ai, com a esperança de encontrar um lar.
_ Puxa. Bem, se quiser você pode viver aqui! O lar de todos os dragões fúrias da noite! – eu disse, com esperança dela aceitar.
_ É um convite e tanto! Mas não acho que devo...
De repente algo atinge Neve, uma bola de fogo que eu conhecia.
_ Labareda! Não! – eu corri em direção a Neve, mas Nevasca ficou no meu caminho.
_ Não Liane! Ela é a intrusa! Devemos expulsar ela e mostrar que não pode ficar em outro território que não a pertence!
_ Não Nevasca! Ela não sabia! Ela estava de passagem!
_ De passagem ou não, ela deve voltar de onde veio!
_ Ela não tem casa! – meus olhos encheram de lagrimas, ele ia machucar um dragão inocente!
_ Não precisa chorar – ele disse, tocando sua testa com a minha – mas ela deve ir embora, não pode ficar.
_ Eu sei, mas também devemos ser como sempre fomos: gentis e amigáveis. – eu disse indo em direção a Neve – Vamos levar você pro acampamento e cuidar de suas feridas, não se preocupe, você vai ser bem recebida. – eu disse para Neve que estava tremendo.
_ Promete? – ela me perguntou.
_ Prometo. – eu disse pra ela.
_ levem ela pro acampamento e cuidem bem dela – disse para Nevasca e Labareda -, se maltratarem ela, nem sei o que faço com vocês. E cuide dela como se fosse de casa, ela é nossa convidada e deve ser bem tratada. Podem ir e avisem a anciã que logo irei pra casa, só tenho que cuidar de umas coisas. – disse olhando pra aquele grupo de humanos – tenho que levar esses humanos pra casa.
_ Humanos? – Nevasca olhou pra trás – você ficará bem?
Balancei a cabeça afirmando.
_ Tudo bem, ate mais tarde.
_ Até. – dei um sorrisinho e os vi parti com Neve. Olhei pros humanos e disse:
_ Vocês devem ir, já esta tarde.
_Mas, estamos curiosos... – Emilly disse – Podemos conhecer os dragões?
_ Emilly! – a Alany disse – claro que não! Eles iriam nos fazer picadinhos!
Dei uma risadinha e disse:
_ Não é bem assim, mas posso levar vocês pra conhecerem a ilha, mas hoje não. Voltem amanhã que eu lhes mostro.
Todos ficaram alegres, menos Ketlen, que ficou em silencio.
_ Tudo bem voltamos amanhã, tchau Liane!
_ Tchau! Até!
(POV: Ketlen)
Eu não acredito! Vamos ter que voltar! Ai, desde que eu vi a cara daquelazinha, já senti nojo! E o pior, eu vi como o Jack olha pra ela, argh! Mais nojento ainda! Bem, eu que não volto mais aqui e ponto!
Estávamos indo pro barco, eu fiquei quieta a viajem toda, só escutando.
_ Nós temos que voltar! Vocês viram que ela conversava com os dragões? E ela ficou encurralada, sem saída! E ficou calma! Ela é demais! – disse Emilly, quase caindo do barco.
_ Ela é incrível mesmo, nem pareceu com medo! – disse Alany.
_ Eu ficaria mais preocupada pra o que iremos falar pro nossos pais. – eu disse, como sempre, sem importância com o que eles iam falar.
_ Vish! É mesmo! Eu ia sair com o meu pai hoje, espero que ele nem tenha notado... – disse Jack, tentando desvendar as horas.
_ São 13h10min cabeção, e não se preocupe, seu pai é o chefe, nem vai ligar. – eu disse pra ele.
Jack é o filho de Nasgard, o chefe da tribo de Noitosff, onde moramos. O pai nem liga pra ele, mais o treinar pra ele um dia, ser um grande viking, uma bobagem, já que Jack nem liga pra isso. Diferente de mim. Eu dou duro pra ser valorizada, me esforço ainda mais pra ser uma boa viking, e ainda tento ter um pouco (só um pouquinho) de atenção de alguém muito especial pra mim... Mas o importante é que ninguém vai ficar no meu caminho, nem aquela tal de Liane, que nome tosco!
Estávamos chegando e, pra nossa má sorte, estavam todos ali. A mãe e a avó da Peg, a tia da Emilly, o pai do Jack, os pais da Alany e do Otavio, e o pior de tudo, o meu irmão, ele me olhava com cara de bravo, droga, odeio quando ele faz a cara de bravo.
_ Onde você estava? – ele me perguntou, Alan parecia bem bravo.
_ Num lugar. – eu disse.
_ É serio! Estava preocupado com você! – ele disse, mas desta vez estava com ar de preocupação.
_ Estava... Numa ilha... – eu disse e minha voz mal saiu.
_ Ah, Ketlen. Eu disse pra não sair por ai por conta própria!
_ Desculpa – eu abaixei a cabeça -, mas você nem sabe o que eu vi! Eu... – os outros olharam pra mim e, com a linguagem visual, me disseram:
“não conta, não conta!” – disse Emilly.
“não fala nem dos dragões!” – disse Otavio.
“tá bom! Eu não falo!” – eu disse pra eles.
_ E então? – disse Alan, eu tinha me perdido nos meus pensamentos e na conversa visual.
_ Eu... Hã... Bem fui numa ilha... Era uma que eu já tinha ido, mais exploramos mais um pouco, então perdemos a noção do tempo, só isso. – pensei em qual quer coisa e disse.
Ele me olhou com cara de espanto.
_ Bem, vamos pra casa então. – ele se despediu dos pais dos outros e eu também, e Jack disse pela linguajem visual:
“valeu por não contar” – ele deu uma piscadinha.
“por nada, seu idiota” – dei um sorriso pra ele e fui pra casa.
Eu ouvi Alan conversar com alguém. Era Nasgard, o pai do Jack. Fiquei encolhida e ouvi a conversa:
_ Ela tem grande porte de se tornar uma grande viking, Alan. Mas precisa saber o que fazer na hora certa, não pode sair por ai pra fazer o que der na telha! Ela precisa de disciplina, Alan! Mesmo sendo uma viking, temos que nos organizar. Você entendeu?
_ Sim, mas ela esta meio triste pela morte de nossos pais. Não posso muda lá de uma hora pra outra!
_ Eu sei, mas temos que fazer o possível. Posso contar com você, Alan?
_ Claro senhor. Vou tentar.
Ele foi embora. Eu ia subir, mas ouvi meu irmão falar:
_ Não tem jeito, ela vai ter que ir pra academia de vikings.
_ O que?!