Pov – Katniss

— Fala Gale, por favor. – Falei fazendo biquinho.

— Você é muito impaciente Katnip. – Ele falou rindo.

— Fala logo, porque queria falar comigo? – Gritei.

— Tá bom, tá bom. Só vou falar porque fiquei com medo de você. – Eu ri. – O pessoal do terceiro ano vai dar uma festa, para rever os amigos e tal. E o segundo ano também foi convidado. Tá a fim de ir?

— Hum... Uma festa? – perguntei com uma cara de quem ia aprontar.

— Por favor, não faz essa cara. Sempre dá merda quando você faz isso. – Ele disse quase implorando.

— Nossa Gale... Magoou. – Falei fazendo biquinho. – Não confia na sua irmãzinha do coração? – Falei piscando rápido e fazendo cara de inocente.

— Não, eu não confio. – Ele falou rindo.

— Tudo bem, eu não ligo mesmo! – Falei virando de costas e cruzando os braços.

— Ah Katnip, não fica assim. – Ele me abraçou pelas costas colocando o queixo no meu ombro. – Você sabe que eu te amo não sabe?

— Ama mesmo?

— Claro que amo. Você ainda tem dúvidas? – Ele beijou meu rosto.

— Não, não tenho. – Falei rindo.

— Festa à noite então? – Ele se colocou na minha frente e sorriu. Puta merda!Como o Gale tá lindo! Se ele não fosse meu “irmão” eu pegava fácil.

— Claro! Eu não perderia por nada uma festa do terceiro ano! – Falei animada.

— Então tá. Depois eu te mando no whatsapp o endereço ok?

— OK.

Ele beijou meu rosto e saiu, então eu fui até a Annie que estava conversando – ou melhor, babando – no Finnick.

— Gente, tenho novidades! – Falei me sentando ao lado dos dois.

— Desembucha KitKat. – Annie falou.

— Festa do terceiro ano hoje á noite. Alguém topa? – Falei animada.

— Claro! – Finnick disse. – Vem comigo Annie? – Annie ficou tão vermelha que não dava pra distinguir seu rosto do cabelo.

— Claro Finn. – Ela respondeu envergonhada.

— Vou manda no grupo que hoje tem festa. – Falei pegando o celular. - Ah Annie!

— Oi Kat.

— Compras depois do colégio ok?

— OK.

— Garotas e compras... – Finnick disse revirando os olhos.

— Você não quer que a gente vá de qualquer jeito não é? – Perguntei olhando para ele.

— Vocês são muito complicadas... Põe qualquer roupa e vai!

— Eu vou fingir que nem ouvi isso Finn. – Falei mandando no grupo do segundo ano que teria festa hoje.

...

— Annie essa é perfeita! – Falei dando pulinhos. – Finn vai ficar louco!

— Ele nem liga pra isso Kat. – Ela falou cabisbaixa.

— Ei! É porque ele ainda não te viu nessa roupa! Pode ter certeza que ele vai ficar babando em você...

— Vamos ver... – Ela falou entrando novamente no provador.

Eu já tinha escolhido minha roupa para ir á festa, então nós pagamos e pegamos um táxi pra ir pra casa. O táxi me deixou primeiro em casa, e antes de ele sair com a Annie, eu dei alguns conselhos á ela de como se maquiar pra impressionar.

— Mãe, eu cheguei! – Entrei gritando em casa.

— Oi filha. Como foi o seu dia? – Minha mãe sai da cozinha com um pano de prato nas mãos.

— Ah, foi bem. Como sempre... – Falei sem entusiasmo.

— E Peeta?

— A gente se esbarrou no corredor. Como sempre... – Digo revirando os olhos.

— Certas coisas nunca mudam não é? – Ela falou rindo.

— Essa frase está me assombrando... Você é a terceira pessoa que diz isso hoje.

— Talvez porque seja verdade.

— É talvez seja...

— E Gale, como está? – Minha mãe gostava muito do Gale, ela era como uma segunda mãe pra ele, e ele o filho que minha mãe nunca teve.

— Está bem. – Suspiro. – Lindo que só ele.

— Gale é mesmo um garoto muito bonito. – Ela diz com orgulho, como se ele fosse mesmo filho dela.

— Mãe tem uma festa hoje à noite. – Falei e ela me olhou feio. – Gale me convidou. – Falei, ela logo mudou sua expressão.

— Ah, se Gale vai... Então tudo bem. – Ela disse sorrindo. – Só não beba, por favor.

— Até parece que não me conhece não é mãe? Sabe que eu não bebo... – Ela apenas ergueu as sobrancelhas e voltou para a cozinha.

Subi até o meu quarto e coloquei minha roupa nova sobre a cama. Vou arrasar nesse Look!Pensei pegando meu celular. Tinha mensagem do Gale, dizendo o endereço da festa. Já peguei e mandei no grupo do segundo ano pra que todos soubessem onde era. Eram 17:30, dava tempo de tirar um cochilo e depois tomar um banho e me arrumar pra ir á festa ás 20:00. Coloquei meu celular pra despertar ás 18:30 e peguei meus fones de ouvido, coloquei no celular e me joguei na cama. Caí na inconsciência ouvindo Taylor Swift.

...

Acordei com meu celular apitando, eram 18:30. Agora ia começar a minha transformação para a tal festa super badalada do terceiro ano.

Ás 19:45 eu estava pronta. Logo Annie chegou com o táxi.

— Mãe, avisa a Annie que eu já vou! – Gritei do meu quarto.

— Tá bom! – Ela gritou de volta.

Dei mais uma olhada no espelho antes de sair, e assim que abri a porta dei de cara com a minha irmã Prim e a amiga dela Rue.

— Oi meninas! Como estou? – Falei dando uma voltinha.

— Está linda! – As duas disseram em uníssono.

— Obrigada! – Disse e dei um beijinho no rosto de cada uma delas.

— Festa Katniss? – Minha irmã perguntou.

— Sim patinha, mas logo estarei de volta ok? – Ela assentiu e foi para o seu quarto com Rue.

Desci as escadas e antes de sair beijei minha mãe.

— Se comporta filha. – Ela me alertou.

— Como se eu fosse aprontar... – Falei sorrindo de lado.

— Você está linda. – Ela disse.

— Obrigada mãe. – respondi sorrindo. – Te vejo mais tarde!

— Vá com Deus! – Ela disse antes de eu entrar no carro.

— Amém. – Gritei de lá.

Entrei no táxi e Annie estava incrivelmente linda, com o vestido preto e branco que compramos na loja hoje mais cedo. Uma maquiagem carregada que realçava seus lindos olhos e um batom bem vermelho – como eu havia mandado.

— Você está linda amiga. – Disse dando um beijinho falso no seu rosto (pra não a sujar de batom).

— Você também. Vai arrasar nesse vestido! – Ela disse retribuindo o beijo.

Fomos tagarelando até chegarmos á festa, era uma mansão enorme, tinha várias pessoas do lado de fora, e assim que entramos tinha muito mais gente lá dentro. Foi difícil encontrar alguém conhecido, mas finalmente Gale me encontrou.

— Nossa Katnip, se superou. – Ele falou me virando e assoviando.

— É, você também não está mal. – Disse sorrindo.

— Olha, se você não fosse minha irmãzinha, eu juro que... – Ele parou e ficou quieto.

— Jura que o que? – Perguntei curiosa.

— Juro que te dava uns beijos. – Ele sussurrou no meu ouvido me fazendo arrepiar.

— Ah é? – Perguntei no pé do seu ouvido. – Eu também... Você tá muito gato. – Falei e ele riu.

— Isso não vai prestar! – Ele falou passando a mão na nuca. Eu apenas ri.

— O que não vai prestar? – Finnick chegou perguntando. – Nossa Annie, você está linda!

— Obrigada. – Ela disse corando.

Então Finn esqueceu o que havia ouvido sobre não prestar minha conversa com Gale e acabou chamando Annie pra dançar, eu e Gale ficamos sozinhos e ele me puxou pra dançar também.

— Katnip. – Gale chamou.

— Oi.

— Você falou sério àquela hora? – Ele perguntou meio sem jeito.

— Não sei. Você falou?

— Não sei, é estranho te ver de outra forma que não seja uma irmã. Mas não posso mentir dizendo que não fiquei atraído vendo você assim.

— Ficou atraído por mim? – Perguntei corando, ele apenas assentiu. – A minha intenção não era atrair você, mas sim algum colega seu.

— Bom, se eu fiquei atraído, com certeza eles também ficaram. – Ele disse olhando para um lado cheio de garotos do terceiro ano que me olhavam como se eu fosse um pedaço de carne. – E eu não vou deixar nenhum deles tocar em você.

Tenho que admitir que essa conversa com Gale era muito estranha, mas não posso negar que ele está um baita pedaço de mal caminho. Na verdade não é um pedaço, é um caminho inteiro. Sua barba falhada estava o deixando incrivelmente sexy. Meu Deus o que eu estou pensando? Ele é o Gale! Foi quando eu senti suas mãos grandes e fortes segurarem minha cintura e me puxar pra perto colando nossos corpos.

— Gale. – Sussurrei.

— Oi. – Ele disse aproximando sua boca da minha.

— Gale. – Sussurei outra vez, mas ele não respondeu, apenas colou nossos lábios em um beijo calmo e prazeroso. Sua língua pediu espaço e sem pensar duas vezes cedi. Nossas línguas exploravam a boca um do outro em uma sincronia perfeita, era um beijo quente e com certeza de tirar o fôlego. Suas mãos acariciavam minhas costas deixando um rastro de fogo por onde passava, ele as subiu para a minha nuca e agarrou meus cabelos cuidadosamente. Apesar de ser estranho era bom, na verdade muito bom. Uma de suas mãos desceu até a minha cintura e me puxou para mais perto fazendo subir um arrepio da minha espinha até a nuca, o beijo havia se tornado ardente e voraz. Neste exato momento nossas línguas travavam uma batalha por espaço e ele estava ganhando. Foi quando o ar nos faltou separando-nos do beijo. Olhávamos-nos sem saber o que fazer, estávamos terrivelmente perdidos e uma sensação estranha ficou no ar, como se aquilo tivesse sido errado.