A ópera do Tordo escrita por Astral Plane


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi galera voltei.... tenho que pedi mil desculpas de novo não é ? Mas é que eu estou passando por alguns problemas pessoais que atrasaram a minha vida...
Só peço que não me abandonem nem a fic... eu amo escrever para vocês
Quero agradecer a todos os comentários do Cap passado... principalmente dos novos leitores... Sejam bem vindos...
sem mais delongas
o Capitulo 8 ....
Boa leitura galera...



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– Você me ama. Real ou não real ?-

Demoro um pouco a responder, não porque eu não saiba o que dizer mas porque ali eu me perco mais uma vez na imensidão azul de seus olhos e me pergunto como fui tão idiota assim, como pude negar algo que estava embaixo de meu nariz ? Acho que Peeta pensou que eu estava mais uma vez fugindo de falar sobre meus sentimentos, pois ele suspira fecha os olhos e vira a cabeça a fim de não olhar mais pra mim.

– Pode responder Katniss, não precisa ter medo de me magoar.- ele diz ainda olhando para o outro lado.

– Então olhe para mim.- digo virando seu rosto delicadamente em minha direção, e lhe dou um beijo suave, me afasto sorrindo e sussurro – Real.

Nunca achei que alguém fosse capaz de sorrir tanto, mas Peeta sorri, um sorriso que chega até seus lindos olhos azuis.

Ele ergue a mão e acaricia meu rosto dizendo :

Eu amo você Katniss, nunca deixei de amar.

Provavelmente estou mais corada do que um molho de tomate, mas é muito bom ouvir isso dele, é tão bom que eu resolvo que está na hora de eu lhe dizer com todas as letras :

– Peeta- eu abaixo os olhos, tímida – eu.. também.... te amo.– digo olhando para minhas mãos.

Peeta esperou até que eu o olhasse novamente:

– Você não sabe o quanto eu esperei pra ouvir isso.– ele diz baixo

– Você não sabe o quanto eu temi que não desse tempo de lhe dizer.- respondo no mesmo tom baixo que ele.

E como um movimento natural , nos beijamos para mostrar nesse beijo tudo o que estamos sentindo e que as palavras não podem expressar.

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Hoje faz exatamente dois meses que Peeta foi operado, já fazem dois meses que estou longe de casa e definitivamente não está sendo fácil, sempre tomando cuidados pequenos que não denuncie o meu disfarce, sempre vigiando com quem falo e quem fala comigo. Ser Thomas Rendilian tem sido muito cansativo, mas está valendo a pena, Peeta está infinitamente melhor : as dores de cabeça extremas foram embora, as crises severas e continuas foram atenuadas, os coágulos restantes estão sendo diluídos com auxilio de remédios especializados. Meu Garoto com o Pão está tão bem que hoje Dr. Aurelius e Dr. Abbdalla darão alta a ele, finalmente voltaremos para casa, finalmente teremos a chance de reconstruir nossas vida, de curar nossas feridas. Mas ele não sabe disso será uma surpresa, imagino que Peeta ficará tão feliz ou mais do que eu por estar voltando ao 12.

Nesses dois meses , tive experiências boas e ruins. Diana ainda trabalha no hospital , pelo que ouvi dos funcionários no refeitório, mas agora sempre pega turnos noturnos e nem passa perto da ala onde fica o quarto de Peeta. Este aliás apesar de estar muito melhor não está totalmente curado das suas alucinações, e no fundo sei que nunca estará.

Duas semanas depois da operação, por exemplo ele teve uma crise séria porque Dr. Abbdalla , que não tem conhecimento completo dos traumas psicológicos de Peeta, ao sair de seu quarto após a última consulta do dia , trancou a porta e apagou a luz. Acordei com os gritos agoniados de socorro dele, que eram ouvidos por todo o corredor , já estava me vestindo quando Dr. Aurelius, que estava de plantão no dia entrou no escritório e disse apenas : “ Ele precisa de você agora “ . Sai correndo pelo corredor, quando entrei no quarto, ele estava sentado na cama, na mesma posição encolhida, joelhos na barriga e mãos no ouvido, quando está tendo um flashback. Me aproximei e sentei ao seu lado e comecei a chama-lo, mas Peeta não respondia, então comecei a acariciar seus cachos loiros que depois de tanto tempo sem cortar já estavam bem compridos, em um determinado momento ele virou-se para mim e disse “ Cante para mim , por favor “, cantei e cantei , repetidas vezes até ele se acalmar, quando vi que Peeta já estava em seu estado normal perguntei a ele “ Peeta o que houve ? “ “ Escuro” ele disse, no momento não tinha entendido, então ele esclareceu “ Era sempre no escuro que as torturas aconteciam “ Depois disso não perguntei mais nada.

Mas o melhor momento que passei aqui foi a um mês e meio atrás, Haymitch ainda estava aqui e quando me viu apenas disse “ Tente ser gentil , Docinho “ , na hora não entendi mas assim que entrei no quarto de Peeta , durante a manhã, tive uma suspresa:

“ O que significa isso ?”Perguntei a ele olhando diretamente para sua mesinha de desenhos que tinha dois sucos em copos plásticos e dois pacotes de bolachas envolvidos por uma gominha amarela, e duas cadeiras no lugar de uma.

No primeiro momento ele não me respondeu, foi até a porta ,a trancou veio até mim ainda sem dizer nada e tirou a barba e o Alterador, e puxou uma das cadeiras para eu me sentar, ainda sem entender nada me sentei e ergui uma sobrancelha para ele.

“ Bom isso não está acontecendo da maneira que eu queria, obviamente eu teria cozinhado algo melhor do que bolachas – ele disse sorrindo - Mas já que é tudo o que eu tenho agora- ele suspirou – Uma vez que você disse tudo o que eu sempre quis ouvir, desde o meus cinco anos, porque é desde essa época que meu coração te pertence, quero lhe fazer o pedido oficial – Peeta pegou minha mão – Katniss Everdeen , você aceita namorar comigo ? Agora pra valer ?”

Poderia ter lhe dito dizer várias coisas, que sinto que eu o amo mais do tudo , que meu coração parece que ia explodir dentro das costelas de tanta alegria, mas em vez disso aperto sua mão e lhe sussurro um :” Sim”

Peeta sorri assentindo sabendo que isso é o máximo que ele terá de mim agora. “ Quando voltarmos pra casa, prometo que lhe dou um anel decente – ele ri- mas por enquanto..” Ele desenrola a gominha amarela da bolacha e amarra em meu dedo anelar da mão direita, pego suão mão e faço o mesmo com a outra gominha “ esse é o melhor presente que já ganhei- digo” . Desde esse dia Peeta e eu somos namorados, nunca pensei que fosse ter um algum dia, muito menos que esse meu namorado fosse ser Peeta Mellark. Nunca pensei no futuro, nunca quis construir uma família, mas no fundo tinha consciência que eu acabaria me envolvendo com alguém nem que fosse por pura convivência e acho que o 12 inteiro pensou que essa pessoa seria um certo caçador , que trabalhava nas minas.

– No que está pensando Kat ?- Peeta diz enquanto sai do banho secando os cabelos, agora ele me chama assim, segundo ele Katniss é muito formal para namorados, e que agora ele ganhou o direito de me chamar de Kat, confesso que no começo achei estranho, o único apelido que tive foi Catnip, disse a ele que já que queria tanto me dar um apelido, podia me chamar assim, Peeta sorriu um tanto triste e disse : “ Quero algo que a faça lembrar de MIM”, entendi o que ele quis dizer e não posso deixar de concordar também.

– Em nada de muito importante, estava lembrando do dia que você me pediu em namoro- digo chegando perto dele e o envolvendo pela cintura.

Peeta faz uma cara de indignado e diz :– Ah, quer dizer que isso não foi importante ?

Reviro os olhos, sei quando Peeta está chateado e agora não é o caso:– Você entendeu o que eu quis dizer.

– Claro que entendi – ele me da um selinho, que começa a evoluir para algo mais sério, como sempre acontece quando nos beijamos, ele aperta as minhas costas e sinto suas mãos fortes passando pelo meu corpo, sem perceber, meus dedos estão emaranhados em seus cabelos molhados e cheirosos por causa do banho. Estamos sem folego quando nos separamos:

– Agora entendo o porque de Garota em Chamas- Peeta diz ofegante, e eu que já devo estar vermelha por causa do beijo , coro mais ainda.

Ouvimos uma batida.

– Peeta é Dr. Aurelius será que pode abrir a porta temos uma noticia para te dar.

Peeta ergue uma sobrancelha loira para mim enquanto arrumo meu disfarce, e finjo que não sei de nada, mas é hoje que ele receberá alta.

Peeta abre a porta, e Aurelius e Dr. Mansurini entram no quarto.

– Algum problema comigo doutores ?– diz um preocupado Peeta.

– De uma olhada nesses papeis e diga você mesmo Senhor Mellark- um alegre Dr. Abbdalla entrega um papel pardo para o meu padeiro ler.

– Não posso acreditar- Peeta diz claramente vidrado e emocionado para os papeis em suas mãos que imagino ser sua Alta. – Isso é sério vou poder finalmente voltar para casa ?

– Sim Peeta é isso mesmo.– Mansurini , responde, contenho a vontade de abraça-lo e beijá-lo para compartilhar de toda a sua alegria, uma vez que o cirurgião de Peeta acha que sou simplesmente seu enfermeiro.

Peeta encara Dr. Aurelius com os olhos cheio de lágrimas e pergunta :

– Eu vou pra casa. Real ou não real ?

– Real, Peeta, você não sabe como fico feliz por estar de te liberando, você merece.

Sei que depois de tantos meses tratando Peeta, Dr. Aurelius se afeiçoou a ele de maneira especial. Peeta que está lendo e relendo os papéis com um sorriso enorme no rosto para de repente como se tivesse lembrado de algo:

– Doutor, tem certeza que eu não machucarei ninguém, NINGUEM mesmo?– Peeta pergunta mas olha rapidamente pra mim.

Aurelius suspira ele sabe que toda a preocupação de Peeta gira em torno de mim.

– Peeta- ele começa calmo- todos nós sabemos que você nunca mais será o mesmo, não depois de tudo que passou, mas sei que ela também não é , haverá dias em que será mais difícil se controlar, haverá dias em que vai parecer impossível, mas também vai haver aqueles dias em que você será um garoto normal, um garoto que você nunca teve a chance de ser – uma pausa- até agora.

As palavras de nosso psiquiatra parecem acalmar Peeta.

– Bom então o que está esperando Senhor Mellark não quero mais te ver no meu hospital – Dr. Abbdalla bate no ombro de Peeta , fazendo uma brincadeira.

– Também não quero aparecer aqui tão cedo – Peeta responde no mesmo tom de brincadeira, nessa hora percebo como gosto de sua risada e como quero passar o resto da minha vida escutando ela.

– Bom daqui duas horas um aerodeslizador levará vocês para a estação de trem e então você estará finalmente em casa Peeta. Sei que Thomas vai continuar cuidando de você – Dr. Aurelius joga uma piscadela rápida pra mim- então também compramos uma passagem pra ele. Agora vamos deixar os dois arrumando as malas.

Assim que os médicos saem Peeta se joga em meus braços rindo e chorando ao mesmo tempo, e sem perceber me junto a ele, ali realmente pensei que teria algo que me foi negado desde que nasci : paz. Como eu estava enganada.

Peeta e eu estávamos quase terminado de arrumar as malas quando escutamos uma gritaria vinda de fora:

– JÁ DISSE QUE OS SENHORES NÃO PODEM ENTRAR AQUI SEM PERMISSÃO.- me assusto com o alto tom de voz de Dr. Aurelius.

Peeta me olha com a expressão assustada e sei que devo estar do mesmo jeito. Quando a porta do quarto é arrombada e dois sujeitos com uniformes mais negros que o carvão e que possivelmente tem o quadruplo do meu tamanho invadem o quarto prendo a respiração sei que ali será o meu fim : Fui descoberta.

Meus olhos se enchem de lágrimas, e começo a tremer tenho que fechar as mãos em punho ate meus nódulos ficarem brancos para não gritar, olho para Peeta esperando encontrar ali o mesmo desespero, mas me surpreendo quando só encontro calma e até um certo deboche.

– Posso ajudar os senhores em algo ? Porque sinceramente não precisava derrubar a minha porta não é Thomas ? – ´É fascinante como Peeta não perde a calma em hipótese alguma , ele sabe o que significa esses soldados brutamontes aqui, mas ainda sim age como se tivesse conversando com um amigo íntimo.

– Senhor Mellark – um dos soldados, o maior que tem o cabelo negro e liso escorrendo pelas costas e olhos vermelhos que me lembram os bestantes que mataram Finnick e metade do Esquadrão Estrela, começa- Somos do serviço de proteção do Exercito de Panem, estamos aqui porque recebemos uma denúncia.

Meus estômago está se contorcendo feito louco.

– Denúncia ? Que denúncia ? – Peeta finge uma surpresa debochada.

– Uma denuncia de alguém que está aqui mas aparentemente não deveria estar– os dois soldados olham diretamente para mim e sinto como se estivesse sendo queimada viva.

Peeta tenta intervir

– O que ? Os senhores por um a caso acham que Thomas está envolvido em algo ? Isso é impossível ele veio do 12 para ajudar em minha recuperação.

– Senhor Mellark, o senhor é um Vitorioso muito importante, e recebemos uma denuncia – o menor de cabelos espetados fala, dessa vez em tom mais calmo- Nossa obrigação é verificar se ela é verdadeira ou não.- ele olha novamente para mim, seus olhos são de um azul muito artificial- Por isso Senhor Rendilian , você terá que nos acompanhar para averiguações.

Deveria me mexer, mas não consigo eu também deveria estar respirando mas o ar está se recusando a entrar em meus pulmões, reúno toda força restante que possuo e digo baixo:

– Claro- começo a andar tão lentamente, como se fosse a primeira vez que eu o fizesse em muitos anos. Peeta agarra meu braço. Agora sinto que ele está finalmente perdendo o controle.

– Não – ele diz- Thomas é inocente seja qual for a acusação.

– Isso nós iremos descobrir, Thomas nos acompanhe- o maior de cabelos cumpridos abre a porta e deixa o espaço para que eu passe.

– Espere- Peeta entra na minha frente– Eu vou acompanha-lo .

– Não Senhor Mellark, isso é um assunto confidencial.

– Não me interessa- Peeta me assusta com a postura firme e hostil que ele assume, tão diferente do doce e sempre gentil Garoto com o Pão- Eu irei.

– Senhor Mellark...

– Não me venha com essa de “ Senhor Mellark” , Thomas é meu amigo, meu único amigo, ponho a mão no fogo por ele , e eu irei, se eu sou tão valioso quanto você diz posso usar minha influencia para chegar a ele por bem ou por mal. EU IREI. – Peeta diz a centímetros do soldado de cabelos arrepiados.

– Deixe ele ir Phillip, deixe que ele ponha a mão no fogo quem vai se queimar será ele.- o de cabelos compridos diz.

– Não se preocupe comigo já estou acostumado com as chamas, não irei me queimar.- Peeta está vermelho nunca o vi tão nervoso. Mas não consigo impedir um pequeno sorriso que insiste em se espalhar por meu rosto. Peeta está me defendendo como se eu fosse algo precioso que pertencesse a ele e que agora ninguém sobre hipótese alguma, irá lhe roubar. Gosto disso, sempre protegi a todos, é bom se sentir protegida.

– Tudo bem, nos acompanhe, estamos com pressa- Phillip diz e sai pela porta aberta.

Os soldados estão indo na frente e eu e Peeta estamos atrás lado a lado.

– O que você está fazendo ? Volte pra casa .- digo a ele sussurrando para que os agentes não escutem.

Peeta revira os olhos como se o que eu dissesse fosse um completo absurdo.

– Enfrentamos duas arenas e uma Guerra, agora me diga se eu vou te deixar agora.– ela diz também sussurrado olhando para frente.

Não, não vai , e se necessário ele ira pular na frente de uma bala para me salvar. É isso que me desespera.

Ele olha para mim de rabo de olho, percebendo a minha luta interna.

– Não se preocupe é isso que nós fazemos, protegemos um ao outro.- ele relembra o que disse a ele nos seus piores dias do telessequestro. Não consigo evitar e sorrio.

Seguimos pelos corredores do hospital, todos os médicos e enfermeiros estão nos olhando com curiosidade, outros com medo, sigo olhando para algum ponto fixo inexistente em minha frente, não quero olhar ninguém nos olhos, mas vejo pela minha visão periférica uma enfermeira de cabelos vermelhos inconfundíveis : Diana, a vaca. Ela não está assustada na verdade ela está sorrindo discretamente, porém quando nota que eu a estou vendo sorri descadaramente, agora sei quem fez a denuncia. Mas como ela sabe que sou eu por baixo desse disfarce ? , Depois que a expulsei do quarto de Peeta , Diana nem chegou perto de mim. Repasso em minha mente o que eu posso ter dito ou feito que tenha revelado minha verdadeira identidade. Nada. Nada me vem a mente , mas alguma coisa deve ter escapado de meu controle e ela percebeu, ou talvez esteja com tanta raiva de mim por a ter impedido de ver Peeta que fez um denúncia sem cabimento, só para eu ser investigada, se esse for o caso ela não sabe o tiro no escuro que deu e o tamanho do alvo que acertou.

A encaro com toda minha raiva, pular no pescoço dela aqui não é uma boa opção, não com esses brutamontes na minha frente, além do mais eles podem ferir Peeta e isso está fora de cogitação. Peeta está me olhando , ele olha para mim e para Diana e em seguida trinca os dentes e fecha os punhos, acho que agora ele também sabe quem me denunciou.

Estamos agora no elevador em direção ao térreo, estou no modo caçadora, olho para todos os lados em procura de uma saída, um modo de fazer uma armadilha, capturar a minha caça, e vou conseguir, na primeira oportunidade tirarei Peeta e eu dessa enrascada, e atirarei uma flecha na cabeça da Diana, porque se ela acha que essa denúncia vai ficar assim, bom sinto muito, mas não vai. Assim que chegamos ao térreo os guardas nos guiam até um aerodeslizador , com a nova insígnia da Nova Capital, Peeta e eu ficamos um de frente para o outro , ao meu lado está o guarda de cabelos compridos que agora sei se chama Gusttave e ao lado de Peeta está Phillip.

Não faço a menor ideia de onde estamos indo, mas o trajeto parece demorar uma eternidade. Em nenhum momento o olhar azul de Peeta deixa o meu , sei que ele está tentando desesperadamente me passar calma e confiança mesmo que no momento nem ele as tenha, e sei também que em meu olhar ele só está vendo determinação, a determinação que de um jeito ou de outro nos tirará daqui- aonde quer que seja “aqui”-. O aerodeslizador pousa e Phillip guia Peeta primeiramente até as portas que estão começando a se abrir, Gusttave me levanta bruscamente e me algema.

– Para o caso de você querer aprontar alguma coisa Cameleão.

Não sei porque ele me chamou assim, não faz sentido mas agora pouco me importa, estou com medo, mas também estou com raiva, tanta raiva que não temo em responder:

– Talvez eu apronte mesmo. – digo

Gusttave sorri ironicamente e seus olhos vermelhos brilham:

– Estou doido para ver o que você vai fazer camaleãozinho .

Ele me empurra e agora estou atrás de Peeta descendo a rampa da porta e paro diante da visão que tenho assim que estou em terra firme. Por isso a viagem demorou tanto, estou de volta ao Distrito 13.

Reconheceria este lugar até de olhos fechados, é aqui que eu vivi meus piores pesadelos e toda noite eu os revivo novamente. Olho em direção a Peeta que está estagnado assim como eu, suas mãos estão tremendo e seus olhos estão oscilando de azul para negro, é claro que ele está tendo um flashback, foi aqui que ele também viveu seus piores dias. Tento me soltar do aperto de aço que Gusttave tem em meu braço:

– Me solta- digo tentando me desvencilhar-

– Não vou te soltar Cameleão.– ele diz apertando mais o meu braço- Ele está tendo uma crise, você não esta vendo? Preciso ajudá-lo.

– Pare de me chamar assim, não sei o que é isso – grito pra ele- Peeta está precisando de mim.

Ele franze o cenho, mas não me solta:

– Phillip, confira mesmo se o moleque está surtando.

Phillip vai para frente de Peeta e mexe as mãos em frente seus olhos agora completamente escurecidos, e não há nenhuma reação, ele olha pra Gusttave e da de ombros sem saber o que fazer.

– Peeta !!!!!- grito em desespero, tenho que faze-lo voltar- por favor volte eu estou aqui, ainda preciso de você do meu lado.

Phillip e Gusttave me olham com curiosidade, provavelmente por não esperarem uma relação tão intima entre paciente e enfermeiro, mas não dizem nada.

Fico constrangida com seus olhares sobre mim, mas o importante é que funciona, Peeta fecha os olhos respira fundo e olha para mim, azuis, sua íris está novamente azul. Ele sorri fraco, como se estivesse se desculpando.

– Estou aqui– ele diz.

– Ótimo agora vamos- Gusttave pega meu braço que suspeito já estar ficando roxo com seus apertões e me guia novamente para frente, em direção a entrada do Distrito que pelo jeito continua todo no subterrâneo, que ótimo, amo subterrâneos principalmente este aqui que me faz lembrar de Finnick.

Estamos em outro elevador. Assim que as portas se abrem paramos em um corredor cheio de portas por todos os lados, imediatamente penso ser o corredor aonde encontrei minha equipe de preparação em condições desumanas, simplesmente por terem roubado um pedaço de pão e meu estomago se contorce, mas então olho bem para o local a minha frente e vejo que este corredor é mais longo e mais estreito provavelmente depois que matei Coin, Paylor deve ter mudado algumas coisas na arquitetura do 13.

– Vocês podem nos informar onde estão nos levando ? – Peeta se pronuncia.

– Não estou levando você a lugar nenhum – Gusttave responde- estou levando ele.– diz se referindo a mim.

– Já disse que vou acompanha-lo – Peeta diz

Gusttave me solta e empurra Peeta que por causa de sua perna mecânica desequilibra e cai no chão, estou a ponto de socorre-lo mas sinto outro aperto em meu braço , dessa vez de Phillip.

VOCÊ NÃO MANDA AQUI- o soldado de olhos vermelhos esta berrando- VOCÊ VAI FICAR ONDE EU DEIXAR VOCÊ FICAR– Gusttave pega Peeta pelo braço e abre a primeira porta que vê o empurrando ali, enquanto isso Phillip está tendo alguma dificuldade em me conter, então ele me dá um soco no queixo que me deixa zonza e com pontos escuros em minha visão. Ele é menor, mas pude provar de sua força.

Gusttave trancou Peeta que está gritando e chutando a porta.

– Você devia ser mais cuidadoso, ele é um Vitorioso importante- consigo distinguir em meio a minha tontura a voz de Phillip advertindo seu companheiro.

– Não me importa, aqui ele não manda em nada.

– Agora você segue comigo Senhor Rendilian, sei que te algumas perguntinhas para responder.– Gusttave está sorrindo para mim, e um arrepio percorre minha espinha.

Sou empurrada para uma sala com uma mesa e duas cadeiras, a sala no tom naturalmente cinza do Distrito 13.

Assim que sento, Phillip se posiciona a minha frente.

– O que vocês vão fazer com o Peeta ? – disparo

– Sou que faço as perguntas Thomas. Aliás este é mesmo seu nome ?

Congelo. Não respondo nada, Phillip está me olhando tão fixamente que sei que se eu abri a minha boca ele saberá que eu estou mentindo, mas uma coisa me alivia: eles ainda não sabem que eu sou Katniss Everdeen, se soubessem já teriam pulado está parte do interrogatório.

– Não vai dizer não é mesmo ? Bom suponho que este não seja mesmo seu nome, talvez você ainda não tenha tido tempo de ter ganhado um.

Franzo o cenho, que conversa estranha.

– Você ao menos pode nos informar quem são e aonde estão os outros cameleões ?

Estou começando a desconfiar que me meti em algo bem maior do que eu pensava.

Phillip suspira.

– Senhor Rendilian, se colaborar conosco, tentarei interceder por você diante da Presidente. Achamos seus documentos, são muito bem feitos, aliás, falsificações perfeitas, quero parabenizar seus chefes, se você me contar quem eles são.

O que é que está acontecendo, será que pensam que sou algum tipo de espiã?

– Ele não vai falar nada desse jeito Phillip, tenho um jeito bem mais eficiente de fazer este merdinha abrir a boca.

Gusttave começa vir em minha direção já com os punhos fechado e me preparo para a surra, mas Phillip o para:

– Chega, Gusttave, você ficou louco? Você sabe muito bem o que o General pensa sobre agressões, a não ser aquelas feitas por ele.

– Então vamos chama-lo, você acha mesmo que esse bosta vai dizer alguma coisa se o General não arrancar dele ? – Gusttave diz

– Certo , você tem razão ele não vai colaborar, vá chamar o General.

Gusttave com um olhar vitorioso e um sorriso nos lábios deixa a sala.

– Bom Senhor Não Sei Quem- Phillip está falando comigo– Nosso General é um homem muito eficiente e de pouquíssimas palavras, temo que você deveria ter ficado conosco, mais tarde não me responsabilize por seus hematomas- ele ri e eu engulo em seco.

Gusttave abre a porta e diz :

– Vamos você sabe que ele só trabalha sozinho.

Phillip me deixa sozinha apenas por um minuto, mas é tempo suficiente para eu imaginar o quão horrível é este General e as torturas que ele vai me submeter, para dizer algo que eu não faço a menor ideia do que seja.

A porta é novamente aberta, e consigo ouvir meu coração bater em meus ouvidos. Um homem alto com ombros largos e um uniforme completamente negro porém cheio de medalhas, adentra na sala. Ele está diferente, mais forte do que eu lembrava, e agora tem um cavanhaque para parecer mais velho do que realmente é , mas esses olhos cinzentos tão iguais ao meu eu reconheceria em qualquer lugar.

O General é Gale.


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Notas finais do capítulo

é isso galera.... espero que gostem e aqueles que gostam do Gale não me odeiem ...
no próximo Cap vou contar o que ouve com ele ... para estar nessa versão mais agressiva hahahahaha
Mesmo com a confusão que tá minha vida vou tentar postar o quanto antes...
Mas comentem por favor amo os comentários de vocês
bjkass galera ate o cap 9 ...
Ps : O que será os cameleões ? bons ou maus ? pessoas ou bestantes ?
Mande sugestões quem sabe vocês não acerta em hahahaha