A ópera do Tordo escrita por Astral Plane


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oeeeeeeeeeee galera voltei.... desculpem pelo atraso mas é que tempo é uma coisa que não anda existindo mais na minha vida ....hahahah
Mas pra vocês eu arrumo sempre um tempinho...
Antes de começarem a ler eu queria muito agradecer ao comentários do último cap que bom que gostaram... Em especial queria agradecer a Té que mandou um comentário bárbaro que eu chorei de tanta felicidade, querida esse cap é pra você espero com todo meu coração que goste.......
Boa leitura galera



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“- Katniss.... Você está aqui. Real ou não real ?

Sinto que ele está tão confuso e sonolento devido ao efeito do morfináceo , que eu poderia simplesmente dizer: “ não real “ e sair de seu campo de visão. Peeta provavelmente iria achar que está tendo mais uma de suas alucinações, que sua mente o estava sabotando de novo. Por um breve momento meu extinto de sobrevivência diz que eu devia sair dali afinal: E se ele tivesse um crise e literalmente voasse no meu pescoço ?. Mas ao encarar aquela imensidão azul percebo em seu olhar ansiedade, agonia e sei que se minha resposta fosse um sonoro e claro “ não real” provavelmente iria lhe causar mais dor, e bom, não foi isso que eu vim fazer aqui, eu vim salvá-lo.

– Real. Eu estou aqui Peeta.– sussurro quase tão baixo devido ao meu nervosismo que temo que ele não tenha me ouvido, mas a julgar pelo sorriso que que seus lábios finos dão, chegando inclusiva a rachá-los um pouco devido a secura em que eles se encontram, me mostra que meu sussurro chegou aos seus ouvidos.

Peeta me encara tão profundamente que parece querer memorizar cada pedaço do meu rosto, ele franze um pouco as sobrancelhas quando olha para a minha cabeça, imagino que deve estar se perguntando aonde foram parar os meus longos cabelos, mas prontamente volta a encarar meu rosto , prendendo-se finalmente em meus olhos.

Não sei como pude suportar tantos dias sem olhar nessa imensidão de aguas que ele tem em sua face. Nesse momento nossos olhos fazem a função que os lábios deviam fazer, penso em tudo que queria dizer a ele mas não consigo: O quanto sinto sua falta a cada miserável dia de minha vida, como grito todas as noites a plenos pulmões por ele em busca de segurança ao fim de cada pesadelo, o jeito que o oxigênio se esvaia de meu corpo e se recusava a voltar todas as vezes que meu pensamento se voltava para ele e finalmente o quanto quero que voltemos para o 12 juntos. Penso nisso diversas vezes e torço para que Peeta possa ler o meu olhar, O Garoto com o Pão merece saber o quanto me faz falta.

Peeta sorri mais um vez e acho que meus olhos devem ter sido bons lábios porque ele diz:– Obrigado.

O morfináceo finalmente está vencendo porque Peeta começa a arregalar o os olhos lutando contra a vontade de fechá-los e se entregar ao sedativo, sinto que ele fica apavorado com essa possibilidade imagino que seja por causa dos pesadelos, mais não adianta ele está perdendo, porém antes de cair completamente na inconsciência, Peeta agarra minha mão com toda força que possui, tanto que meus tendões ficam brancos e a vontade de me desvencilhar é tanta que tenho que agarrar a mesinha de desenhos ao lado para não sair correndo. Desesperado ele diz:

– Por favor não vá , fique comigo, por favor.- e então o aperto em minha mão se vai tão de repente quanto veio e vejo que Peeta apagou. Suas palavras ainda ecoam no quarto branco e pequeno tão diferente do meu, mas é para lá que minha mente me leva, um dia em que eu pedi para que ele ficasse ,o dia em que era eu que estava a ponto do desespero , o dia em que ele me respondeu algo que carregarei comigo até o meu último suspiro.

Acaricio seus cabelos, chego perto se seu ouvido e digo:– Sempre.

Olho para o relógio e vejo que ainda são 08:30 da manhã parece que se passaram tanto tempo desde que eu sai de casa , meu corpo está tão cansado que tenho a sensação de estar viajando a semanas, mas prometi a Peeta que ficaria e cumprirei minha promessa.

Pego a cadeira da escrivaninha e coloco no lado oposto do quarto, assim que me sento e encosto minha cabeça na parede, o quarto branco vira um borrão preto e eu também apago. Abro meu olhos assustada tendo a sensação que eu cochilei por breves cinco minutos, mas surpreendo-me ao olhar novamente para o relógio e descobrir que descansei por mais de duas horas. Me levanto e tento me sintonizar com a realidade a minha volta, até que vejo um par de olhos azuis me fitando. Peeta. Ele está sentando em sua cama encolhido como um tatu, ele aperta os olhos e os abrem repetidamente, tentando descobrir o que é real do que não é. Começo a me aproximar lentamente e vejo que seus pulsos estão presos por uma algema. Suas pupilas dilatam e voltam ao normal sem parar, fico assustada com a óbvia crise que ele está tendo bem diante de mim e mais uma vez a vontade de sair correndo é gritante, mas resolvo tornar um hábito ignorar meus extintos, e continuo me aproximando e quando chego perto o suficiente para o ouvir ele diz ainda com olhos fechados :

– Por favor se afaste eu não quero te machucar- sua voz está tão agoniada e assustada que meu coração se aperta por vê-lo naquela situação olho em volta e vejo em cima de sua mesinha as chaves das algemas, as pego e sento na beirada da cama.

– Sei que não vai me machucar- digo mais para mim do que para ele, preciso acreditar nisso, necessito me agarrar nessa possibilidade ou também enlouquecerei. Lentamente como se eu fosse pegar os mais frágil dos objetos estendendo a mão que segura a chave e pego em sua mão tremula, Peeta tenta afastar os pulsos de mim quando abre os olhos ainda um pouco dilatados e percebe o que quero fazer, mas seguro seu pulso direito firmemente e digo :

– Você não vai me machucar.- Por um fração de segundo ele parece querer acreditar naquilo tanto quanto eu , e isso foi o tempo suficiente para que eu pudesse libertá-lo das algemas, assim que o faço Peeta fica com o corpo tenso e fecha suas mãos em punhos e torna a fechar os olhos respirando pesadamente como se tivesse acabado de correr quilômetros.

Mais uma vez ignoro o fato de que ele está em crise, com as mãos livres e de que estamos sozinhos, onde poderia facilmente me matar sem ser interrompido. Passo a ponta dos meus dedos nas varias cicatrizes inchadas e em alto relevo de seus pulsos, ele ainda está de olhos fechados respirando como se oxigênio do mundo fosse acabar a qualquer segundo sei que um contado com ele agora pode ser suicídio mas preciso acalmá-lo, quero que Peeta saiba que ele não está mais sozinho, então pego seu pulso esquerdo onde as cicatrizes são mais profundas e encosto meus lábios nelas sentindo a textura de sua pele e agora quem fecha os olhos sou eu, dou vários beijos em seu pulso e sua mão vai relaxando coloco-a sobre minha face sentindo todo o seu cheiro que apesar de estar tanto tempo no hospital ainda é o melhor aroma do mundo, fico assim por um tempo sentindo seu perfume natural e beijando suas cicatrizes, até que paro de ouvir a respiração ofegante que estava preenchendo o quarto até o momento.

Abro os olhos e ele está lá novamente me encarando mas dessa vez seu olhos estão tão azuis que por um momento me perco neles, Peeta começou a acariciar minha bochecha com o polegar, corei e ele sorriu e apesar de a crise ter sido vencida percebo confusão em seu olhar, ele me encara mais um pouco e quando o silencio começa a se tornar constrangedor, diz :

– Você devia ter saído, eu podia ter te machucado.- ele diz tristemente e abaixa os olhos.

– Já te deixei vezes demais- ele volta a me encarar- não cometerei o mesmo erro novamente.

Peeta fica mais confuso e sinto que ele está preste a perguntar o que o aflige desde os primeiros Jogos e o que o confunde ainda mais em sua cabeça confusa, prendo a respiração e fico tensa, sei que não estou preparada para falar abertamente de meus sentimentos em relação a ele- ainda mais COM ele- até porque eu ainda não sei bem defini-los .

Não sei se ele percebe minha reação ou teme minha resposta mais suas perguntas começam pela mais fácil:

– Seu cabelo era longo. Real ou não real ? – Sorrio, sabia que ele iria perguntar sobre isso.

– Real- dou mais explicações– Tive que cortá-lo faz parte do meu disfarce. Você não gostou ? – pergunto e de repente fico apreensiva com sua resposta, nunca me incomodei com meu visual, mas a opinião de Peeta por algum motivo desconhecido é extremamente importante e sei que se ele disser que o novo comprimento do meu cabelo não o agrada ficarei muito triste.

Ele da um riso seco : –Como se isso fosse possível- não entendo o que ele quis dizer, mas Peeta continua– Você realmente ainda não tem ideia do efeito que causa não é ?- ainda estou confusa quando por fim ele conclui– Apesar de sentir falta da trança, gostei e muito, Katniss você está linda.

Coro e meu coração dá um pulo tão forte que me assusto com o ritmo acelerado que ele toma, mas suspiro aliviada por Peeta ter gostado. Ainda estou me deliciando com sua resposta quando ele me interrompe com outra pergunta:

– Sua cor favorita ainda é verde. Real ou não real ? – Estou prestes a responder “real” mas paro porque minha cor favorita não é mais verde.

– Não real.

– Serio ?- ele parece triste –essa era uma das poucas que eu tinha quase certeza que era real.

– Era verde – esclareço- mas agora é azul, azul da cor do céu no verão.

Ele parece decorar a resposta:– Azul , azul da cor do céu – ele repete- Porque ?

Suspiro e respondo sincera e corajosamente :– Porque é a cor do seus olhos.

Peeta parece chocado com minha resposta acho que ele nunca iria esperar uma resposta dessa vinda de mim, se fosse á alguns meses atrás eu nunca diria isso a ele , ou melhor não diria isso a ninguém, mas estou aqui disposta a tirá-lo deste hospital e farei tudo o que for preciso mesmo que isso inclua me expor dessa maneira. Ele dá um sorriso tão grande e lindo que meu coração já acelerado devido a emoção fica tão frenético que parece querer saltar para fora da minha caixa torácica. Minha resposta fez Peeta criar coragem porque por fim ele pergunta :

– Katniss porque você está aqui ? – Ai está , a pergunta que eu tanto temia, a pergunta que ele quer tanto saber a resposta, resposta essa que eu não tenho. Sei que não posso responder qualquer coisa pois posso desencadear um nova crise nele. O pânico se aflora em meu peito , detesto estar em situações que não tenho o controle. Me levanto pronta pra sair correndo e voltar pra a comodidade da minha vida no 12. “Katniss pare, você não tem vida nenhuma no 12, aquilo é um sobrevida, fique e continue respirando” Uma voz em minha cabeça diz, sinto como se Prim tivesse falando comigo no sonho que eu tive, se ela estivesse aqui diria estas palavras. Olho para Peeta e meus olhos se enchem de lágrimas corro de volta e pulo em seu pescoço torcendo para que ele corresponda ao meu abraço com a mesma força esmagadora que eu o estou apertando. Sinto o tremer e suspirar, suas mãos vão para minha cintura querendo me afastar, esse sinal de rejeição faz as comportas dos meus olhos se abrirem e começo a chorar em seus ombros, aperto mais seu pescoço “Não, não , não eu não posso te perder de novo” penso continuamente na esperança de conter uma crise minha e dele. Por fim digo o que sei que é inteiramente verdade no momento :

– Eu voltei porque preciso de você – falo em meio aos soluços aflitos que saem do meu peito.

Peeta para de tremer e me abraça , finalmente me abraça não com a força que eu queria mas seus braços mesmo não tento a mesma intensidade que tinham antes, transmitem a mesma segurança que ele me passava na caverna durante os primeiros Jogos ou nas noites recheadas de pesadelo no trem, na Turnê da Vitória.

– Shiii, shiii, Katniss está tudo bem, vai ficar tudo bem- isso é bem do Peeta mesmo, eu venho aqui tentar ajuda-lo e no final acabo nos braços dele precisando de ajuda, não que isso seja ruim pra mim quanto é pra ele, aliás deve ser ruim somente pra ele que deve estar contendo a vontade insana de me matar, enquanto eu queria ter seus braços em volta do meu corpo desde que o perdi no Massacre Quaternário.

Peeta me afasta lentamente e segura meu rosto enxugando minhas lágrimas com seus polegares.

– Você sabe, não sabe? Sabe que eu também preciso de você. – ele diz suavemente, me encarando profundamente e aproxima seu rosto do meu, fico com medo do que está prestes acontecer mais ao mesmo tempo me encontro ansiosa achando que nesse momento qualquer distancia que meus lábios estejam do dele é longe demais, mas quando estou prestes a terminar com qualquer distancia existente entre a minha boca e a de Peeta, uma batida na porta nos faz dar um pulo pra trás assustados.

Corro para a mesinha coloco o Alterador de Voz, a barba e a mascara rapidamente temendo que quem quer que esteja batendo na porta está aqui para me prender. Peeta ainda está parado no meio do quarto atônito.

– Abra a porta- digo já em minha voz de Thomas Rendilian. Ele obedece e quando a pessoa adentra o quarto vejo que não há perigo algum e solto minha respiração que nem mesmo tinha notado estar presa.

– Peeta! você voltou do sedativo antes do previsto , está se sentindo melhor ?- Dr. Aurelius pergunta.

– Minha cabeça ainda dói um pouco doutor , mas nada comparado a dor incendiaria de ontem.- Peeta sorri.

Dr. Aurelius faz uma anotação em sua prancheta e finge me ver somente agora.

– Então Peeta o que você me diz sobre seu novo enfermeiro , o Thomas – diz gesticulando para mim.

Peeta sorri maroto:– Digo que o senhor não poderia ter escolhido melhor- diz.

Dr. Aurelius ergue um sobrancelha falha e confusa em minha direção.

Contei a ele Dr. Aurelius– esclareço- Peeta sabe quem sou.

Ele arregala os olhos e olha do Peeta para mim e de mim para o Peeta.

– E você não teve nenhuma crise?

– Tive mas foi bem controlada- Peeta sorri para mim.

– Impressionante – o doutor responde abismado.

Aurelius continua fazendo perguntas médicas a Peeta até que anuncia:

– Vou te levar para a sala de exames agora temos que saber o que causou aquela dor ontem.

O Garoto do Pão olha para mim triste e diz :

– Você vai estar aqui quando eu voltar?

–Sim- respondo rápido – estarei te esperando.

Ele sorri e assente com a cabeça.

– Podemos ir então doutor.

– Certo, Katniss pode ficar aqui ou no meu escritório mas recomendo que permaneça no quarto nunca se sabe quem pode invadir meu consultório.- Dr. Aurelius ri.

– Ficarei aqui- não posso correr riscos.

Assim que a porta é novamente fechada, deito-me na cama que se encontra no canto do quarto e fico repassando em minha mente o que aconteceu aqui nesta manhã e demoro no quase beijo que nós demos, um sorriso involuntário se espalha no meu rosto e sorrio ainda mais com a percepção de que não me lembrava a última vez que eu sorri.

Fiquei horas olhando para o teto branco sem nada para fazer até que alguém adentra o quarto novamente. Dr. Aurelius está com uma expressão extremamente preocupada para não dizer triste , segurando um envelope pardo em uma das mão. Olho atrás dele para esperar que Peeta volte, mas ele não volta . O meu velho companheiro ,o pânico, toma conta de mim e eu corro em direção ao médico aperto seus ombro:

– Cadê ele ? Cadê o Peeta doutor ?

– Está terminando de fazer os exames mas o resultado da ressonância magnética que nós fizemos já saiu- ele ergue o envelope pra que eu veja.– E achei melhor você saber o resultado antes dele.

Meu coração está minúsculo dentro do peito tamanho o aperto que sinto com essas palavras e ar começa me faltar, mas antes que eu desmaie faço a pergunta cuja resposta a julgar pela expressão do Dr. Aurelius não quero ouvir :

– E o que diz os exames?

– Me desculpe Katniss você não vai gostar nada de ouvir .


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Notas finais do capítulo

Tá ai galerinha o que será que o Peeta tem em ?
aguardem as cenas dos próximos capítulos,hahahaaha
Comentem fantasminhas estou esperando por vocês ..... bjkasssssss bem grandes em sua bochechas ....hahah