Aprendendo a viver escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 9
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Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo O/
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O sábado havia passado tão rápido que John nem ao menos se deu ao trabalho de se levantar e fazer qualquer coisa. Apenas ficou deitado, mexendo no notebook e dormindo as vezes.

No domingo ele foi acordado pela Joana. Ao olhar as horas, John ficou irritado. Ainda era 6h00 da manhã.

— A Susan vai fazer uma pequena apresentação na igreja. Ela quer muito que você vá! — Joana explicou.

Mesmo contra sua vontade, John levantou e tomou um banho. Colocou uma calça jeans nova, seus velhos sapatos sociais e uma camisa qualquer. Ao chegar na sala, Donna estava o encarando. Susan estava em seus braços sorrindo, ela usava uma fantasia esquisita. Todos entraram no carro e John seguiu até a igreja.

Ele parou o carro de frente para a igreja. Havia poucos carros naquela manhã, provavelmente por causa do horário. Donna e Susan saíram, seguiram para o prédio afastado da igreja. Joana foi um tempo depois. John desceu e ficou encostado no carro, não queria entrar e ver a loira. Ele sabia que ela estava como era antes, ele havia se dado ao trabalho de deixa-la perfeita como era antes, mas mesmo assim, sempre que pensava nela, ele sentia uma raiva incontrolável.

Os primeiros raios de sol bateram contra a pele do escocês.

“Você sempre usa essa saia?”, a garota ruiva perguntou. John riu daquela lembrança.

— Do que está rindo? — John voltou a realidade com uma voz feminina. Ao olhar para o lado, John avistou Rose. Ela usava um vestido verde com flores na parte de baixo, as coxas grossas da loira estavam aparecendo. John se perguntou como alguém poderia ter um corpo daquele.

— Lembrei-me de uma coisa!

Desde o dia da cirurgia, John se negava a olhar para o rosto da loira. Ele temia que mesmo com todos os seus caprichos ela tivesse ficado feia, que um lado tivesse ficado diferente do outro...

— A cirurgia ficou perfeita, Dr. Smith! — Rose disse interrompendo os pensamentos de John.

Ele se obrigou a olhar para a loira. Realmente havia ficado. Ele sempre havia percebido que o queixo de Rose era meio quadrado e ele achava aquilo bonito, na verdade ele achava perfeito. Mas ele sempre tinha um olhar critico, estava acostumado a olhar os defeitos. E Rose tinha um, ele consertou e ela ficou mais perfeita ainda. Ele sorriu um pouco.

Rose o observava. Seus olhos castanhos continuavam sem vida, provavelmente ele ainda sofria muito por causa da morte da pessoa. Mas ao ver o tímido sorriso surgindo no rosto de John, Rose também sorriu. O sorriso que o escocês amava que Rose desse, grande e com a língua entre os dentes.

John se virou, ficando de frente para a loira. Não havia ninguém olhando, não havia a sua irmã, não havia a Joana... só eles dois naquele pátio. E John tinha quase certeza que Rose também queria aquilo. O espaço entre os dois diminui instantaneamente, John se perguntou se Rose havia caminhado em direção a ele. Ela era baixa, John pôs a mão na bochecha rosada dela. Rose sorriu, ela gostava do toque de John, mesmo que aquele fosse a segunda vez que John a tocava daquele jeito. Carinhoso!

— John? — uma voz masculina fez John pular para trás, acabando com o clima entre os dois. Ao ver quem era, John ficou irritado. Ele sempre aparecia em momentos inapropriados. Era o seu cunhado. — O que faz aqui? Pensei que... Rose? — Johnny olhou diretamente para a loira, ela estava linda. Ele olhou novamente para John... — Ah, vou deixar o Davi lá dentro. Desculpe qualquer coisa.

Johnny havia conhecido John ainda criança, foi dessa forma que John havia conhecido sua irmã, ainda criança. Eles sempre foram muito unidos e na faculdade, John e Johnny foram para a faculdade de medicina e agora trabalhavam no mesmo hospital. Foi Johnny que descobriu que o melhor amiga estava com depressão e o ajudou em tudo. E vê-lo finalmente saindo da depressão era algo bom, ele só temia que tudo fosse estragado pela irmã de John.

John olhou para Rose pelo conto do olho. Ela estava vermelha e muito longe dele, John também estava envergonhado. Ele novamente se sentia um inútil, tudo bem! A culpa não foi exatamente dele, foi do cunhado, que tinha uma irritante mania de interromper John nos melhores momentos. John simplesmente travou o carro e segui até o enorme prédio para onde Donna tinha ido.

Rose arregalou os olhos quando John saiu. Ela ainda sentia seu rosto quente e seu coração batendo incrivelmente forte, ela virou e se encarou no vidro do carro. Rose ainda estava com um curativo, a dor havia voltado um pouquinho. Mas o Dr. People a havia liberado. Pelo olhar do John, ela iria ficar boa e bonita novamente. Rose sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, aquele era o problema: ela era bonita e tinha um corpo cheio de curvas.

Ao entrar no enorme prédio, John encontrou-se com Donna, ela estava sentada em uma cadeira, John percebeu que ela estava chorando, Donna era a mulher mais forte que ele conhecia, nunca em toda a sua vida ele a havia visto chorando. Ele caminhou até a irmã, que ao vê-lo enxugou as lágrimas.

— O que aconteceu? — ele perguntou sentando ao lado da irmã.

— Não aconteceu nada. — Donna ficou de pé, mas John a segurou pelo braço, sentando-a de novo na cadeira.

— Não adianta fugi.

Donna bufou com raiva e as lágrimas voltaram a cair.

— Ele me ligou...! — John não sabia quem era o homem que a irmã falava, mas com certeza não era alguém do bem. — Ele quer levar a Susan embora, ele me colocou na justiça. Eu não posso perder a minha garotinha!

John olhou para a sobrinha. Ele nunca havia imaginado Donna sendo mãe, ela era grosseira e gritava com todo mundo, ele realmente ainda estava surpreso por alguém ter conseguido levar a irmã para a cama e tê-la deixado grávida.

— Donna... quem é o pai da Susan? — John perguntou.

Donna começou a chorar mais ainda. Ela saiu correndo do prédio, John não a impediu daquela vez.

Da porta do prédio, John conseguiu ver a loira. Ela estava tocando o próprio rosto, o vestido estava voando descontroladamente, Rose o segurava com uma mão. John suspirou e ficou de pé, a apresentação iria começar, aquele seria o momento perfeito para conversar com a loira, mas ele preferiu assisti a apresentação.

Rose viu John ficando de pé, ele parecia pronto para ir falar com ela, mas provavelmente desistiu no último minuto. Rose ficou com raiva daquilo, ninguém conseguia adivinhar os passos dele, ele sempre mudava no último minuto. Rose ficou com mais raiva daquilo, ela cerrou os punhos e saiu da igreja, não adiantaria de nada ficar ali.

A apresentação logo acabou. Ele fugiu do cunhado e correu para fora, tentou achar Rose, olhou para todos os lados, não encontrou a loira em lugar nenhum. John xingou a sua atitude de não ir falar com ela, provavelmente ela havia desistido dela.

Veio à hora do almoço e finalmente a hora de ir embora. John dirigiu com rapidez, ao chegar em casa ele se trancou no quarto. John sentiu a tristeza chegando, ele afundou o rosto no travesseiro e impediu que as lágrimas caíssem.


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