Aprendendo a viver escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 7
007


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo, estou me superando hoje ^^
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/521539/chapter/7

John acordou naquela manhã com as costas doendo. Ele sabia perfeitamente bem que aquele sofá não havia sido feito para ninguém dormir nele, mas não queria dormir com a sua sobrinha, então havia ido dormir no sofá. E por incrível que pareça o sono tinha chegado mais rápido do que ele realmente esperava.

Ele sentou no sofá, as cortinas estavam fechadas impedido que o sol entrasse e o acordasse. Ele tocou o chão gelado e levantou, seguiu rapidamente para o banheiro de seu quarto, Susan ainda dormia na cama, estava atravessada na cama. Ele entrou no banheiro e fez sua higiene matinal.

Voltou para a cozinha onde avistou Donna, Joana e Rose tomando café e conversando. Elas pararam ao ver John na porta. Ele encheu uma xícara de café e sentou na mesa, elas não voltaram a conversar.

— Do que estavam falando? — John perguntou sem olhar para nenhuma delas.

O silêncio se instalou na cozinha. Era possível escutar a respiração pesada de cada um ali presente. John finalmente ergueu o olhar, encontrou Donna a olhando, Joana estava olhando para a sua xícara e mexendo no pão, já Rose não estava mais lá, John não sabia para onde ela havia ido, mas se pegou procurando por ela por toda a cozinha.

— Preciso falar com você depois! — Donna disse e ficou de pé.

John terminou o seu café segundos depois. Mas ficou ali sentado se perguntando por que Rose havia saído quando ele perguntou. Joana estava limpando as coisas do café da manhã e ele já podia escutar o barulho dela começando a cortar algumas verduras e legumes para o almoço. Geralmente o almoço da casa se resumia a apenas aquilo: legumes e verduras com um pouco de arroz.

John se levantou e saiu da cozinha, somente para ser atropelado pela loira que parecia morar naquela casa. John a segurou pelos ombros, Rose o olhou e deu um sorriso nervosa.

— Pra onde vai com tanta pressa? — John perguntou analisando a roupa da loira de leve.

Rose estava usando um jeans folgado juntamente com uma camisa preta de manga longa folgada, John achou aquilo estranho, nunca iria imaginar ver Rose usando roupas folgadas, para ele qualquer mulher iria gostar de exibi um corpo como aquele, até mesmo Rose que sempre usava roupas justas e curtas.

— Estou atrasada para a faculdade! — ela respondeu.

John soltou os ombros de Rose e deu passagem para ela.

— Você vai com quem? — John perguntou enquanto a loira abria a porta. Rose o olhou, achou aquela atitude estranha, mas mesmo assim deu de ombros e respondeu:

— Vou de ônibus.

— Eu te deixo! — John disse.

Isso sim é uma mudança!, Rose pensou. Ela sorriu um pouco e fechou a porta. John apenas colocou um sapato nos pés e pegou uma chave qualquer, eles seguiram até a garagem que era aos fundos da casa, John entrou no último carro que Rose nem sabia como se chamava, apenas sabia que era caro e vermelho. Ela sentou ao lado de John, colocou o cinto e olhou as horas no celular, ela já estava um pouco atrasada.

— Pode ir um pouco rápido? Minha aula já começou! — Rose pediu.

John ligou o carro e devagar saiu da garagem. Ao ver que a rua estava completamente vazia ele pisou no acelerado, chegou ao centro de Londres em poucos minutos. O trânsito estava completamente parado. Rose suspirou frustrada dentro do carro.

Os vidros do carro estavam abertos, deixando o ar frio daquela manhã entrar e bagunçar os cabelos da loira. John estava gostando daquilo, ela sempre arrumando o cabelo e o vento sempre o bagunçado, pareciam duas crianças brigando por algo. Ele por fim percebeu que Rose estava chateada e fechou os vidros, ligando em seguida o ar-condicionado, apenas aumentando a temperatura para o quente.

Rose relaxou no banco com a temperatura que o carro havia ganhado. Ela olhou pelo canto do olho para John, ele estava batucando algo no volante do carro e olhando para os carros a frente. Rose queria que ele olhasse para ela, mas se conteve e voltou sua atenção para as suas unhas.

John pisou no acelerado e devagar eles conseguiram chegar à estrada principal que levava para a faculdade onde Rose estudava Direito.

John logo chegou a faculdade. Rose não sabia como ele sabia onde ela estudava, mas resolveu ficar calada, sabia que momentos como aquele era raro para ele, e não queria estragar. Ela abriu a porta e saiu, mas antes de fechar a porta ela agradeceu, ela esperava uma resposta, mas John mesmo fechou a porta e saiu cantando pneu. Alguns alunos ficaram olhando para ela, mas logo perderam o interesse e voltaram a conversar. Sua melhor amiga, a Clara logo veio falar com ela.

— Quem era aquele no carro? Tá de namorado? — ela perguntou dando pulinhos.

— Ah, ele é o médico que me atropelou — Rose disse.

Clara a olhou estranho. Fazia anos que as duas eram amigas, Clara sabia tudo o que acontecia com a amiga, tudo que se passava. Rose basicamente não conseguia esconder nada da baixinha. Clara inclinou um pouco a cabeça para o lado e sorriu. Rose havia realmente escutado o conselho da amiga.

* * *

John parou o carro na garagem. Ele desceu e seguiu até a porta da garagem, John parou e olhou para os carros, antes eles eram o orgulho de John, afinal ele sempre quis ser rico e ter as coisas que as outras pessoas não tinham, mas olhando para o que tinha agora, ele percebia que aquilo tudo não era nada. John era provavelmente o médico mais bem pago de Londres, mas mesmo assim não era feliz, aquilo acabava com ele.

Ele entrou e segui direto para o quarto. Fechou a porta e seguiu para o banheiro, ele precisava de um banho rapidamente. Ele se despiu e entrou debaixo do chuveiro, deixando a água quente molhar seus cabelos. John fechou os olhos e tirou os cabelos de dentro dos olhos.

— John?

Ele abriu os olhos. Dentro do banheiro estava a sua irmã, ela estava de olhos fechados. John pegou uma toalha rapidamente e se cobriu.

— Você ficou maluca? — ele perguntou irritado.

Donna abriu os olhos. Ela colocou as mãos na cintura e encarou o irmão.

— Sempre fui. Esqueceu que temos que conversar?

— Não podia esperar até eu terminar o meu banho?

Donna suspirou.

— Eu sei o seu tipo de banho e sei que ama me evitar. Agora ande! Vista uma roupa, estou lhe esperando na cozinha!

Donna saiu deixando a porta aberta. John suspirou e passou a mão pelos cabelos. Ele saiu do banheiro e procurou uma roupa qualquer, tentou passar o tempo mas Donna ficava o chamando o tempo todo. John desistiu e seguiu para a cozinha.

Ao chegar na cozinha encontrou Donna sentada tomando café.

— O que você quer? — ele perguntou sentando.

— Quero que se afaste da Rose — Donna foi direto ao assunto. John arregalou os olhos, ele sabia que a sua irmã queria que ele fosse feliz, mas também sabia que ela não o deixaria machucar ninguém. — Ela é uma boa garota, eu não quero que você a machuque.

John se mexeu na cadeira. Donna havia tido essa mesma conversa anos atrás, ela nunca deixaria nenhuma mulher ser decepcionada por ele. John sabia o tipo de mulher que a irmã era, ela já havia sido magoada milhares de vezes, talvez o pai da Susan tivesse a magoado também. Ela tentava ao máximo diminuir o sofrimento das mulheres que se envolviam com ele.

John suspirou.

— E como eu fico? — ele perguntou sem olhar para a irmã.

John só havia descoberto que tinha uma irmã aos 14 anos, ele ficou chateado com o pai ao descobrir que o pai havia traído a sua mãe. Ele ficou mais chateado ao descobrir que sempre seria o filho mais novo, Donna tinha 17 anos naquela época. Mas mesmo chateado, Donna era a única pessoa com quem ele podia realmente se abrir. Ele não sabia mais se podia fazer a mesma coisa!

Donna o olhou. Fazia quatro anos que eles não se falavam, ele a culpava. Mas naquele momento Donna ficou feliz, talvez ele estivesse finalmente voltando a ser como era antes.

— Não entendi! — ela confessou.

John coçou a nuca com força.

— Esquece! — ele levantou e saiu da cozinha.

Donna também se levantou. Seguiu John até o quarto dele, ao chegar ao quarto John se trancou dentro do banheiro. Donna bateu com força da porta do banheiro.

— Responda-me John. Essa conversa não vai acabar, eu sei que não gosta mais de conversar comigo, mas precisa falar agora. Eu quero apenas proteger vocês dois!

— Eu não ligo para a porra da sua preocupação. Ela que se foda!

Donna arregalou os olhos. Ela sabia muito bem que John adorava xingar, mas nunca imaginou que ele a xingaria.

— Você não escutou? — ela disse. — Eu quero te proteger! Só isso!

— Eu não quero a proteção de ninguém.

— John... — Donna sussurrou.

— Saia daqui! — ele gritou.

— Vai se afastar da Rose? Se não fizer isso eu faço.

— Então faça — John gritou.

Ele escutou a porta sendo fechada com força e escorregou para o chão do banheiro. E então era isso, Rose iria embora, John deveria está feliz por aquilo, ela iria embora, sua vida iria voltar ao normal. Mas John não se sentia feliz, pelo contrário, ele se sentia triste, muito triste. Ele não sabia o que estava acontecendo com ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo a viver" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.