Aprendendo a viver escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 23
023




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/521539/chapter/23

Daquela vez John quem dirigiu.

— Rose tá tudo bem? — John perguntou acelerando.

E então Rose desmaiou. John pisou no acelerado com força.

Ele entrou dentro de casa com Rose nos braços, Donna ficou de pé indo para o quarto juntamente com ele. Ela ficou ao lado dele enquanto ele esperava Rose acordar.

— O que aconteceu? — Donna perguntou vendo o rosto do irmão.

— Beth era irmã da Laura. Você sabia disso?

Donna arregalou os olhos.

— Não, eu não sabia. Como você ficou sabendo disso?

John olhou novamente para Rose. Tudo ao seu redor havia mudado com muita facilidade, mas a única coisa da qual ele tinha certeza era que aquela loira era a pessoa que ele realmente amava. Ele sabia, mesmo ela não dizendo, que ele ainda tinha que descobrir mais alguma coisa, ele não sabia quando e nem como, mas sabia que o que ele sentia não iria mudar. John sabia que havia ensinado algo a Rose, ela era como ele antes.

— Joana me falou. Ela está com Beth em algum lugar fora de Londres.

Donna ergueu as sobrancelhas.

— Você a deixou sozinha?

— Johnny está com ela.

Donna suspirou aliviada.

Ela saiu, percebendo que não era bem-vinda ali, não por enquanto. Assim que a irmã saiu, John deitou ao lado de Rose, colocando seu rosto perto do pescoço da loira, sentindo o seu cheiro natural. John ficou pensando quanto tempo demoraria para que ele finalmente conseguisse ter uma vida normal ao lado dela, acordar pela manhã, tomar café com ela, jantar, sair, ter um filho... John sempre quis ser pai! A questão era que dessa vez ele não iria deixar ninguém tirar nem o filho e nem a mulher que amava dele. Ninguém iria tocar neles. Ninguém!

Rose dormiu por longas horas e quando acordou ela estava sozinha no quarto escuro do noivo. Ela ficou de pé, quase caiu mais conseguiu chegar a porta, ao abrir ela viu Johnny lá, havia um pouco de sangue na camisa dele, Rose saiu, ela viu Joana sentada no sofá, John e Anne ao lado dela. Ela chorava e tremia.

— Eu a matei. Ela era a minha filha.

Um misto de emoções invadiu Rose. Por um lado ela estava feliz, Beth nunca mais iria fazer as suas ruindades, nunca mais iria machucar ninguém, mas por outro lado ela estava triste, ela havia sido morta pela própria mãe, estava morta na cabana, provavelmente. Iriam encontrar o corpo, ninguém iria saber quem era, ela seria enterrada de qualquer jeito.

— Você fez o que deveria ter feito! — Anne disse. Sua voz estava chorosa, ela sabia, mais ou menos como era esse sentimento, já havia o sentido, a dor de perder um filho, Anne já havia perdido milhares. Ela abraçou John e dessa vez ele deixou que sua mãe o abraçasse.

Joana ficou de pé, Johnny a ajudou a sair da sala.

John ergueu o olhar para Rose, ele sorriu ao vê-la, ela retribuiu o sorriso. Ele ficou de pé, sua mãe o acompanhando com o olhar. John abraçou Rose com força.

— Tudo vai melhorar agora! — John sussurrou para a loira.

* * *

Rose entrou no carro, John fechou a porta. Ele usava um terno juntamente com o seu enorme casaco marrom, ele entrou no carro e o ligou, o ar-quente aqueceu o carro rapidamente. Ele ergueu o olhar para a loira ao seu lado, ela utilizava um vestido azul e os cabelos estavam arrumados de uma forma rebelde. Ele sorriu.

Ele saiu da garagem, acelerando pelas ruas movimentadas de Londres. Rose não sabia para onde eles iriam, mas temia que John estivesse planejando a primeira noite deles.

— Como foi a prova? — John perguntou depois de um longo tempo.

Rose se assustou. Ela havia finalmente terminado a faculdade e naquele mesmo dia havia feito a temida prova da OAB, ela havia passado dias estudando, Rose havia tomado tanto café enquanto estudava que ainda estava sem dormir de tanta cafeína que tinha no seu corpo.

— Foi boa. Vou passar!

John sorriu com a confiança da loira.

Havia se passado apenas algumas semanas desde a morte da Beth, Joana não estava mais chocada, haviam achado o corpo, Johnny foi verificar. Tudo havia ficado no passado, Joana era britânica demais, ela seguiu em frente!

John havia feito uma limpeza na casa, jogado e doado as coisas da Laura. John agora tinha a perfeita certeza que Laura não era a mulher com quem ele deveria ter ficado para o resto da vida dele, Rose era!

John parou o carro no estacionamento de um restaurante. Abriu a porta para Rose e ajudou-a a sair do carro. Ao entrarem no restaurante um garçom guiou eles até uma mesa reservada, John puxou a cadeira da loira com a maior educação, Rose achava aquilo engraçado.

Eles jantaram e conversaram. Havia bastante coisas que eles não sabiam um sobre o outro, por exemplo, John não sabia que Rose era alérgica a frutos do mar. Já Rose não sabia que John detestava coisas desorganizadas. Por fim John pagou a conta e eles voltaram para casa, não havia ninguém lá, Rose percebeu ao pisar na sala. Era 23h00, se Joana estivesse lá, ela ainda estaria acordada esperando por John. Anne e Arthur deveriam ter saído.

— Eu pedi para que eles saíssem. Meus pais foram janta também — John fez uma pequena cara de nojo imaginando coisas que não deveria —, a Joana foi para a casa do Johnny. Ela foi apresentar o filho adotivo dela para ele.

O coração de Rose começou a bater mais forte. John chegou perto dela, tirando seus cabelos do pescoço e depositando um beijo lá, os beijos continuaram, Rose não conseguia parar, os beijos dele eram incríveis. Rose por fim viu-se imprensada contra algo, ela descobriu ser uma porta. Seu coração batia mais rápido, John percorria seu corpo com as mãos e eles continuavam a andar para trás. Eles pararam.

— Eu amo você! — John sussurrou.

Ela deitou na cama, John ficou por cima dela, apoiando-se nos cotovelos. Ele a beijou novamente e colocou as mãos dele nas costas dela, abaixo de leve o zíper, ainda a beijando. Rose entrou em pânico, empurrando John para longe. Ele bateu a cabeça em algo, causando-lhe uma forte dor na cabeça. Ao olhar para loira ela estava sentada na cama, segurando o vestido e de olhos arregalados.

— Algum problema? — John perguntou passando a mão na cabeça, não havia cortado.

Era a hora. Rose não poderia mais adiar.

— Tenho que lhe contar uma coisa — a loira sussurrou.

John andou até a cama, sentado ao lado dela.

— Olha, se o problema for o que eu estou pensando — John disse —, não tem problema! É sério, eu espero!

Rose ergueu o olhar. Ela queria que o problema fosse realmente aquele. Mas Clara mesmo a falava sempre, ela não era mais virgem, não adiantava. O pesadelo já havia passado, ela sabia que John não seria que nem aqueles homens, John só iria fazer o que ela quisesse que ele fizesse. Ele a amava!

— Não é isso! — Rose disse. — É outra coisa.

— Qual?

— É bem mais complicado.

— Então diga-me!

Rose respirou fundo e olhou nos olhos de John. Ela podia ver que ele estava confuso e que queria saber o que era.

— Eu não sou virgem — ela disse, John fez uma leve careta de raiva e depois voltou a não entender nada —, porque quando eu tinha 18 anos, enquanto voltava da escola...

John ergueu a sobrancelha, arregalando os olhos. Ele ficou de pé e interrompeu a loira:

— Por favor, não me diga que é o que eu estou pensando.

Rose fechou os olhos com força. As cenas daquela maldita noite voltaram como socos na sua cara.

— Se falasse isso eu estaria mentindo.

John cerrou os punhos. Ele não acreditava que havia acontecido aquilo com Rose, justamente com ela.

— Eu fui estuprada naquela noite. — Rose falou. Acreditando naquilo depois de tantos anos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, tá chegando ao final :(
Últimas semanas :(
Cometem, faça uma escritora feliz :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo a viver" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.