Aprendendo a viver escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 21
021


Notas iniciais do capítulo

Heheheh, espero que gostem do capítulo ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/521539/chapter/21

Anne dirigia tranquilamente no carro do filho, Donna ia ao seu lado, Rose e John iam no banco de trás, John lotado de remédios de vários tipo em seu organismo estava quase dormindo, enquanto Rose simplesmente o observava. Ele era perfeito!

Anne parou em frente a casa, abrindo a garagem através do controle. Ela entrou, Joana e Lee os esperavam. Havia uma cadeira de rodas dentro do carro, Lee abriu a porta e a tirou, colocando John em cima dela logo em seguida. Rose segui com John para o quarto dele, Lee foi atrás. Ao chegarem no quarto, Lee e Rose colocaram John na cama. John resmungou algo, virou para o lado e começou a dormir.

Ao voltar para sala ela encontrou Joana e Anne discutindo algo, ambas se calaram ao ver a loira ali. Jackie, sua mãe, ficou de pé, indo abraçar a filha. Rose afundou o rosto no pescoço da mãe, que a apertava com bastante força.

— Você precisa de um banho! — Jackie disse soltando Rose e fazendo uma careta.

Joana sorriu e guiou Rose para o quarto de hospede, o mesmo onde Donna havia a pedido para se afastar de John. Rose entrou no enorme banheiro, ela se despiu lá dentro e olhou o seu rosto no espelho. Ela realmente estava horrível, os cabelos loiros bagunçados e opacos, os olhos fundos e os lábios ressecados. Rose parou de se olhar, temendo achar mais defeitos. Entrou debaixo do chuveiro e deixou que a água caísse pelo seu corpo. O banho durou bastante tempo, no final do banho Rose e o seu cabelo cheiravam a flores. Ela procurou uma roupa de dormir e deitou na cama de casal do quarto, ela adormeceu, e pela primeira vez em quatro anos ela sonhou.

* * *

Enquanto Rose dormia, John havia acordado. Ele continuava deitado, fazia mais ou menos uma hora que havia acordado, a dor não o permitia abri a boca e chamar alguém, ele temia que se abrisse ele começaria a gritar.

John olhou para porta ao escuta-la sendo aberta. Ergueu as sobrancelhas ao ver quem estava entrado, era seu pai. O advogado Arthur Smith, ele não havia mudado muita coisa desde a última visita. Continuava magro e alto, os cabelos castanhos estavam perfeitamente arrumados, a barba feita, os olhos azuis eram o destaque de Arthur, Donna havia puxado os olhos dele.

Seu pai chegou ao lado da cama, estendeu a mão, revelando a John um pote de remédio para dor e um copo de água. John estendeu a mão para pegar, seu pai puxou os remédios para longe, John ergueu o olhar para ele.

— Conte para ela! — Arthur disse. — Diga a verdade a ela! Agora, imediatamente!

Arthur entregou os remédios ao filho e saiu do quarto. John abriu o pote e tomou dois remédios de uma vez, ficou deitado por um longo tempo até os remédios fazerem efeito. Quando a dor finalmente passou John xingou, ele sabia que o dia de contar a verdade para Rose iria chegar, ele também sabia que mesmo que a notícia fosse boa, maravilhosa na verdade, Rose iria ficar com raiva de todos por não a terem falado mais rápido.

Ele ficou de pé. Arrastou os pés até o banheiro, entrou no banheiro e se olhou no espelho. O homem depressivo havia definitivamente morrido, John parecia feliz até quando estava triste. Rose literalmente havia o ensinado a viver novamente! Ele sorriu para o próprio reflexo e abriu o pequeno armário.

John tomou um banho demorado, tentando evitar a conversa o máximo que conseguia. Ele demorou a fazer tudo, escovar os dentes, fazer a barba, tomar banho e arrumar o cabelo. Por fim ele colocou uma calça gastada e uma camisa azul. Saiu do quarto descalço e encontrou toda a família, inclusive Susan sentada no sofá. Ele suspirou, colocando as mãos nos bolsos.

Ele seguiu pelo corredor escuro até chegar a porta do quarto de hospedes onde Rose estava ele parou. Ergueu a mão para bater, mas não conseguiu. A porta foi aberta, o coração de John bateu mais forte do que nunca, Rose apareceu na porta, usando jeans e blusa solta.

— O que eles querem comigo? — Rose perguntou antes que John conseguisse falar qualquer coisa. John abriu a boca e a fechou novamente.

— Eles quem?

Rose abaixou a cabeça, balançando-a.

— Sua família.

John abriu a boca, é claro que ela já havia visto eles. Rose não era estúpida!

— Bom... eu preciso lhe contar uma coisa!

Rose arregalou os olhos. Ele ia terminar com ela? Aquilo era o que ela temia. John arregalou novamente aos olhos, percebeu rapidamente o que ela havia imaginado.

— Não é nada disso! É algo relacionado a Laura.

Rose suspirou aliviada.

Ela segurou a mão de John e eles seguiram para a sala.

Rose sentou sozinha no sofá de frente para todos. Eles estavam em ordem, primeiramente o pai do John, depois a Anne, John, Donna, Joana e Susan, provavelmente todos tinham algo para contar. O pai de John olhou para John.

A mente de John ia mais rápido do que qualquer coisa no mundo.

— Rose, lembra quando a Beth falou sobre o que eu fiz com ela? — Donna falou antes de John, o escocês a olhou, perguntando-se o que a maluca da irmã iria fazer.

Rose assentiu, não entendendo muito bem o que uma coisa tinha a ver com a outra. Donna relaxou no sofá, suspirando e piscando várias vezes.

— Quando eu conheci o Lance, fazia apenas um ano que eu havia voltado para Londres, eu estava morando com o John aqui nessa casa. Ele e a Laura estavam na melhor fase do casamento, nada de brigas, apenas jantar românticos e as fofuras de sempre, mas então eu fiquei grávida. Você pode imaginar? Eu grávida nessa casa? Com um casal de recém-casados? — Donna sorriu, lembrando-se o quanto Laura falou em ter um filho naquela época. — A Laura era a minha melhor amiga, ela me ajudava em tudo.

“Ajudou-me quando cheguei na Escócia, me ajudou na escola e foi a minha amiga na época em que ninguém era. Ajudou-me a lidar com a morte da minha mãe e com a minha relação com a Anne, que nunca foi das melhores. Ela era perfeita em todos os sentidos, mas então eu descobri que todo mundo tem os seus defeitos, assim como todo mundo, Laura tinha uma inimiga, era a Beth, ou Elizabeth Holt. Ela era nerd, queria ser amiga da Laura mas Laura não queria.

A festa foi o momento em que eu retirei a Laura do pedestal e parei de idolatrar ela. Juntamente com a Jennifer, Laura atraiu a Beth para essa casa abandonada. Laura sabia que a Beth gostava desse garoto chamado Mike, ela disse para a Beth que ele estava lá esperando por ela. Realmente havia alguém esperando por ela, mas não era o Mike, era outro garoto, um amigo do John, ele usava drogas e naquela época tinha um caso com a Laura. Esse garoto estuprou a Beth, o garoto saiu sozinho e deixou Beth lá dentro, eu conseguia escutar os gritos dela a distancia. Laura sabia que se Beth saísse ela iria contar para todo mundo, todas nós iríamos ser presas. Laura então jogou um pouco de gasolina na entrada da casa, queimando-a com a Beth lá dentro.

Eu só fui saber que ela estava viva quando John me falou. Ele também a conhecia, eles estudavam na mesma classe, ele era o parceiro dela na aula de biologia. John me culpou por longos anos pela morte da Laura e eu também me culpei. A Beth matou a Laura, assim como ela matou a Jennifer e a Lucy. Você apenas deixou a Laura por algum tempo no hospital. Algumas semanas depois, ao sair, Beth veio até a nossa casa e atirou na testa dela, matando-a. Nem eu, nem o John e nem a Joana estávamos em casa.”

Rose arregalou os olhos, colocando a mão na boca. Ela não sabia de quem sentia mais pena, se era da Beth ou da Laura, ou de todas as outras pessoas naquela sala.

Joana olhava para Donna, seus olhos cheios de lágrimas. John ficou de pé rapidamente, abraçando-a. Rose se perguntou quem era aquela mulher. Os soluços de Joana aumentaram, cortando o coração de Rose aos poucos. John ergueu o rosto para Donna.

— Somente mais uma coisa! — Donna sussurrou. — Laura estava grávida quando morreu.

A boca de John se abriu em um perfeito “O”. Rose viu uma lágrima caindo de seus olhos, ela ficou de pé, seguindo em direção a saída da casa.

— Aonde você vai? — John perguntou ficando de pé.

— Acabar com tudo isso! — Rose respondeu decidida. Ela sabia onde Beth estava, tudo já havia passado dos limites.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Conseguiram entender alguma coisa? '-'
Comentem :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo a viver" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.