Aprendendo a viver escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 19
019


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura a todos :3
Comentem, por favor! =]



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Estava fazendo frio em Londres, muito mais frio do que Anne Smith acreditava ser possível. Ou era ela a responsável pelo frio que sentia? Ela apertava o volante do carro com força, ao conversar com o seu marido, ele havia a proibido de voltar para Londres. Mas John era seu filho, seu milagre! Ela não o deixaria sozinho.

Anne sempre se preocupou com o filho, sabia que se acontecesse algo com ele, ela nunca mais teria ninguém para chamar de filho. Anne não podia ter filhos, então quando em uma manhã de dezembro o exame de gravidez deu positivo, ela prometeu a si mesma que enfrentaria qualquer coisa pelo filho, qualquer coisa para deixa-lo vivo. E ela havia enfrentado. Enfrentou o cigarro, as drogas, os amigos usuários de drogas, enfrentou a depressão e se colocou entre ele e uma arma na adolescência, Anne nunca se perguntou como ele havia conseguido aquela arma. Ela enfrentou suas saídas noturnas e quando ele finalmente começou a usar drogas, de todos os tipos, enfrentou o hospital, então finalmente John chegou aos 18 anos, ele havia tomado um jeito anos atrás, quando conheceu Johnny People e sua irmã, Laura Mary People. A notícia do namoro não surpreendeu Anne. O lugar de protetora foi para Laura, depois foi dividido com Donna, agora ele estava em Londres, sozinho.

Anne pisou do acelerado do carro. Sabia que não devia andar daquele jeito, mas seu filho estava morrendo. Como havia dito antes para si mesma: ela enfrentaria tudo! Até mesmo a morte se fosse possível. Afinal era esse seu papel como a mãe dele, ela deveria protegê-lo.

Anne parou o carro em frente ao hospital. Quando eles moravam em Londres ela trabalhava ali, ela quem havia conseguido o emprego que John tinha até hoje naquele hospital.

Ela entrou. Muitas pessoas que haviam ali falaram com ela, até o dia em que saiu de lá Anne era uma ótima médica elogiada por todos, ela não gostavam muito daquele título, ela não era melhor do que os outros, era que nem todos os outros. Ela havia ensinado aquilo a John, pedia para que ele tivesse aprendido.

Donna a encontrou rapidamente, afinal Anne era uma mulher bonita. Dona de olhos castanhos e cabelos loiros ganhando seus poucos fios brancos, os olhos eram grandes, assim como os de John. Ela era alta, assim como todos da família Smith, tinha a pele branca e lábios rosados. Donna sempre havia admirando aquela mulher, mas ela sempre havia a rejeitado. Aos 18 anos Donna havia parado de admira-la, afinal Anne havia deixado claro que por ela Donna não estaria naquela casa, respirando o mesmo ar que sua família.

— Onde está o John? — Anne perguntou, Donna ficava impressionada com o seu sotaque e com o de John. Anne havia passado muitos anos morando em Londres, assim como John, mas eles nunca deixaram o sotaque.

Donna simplesmente virou e começou a andar em direção ao quarto onde John estava. Ela se recusava a falar com Anne desde os 18 anos, falava somente com John e com o pai.

Elas entraram no elevador, Anne sempre afastada de Donna, nunca Anne havia sido amável com Donna, nunca mesmo. Seu pai já havia reclamado com Anne por causa disso, Donna não tinha culpa, ele sim. Donna nunca havia esquecido-se daquelas palavras.

Por fim elas chegaram ao 4º andar, pararam em frente ao quarto e Donna abriu a porta. Anne entrou rapidamente, Donna foi atrás dela. Encontraram Rose com um livro aberto, mostrando algo para John que estava recém acordado. Ao escutar o barulho da porta sendo aberta, John desviou os olhos da loira e olhou diretamente para a sua mãe, Rose largou o livro sobre a barriga de John, olhando para Donna e Anne ao mesmo tempo.

— Mãe? — John arregalou os olhos de leve, não esperava sua mãe ali. Ele lembrava muito bem das palavras do pai, não era pra incomodar sua mãe com nada, se fosse para falar algo que fosse com ele. Não com a sua mãe, se seu pai descobrisse que sua mãe estava ali ele surtaria. — O que faz aqui?

Anne largou a bolsa em cima da poltrona. Abraçou John, beijando-o sua testa e bagunçado os seus cabelos, Rose tentou não ri. John tentava se mexer, tentava em vão desviar dos beijos da mãe. Rose estava ali, ele estava quase tendo um enfarte de tanta vergonha.

— Mãe, pare, por favor! — John pediu em um sussurro.

Anne parou. Seu rosto estava levemente corado, Donna deu um leve sorriso com a cena que não havia durado somente alguns segundos.

* * *

Rose já estava na sua segunda xícara de café somente naquela noite, Donna a olhava fixamente.

— O que foi? — Rose perguntou depois de um longo tempo.

Já havia se passado umas duas horas que Anne havia, indiretamente, expulsado as duas do quarto. A última coisa que havia visto era John sussurrando um “eu te amo”. Ela tinha medo do que Anne iria descobri, do que Anne faria depois. Afinal, ela era a mãe dele, mães tem poder de colocar as coisas na cabeça dos filhos.

— Não se preocupe! — Donna disse pegando a mão da loira. — Anne pode consegui fazer o John segui caminhos diferentes, mas quando se trata de mulher, ela nunca conseguiu colocar nada.

Rose suspirou, não sabia o porquê, mas não acreditava que fosse medo da mãe de John, sua sogra por assim dizer. Ela viu Johnny chegando, ele parecia contente.

— Diga, por favor, que é uma boa notícia! — Rose pediu a Johnny.

— É exatamente isso! O médico chegou, John vai agora para a cirurgia. Ele quer falar com você!

Rose correu para o quarto, John continuava amarrado, uma equipe de enfermeiras estava ao seu redor, inclusive sua mãe, Anne praticamente fuzilava a loira.

— Rose — John sussurrou. A loira sentou na poltrona, segurando a mão dele. — Se eu sair vivo da cirurgia... Você casa comigo?

Rose arregalou os olhos, Anne fez a mesma coisa, assim como Johnny, Donna e as enfermeiras.

Casar? John tinha tanta certeza disso ou estava fazendo isso por impulso? Ele havia falado que a amava e ela também, já haviam dividido a mesma cama, compartilhavam segredos. Rose não sabia se queria casar agora, mas ela tinha certeza que o amava. Ela olhou para Johnny.

— Muito bonito — ele disse quebrando o silêncio tenso que se fazia na sala —, mas o médico não vai esperar por muito tempo!

— Mas...

— Mas nada! — Johnny cortou John.

Rose soltou a mão de John e o beijou. Seus lábios estavam secos.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? =}



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