Aprendendo a viver escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 18
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Rose estava contando, fazia exatamente uma semana que John estava naquele hospital, ela sabia que o médico que ia fazer a cirurgia estava a caminho, mas por que demorar tanto? Ela também sabia que havia vários motivos diferentes, mas ela só ligava para o fato que o homem que ela amava estava com uma bala no peito e qualquer grande movimento iria fazer com que a bala entrasse em seu coração, levando-o a morte se fosse o caso.

Naquela manhã ela havia chegado cedo. Usando um jeans qualquer, a formatura estava chegando, ela nem ligava mais para a faculdade, queria saber apenas de John. Clara a ajudava, trazendo tarefas, trabalhos e buscando-a em casa nos dias das provas finais. Rose iria consegui se formar, ela sabia disso, o único problema era que não iria consegui viver se John morresse.

Ela sentou na cadeira ao lado da cama onde John dormia. A dor havia aumentado, ele havia se mexido e a bala havia se movimentado. O médico estava a dois dias de Londres, em dois dias ele poderia morrer, mas o médico não ligava. A maioria do tempo John passava dormindo, eles usavam muitos remédios para combater a dor que ele sentia, um deles o fazia dormir.

Ela fechou os olhos, sua mente viajou para momentos perfeitos que nunca iriam existir. Rose acreditava que Deus existia, acreditava também que ele gostava de fazer as pessoas sofrer. Por toda a sua vida Rose pensou daquela forma, até onde lembrava a única coisa que havia feito direito era sofrer. Sofrer por não ter um pai, sofrer pela mãe que havia sido sequestrada, sofrer por matar alguém, sofrer por entrar no lugar errado, sofrer por está perdendo o homem que amava.

A loira também sabia que pensava bastante em John, sempre se referindo como “o homem que amava”, mas aquela era a mais pura verdade, a maior de todas. A única que Rose tinha certeza. Todas as coisas que acreditava ser verdade antes era uma completa mentira, por que essa seria igual? John havia falado que a amava! Ela não havia falado, mas ele sabia disso.

Rose abriu os olhos, Donna estava parada do outro lado da porta. Ela tinha aqueles grandes olhos tristes, Rose agora entendia, ela também conhecia Beth, ela havia sido uma das responsáveis por transformar Beth no monstro que ela era hoje. Mas Rose não sabia a real história, do ponto de vista da ruiva.

Rose desviou o olhar, ao lado dela estava um homem um pouco mais alto que Donna. Usava terno cinza e olhava para John como se o conhecesse. Ele inclinou a cabeça para o lado e por fim o reconheceu.

— Esse é o Dr. Smith? — o homem perguntou.

Donna virou para ele, alisando a mão dele de leve.

— É sim! É o meu irmão, Dr. John Smith.

Rose deitou na cadeira, sentido sua perna doer. Fazia algum tempo que ela havia se recuperado da bala que haviam retirado, seu braço ainda doía, fazendo-a xingar baixo na maioria das vezes. Rose até havia se dado ao luxo de usar a maldita droga que seu ex-namorado havia arrumado. Aquilo não era algo digno, mas ela não iria usar, não era certo!

O homem de terno cinza saiu, Donna o beijou, Rose ergueu uma das sobrancelhas. Quem era aquele?

— Aquele era o Lance? — Rose perguntou, mesmo sabendo que não era.

— Não — Donna disse, ela passou a mão nos cabelos de John, tirando-os da testa. Eles estavam bagunçados e precisavam de um pente urgentemente. — O nome dele é Lee, meio que estamos namorando!

Um pequeno sorriso brotou nos lábios de ambas. Rose sabia como era aquilo, ela estava meio que namorando um cadáver.

Ela olhou para John, pegando seu mão que agora estava pálida. Rose apertou-a!

— Isso é culpa minha! — ela choramingou, por fim soltando aquilo que queria falar a tanto tempo.

As lágrimas ganharam permissão de cair. Donna não sabia o que fazer, esperava que Rose continuasse sendo forte. Forte por todos, até mesmo pelo John. Donna era fraca, Rose não, todos sabiam daquilo. Ela já estava tentando ser forte pela Susan que sentia saudades do tio. Ela não aguentou, saiu do quarto, seu irmão iria morrer e ela era uma das culpadas por aquilo.

— Você não tem culpa!

Rose ergueu a cabeça ao escutar a voz rouca de John. Ele estava com os olhos entreabertos, um leve sorriso aparecia em seus lábios ressecados. Rose sorriu juntamente com ele. John apertou a mão da loira.

— Quando eu sair daqui — ele disse — eu lhe prometo que conto toda a história. Agora, por favor, em nome da sanidade, vá para casa. Descanse! Qualquer coisa o Johnny liga.

— Mas...

— Mas nada Srta. Tyler, vá logo!

Rose se inclinou, beijando a testa de John que gemeu em protesto. Fazia alguns dias que ele passava todo o dia imobilizado na cama, todos com medo que ele morresse. A ideia havia sido de Johnny sendo completamente apoiado por todos, principalmente por Rose.

— Quando eu vou pode ficar livre? — John resmungou mexendo as mãos.

— Quando essa bala sai daí! — Rose respondeu. Ela tocou o rosto do escocês: — Eu amo você, John! Por favor, não morra!

John sorriu.

— Eu prometo que não vou morrer!

Rose suspirou aliviada. Levantou e saiu.

* * *

— Sra. Smith? — Donna perguntou em um sussurro.

— Sim? — a mulher do outro lado da linha atendeu.

— Aqui quem fala é Donna Noble, filha do Sr. Smith.

Donna conseguiu ouvi o suspiro de frustração da mulher. Ela nunca havia escondido o ódio que sentia pela ruiva.

— O que quer?

— O problema é o John.

Donna deu um sorriso ao imagina-la caindo na cadeira mais próxima. John havia sido o único filho dela, praticamente um milagre, ela morria de preocupação e isso preocupava o pai, que fazia de tudo para manter John na linha, desde a adolescência.

— O que houve com ele? — ela perguntou, Donna percebeu que a voz dela estava tremendo. Talvez Donna tivesse passado dos limites.

— Ele levou um tiro. Por favor, volte para Londres. Ele precisa de você!

— Eu vou! Não se preocupe!

Donna suspirou aliviada e desligou.


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