Aprendendo a viver escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 16
016


Notas iniciais do capítulo

Hey! Como tá o domingo de vocês? O meu tá bem ^^
Boa leitura :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/521539/chapter/16

O barulho acordou John, ele pulou na cama e então percebeu que estava no hospital. Ele olhou para o ombro, estava enfaixado e com um ponto vermelho. Ele se moveu, viu todos aqueles fios ligados ao seu corpo. Ele usava aquela roupinha brega de hospital que estava aberta na frente, permitindo que as enfermeiras e os médicos mexessem livremente nos vários fios que havia ligado ao seu peito.

A porta se abriu. Donna entrou, ela sorriu ao ver o irmão.

— Como cheguei aqui? — ele perguntou, sua voz estava rouca.

Donna sentou na ponta da cama observando o irmão. Ele parecia um pouco mais jovem, os cabelos estavam com mais vida, Donna até suspeitava que ele estivesse um pouco mais gordo.

— Rose ligou para o hospital. Johnny apareceu com menos de cinco minutos.

Rose, John pensou!

— Quer falar com ela? — Donna perguntou vendo o rosto do irmão.

Ele a olhou. Donna entendia que era bastante coisa para ele juntar, muita informação de uma só vez. Mas Rose também tinha coisas para explicar, coisas que talvez o fizesse mudar de ideia sobre tudo o que havia acontecido. Donna sabia a verdade, a verdade que John e Beth também sabiam. Mas Rose não!

— Ela tá aqui? — John perguntou olhando para o teto.

— Ela não saiu daqui por nenhum minuto.

John olhou para a irmã, ele realmente estava surpreso com aquilo.

— Deixa-a entrar. — John pediu.

John fechou os olhos por algum tempo, a dor estava começando a aparecer. Era insuportável. John escutou a porta sendo aberta, ele novamente abriu os olhos, a dor estava ficando insuportável mesmo. Ele apertou o lençol, não iria pedi mofina, ele iria escutar cada palavra que a loira havia para lhe falar e depois iria cuidar da sua dor.

Rose entrou no quarto. Depois que ligou para o hospital, John desmaiou, Beth agrediu Rose. John se assustou ao ver a loira com alguns curativos pelo rosto e o braço enfaixado.

— O que aconteceu com você? — John perguntou.

— Beth me atacou — Rose respondeu. John notou o hematoma em seu rosto. Rose desviou o rosto, não queria que John a visse daquele jeito. — Ela fugiu. A policia não conseguiu encontra-la.

— Melhor pra você — John tentou em vão não falar aquilo, mas as palavras simplesmente saíram da sua boca. Rose engoliu o choro que crescia em sua garganta. — Desculpe!

Rose caminhou até a cama de John, ela não tinha mais coragem para olhar em seus olhos castanhos e mergulhar neles, Rose havia matado a esposa dele. E se ele a perguntasse o porquê, Rose não iria saber. Tirar a vida de uma pessoa era um ato de coragem para salvar a sua mãe? Depois de tantos anos Rose finalmente estava começando a pensar. Por que ela não havia matado a Beth?

— Quando você fez aquilo... — John começou a falar, Rose o olhou. Ele parecia completamente descansado, mas Rose sabia que aquilo era mentira — você ao menos sabia o nome dela?

Rose engoliu em seco.

Não, ela não sabia. Se Beth não tivesse falado naquela manhã o nome, Rose nunca iria saber.

— Você sabia que naquela noite nós estávamos voltando do aniversário surpresa dela? — John continuou. Rose sabia que ele não estava fazendo de propósito, mas aquelas palavras machucavam. Rose realmente sentia muito por ter matado a mulher que John amava. — Você nem ao menos tremeu na hora, como aprendeu?

Rose apertou as grades da cama. Ela finalmente olhou para os olhos castanhos do namorado, ou ex-namorado, ela ainda não sabia. John a encarava, seus olhos castanhos estavam arregalados, seu lábios tremia de leve. Rose queria o beijar, queria abraçar ele e falar que nunca desejou fazer aquilo, que tudo aquilo era um terrível pesadelo e logo iria acabar.

— O meu pai me ensinou. — Rose ficou surpresa ao perceber o quão tranquila sua voz saiu, se aquilo tivesse acontecido anos atrás, a voz da loira estaria tremendo e as lágrimas já haviam escapados. Não havia tremor, não havia lágrimas.

— O seu pai? — John perguntou incrédulo.

— Ele havia começado um novo negócio, eu devia ter uns 5 anos. Estava me ensinando por diversão.

— Diversão? — John falou, sua voz tremendo ligeiramente. — Você se divertiu ao atirar na clavícula da minha esposa? Você divertiu enquanto ela lutava pela vida nessa porcaria de hospital? — John já estava gritando. — Espero que tenha se divertido!

John já estava sentado, a dor o mandava deitar e respirar com calma, mas ele precisava fazer Rose senti alguma dor, ele precisava muito daquilo. Rose apertou a grade da cama novamente, seus olhos ardiam graças às lágrimas, Rose ergueu a mão, batendo no rosto de John com toda a força que ela havia se permitido ter naquele movimento.

A porta foi aberta, Rose foi puxada para trás por mãos macias e grandes. Sua visão estava embaçada, ela conseguia ver John de olhos arregalados com a mão na bochecha, não acreditando que ela havia feito aquilo.

* * *

Mesmo tendo se passando bastante tempo o rosto de John continuava ardendo. Ele nunca iria acreditar que um dia Rose iria bater nele. Tudo bem! Ele merecia, na verdade até estava pedindo aquilo.

John estava com a mão no rosto quando Donna entrou. Ela estava cansada, Susan dormia em seus braços. Os cabelos ruivos da garota espalhados pelo ombro da irmã, elas pareciam mais unidas. Por quanto tempo ele havia dormido?

— Nós vamos para casa. — Donna disse.

Ela virou, abriu a porta e depois virou para o irmão, havia um pequeno sorriso nos lábios dela. John se perguntou por quê.

— Você escutou o que a Beth disse? — John negou. — Ela falou que eu era idiota, e ela tem razão — John abriu a boca para falar algo, mas Donna o impediu. — Você também é um idiota, sabe por quê?

— Eu adoraria saber! — John disse em um leve resmungo.

— Porque você está deixando-a ir embora. Ela ama você, John. E quando ela for embora, ela não vai mais voltar.

Donna saiu deixando John confuso. O que ele havia feito? Bom, havia feito a sua namorada, ex-namorada, bater nele, havia magoado-a de alguma forma. Ela provavelmente estava chorando, pensando nele da pior forma. John sabia o que Rose havia feito e sabia o que ela não havia feito. Mas ela havia feito aquilo, havia atirado. Ele olhou para o próprio peito, os fios continuavam monitorando tudo que acontecia em seu corpo. Ele ainda se perguntava o que havia acontecido com ele, com a Donna, com a Rose e com a Beth. Ele por fim desistiu, todos aqueles pensamentos estavam o deixando com dor de cabeça, ele encostou a cabeça no travesseiro, fechando os olhos e caindo em um sono sem sonhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Comentários? *W*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo a viver" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.