O Colar do Parvo escrita por Marko Koell


Capítulo 49
Livro A Espada do Soldado Derrotado -- A esperança


Notas iniciais do capítulo

Iniciamos aqui o terceiro livro da trilogia O Colar do Parvo, espero que possam gostar do final.
Um forte beijo e aguardo os comentários....



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Kauvirno pediu a Marcelo que criasse chuva naquele dia, pois já estava cansado de tanto sol, no entanto ele fez apenas um pouco de frio, ao meu pedido.

Minha mãe e meu pai estavam felizes, assim como todos os outros, pelo meu casamento com Matheus. Certamente que eu também estava muito feliz, e aqueles três dias foram mágicos.

– Bem, nós já temos a Taça dos Eruditos, logo ele estará em segurança aqui na mansão. Quanto a vocês dois, vão descansar numa de minhas casas na praia. – disse Kauvirno – Mas voltem logo, pois teremos muitas coisas para resolver.

Depois de arrumar nossas malas, Kauvirno abriu um portal, e então eu e Matheus passamos por ele. Deparamos-nos com uma praia paradisíaca, de areia branca e água transparente. Havia uma casa ali feita de bambu, com uma bela varanda, com uma rede e samambaias. Era uma simples casa, com apenas um quarto, uma simples cozinha com uma mesa de dois lugares. Uma pequena sala, com um sofá também feito de bambu, com almofadas mais do que aconchegantes.

Quando chegamos e guardamos nossas coisas no quarto, corremos até a praia onde brincávamos como crianças na água. Como aquilo era divertido e nos deixava felizes. Deitamos na areia, abraçados um ao outro, nos beijando. Olhávamos-nos e sabíamos exatamente o que cada um queria dizer. Estávamos casados, vivendo felizes, mesmo sabendo que a nossa luta ainda havia começado.

Minha tia Carol havia me dado uma cesta com coisas para comer, naquela noite eu mesmo preparei o peixe na fogueira. Certamente que o peixe foi Matheus quem pegou. A praia onde estávamos, era pequena, não mais do que uns 25 metros de comprimento, atrás da casinha de bambu apenas uma imensa floresta, o que me deixava com um pouco de medo, pois eu temia que algum animal perigoso pudesse invadir a casa durante a noite. Mas quando eu comentava alguma coisa ao Matheus ele me calava com ternos beijos, e logo depois dizia que nada iria acontecer, pois ele estaria ali para me proteger.

Acabamos dormindo deitados na areia, abraçados, ao lado da fogueira. No dia seguinte acordamos juntos e fomos ver o que a floresta guardava. Ela era linda e de dentro não parecia tão densa quanto eu imaginava. Caminhando aqui e ali achamos uma melancia, onde abrimos e comemos um pedaço sentados numa rocha num lago, onde uma linda e volumosa cachoeira caia, formando um lindo arco-íris.

Não tínhamos ideia de como as coisas iriam se seguir depois daqueles dias que teríamos que voltar. Sabíamos todos os riscos que iríamos correr, no entanto, mesmo eu sabendo que eu já poderia controlar todo o poder do Colar do Parvo, eu ainda tinha medo.

– Kayo, o que você está sentindo? – perguntou Matheus, na nossa segunda noite na praia.

– Felicidade. E você?

– Eu não sei. É uma mistura de sensações estranhas que me alegram, que me deixam quase que anestesiado.

– Sabe Matheus, eu não vou negar a você, eu fiquei mal por você não ter me falado nada sobre sua mãe, e principalmente por ter tentado me jogar para outro.

– Eu sei Kayo. Eu também não entendi o porquê que eu fiz aquilo, no entanto eu fiz, e você não tem noção do quanto eu me arrependo disso.

– Está bem, não vamos mais falar sobre isso... e o que acontece agora?

– Como assim?

– Bem, eu quero um filho! – eu disse; ele riu.

– Menino ou menina?

– Ambos!

– Vai querer dois de uma única vez?

– Lógico!

Nosso terceiro dia foi o mais angustiante, pois sabíamos que logo teríamos que voltar e nossos primeiros dias felizes como recém-casados iriam acabar. Mas já estávamos cientes disso.

Eu, naquela noite, enquanto Matheus dormia, fiquei pensando em como as coisas estavam do outro lado. Como seria que estavam as cidades onde os não-mágicos habitavam. Se as tais brigadas Portuguesas e Inglesas haviam chegado para tentar capturar os Soberanus. E como estaria Átimos, o que ele estaria pensando, e o que ele estaria tramando. A duas únicas certezas era de que ele estaria atrás de mim, e depois da tal Espada.

Ao acordar, arrumamos tudo e esperamos por Kauvirno. Não demorou até que um portal se abrisse na sala, onde passamos e já estávamos na mansão de Kauvirno.

– E então, como passaram esses dias? – perguntou Camila.

– Foram maravilhosos! – disse Matheus me dando um beijo na cabeça e levando as malas para cima. Nathan o ajudava.

– Kayo, venha aqui. Venha conhecer meus pais. – era Eduardo, me chamando na sala.

Os pais de Eduardo eram tão mirrados comparados a ele que eu até estranhei. Eles não tinham nada haver com Eduardo, que era alto e tinha um corpo escultural. A mãe dele tinha os cabelos ruivos, que me pareceu ser dela mesmo, tinha sardas e por volta de uns 40 anos. Quanto ao seu pai, um pouco mais alto do que ela, magrelo e calvo, usava um óculo estranho e grande.

– Este é meu pai, Felipe, e minha mãe, Amélia. – disse ele sorridente, abraçando os dois.

Eu os cumprimentei, mas logo eles perceberam que eu estava confuso.

– Eduardo foi adotado, ainda criança. – disse o pai dele.

Fomos todos, a sala de jantar, e sentamos a mesa. Fora servido lasanha naquele dia, e costelas de porco. Na sobremesa um pavê de chocolate branco e morangos. A mesa estava enorme, e pela forma como Kauvirno conversava com os pais de Eduardo, eu percebi que haviam entrado mais dois a causa.

Então Os Vigilantes, estava crescendo. Fora outros que Kauvirno dizia que tinha espalhados por esse mundo a fora, mas que devido aos ataques dos Soberanus estava defendendo suas terras, e não podiam estar ali.

Havia esperança então. Por mais que as coisas pudessem estar diferentes ou confusas. Sabíamos que enfrentaríamos muitos desafios, mas estávamos ali, todos nós para correr riscos.

Naquela noite, eu fui até a biblioteca, e fiquei contemplando a Taça dos Eruditos, que fora posta no centro, em cima de uma coluna de prata, onde uma fina luz que saia do teto, criada por mágica, o deixava mais imponente do que já era. Sentado na super cadeira de Kauvirno, grande e com uma almofada que dava-se até para dormir de tão confortável que era, eu acabei, realmente, adormecendo.

Foi estranho quando eu acordei, com Matheus me chamando para ir para o quarto. Pois eu havia sonhado com Júnior.

No sonho, estávamos naquele bosque, onde eu e ele conversamos seriamente sobre o uso de drogas, um dia antes de ganharmos a tal gincana que acabaria com sua vida. Lá eu e ele estávamos sentado um do lado do outro, ambos olhando ao céu onde as estrelas pareciam dançar. Fazia muito tempo que eu não sonhava com ele, e nem mesmo o via. Eu já estava com saudades.

No dia seguinte, Kauvirno mandou me chamar. Disse que precisava sair com os outros para buscar informações, mas não se referiu a qual. Eu, Matheus, Sara, Adrian, Nathan, Mario e Eduardo ficamos em casa sozinhos durante todo o dia. Assistindo televisão, e com o rádio ligado, esperando ouvir algo sobre a chegada das tais brigadas.


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