O Colar do Parvo escrita por Marko Koell


Capítulo 32
Despedida


Notas iniciais do capítulo

Desculpas para quem acompanha... Demorei um pouco pois estou focado noutra historia. suhsus
Mas está ai, Aguardo ansiosamente os comentários....



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Amanheceu, e pra variar um pouco, mais uma noite mal dormida. Eu logo percebi que não era apenas eu, Matheus estava impaciente com alguma coisa, e desde a nossa briga, ele mal falava comigo. Aquilo estava doendo. Hoje nem ao menos o beijo ele me deu.

– Está acontecendo alguma coisa, amor? – eu perguntei, colocando minha cabeça em seu peito.

– Não, deveria? – disse ele secamente.

– Eu não sei, diga-me você.

– Estou apenas cansado, e eu ainda te amo, se é isso que quer saber.

Ele andava muito pensativo, e aquilo estava me preocupando. Me perguntei algumas vezes se ele estava desconfiando que Nathan gostava de mim. Mas ele não dava abertura. Eu agradecia, por outro lado, por Nathan sempre procurar ficar longe de mim. Se era sinal de respeito, eu não sabia, mas esperava que fosse.

À tarde Kauvirno comentou que iria esperar por Mila, pois estava preocupado com a amiga. Era simples ela abrir um portal e vir até a casa dele, e no entanto ela ainda não o fizera. Ele andava em todos os cantos, preocupado, sem saber o que fazer. Provavelmente queria ir até a taberna, mais tinha medo. Aliás, Kauvirno não sentia medo, ele era precavido, tudo era arriscado demais. Tereza chegou quase no começo da noite, dizendo que os pais de Matheus já estavam seguros, em um lugar bem longe dali. Estavam na praia, no norte do país, e felicíssimos por poderem morar, mesmo que por pouco tempo, na praia, novamente.

Meus pais e minha tia Carol, liam muito e ajudavam a controlar a ansiedade de Kauvirno, com a espera de Mila. Adrian trouxera uma jovem garota depois de um longo passeio. Os dois se beijavam e se lambuzavam. Era nojento. Já Nathan estava aqui, ora ali, lendo ou comendo alguma coisa, quando não, estava fazendo abdominais, e eu apenas o observa de longe.

Marcelo estava inerte, olhando a lua, que jazia imensa. E Matheus se aproximou de mim.

– Engraçado como você olha pra ele, não?

– Do que esta falando, Matheus?

– De Nathan. Eu sei que ele gosta de você.

– Está louco...

– Eu ouvi ele conversando com Adrian, outro dia. Ele estava chorando, porque desejava ter você, e no entanto você estava comigo. – a voz de Matheus estava estranha. Ele começou a chorar.

– Talvez seja melhor eu ir mesmo ficar um tempo com meus pais, é muita coisa acontecendo. Eu não ajudo em nada, aqui!

– Você é minha fortaleza, Matheus. É você que mantêm de pé.

– Mas é ele quem poderá te proteger!

– Eu não acredito que você esteja falando isso. – eu fiquei inconformado, olhei para o jardim, atrás da janela, e lá estava Nathan, correndo de um lado a outro.

– Você sabe que eu te amo, não sabe Kayo?

– E eu amo você mais do que tudo nesse mundo, Matheus. Mas eu também não posso segurar você... se você quiser ir, vá. Eu estarei aqui sempre esperando por você. – eu não acreditei que havia dito aquilo. Eu estava dispensando o grande amor da minha vida.

– Promete não me trair? – ele disse, me segurando nos braços, delicadamente, aproximando sua boca perfeita até a minha e me beijando.

– Matheus, você aceita se casar comigo? – eu perguntei, mais uma vez não acreditando que havia saído algo tão estúpido da minha boca. Ele riu.

– Nós já estamos casados há muito tempo. Desde o primeiro beijo. – ele disse.

Ficamos ali nos beijando por algum tempo e fomos dormir. Logo pela manhã, depois de um forte pesadelo em que eu via Matheus sozinho, chorando por ter me perdido, eu fui até a sala e lá estava Kauvirno e Marcelo.

– Mila não chegou ainda?

– Não! Eu acho que devemos ir até a taberna, estou tentando convencer este homem a deixar eu pelo menos ir, o povo dessa região nunca me viu. Sabem de mim, mais nunca me viram.

– Kauvirno, deixe Marcelo ir, ficar aqui esperando não adiantara em nada. Ás vezes você toma umas atitudes tão infantis. – eu disse – Marcelo se quiser ir, sinta-se a vontade, não fique se preocupando com as coisas que Kauvirno diz, “tudo é arriscado demais”...

Marcelo então consentiu com a cabeça e tirou uma varinha do bolso, transformando-a em cajado, e com uma batida de leve no chão ele simplesmente desapareceu.

– Às vezes temos que ser rápidos em nossas atitudes, kau. Arriscar nem sempre é por a vida em perigo.

Acabei deixando ele lá, sozinho e pensativo. Voltei para o quarto e pela primeira vez, fui eu quem estava esperando por Matheus acordar.

– Bom dia, meu amor! – eu disse, dando-lhe um beijo.

– Seria melhor se não me beijasse logo quando eu acordo. – disse ele rindo. Eu sempre dizia aquilo.

Descemos para o café, quando ouvimos um barulho de vozes. Todos estavam bastante alegres. Ao chegar à sala, vimos Mila, bela como sempre, em seu vestido branco cintilante. Ao ver-me ela me abraçou fortemente.

– Como está priminho? – disse ela.

– Estou bem!.

– Amanhã, seu aniversário, hã? Dezoito anos, uma idade perfeita! – disse ela – Só não tenho presente...

– Pare com isso Mila, você já é um presente e tanto. – eu disse.

Ela cumprimentou Matheus com o mesmo abraço forte que me dera, e perguntou a ele quanto anos iria fazer.

– Vou fazer 20. – disse ele

Todos nos sentamos à mesa e comemos, até que Mila pôs-se a falar o que tinha acontecido.

– Foi horrível, vocês não tem idéia. Está muito arriscado ficar andando aí por fora. Eles estão atacando e com força total. Estavam sumidos, mas agora, porém, vieram aos montes.

“Nessa semana, aquele homem que falei na carta, surgiu novamente na taberna e não sei qual feitiço ele usou, que fez com que eu assumisse a minha verdadeira forma. Mediante mil perguntas e sem ter nenhuma resposta certa, ele acabou indo embora. Logo pensei em fugir, mas então bateram na porta, era uma velha, seu nome era Tônia, eu creio. Ela me disse que sabia de toda a verdade e que homens de preto subiam a montanha, para me raptar, e que eu deveria fugir o mais rápido possível. Logo pensei em criar um portal e vir, mas Tônia disse que seria impossível, porque ela tentara a mesma coisa e não tinha conseguido êxito.

Então fugi, deixando um recado na porta, dizendo que eu estava na casa de uma prima distante, por motivo de doença. E fui junto com Tônia no nosso esconderijo, naquela arvore na floresta. Foi quando Marcelo apareceu. Tônia ficou na casa, está guardando-a.”

– E o que aconteceu com a taberna? – perguntou Kauvirno.

– Explodiram-na. – disse Marcelo, tomando um chá.

– Estou feliz de ter saído de lá, no entanto agora todos os bruxos dos Soberanus estão a minha procura.

– E quem seria esse homem? Esse homem misterioso? – perguntou minha tia Carol.

– Eu não faço ideia. – disse Mila, pensativa.

– Devemos tomar mais cuidado do que antes, a partir de agora. – disse meu pai.

– Bem, o importante é que Mila esta segura, e isso é o que importa. – disse Kauvirno – Amanhã é aniversario de Kayo e Matheus e temos que ter uma singela comemoração. E logo depois iremos para Assis.

Ele contou tudo que descobrimos a Mila, que ficou preocupada, quando ele disse, que iria apenas eu, ele e Marcelo até Assis.

– Mas é perigoso...

– Não de uma de Kauvirno, por favor. – disse Tereza.

Todos rimos muito.

Matheus já havia comunicado a todos que iria ficar um tempo com seus pais na praia. Ao ser perguntado se algo havia acontecido, ele disse que não, apenas que queria fazer isso.

Eu não podia prendê-lo, e comecei a entender a situação dos pais dele. Realmente o que ele dissera era verdade. Eu exigia um respeito, que não oferecia. Então como eu podia cobrar?

No entanto eu entendia que ele estava realmente indo, porque queria me entregar a Nathan. Por mais de uma vez naquele dia, ele comentou que o Nathan era o homem certo pra mim. Mas ao mesmo tempo ele dizia para eu não trair ele. Eu jamais faria isso, por mais que sentisse uma vontade de ficar com Nathan, eu sabia que era apenas algo carnal. E outra, Nathan era apaixonado por mim, eu não poderia iludi-lo.

No dia seguinte, ao chegar à sala para o café da manhã, tinha um enorme bolo, com o meu nome e o nome de Matheus. Uma vela de 18 anos, e outra de 20. Todos cantaram parabéns, e nos abraçaram, desejando um feliz aniversário. Depois do bolo, Kauvirno disse que teríamos que partir, e Tereza iria levar Matheus até seus pais.

A nossa despedida foi terrível. Minha mãe e minha tia Carol chegaram a chorar, ao ver como eu e Matheus chorávamos. Era diferente, já havíamos ficado longe um do outro, no entanto sabíamos que sempre nós voltaríamos a nos ver. Ele passava sua mão em meu rosto, e com os olhos cheios de lágrimas, dizia o quanto me amava, e queria que eu fosse feliz. E que ele estaria sempre comigo, nos pensamentos. Sempre!

– Volta logo, está bem? – eu disse a ele.

– Eu volto sim. Eu preciso ficar com eles... você entende, não é?

– Sim, eu entendo! Mas eu te amo tanto... tanto!

– Kayo, você foi o único na minha vida, e você sempre será! Sempre.

Nos beijamos.

Marcelo abriu um portal e Tereza do outro lado abriu outro. Eu e Matheus nos olhávamos, enquanto caminhávamos de costas atravessando o portal. Meu coração subiu pela garganta. Eu tinha a sensação que jamais o veria de novo.

– Pois bem. Estamos em Assis! – disse Marcelo.


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Notas finais do capítulo

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