Enquanto as folhas caem - o conto de outono escrita por Amoraah


Capítulo 6
Começando a descobrir


Notas iniciais do capítulo

Let‘s start!



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– Você mesmo disse que eu não sou burra. Então fala, o que é essa marca roxa? - fala sério, tomara q não seja o que eu estou pensando.

– Fui eu, pronto, falei. - Dylan diz.

– Como assim?

– Môr, a tevê realmente caiu... quando eu tentei bater nele, e ele se jogou contra a tevê... - Dylan fala sem me olhar nos olhos.

– Olha só, eu vou fingir que não ouvi isso, e que você não foi até o quarto da Sam... - mas estou curiosa para saber a razão de tanta raiva - só que isso não explica por que vocês vieram pra cá.

– Para fugir do lugar de onde veio o barulho... lerdinha - Jake fala, e solta uma risada breve.

– Olá Dylan - nós três olhamos para trás, é minha mãe - e.... Jake? O que faz aqui? - como assim? Ela conhece o.. então quer dizer que... ele realmente já me conhece!

JAKE

– M-Mãe não é o que você está pensando... - o que? Suruba! Eu até que pensei...

– Oi Sra. Scott. - Dylan vai em direção à ela e a cumprimenta.

DYLAN

– Quanto tempo não? - Jake a abraça, e ela sorri... como assim? Nem eu abraço a abraço, e ela é minha sogra.

– Jake, depois a gente conversa... – Ouço a Hellena dizer (mãe da Mellanie) bem baixinho durante o abraço. Outra coisa muito estranha.

– E cadê o papai? - meu amor pergunta.

– Já foi pro carro, achamos a tevê da Sam no chão.. Acho que isso causou o barulho. Eu disse que estava muito na beirada... ainda bem não caiu no seu pé filha. - quanta melação– Bom, vou indo, te amo. - ela dá dois beijinhos na filha e sai – Tchau meninos! Juízo.

JAKE

– Anh? Alguém entendeu o que acaba de acontecer aqui? - Mel questiona, com cara de ué. E digamos que eu entendi exatamente o houve aqui... mas vou ficar calado.

– N-Não... - o cara idiota gagueja– na verdade to boiando aqui... sua mãe conhece ele?

– Exatamente, foi o que pensei também. - Mel fala. Apesar de curiosa, me parece indiferente.

– E não vai interrogá-lo até descobrir o que tá acontecendo? - o idiota de novo.

– Não. Vida, sinceramente prefiro aproveitar o resto do dia lá fora. É outono, você sabe que eu amo essa estação.

– Eu também sei... - interrompo. E os dois me encaram rapidamente.

– Vocês podem ir, quero ficar sozinha - ah.. eu sei que ela NÃO quer.

– Tudo bem Melzinha - melzinha? O que? Como assim?– eu e Jake vamos embora, depois te ligo.

Ele a beija, e sai do quarto me puxando.

– Me solta cara, fico doido? - fiquei irritado poxa.

– Ela disse que quer ficar sozinha. Assim eu me livro de ter que aturar você o resto do dia. - ele fala sorrindo que nem um retardado.

– Como se ficar com você fosse o paraíso né... - digo irônico.

Nós dois saímos, um para cada lado. E eu paro ao dobrar a esquina.
Sei que a Mel tá confusa, e ela tem motivo, sei também que ela não quer ficar sozinha. Por isso estou apenas ganhando tempo para voltar. Espero que o tal do Dylan, não tenha tido a mesma ideia.

ALGUNS MINUTOS DEPOIS...

MELLANIE

Que situação estranha. Acho q vou tomar um banho, isso sempre me faz melhorar.

– Puts! A campainha de novo? - desço as escadas correndo.

Abro a porta um pouquinho, e coloco a cabeça pra fora.

– Jake? Acho que já vi essa cena - nós dois rimos – Mel posso entrar?

– Claro... de novo.

Ele entra, e me abraça, eu retribuo.

JAKE

– Olha, eu sei que tudo isso é loucura pra você, mas eu posso te explicar tudo. É só você deixar. E cá entre nós, sei que você não quer ficar sozinha.

– A-Ah.. eu estou curiosa. Mas acha que é mesmo necessário?

– Eu percebi como você ficou, com tudo isso. Principalmente com a reação de sua mãe.

– Okay.. eu disse que queria ir lá fora, então me conte tudo enquanto apreciamos as folhas caindo. - ah... que ótimo, clima romântico não vai me ajudar muito.

Então saímos, e nos sentamos perto de uma árvore.

MELLANIE

Como ele sabia que eu queria companhia? Tah.. tanto faz.

– Vamos - ele sorri.

– Antes de mais nada. Só quero dizer que isso é mais difícil pra mim do que pra você. - ele segura minhas mãos enquanto fala, olhando profundamente em meus olhos.

– Para... assim tá me assustando Jake. - falo empurrando seu ombro esquerdo.

– Sinceramente Mel, eu não queria que fosse assim mas, é a realidade.

– Me conte logo então, Sr. Suspense. - eu rio.

– Me diz, como foi sua infância?

– O que tem isso a ver? - pergunto.

– Confia em mim, tem tudo a ver.

– Bem, quando eu era bebezinha, meus pais não tinham uma boa condição financeira - me encosto no tronco da árvore– mas isso não é porque eles não tinham trabalho, ou coisa do tipo. No real, eles foram enganados pelos seus sócios, digamos que eles passaram a perna nos meus pais.

– Conte-me mais.

JAKE

– Isso aconteceu quando mamãe estava grávida de mim. Sam, minha irmã mais velha, tinha apenas cinco anos. Com duas filhas para cuidar, eles se viram sem saída, sem escolha sabe. - ela dá um longo suspiro e fica calada por uns instantes.

– e então? - digo.

– Não sei se quero falar sobre isso.

– Então eu falo.

– O que? - ela me olha confusa.

– Sem saída, seus pais tiveram de pedir ajuda a uns amigos. Que deixaram eles ficarem na casinha dos fundos. - ela me olha surpresa.

– Jake, como sabe disso? Nunca contamos isso a ninguém. - ela se afasta, parece assustada. Não a culpo.

– Mellanie, conhece, ou ainda tem contato com esse casal que lhes ajudou?

– Não, papai disse para eu esquecer esse assunto. Sempre quis conhecê-los. A única coisa que sei é o nome deles.

– Prazer. Sou Jake Gringer Filho de Jennifer e Eliot Gringer

Por alguns minutos, ela parece parar no tempo. Ela está quieta, apenas dando longos suspiros...

– Nunca me contaram que eles tinham um filho. - finalmente ela diz.

– Não é exatamente isso Mel.

– Mel... esse apelido passa vagamente pela minha memória. Mas é algo obscuro aqui dentro, a impressão que tenho, é que só me lembro disso, por alguma razão maior do que a memória.

Faz-se um longo silêncio. Ela de olhos fechados. Eu apenas observando as folhas secas se soltando e caindo no chão, até que uma cai no cabelo de Mel... e sou obrigado a tirar.

– Gosta do outono? - Ela abre os olhos.

– Gosto das do chão coberto de folhas.

– Quando a gente pisa, faz um barulho engraçado... - ela amaça uma folha seca na mão, e sorri.– Já me criticaram por gostar mais do outono do que do verão.

É incrível estar com ela. Confesso que estou prestando atenção em cada palavra sua. Embora seus olhos e seus cabelos me distraiam bastante.

– No outono há sol, - ela prossegue– há chuva, há frio e calor. É quando as folhas caem e dão lugar para outras verdinhas nascerem. - ela olha para cima, e arranca uma folha. - como não amar o outono?

– Sempre gostou do outono? - eu sei que sim.

– Sou fascinada por essa estação desde pequena.

Por um momento, me perco em meus pensamentos. Me lembro de uma tarde que passamos juntos pulando nos montes de folhas. Mel que me ensinou a gostar do outono.

– Voltando ao assunto. - prossigo– Mellanie, nos conhecemos desde bebês.

– E como não me lembro de você?


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Comentem :3



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