Nas suas lembranças escrita por dayane


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

E... eu consegui pular um capítulo =/
To postando dois seguidos por culpa desta falha grave...



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Eu terminei de pentear meu cabelo. Carlos entrou no banheiro com um secador e o ligou na tomada.

– Nunca achei que ia precisar disso. - Ele comentou antes de ligar e começar a secar meu cabelo.

O cuidado de Carlos, para comigo, era o maior culpado pela paixão que eu nutria por ele. Pelo reflexo no espelho, apreciei Carlos secando meu cabelo. Ele usava uma calça de pijama, enquanto eu me vestia com um outro pijama dele. Naquela visão, eramos um casal recém casados que cuidavam um do outro.

– Você está bem? - Ele questionou encarando meu reflexo no espelho.

O secador estava funcionando em seu mínimo, fazendo um barulho suave e nos permitindo conversar.

– Por quê?

– Você sabe, algumas meninas ficam envergonhada depois de transarem.

Eu sorri.

– Estou bem. De verdade.

Carlos também sorriu e beijou o topo de minha cabeça, antes de voltar a concentrar-se em secar meus fios.

Em algum momento Carlos cansou de secar meu cabelo e voltamos para a sala.

– Há muitos filmes de terror para assistir. - Ele comentou enquanto nos acomodávamos no sofá.

Depois que os filmes de terror acabaram, sobraram os de drama e fora neste momento que acabamos adormecendo. Quando acordei, estava deitada no sofá, tendo Carlos atrás de mim abraçando minha cintura e usando seu braço como travesseiro. O calor que o corpo dele emitia era confortável e sua respiração tranquila me fazia entrar em um estado de pura paz. Fechei meus olhos e apreciei o momento.

A televisão estava desligada e o sol começava a nascer. Ainda assim, o silencio do ambiente externo proporcionava um toque especial ao momento. Carlos, vez ou outra, sofria pequenos tremeliques, fazendo com que sua mão tremesse sobre minha cintura. O estado de possessão que ele exercia sobre meu corpo era bom. Não era como a sensação que eu tive ao escutá-lo dizer que eu tinha um dono, era mais como se ele demonstrasse que iria me proteger de tudo o que se escondia no mundo a fora.

Em determinado momento Carlos apertou-me contra ele e suspirou. Eu estava com meus olhos fechados, mas sabia que ele tinha acordado. Ele tentou se mexer de forma que não me incomodasse, mas percebeu que era impossível e gemeu de forma baixa.

– Bom dia. - Sussurrei baixo e sem abrir meus olhos.

– Te acordei?

– Não. Eu já estava acordada há algum tempo. - Ergui a cabeça para que ele pudesse mover o braço.

– Por que não me acordou? - Descuidadamente, Carlos movimentou-se até conseguir sentar.

– Porque é gostoso te ver dormindo.

A risada de Carlos era tão gostosa quanto sua respiração tranquila. Meu coração bateu apaixonadamente, ejetando em minha corrente sanguínea a sensação gostosa de felicidade.

– Vou escovar os dentes e preparar o café da manhã. - Me revelou enquanto se espreguiçava. - Eu vou deixar uma escova limpa na pia para que você possa escovar os seus.

Enquanto Carlos caminhava para o banheiro, tomei a liberdade de ligar a televisão e caminhei até a cozinha, onde preparei o café. Enquanto a água esquentava, pude assistir um desenho infantil em um canal qualquer. Eu poderia ficar com novecentos anos, que ainda amaria desenhos animados.

Carlos voltou pouco depois, sentindo o cheiro do café que eu preparava.

– Eu disse que ia preparar.

– Só adiantei. - E fui escovar meus dentes.

Quanto saí do banheiro, Carlos estava no telefone concordando com algo que ele não queria concordar. A testa franzida era a prova de que estavam lhe contradizendo em algo ou obrigando-o a fazer algo que ele não queria fazer. Ele me viu e apontou para a sala onde ele tinha deixado o café da manhã. Era o sinal para que eu começasse a comer sem ele. Sentei-me no chão e rapidamente Rusk deitou em meu colo. O vira-lata não ousou tocar na comida e apenas adormeceu sobre minhas pernas cruzadas.

Me servi de torradas e geleia, tentando me concentrar no desenho que era transmitido na televisão. A discussão de Carlos foi terminar quase vinte minutos depois que eu comecei a comer. Ele se desculpou e tomou um pouco do café que eu havia preparado.

– Está tudo bem? Se quiser, posso...

– Coisas do trabalho. - Carlos me cortou. - Eu estava para entrar em férias, mas querem que eu vá para Chicago.

Abaixei meus olhos. Meu corpo esfriou repentinamente, me obrigando a encolher na tentativa de me aquecer.

– O que você faz da vida? - Perguntei com curiosidade.

– Vendo órgãos humanos. - Meus olhos mostraram ser extremamente ao arregalarem-se de forma anormal. - Brincadeira. - Ele riu para amenizar a situação.

Aparentemente Carlos trabalhava para uma editora nacional, sendo o responsável pela aquisição de novos títulos. A editora estava para lançar um concurso em parceria com outra editora, onde juntos lançariam um novo escritor ao mercado. Além do mercado norte americano, o projeto traria, em paralelo, a obra ao Brasil.

Carlos iria para Chicago fechar os pormenores do projeto e lançar o concurso. Também acompanharia a apuração dos finalistas e entregaria o premio ao vencedor.

– Serão dois ou três meses que vou passar fora. Esperamos ter cerca de sete mil novas obras para serem apuradas. - Ele parecia incomodado.

– É possível apurar tantas obras em tão pouco tempo?

– Vamos abrir um concurso para escolher alguns professores de literatura para serem os apuradores. Infelizmente vamos trabalhar, primeiro com a sinopse o que nos faz perder boas obras. As mais atrativas serão selecionadas. Depois vamos apurar a história em seu todo.

– Parece complicado.

– É. Infelizmente ninguém percebe o grau de severidade destes concursos. - Carlos apoiou a cabeça sobre uma das mãos. - Sabe, a maioria dos inscritos sonham com o dia em que lançarão um livro e viverão suas vidas como escritores.

– Mas como sabem que o mercado brasileiro vai aceitá-lo?

– Metade das obras será apurada por brasileiros...

Ele continuou me explicando como funcionava o projeto e, quando percebemos, já estavamos perto da hora do almoço.

– Posso te pedir um favor? - Carlos estava receoso.

– Claro.

– Pode cuidar de Rusk? - Eu comecei a rir, ao perceber que Carlos estava envergonhado ao me pedir para cuidar de seu cachorrinhos. - É que, você é a única pessoa que conheço que tem um quintal grande. É claro que também vou entender se sua mãe não gostar...

– Cuido. - Respondi entre o riso.

– Obrigado.

Me recuperando do riso, fiz a única pergunta que passou por minha mente:

– Quando você vai?

Carlos mordiscou o lábio inferior de sua boca.

E viajou dois dias depois.



Será que depois da distancia, haverá um sim? Um nós? Um pouco de felicidade?


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