Amor y Nada Más escrita por Verônica Souza


Capítulo 12
Capítulo 12




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– Mas que notícia maravilhosa, Paulina! - Vovó exclamou.

– Estou tão feliz, Vovó. Finalmente minha vida está se endireitando. - Paulina sorriu.

– Qual o motivo de tanta comemoração? - Carlos Daniel apareceu na sala.

– Paulina comprou um apartamento novo.

– Ah... Meus parabéns. - Respondeu um pouco desanimado.

– Obrigada. - Ela sorriu envergonhada.

– Nós podemos visitar você, Paulina? - Lizete perguntou.

– Lizete... Não podemos nos oferecer para ir à casa de alguém. - Carlos Daniel a pegou no colo.

– Mas é claro que podem, Lizete. Assim que ele estiver arrumado eu levarei todos para conhecê-lo.

– E nós vamos poder dormir lá? - Carlinhos perguntou e todos riram.

– Claro que podem.

– E o meu papai? - Lizete perguntou.

Um clima tenso pairou no ar, e Paulina sentiu seu rosto corar.

– O apartamento de Paulina não tem tantos quartos, Lizete. - Adeline quebrou o clima.

– Exatamente. - Paulina sorriu.

– Mas você pode dormir com o meu papai, não pode?

Todos se calaram e Carlos Daniel encarou Paulina.

– É melhor irmos tomar um banho, não é? Logo mais o jantar estará pronto. - Adeline pegou Lizete do colo de Carlos Daniel e Carlinhos a seguiu reclamando.

– Me desculpe por isso. - Carlos Daniel se aproximou.

– Não se preocupe, são apenas crianças. São inocentes.

– Hãm, hãm. - Vovó Piedade sorriu divertida. - Vou até a cozinha ver se o jantar já está pronto.

Os dois ficaram em silêncio, sem saber o que dizer um ao o outro. Duas semanas havia se passado e eles não conversavam nada mais do que assuntos da fábrica.

– Então... - Os dois disseram juntos.

– Você primeiro. - Paulina riu.

– Você está gostando do seu novo cargo na fábrica?

Paulina ignorou que ele já havia feito aquela pergunta todos os dias desde que ela voltou a trabalhar com a administração da fábrica.

– Sim... Muito.

– Que bom.

– Você não sairá hoje? - Perguntou sem rodeios.

– Não... Passarei o fim de semana com meus filhos.

– Isso é ótimo.

– E você?

– Não... Vou precisar de tempo para arrumar meu apartamento. Quero arrumá-lo o mais rápido possível.

– Eu... Posso ajudar se quiser.

– Você?

– Por que a surpresa?

– Bem... Você não parece o tipo de homem que gostaria de pintar paredes e arrastar móveis.

– E que tipo de homem eu pareço?

– Do tipo que paga para fazerem isso por você.

Carlos Daniel poderia sentir-se ofendido, mas não pôde conter o riso. Paulina sorriu para ele quebrando a tensão, e por fim, os dois se pegaram rindo um com o outro.

– Me desculpe... Não quis dizer...

– Eu entendo. Mas eu não ligo para isso. Claro que sempre acho mais fácil pagar alguém para esse tipo de trabalho, mas nesse caso... Acho que será divertido.

– Se faz tanta questão, então eu aceito. Obrigada.

– Eu que agradeço.

Ela o olhou confusa, e então ele se aproximou.

– Ficar ao seu lado me faz bem.

Paulina não sabia o que responder. Quando ele estava próximo suficiente para ele sentir sua respiração, alguém entrou na sala, fazendo com que os dois se separassem rapidamente.

– Ora... Estou atrapalhando? - Leda perguntou cruzando os braços.

– Sim.

– Não.

Paulina olhou para Carlos Daniel.

– Eu preciso mesmo ir. - Disse pegando sua bolsa no sofá.

– Não ficará para o jantar?

– Não. Preciso mesmo ir. Dê um beijo nas crianças por mim.

– Então amanhã te busco no hotel, está bem?

– Certo. Até mais.

Apressadamente ela saiu, e Carlos Daniel olhou impaciente para Leda.

– Não cansa de levar tocos, Carlos Daniel?

– E você não cansa de ser uma entrometida?

– Quanto mais você me trata mal, mais eu me sinto atraída.

Carlos Daniel saiu furioso da sala, deixando Leda sorrindo.

– Faltam poucas horas para você ser completamente meu, Carlos Daniel... Você mal pode esperar.

XXXXX

Estephanie desceu as escadas no mesmo instante em que Willian entrou em casa. Ele a observou em um vestido novo. Seus cabelos caiam sensualmente nos ombros e o batom vermelho nos lábios dava um charme ainda maior. Willian tinha se esquecido o quanto Estephanie era sedutora e linda.

– Chegando agora? - Perguntou cruzando os braços.

– Estava... Fazendo uns bicos.

– Uns bicos... - Riu sarcástica. - É o que resta, não é? Já que eu não estou lhe dando mais dinheiro.

– Eu estou tentando mudar. - Ele se aproximou. - Juro que estou. Estou arrependido de como venho te tratando ao longo desses anos.

– E esperou apenas agora para perceber isso? O que a falta de dinheiro não faz, não é?

– Não é questão de dinheiro... Olhe só para você... Está tão linda...

Ele se aproximou, mas Estephanie se afastou.

– Se quiser consertar as coisas, comece a demonstrar que você está mudado.

Antes que ele dissesse algo, ela o deixou sozinho. Seu celular tocou e ele o atendeu sem paciência.

– O que é?

– Está com problemas, Willian?

– O que você quer, Omar? - Ele diminuiu o tom de voz.

– Quero saber se está tudo preparado para amanhã.

– Eu não quero mais fazer isso.

– O que está dizendo?

– Eu desisto. Devolverei o seu dinheiro, e não direi nada a ninguém se você sair da cidade.

– Ficou louco? Por que está fazendo isso?

– Estou perdendo a minha esposa por causa dessas loucuras, e eu não quero mais isso.

– Se não quiser me ajudar... Farei tudo sozinho.

– Esqueça isso! Deixe Paulina livre, ela não te ama!

– Ela não precisa me amar para ficar comigo. E se você disser uma palavra a alguém...

– Vai fazer o que?

Omar desligou o telefone antes de responder. Willian guardou o celular impaciente e andou de um lado para o outro, pensando se contaria toda a verdade para todos e evitaria uma provável tragédia, ou se ficava em silêncio como se não tivesse se envolvido nisso.

XXXX

Paulina seguia em direção ao hotel, quando viu um carro conhecido parado na porta. Reconheceu imediatamente a pessoa parada ao lado, de braços cruzados e parecendo impaciente. Ela se aproximou e quando ele a viu, abriu um largo sorriso.

– Olá José Augusto. - Sorriu.

– Oi Paulina. Me desculpe vim sem avisar...

– Tudo bem. Mas o que está fazendo aqui?

– Eu vim perguntar se você precisa de ajuda com o seu apartamento.

Paulina sorriu sem graça para ele.

– Bem... É que... Carlos Daniel já se ofereceu para me ajudar...

– Carlos Daniel? Te ajudar? E por que?

– Ele se ofereceu e eu aceitei. Também não acreditei no início mas ele parece bem animado.

– Hum... Claro... - Ele abaixou a cabeça.

– Por favor, não fique chateado.

– Não estou. É que... Pensei que nós dois ficaríamos bem... Quero dizer... Pensei que você poderia mesmo esquecê-lo.

– Não é bem assim, José Augusto. Ele só irá me ajudar com o apartamento.

– Mas já sabemos onde isso vai dar, não é?

– Eu não sei o que você pensa sobre mim, José Augusto, mas eu não sou esse tipo de mulher. Sei exatamente os meus limites. - Ela suspirou magoada. - Agora com licença, preciso subir, estou um pouco cansada.

Sem dizer mais nada ela se afastou.

– Argh! Burro! - Exclamou batendo em seu carro. - Nunca perco a oportunidade de ficar calado. Desse jeito eu nunca vou conquistá-la.

– Bem-vindo ao clube.

José Augusto se virou para o homem parado ao seu lado.

– Desculpe, quem é você?

– Deixemos as apresentações para depois. A questão é que, eu sei quem você é...

– Não estou entendendo.

– Um pobre rapaz apaixonado por uma moça que só tem olhos para outro.

– Você é o que? Um tipo de cigano?

– Não... Digamos que já passei pelo que está passando agora.

– Aham... Com licença, preciso ir embora. - Ele abriu a porta do carro mas o homem o interrompeu.

– Você nunca vai ter Paulina.

– Mas quem...?

– É apenas um aviso. Se você se aproximar dela de novo...

Sem terminar a frase, o homem de jaqueta preta virou as costas e saiu andando. José Augusto continuou parado em frente o seu carro, tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

XXXX

No dia seguinte, Paulina e Carlos Daniel foram para o apartamento. Não tinham muito assunto no início, mas, de repente, perceberam que estavam conversando como antigamente. Davam gargalhadas, se divertiam como não faziam a muito tempo. Paulina nunca tinha visto Carlos Daniel tão à vontade. Mesmo estando juntos durante um ano, raramente ela o via sem seu terno ou suéter. Carlos Daniel usava uma camisa simples e jeans. Estava mais charmoso do que o normal, se é que era possível.

Os dois passaram a manhã pintando as paredes da sala de estar e dos quartos. Paulina quis pintar um dos quartos com uma cor mais alegre, para quando as crianças fossem visitá-la. No início da tarde tudo já estava praticamente pronto, faltando apenas os móveis para completar.

– Ficou lindo. - Disse Paulina olhando para as paredes.

– Sim... Ficou ótimo.

Estavam exaustos, mas no fim valeu a pena. O apartamento que antes parecia um galpão estava com mais vida e luminosidade. Os dois se sentaram no sofá velho que tinha na sala, e observaram o apartamento.

– Obrigada por ter me ajudado. - Paulina disse quebrando o silêncio.

– Eu que agradeço, por ter aceitado.

Os dois se olharam e seus olhos brilhavam. Os corações dispararam e o calor subiu ao corpo. Queriam se abraçar, ali mesmo, sem pensarem nas consequências. Queriam pedir desculpas e dizer que não aguentavam mais ficar longe um do outro. Mas não conseguiam. Era como se algo estivesse entre os dois, impedindo que dissessem qualquer coisa relacionada a isso.

– Agora é só trazer os móveis e ficará tudo perfeito.

– É... Com certeza vai ficar ótimo. Você sempre teve bom gosto. - Disse sorrindo para ela.

Paulina sentiu seu rosto corar e então abaixou a cabeça envergonhada.

– Por que sempre tem vergonha quando a elogio? Não está acostumada com isso?

– É que faz tanto tempo...

– É... Faz... Mas eu continuo te admirando. - Ele segurou sua mão. - E te achando a mulher mais bonita do mundo.

– Carlos Daniel, por favor...

– Não se afaste dessa vez, Paulina. Você sabe que precisamos conversar.

– Não temos o que conversar.

– Sim, nós temos. Não podemos continuar fingindo que não nos amamos. - Ele se inclinou no sofá e puxou carinhosamente o rosto dela de encontro ao seu. - Eu te amo, Paulina. Eu te amo muito.

Paulina abriu a boca para dizer que também o amava, mas tornou a fechá-la. Ela não poderia se entregar com tanta facilidade. Não depois de tantas coisas que os dois passaram. Precisavam esclarecer muitas coisas antes de dar um passo tão grande.

– Carlos Daniel eu...

A frase não foi terminada, foi interrompida por um beijo. Um beijo inesperado, mas cheio de paixão e desejo. Era o que os dois esperaram por tanto tempo, mas eram orgulhosos demais para admitir. O sentimento que sentiam um pelo outro era tão intenso, que era incapaz de continuar adormecido.

– Não podemos, Carlos Daniel. - Paulina se levantou rapidamente.

– Por que sempre se afasta de mim?

– Porque não é certo fazermos isso.

– E é certo ficarmos separados? É certo fingirmos que não nos amamos?

– Não é certo fingirmos que nada aconteceu!

– Eu estou pronto para esquecer isso, por que você não?

– Porque não é fácil assim!

Ele a olhou magoado e então se levantou.

– Entendo. Não se preocupe, não irei incomodá-la mais.

Paulina se virou para não deixá-lo ir embora, mas ele já tinha batido a porta.

“Por que é tão difícil para você entender que não é tão fácil, Carlos Daniel? Por que tem que tornar tudo mais difícil para mim? Eu quero ficar com você, mas não posso. Simplesmente não posso...”

XXXX

– Como ela pode ser tão teimosa, vovó? - Carlos Daniel andava de um lado para o outro.

– Filho, você tem que entender o lado dela. Ela tem medo.

– Medo de que? Ela não me ama?

– É claro que ama!

– E por que não diz? Porque não aceita voltar para mim?

– É complicado...

Carlos Daniel parou e encarou dona Piedade.

– A Senhora está sabendo de alguma coisa?

Dona Piedade e Adeline se olharam tensas.

– Vovó...

– Quer saber? Acho que já passou tempo demais. Não posso deixar que continuem com essas desavenças de todos os dias.

– Dona Piedade... - Alertou Adeline.

– Vovó, o que está escondendo?

– Chegou a hora de você saber a verdade sobre a Paulina.

Carlos Daniel sentou-se ao lado de dona Piedade.

– O que é, Vovó Piedade?

– Paulina não é realmente casada. Ela estava apaixonada por esse tal de Omar e namoraram por muito tempo. A mãe dela faleceu, e lhe deixou grandes dívidas. Omar se ofereceu para ajudá-la e a convidou para morarem juntos. Como ela estava cegamente apaixonada por ele, aceitou imediatamente. Mas com o tempo ele foi se mostrando ser um homem possessivo e ciumento. Não permitia que ela falasse com os vizinhos, e chegou a um limite em que nem deixava ela sair de casa. Em uma certa noite, Paulina achou que estava passando dos limites toda essa história... E foi então que tudo aconteceu. Ele a agrediu, Carlos Daniel, e isso era uma coisa que ela não poderia suportar.

– ELE O QUE? - Carlos Daniel se levantou com raiva.

– Ela fugiu assim que teve a oportunidade. Uma vizinha lhe deu dinheiro para que pudesse vir para cá, e foi então que nos indicou. Foi o destino que a mandou para nós, Carlos Daniel, e desde então ela só tem nos ajudado e feito tudo o que podia. Ela não o ama. Ela ama você!

– Esse desgraçado! Como teve coragem de encostar a mão na Paulina?

– Carlos Daniel, se acalme...

– Como posso me acalmar, Vovó? - Ele gritava. - Como posso permitir que alguém a maltrate desse modo?

– Não tínhamos como saber... Paulina é uma mulher forte, ela sabe superar os problemas.

– E onde esse Omar está?

– Ela acha que ele já saiu da cidade e a deixou e paz. Não precisa se preocupar mais.

– Eu não posso permitir isso. Não posso! Eu vou atrás desse desgraçado nem que tenha que procurá-lo no inferno!

– O que aconteceu? - Estephanie e Willian apareceram na sala.

– Carlos Daniel já sabe de toda a verdade.

– Bom, já estava na hora.

– Todos sabiam menos eu?

– Você não quis escutá-la quando teve a oportunidade. - Estephanie cruzou os braços.

– Tem razão... A culpa é toda minha. Mas e agora? O que eu farei? Não posso permitir que ele faça mais algum mal a ela.

– Ele não fará. Já está longe.

Naquele instante, Lalinha apareceu na sala, acompanhada de um homem.

– José Augusto? - Carlos Daniel o olhou. - O que está fazendo aqui?

– Acredite, Senhor Carlos Daniel, aqui é o ultimo lugar que eu viria, sem ofensas. É que acabou de acontecer algo muito estranho.

– Aconteceu alguma coisa com Paulina? - Perguntou eufórico.

– Não... Ao menos acho que não. Um homem se aproximou de mim e me ameaçou. Paulina me contou a história de um tal de Omar, e algo me diz que era ele. Ela disse que ele saiu da cidade, então achei muito estranho. Vim até aqui para alertá-lo.

– Omar? Aqui? Mas... Ele não tinha saído da cidade?

– Eu preciso contar uma coisa. - Willian disse tenso.

– Agora não, Willian. - Ralhou Estephanie.

– É importante. É sobre... O Omar.

– O que tem ele? - Dona Piedade perguntou.

– Ele ainda está aqui.

– O QUE? - Todos perguntaram ao mesmo tempo.

– Eu... Eu sei que fiz errado. Sei que mereço qualquer castigo, mas não posso esconder isso de vocês. Ele está planejando fazê-la voltar para ele, e ela não terá nenhuma escolha.

– Do que está falando, Willian? - Carlos Daniel perguntou nervoso.

– Ele pediu para que Leda o segurasse em algum lugar, ao menos até ele colocar o plano em ação, e então ele dirá a ela que você está sendo ameaçado. Se ela não aceitasse voltar com ele, ele mataria você.

– Mas esse homem é um louco! - Exclamou Adeline.

– Eu não posso deixar que isso aconteça!

Carlos Daniel saiu correndo, deixando todos preocupados.

– Carlos Daniel! - Vovó Piedade o chamou, mas ele não respondeu. Já tinha saído.

– Eu vou atrás dele. - Disse Willian.

– Eu vou com você. - José Augusto falou de imediato.

– E eu vou ligar para o Rodrigo. - Estephanie correu para buscar o telefone.

– Meu Deus! Não permita que nada de ruim aconteça a eles. Por favor...

XXXXX

Paulina sentou-se pesadamente na cama do hotel e pensou no quanto o dia tinha sido maravilhoso, até Carlos Daniel tocar no assunto de voltarem. O que ela mais queria era voltar com ele, mas não era tão simples assim, e ele precisava entender.

Enquanto seus pensamentos martelavam em sua cabeça, ela ouviu batidas na porta. Se levantou imaginando quem seria, já que a recepcionista não avisou que tinha visita. Ao abrir a porta, seus olhos ficaram paralisados e ela prendeu a respiração.

– Oi meu amor.

– O... O que está fazendo aqui?

– Não é assim que tem que me receber. - Omar sorriu se aproximando. Paulina se afastava, e quando deu por si, os dois estavam dentro do quarto. Omar fechou a porta com um sorriso estranho, e então andou em sua direção. - Aluguei um quarto só para conseguir chegar até você.

– Você é louco!

– Posso ser... Mas sou louco por você.

– Saia daqui, Omar!

– Tem certeza que não quer ouvir o que tenho a dizer sobre... O tal Bracho?

– Carlos Daniel? - Ela parou de se afastar. - O que tem ele?

– Hum, digamos que ele esteja em um lugar que... Você nunca descobrirá.

– O que você fez com ele, Omar? - Perguntou aumentando o tom de voz.

– Oh! Ficou nervosinha, é? Não se preocupe. Não vai acontecer nada com ele... Se... Você fizer o que eu quero.

– E... O que você quer?

– Que volte comigo para nossa casa.

– Isso NUNCA!

– Então você nunca mais vai vê-lo em sua vida!

– VOCÊ É LOUCO!

– Você escolhe, Paulina. Eu tenho ele na palma da minha mão. Se você se recusar a voltar comigo, eu aceitarei... Mas você também não ficará com ele. E isso é uma promessa.

– Eu nunca voltarei com você.

– Bem... Uma pena então. - Ele pegou o celular no bolso. - Vou dizer ao meu colega que pode acabar com ele...

– Espera! - Exclamou quando ele começou a discar. - Como vou saber que você vai soltá-lo?

– Eu te deixarei ir até lá, e ver com seus próprios olhos.

Paulina ficou pensativa por alguns segundos, e então fechou os olhos.

– Está bem... Eu volto com você.

– Ótimo! Sabia que entenderia! - Ele sorriu e a puxou para mais perto. - Ah meu amor... Não sabe o quanto esperei por isso. Seremos só nós dois de novo...

– Mas uma coisa você nunca terá, Omar... - Ela se afastou brutalmente. - O meu amor nunca será seu. Eu amo, e sempre amarei Carlos Daniel, não importa o que você faça.

– Isso é algo que posso me acostumar. - Ele sorriu. - Então vamos. Arrume suas coisas. Sairemos imediatamente.

Paulina abaixou a cabeça e foi até o armário, em silencio. Seus pensamentos estavam a mil por hora, mas ela não poderia arriscar a vida do homem que amava. Agora ela sabia do que Omar era capaz, e não gostaria de ver se ele tinha coragem para fazer tamanha barbaridade. Ela arrumou sua mala em silêncio, e Omar apenas estava sentado olhando para ela. Era constrangedor vê-lo olhar tanto para ela, e a raiva que ela tinha por ele apenas aumentava. Ela havia aceitado voltar com ele, mas nunca o trataria com amor como ela já havia um dia tratado. Era impossível ela ter qualquer sentimento bom por aquele homem, principalmente agora.

– Pronto. - Disse desanimada fechando a mala. - Podemos ir.

– Ótimo. - Ele se levantou e pegou a mala da mão dela. - Quero ir o quanto antes.

Ele saiu do quarto e ela o seguiu. Pegaram o elevador e ele cantarolava, como se estivesse feliz com tudo o que estava fazendo. Como ele poderia ficar feliz chantageando-a daquela maneira?

– Vou até a recepção acertar as contas. Não se preocupe, pagarei a sua parte. - Ele sorriu e se afastou, indo até o balcão. Paulina deixou as lágrimas correrem em seu rosto, não conseguia mais segurar. Estava infeliz e amedrontada, queria que Carlos Daniel ficasse livre o mais rápido possível.

Depois de alguns minutos Omar voltou e os dois saíram do hotel. Ele segurou a mão dela e a beijou.

– Não se preocupe... Nós seremos felizes daqui para frente. - Disse com cinismo. Paulina não teve nenhuma reação. Seu estômago apenas embrulhou com tamanha falsidade.

– Quero que me leve até o Carlos Daniel agora.

– Bem... Pensei sobre isso e... Acho que não vai ser necessário irmos até la.

– O que?

– Posso pedir para meu colega soltá-lo.

– Eu não confio em você. - Ela tirou suas mãos da dele imediatamente. - Quero vê-lo agora!

– Mas não vai! - Ele segurou o braço dela. - Você vai embora comigo e pronto! Você é minha agora, Paulina! Minha!

– TIRE AS MÃOS DELA! - Carlos Daniel corria em direção a eles.

– O QUE? O QUE ELE ESTÁ FAZENDO AQUI?

– Carlos Daniel! - Paulina exclamou aliviada.

– Tire suas mãos dela, agora! - Ele olhava para Omar com ódio.

– Ela vai embora comigo, Bracho! E não há nada que você faça que me impeça disso!

Imediatamente Carlos Daniel deu um soco no rosto de Omar e ele caiu no chão. Seu nariz estava sangrando e ele gritava de dor. As pessoas ao redor pararam para ver a cena, completamente assustadas.

– Carlos Daniel o que está fazendo aqui? Pensei que...

– Por favor, meu amor... Conversaremos depois. A polícia já está vindo atrás desse animal! - Ele olhou para Omar no chão. - Ele nunca mais vai fazer mal a você.

– Carlos Daniel! - Rodrigo corria até eles, seguido por Willian, José Augusto e dois policiais. - O que aconteceu?

– Eu bati nele. Isso é o mínimo que ele merece!

– Não se preocupe... Agora ele vai pensar sobre isso... Dentro de uma cela. - Um dos policiais disse se aproximando.

– Paulina não ficará com você... - Omar se mexeu no chão, cuspindo sangue. - NUNCA!

Antes que alguém pudesse fazer alguma coisa, ele sacou uma arma de sua cintura apontando para Carlos Daniel. Paulina se preparou para gritar, mas ele já havia apertado o gatilho. Tudo o que ouviram foi um disparo, e uma pessoa caindo desacordada no chão.


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