Mirror in the sky, what is love? escrita por iheartkatyp


Capítulo 17
Proposing.


Notas iniciais do capítulo

DESCULPA DESCULPA DESCULPA MIL DESCULPAS
Me perdoem pela demora, eu avisei que essa semana seria enrolada e, como eu previ que seria, ela realmente foi! E eu reservei um espacinho pra escrever hoje, e olha que amanhã estou de pé ás 07h. Mas é muito amor por vocês! hehehehehe.
Prontinho, fresquinho.
Um beijo!



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–O que tá acontecendo aqui? –Perguntou Felipe. Os olhos saltados deixavam claro que ele não estava preparado para aquilo. –O que vocês tão fazendo?

–Irmão, não é o que você tá pensando... –Começou Clara, mas Felipe não deu oportunidade para que ela continuasse.

–Eu sei exatamente o que é. –Ele disse, olhando para Marina. –Quem você pensa que é? –Felipe posou-se em frente á Clara, como uma tigresa que protege o filhote.

–Como é que é? –Perguntou Marina, pensando ter escutado errado.

–Você me ouviu. Quem você pensa que é? –Felipe repetiu. –Ela está bêbada e você se aproveitou disso. –Ele gritou.

–Felipe... –Começou Clara.

Ela veio até mim. –Disse Marina, dando um sorriso irônico.

–Isso não muda o fato de ela estar bêbada e também em um relacionamento sério.

–Pelo amor de Deus, quantas vezes eu vou escutar essa desculpa?! –Ela riu.

–Como é? –Perguntou Felipe.

–Felipe, deixa eu explic... –Começou Clara mas, dessa vez, foi Marina que a interrompeu.

–Você me ouviu. –Marina encarou Felipe, olhando em seus olhos. –Quer saber? Eu não preciso disso. Eu vou deixar a Clara deixar você á par de tudo, mas eu vou pra casa. Eu definitivamente não preciso disso. –Ela deu alguns passos até a porta. Os olhos de Clara estavam cheios d’água.

–Marina... –Ela sussurrou. Marina encarou-a mais uma vez, por trás do braço do irmão.

–Tá tudo bem, Clarinha. A gente se fala amanhã, tá bom? –Clara achou melhor não dizer nada, e concordou com a cabeça. Marina olhou para Felipe e voltou a andar em frente á porta, que bateu, deixando atrás de si apenas o eco.

–Você pode, por favor, me explicar o que foi isso? –Disse Felipe, virando-se para Clara. Ele cruzou os braços e observou-a olhar para os pés.

–Irmão... –Ela disse. –É complicado.

–Complicado como? Eu acabei de te pegar traindo o Cadu. Com uma mulher. Com a Marina. O que nem faz sentido porque você não é gay... Ou é? –Ele perguntou.

Clara inspirou ar o suficiente para fazê-la exalar tudo o que precisava para tomar coragem o suficiente para contar ao irmão toda a verdade, de uma vez por todas. –Quando eu traí o Cadu... Não foi com um cara. Foi com a Marina. –Ela respondeu, num tom baixo repleto de vergonha. Clara podia sentir as lágrimas quentes começarem a deixar seus olhos vermelhos e inquietos.

–Hm... –Murmurou Felipe. Ele não sabia bem o que dizer para irmã. Por um lado, sentia-se mal por saber que Clara mentiu para ele. Por outro, decepcionado por saber que ela não se sentiu confortável o suficiente para contar.

–Irmão, eu... Eu a amo. –Ela disse. –Eu amo a Marina. –Repetiu, apreciando o som que aquela frase parecia ter saindo oficialmente de sua boca. Ela encarou Felipe, procurando por qualquer tipo de reação, mas ele continuou imóvel, sem demonstrar nenhuma emoção.

–Quando você chegou a essa conclusão? –Ele cuspiu as palavras, já tendo uma ideia do amor das duas uma pela outra.

–Eu... Eu não sei. Eu acho que isso veio sendo construído com o tempo. –Ela exalou.

O corpo de Felipe relaxou quando ele jurou poder ver o sofrimento nos olhos da irmã mais velha. –Por que você mentiu pra mim? –Ele questionou, sussurrando. Clara sentiu-se melhor em perceber que Felipe estava começando a se acalmar.

Clara deu um passo á frente. –Eu estava com medo, Felipe... Eu tenho estado com medo os últimos oito meses. Eu não sei o que tá acontecendo comigo. Eu me apaixonei por ela devagar e isso tá me bagunçando toda! É assustador também porque eu acho que... –Ela começou, mas percebeu a seriedade do que estava prestes a dizer.

–Você acha o quê, Clara? –Ele questionou calmamente enquanto esperava por mais alguma informação da irmã.

–Eu acho que eu a amo mais do que amo o Cadu. –Ela respirou fundo. Clara levou os olhos até o irmão com calma, olhando-o nos olhos. Á essa altura, as lágrimas já haviam começado a descer por seus olhos. –Eu penso nela o tempo todo, Felipe, e é por isso que eu venho agindo tão estranho nos últimos meses. Não me pergunta por quê ela, porque nem eu mesma consigo entender. Mas eu a amo e eu não posso mudar quem eu sou, irmão... Acredite, eu já tentei. –Ela terminou, puxando o ar para si com força.

Felipe deu um passo para frente e abraçou a irmã.

–Eu ferrei com tudo e agora eu não sei o que fazer. –Ela disse, escondendo o rosto entre os braços de Felipe. –Eu a quero mas eu não sei se isso é recíproco... E no meio disso tudo tem o Cadu... –Ela disse.

–Sh. –Sussurrou Felipe, abraçando-a novamente. Ele se afastou e sorriu para a irmã. –Eu não entendo muito bem o que tá acontecendo aqui, mas eu sou seu irmão e seu melhor amigo e eu vou te apoiar sempre que você precisar de mim. Se é assim que você sente, você precisa contar pra ela. –Ele disse. –Você não pode se sentar e esperar que as coisas se resolvam sozinhas porque, Clara, elas não vão se resolver. –Se ela realmente significa isso tudo, vá atrás do que você quer. Mas, eu te peço, não faz o Cadu de bobo. Ele é um bom rapaz que sempre quis o seu bem e que dá tudo pra te ver feliz. Você precisa dizer a verdade pra ele.

Clara deixou escapar um suspiro que ela nem ao menos percebeu que segurava. –Eu vou amanhã, eu prometo. –Ela disse.

O franzido da testa de Felipe havia sumido quando ele, finalmente, resolveu dar um sorriso verdadeiro, de ponta á orelha. –Então vai atrás dela. Para de perder tempo. –Ele sorriu. Felipe puxou-a para mais um abraço. –Desculpe por ter gritado com você mais cedo. –Ele murmurou contra o peito dela.

–Não, eu mereci, tá tudo bem. É por isso que você, além de meu irmão, é meu melhor amigo e sempre vai ser. –Ela se afastou e deu á ele um sorriso envergonhado. –Você sempre me dá de bandeja a verdade nua e crua.

–Obrigada, Clara. –Ele respondeu. Os dois se encararam em silêncio, pensamento correndo por suas mentes. –Bom, o que você tá esperando? Vai atrás dela! –Ele gesticulou para a porta.

Clara deixou escapar uma risada nervosa. –Ok, eu te conto depois como foi. Me deseja sorte? –Ela pediu.

Felipe negou com a cabeça. –Você não precisa. Ela seria uma idiota de não se sentir do mesmo jeito. –Ele sorriu.

Clara sorriu enquanto passava os dedos por baixo de suas pálpebras ainda úmidas. –Aproveita sua noite, irmão. –Ela se virou para a porta e se aproximou da mesma. –Você vai ser um homem casado em breve, faça dessa noite a melhor. –Ela terminou, enquanto abria a porta do banheiro e saía. Era isso. Ela iria, finalmente, contar á Marina como ela se sentia.

A morena deixou o prédio com rapidez e fez sinal para o primeiro táxi que viu se aproximar. O taxista perguntou para onde ia, e Clara parou por alguns segundos. Ela entregou á ele um papel com o endereço de Marina, escrito pela própria. Ela respirou fundo várias vezes, procurando por tentar se acalmar.

O táxi foi mais rápido do que ela gostaria que fosse. Ela sentiu que precisava de mais tempo para pensar no que iria dizer e em como iria dizer. Ela escondeu os sentimentos por Marina pelos últimos oito meses e, agora que ela já tinha uma ideia do que Clara sentia por ela, então não havia mais desculpas se não confirmar o inevitável. Ela tinha de contar á Marina como se sentia, tinha que contar á Marina que a amava.

O táxi parou em frente ao prédio de Marina. Clara continuou a olhar pela janela o prédio em frente á ela.

–Senhorita? –O taxista olhou-a pelo espelho retrovisor. –São vinte e quatro reais, por favor. –Ele sorriu.

Clara olhou para o taxista e sorriu de volta para ele. Ela tirou o dinheiro do bolso. –Você pode esperar cinco minutos? Eu vou voltar já já. –Ela deu a ele trinta reais.

Ele pegou o dinheiro e assentiu. –É claro. –Ele respondeu. Clara pulou para fora do táxi e correu para o prédio e Marina.

Ela correu por todos os degrais e todas as portas. Sua respiração falhou quando ela optou pelas escadas e deu de cara com a porta do apartamento de Marina. Ela inalou e exalou com calma, tentando acalmar os nervos enquanto ela dava a primeira batida na porta. Ela esperou pacientemente. Esperou para mudar sua vida.

Clara escutou os passos vindos de dentro do apartamento se aproximando cada vez mais da porta de madeira clara. Os passos pareciam mais altos a cada um que Marina dava.

Marina abriu a porta e levantou uma sobrancelha confusa quando viu Clara, parada em frente á ela. –Clara, o que você tá fazendo aqui? –Ela perguntou.

–Eu preciso falar com você. –Ela disse, num tom de voz baixo.

–E isso não podia esperar até amanhã? –Perguntou Marina, enquanto dava espaço para Clara entrar.

Clara balançou a cabeça enquanto passava por Marina. Ela se virou para a outra mulher. –Eu não consigo mais segurar. Eu tô cansada.

–Cansada de quê? –Marina perguntou, suavemente. Seus olhos se dividiam entre os lábios e os olhos de Clara, quando ela deu um passo inesperado para frente, se aproximando de Marina.

–Eu tô cansada de pensar em você todo o dia e o dia todo. Eu tô cansada de sentir ciúmes de todas as mulheres que podem estar com você, quando eu não posso. –A mágoa na voz de Clara, nesse instante, era inevitável e totalmente perceptível. –E eu tô cansada do meu coração sendo partido. –Ela disse.

–Clara... –Marina começou, mas Clara imediatamente a cortou.

–Não, Marina. Eu... –Clara focou os olhos nas auréolas castanhas que Marina tinha no lugar dos olhos. Elas estavam brilhantes e desesperadas, saltadas. –Eu amo você. –Ela suspirou, como se fosse um alívio, e era, poder dizer aquilo em voz alta.

Seus olhos procuraram os de Marina enquanto ela procurava por qualquer sinal. Qualquer sinal que indicasse que Clara havia ido longe demais e confundido as coisas, ou qualquer sinal de espanto nos olhos de Marina. Ela esperava que a outra mulher surtasse, gritasse com ela e dissesse que o amor não existe. Ela esperava que Marina a pusesse para fora. O que ela não esperava era ver um sorriso gigante se formando devagar em seu rosto.

–Você tá sorrindo?! –Ela perguntou, os olhos espantados.

Marina assentiu. –Isso pode ser considerado um sorriso, sim. –Ela riu.

–E...? –Clara esperava Marina se explicar.

–Bom, as pessoas costumam sorrir quando elas escutam notícias boas, Clara. Como você pode não saber disso? –Ela riu, sussurrando. Marina deu um passo á frente, mais perto ainda da morena á sua frente.

–Cala a boca, você sabe o que eu quis dizer. –Disse Clara, enquanto lutava contra suas próprias lágrimas.

–Meu Deus, você é tão linda. –Disse Marina, enquanto passava a ponta das unhas pelo rosto de Clara. Seus olhos se revezavam entre seus lábios e olhos.

–Marina... –Ela murmurou quando sentiu a respiração quente de Marina contra seu rosto. Elas estavam tão perto que se Clara inclinasse um pouco o corpo, seus lábios estariam se tocando e elas estariam se beijando.

–Clara... –Ela sussurrou. –Eu não entendo isso muito bem. Isso é tudo bem novo pra mim, o que eu sinto por você. Eu não tenho outro jeito de dizer a não ser... –Ela segurou as mãos de Clara, entrelaçando seus dedos.

Aquele era um grande passo para Marina. Ela estava completamente apavorada. Seus olhos saltavam das auréolas brancas e suas mãos deixavam claras todas suas veias: as esverdeadas, as vermelhas, as roxas. Como se seu corpo fosse transparente. Como se fosse feita de vidro. E vidro, é claro, é um material fácil de se quebrar.
Marina sabia o que era amor. Ela nunca disse que não sabia.
Mas sua escolha fora caracterizar o amor como um sentimento inferior, já que todas as vezes que o sentiu, nada acabava bem. A morte da mãe havia lhe dado um novo propósito de vida: dar á ela o que ela gostaria de ter visto quando era viva. Mas Marina sempre fora diferente. Sempre fora liberal, até mesmo quando isso se tratava de sua sexualidade. Coisa que os pais nunca aceitaram sem uma boa discussão.
Marina sentia amor.
Com Clara, ela sentia o amor que não a rachava por fora e quebrava por dentro.

–Eu amo você. –Ela disse, admitindo mais para si mesma do que para Clara.

Clara sentiu uma pontada invadir-lhe o estômago e o mesmo embrulhar. Ela não acreditava no que havia acabado de ouvir. –Sério? –Ela questionou.

–Você só pode estar de brincadeira. –Disse Marina. –Como você pode não ter percebido? Quer dizer, você é a única mulher com quem eu me deixo passar tempo com. A única mulher com quem eu quero dividir meu tempo e todas as minhas histórias e experiências. A única mulher com quem eu abri mão da minha luxúria. Eu não sei o que em você fez com que eu me sentisse desse jeito, mas me sinto em casa. E saber que você se sente do mesmo jeito... Meu Deus, você não sabe o quão feliz isso me deixa. –Ela sorriu.

–Eu também. –Ela sussurrou.

–Eu... Preciso te contar uma coisa. –Disse Marina, num sussurro quase sem som. Clara levantou os olhos e procurou pelos de Marina, esperando que ela continuasse. –Eu e você... Nós nunca transamos. –Ela disse, finalmente. Os olhos de Clara se fixaram no dela, abismada.

–Como... Mas... –Ela gaguejou, e Marina a interrompeu.

–Você tava bêbada, Clara, não era justo. Você deixou bem claro que não queria, no início da noite, por mais que quem tenha vindo me agarrar tenha sido você. Eu... Não tive coragem.

–Mas eu acordei na sua cama, Marina. Nua. –Ela disse.

–Acordou. Eu te dei banho, te ajudei. Nós chegamos a nos beijar... Mas eu não deixei que continuasse.

–Então quer dizer que... Eu não traí o Cadu? –Ela perguntou.

–Não. –Marina abaixou o rosto.

Clara abriu um sorriso largo, e puxou Marina para perto de si. Seus lábios se tocaram com suavidade, até que Clara se desse conta do que estava fazendo.

–Agora, tecnicamente, sim. –Marina riu.

–Eu quero, mas eu não posso... Eu preciso deixar tudo esclarecido com o Cadu antes de pudermos fazer isso outra vez. Tudo bem? –Ela questionou.

–É claro, eu entendo. Chegamos aqui, estamos aqui há oito meses. Eu não vou a lugar nenhum. –Ela terminou. Clara passou a ponta dos dedos por seu rosto, observando tamanha beleza da mulher á sua frente. Os olhos frágeis pareciam tão cansados quanto os de Clara quando ela teve a oportunidade de ver-se no espelho. Ela estalou os lábios na bochecha de Marina, que sorriu.

–Eu preciso ir... Antes que eu faça alguma idiotice. –Disse Clara, afastando-se do corpo de Marina. –Eu te ligo amanhã. Talvez a gente possa sair e conversar mais... Sobre isso.

–Claro. Mal posso esperar. –Ela sorriu.

–Tá bom... Tchau Marina... –Ela disse, enquanto passava novamente pela morena e saía do apartamento com um sorriso estampado no rosto.

...

Ei, podemos jantar amanhã á noite? Eu preciso falar com você.

Clara leu á mensagem de texto de Cadu duas vezes antes de pensar em responder. Ela hesitou, mas escreveu uma resposta.

Claro. Parece legal.

Clara abaixou a tela, que tremeu imediatamente.

Ok, então. Te vejo amanhã. Te amo.

Clara lutou em uma self-guerra entre responder e não responder ao presunçoso dito de seu namorado. Mentir não seria certo, também. Ela digitou sua resposta.

Te vejo amanhã. Beijo!

Amanhã... Amanhã vai ser um longo dia para ela.

...

Clara respirou fundo antes de criar coragem para adentrar o restaurante que havia combinado para encontrar Cadu. Ela olhou em volta, e seu estômago revirou quando ela viu um homem sentado, sozinho e esperando por ela. Esperando para ter seu coração partido. O rosto de Cadu imediatamente se iluminou quando ele viu Clara se aproximando da mesa. Ele se levantou rapidamente e aproximou-se dela, dando um abraço apertado na futura ex-namorada.

–Eu senti sua falta. –Ele murmurou contra seu ombro.

–Eu também. –Ela respondeu, achando difícil demais relaxar sendo tocada por ele. Ele se afastou dela e voltou a se sentar.

–Você está com fome? Porque eu estou faminto. –Disse ele. Cadu entrelaçou seus dedos nos de Clara, e deitou suas mãos sob a mesa de madeira.

–Uhum. –Ela murmurou.

Aquilo seria definitivamente mais difícil do que ela pensava.

...

Vanessa se sentou no sofá, cansada de todos os planejamentos que ela e Felipe haviam feito. Ela mudava de canal, tentando achar algo que realmente a chamasse atenção. Seu celular começou a tocar, e Vanessa esticou-se para pegá-lo sob a mesa, logo voltando a se recuar no sofá.

–Oi, pequenina. –Ele respondeu.

–O que nós conversamos sobre você me chamando assim? –Marina ralhou.

–Por favor, você não manda em mim. –Ela cerrou os dentes, gargalhando.

–Isso é o que você pensa. –Respondeu Marina.

–O que você quer, Marina? –Ela encurtou a conversa.

–Eu queria saber se o Felipe e a Clara estão com você.

–Não, eu acho que eles estão jantando juntos. –Ela respondeu. –O Felipe comentou alguma coisa sobre sair pra jantar com a Clara e depois vir aqui me ver.

–Ah?! Você sabe onde eles estão? –Ela perguntou, esperançosa.

–Por quê? –Ele levantou uma sobrancelha curiosa.

–A Clara não atende o telefone e eu preciso falar com ela. –Ela respondeu.

–Sobre o quê?

–Pare de fazer tantas perguntas. Você sabe onde eles estão? –Perguntou, mais uma vez.

–Eu acho que ele disse que eles iam pra aquele restaurante italiano que a Clara gosta. Dominic’s, eu acho. –Ele respondeu.

–Ah, ok. Tudo bem então, eu falo com você depois.

–Não, péra. O que tá acontecendo? –Ela perguntou, confusa.

–Eu explico depois, ok? –Ela sorriu. –Eu preciso fazer uma coisa antes.

–Bom... Então me liga mais tarde. –Ele disse.

–De qualquer jeito. –Ela disse, poucos segundos antes de desligar, fazendo com que Vanessa revirasse os olhos.

...

Clara mal tocava na comida. Seus olhos estavam amedrontados e ela parecia apavorada enquanto pensava no que diria para Cadu. Ela sabia que não podia mentir para ele, mas ela não queria magoá-lo.

–Então... –Cadu começou, enquanto limpava a garganta, engolindo o nó que a engarrafava. –Você não parece com fome?! –Ele levantou uma sobrancelha.

Clara assentiu. –Eu não estou. Tive um dia ruim. Tem muita coisa na minha cabeça. –Ela disse. Quando olhou para Cadu, ele estava sorrindo para ela.

–O que foi? –Ela perguntou.

...

Marina sorriu enquanto ela carregava meia dúzia de rosas. Ela se aproximou do restaurante que Clara e Felipe estavam. Marina queria fazer algo romântico para Clara, e sabendo que Felipe era seu irmão e também seu melhor amigo, o que era melhor do que aparecer com flores para ela, matando dois pássaros com apenas uma pedra?

Ela empurrou a porta do restaurante e foi imediatamente atendida.

–Você tem uma reserva? –Perguntou a gerente.

Marina fez que não com a cabeça. –Não, só estou fazendo uma surpresa pra alguém. –Ela sorriu. Marina continuou a olhar em volta, buscando na multidão de pessoas algum sinal de Clara e Felipe.

...

Vanessa sentiu os olhos pesarem enquanto continuava a encarar Teen Mom na televisão. Ela se deitou no sofá, mas foi interrompida pela porta da sala sendo aberta.

Felipe entrou, sorrindo. –Oi, amor. –Ele retirou os sapatos e andou até ela.

–Oi, eu pensei que você estivesse jantando com a Clara?! –Ela lhe deu um beijo nos lábios.

–Não, eu disse que a Clara estava jantando com o Cadu e que eu provavelmente teria que voltar pra casa pra ficar com ela hoje. Ela tá terminando com ele. –Ele disse, enquanto sentava-se do lado da namorada.

–Ah, certo. –Ela respondeu. –A Marina me ligou perguntando pela Clara. Eu disse que ela estava com você. Vou mandar uma mensagem pra ela dizendo que eu tava errado. –Ela procurou pelo celular em cima do sofá, e digitou uma mensagem rápida para a melhor amiga.

...

–Porque você tá sorrindo? –Clara levantou uma sobrancelha. –Eu disse que eu tive um dia ruim, e não um bom.

–Eu acho que tenho algo que vai deixar o seu dia bem melhor. –Cadu sorriu. Ele se levantou da mesa e enfiou a mão por um dos bolsos.

Os olhos de Clara se estreitaram. Ela entendeu o que iria acontecer em seguida antes mesmo que Cadu pudesse se ajoelhar em frente á ela.

Todos os olhos do restaurante estavam agora focados em Clara e Cadu, enquanto ele se ajoelhava em frente á ela.

...

–Ah, isso não é fofo? –A atendente riu, enquanto encarava Clara e Cadu.

Marina levantou uma sobrancelha enquanto ela se inclinava para ver atrás da atendente. –O quê?

–Ele tá pedindo ela em casamento. –Ela sorriu.

Os olhos de Marina se arregalaram quando ela viu um rosto familiar apoiado em um só joelho. –É o Cadu? –Ela murmurou para si mesma. –Ah... –Foi tudo que Marina conseguiu dizer quando ela entendeu. Aquele era com Cadu... Com Clara. Cadu estava pedindo Clara em casamento.

...

–Cadu... –Ela tentou dizer algo, mas seus olhos se arregalaram quando ela viu que todo o restaurante os observava.

–Clara, eu sei que estou sete anos atrasado. –Ele abriu a caixinha que estava em suas mãos, revelando o lindo anel. –Mas eu te amo. Eu te amo desde o dia que entrei no vestiário errado e eu vou te amar até que eu pare de respirar. Você é a melhor coisa que já me aconteceu e eu peço desculpas se alguma vez fiz com que você se sentisse presa ou incomodada. Essa nunca foi minha intenção. Eu quero ficar pra sempre com você, Clara. Eu quero ter filhos, e eu quero que eles tenham o seu tom de pele e a cor dos seus olhos. Quero que nossos filhos nos dêem netos que pareçam com você também, e eu quero envelhecer com você. Eu quero passar o resto da minha vida com você. –Ele sorriu.

O coração de Clara acelerou, já sabendo quais seriam as próximas palavras ditas por ele.

...

Marina se afastou sem pensar assim que ela ouviu o discurso de Cadu. É claro que Cadu iria tomar iniciativa de pedí-la em casamento justo quando Marina havia finalmente confessado o que sentia. Mas é claro!

Marina arremessou as rosas no chão enquanto ela se afastava do restaurante, sem querer ver ou ouvir mais nada. Ela tinha de se afastar, tinha de sair de perto. Ela procurou por seu celular, e digitou o primeiro número que lhe veio á tona.

–Oi? –Uma mulher atendeu.

–Oi, é a Marina. Eu posso ir aí? Eu preciso te ver. –Ela podia sentir as lágrimas embaçando sua visão enquanto ela esperava por uma resposta.

–É claro. Tá tudo bem com você? –A mulher perguntou, preocupada.

–Eu vou ficar bem. Eu só preciso te ver. –Ela exalou.

...

–Clara Fernandes, você quer me dar a honra de ser o homem mais feliz da face da Terra, se casando comigo? –Ele perguntou, com um sorriso largo iluminando seu rosto.

Clara congelou enquanto tudo ficava silencioso para ela. Todos os olhos estavam focados nela, os olhos de Cadu estavam focados nela, e todos a estavam assistindo, esperando por sua resposta.

Que porra eu vou fazer agora?


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