Mirror in the sky, what is love? escrita por iheartkatyp


Capítulo 16
The "first" kiss.


Notas iniciais do capítulo

HEHEHEHEHEHE, EU FALEI QUE TAVA CHEGANDO!
Postei correndo, me amem!
BEIJO!!!!!



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Um mês se passou despois do pequeno incidente de Clara e Marina no chá de panela. Do mesmo jeito que ele havia vindo aleatoriamente, ele deixou do mesmo jeito. Ambas se recusaram a falar sobre o assunto. Clara e Marina continuaram com suas vidas normalmente, como se nada houvesse acontecido. Elas se juntaram apenas algumas vezes para terminar de planejar a festa de despedida de solteiro de Vanessa que, até agora, estava indo bem. Nenhuma das duas se questionou o quê aconteceu, ou o por quê de ter acontecido.
De qualquer jeito, estava tudo diferente. Depois da pequena briga, as coisas estavam diferentes entre as duas. Clara mantinha distância de Marina sempre que as duas calhavam de se ver em algum evento ligado ao casamento, ou até mesmo quando as duas se cruzavam, acidentalmente, pelo meio do caminho na rua. A diferença estava também no comportamento de Marina, que não sentia-se mais confortável para fazer qualquer tipo de piada em relação á outra mulher. Não que isso fosse um problema para ela. Marina Meirelles nunca precisara de intimidade com alguém para intimidá-lo ou deixa-lo envergonhado.
Mas, dessa vez, era tudo diferente.
Se as duas sentiam falta dos dias em que costumavam interagir uma com a outra? É claro que sim. Mais que tudo. Mas ambas eram teimosas demais para sequer abrir a boca sobre qualquer coisa que envolvesse o que havia acontecido.
Elas simplesmente agiam... Normalmente. Como estranhas.
Clara havia voltado para sua vida pacata e medíocre de menina perfeita, e também voltado a fingir estar feliz e cem por cento satisfeita com seu relacionamento com Cadu.
E Marina havia voltado á sua vida de antes. Exceto pelos casos de uma noite. Ela não sabia o por quê, mas simplesmente não tinha mais nenhuma vontade de levar uma mulher aleatória para casa. Agora, suas noites eram focadas em suas fotografias e também em ajudar seu pai com as finanças da família.

Marina sentou-se em frente ao seu notebook. Seus olhos refletiam o cansaço que ela sentia após trabalhar nos últimos preparativos para a festa de despedida de Vanessa no bar. Ela exalou um suspiro cansado enquanto relaxava na cadeira, que girava. O celular á sua frente vibrou e ela olhou, sorrindo ao ver o nome de Clara. Ela deslizou a tela, podendo ver a mensagem que ela havia deixado.

Então, é amanhã. A Vanessa não tem a mínima ideia de que vai ser a despedida de solteiro dela. Ela acha que vamos ser eu, você, o Felipe e o Cadu no bar. Está tudo pronto?

Marina digitou uma resposta rápida.

Sim. Todos vão chegar no bar ás 10h. Eu vou mais cedo para terminar de arrumar tudo.

Ela respondeu, e logo Clara lhe enviou outra mensagem.

Você quer minha ajuda?

Marina hesitou, cogitando a possibilidade de aceitar a ajuda, mas pensou que a companhia de Clara não a faria bem.

Não, obrigada. Eu não preciso.

Clara franziu a área entre suas sobrancelhas enquanto lia a mensagem de Marina. Desde o dia do chá as coisas haviam sito tão entranha entre as duas que Clara chegava a sentir uma ponta de remorso por tudo que havia dito e acusado Marina de. Clara sabia que não tinha direito de tratar Marina do jeito que havia tratado, mas também sabia que o espaço que havia se formado entre as duas era melhor para ambos os lados. Ele ajudava Clara a esquecer Marina, e também ajudava Marina e seguir com sua vida como se nada tivesse acontecido.
Como ela sempre fazia.

Então... Ok. Nos vemos amanhã. Boa noite.

Marina lutou contra si mesma para responder a mensagem, mas ela decidiu que os contras tinham muito mais motivos que os prós. Ela, então, ignorou a mensagem e devolveu seu celular para a mesa do quarto. Ela colocou o rosto entre as mãos e deixou-se liberar um auto e engraçado gemido. Ela não podia evitar rir de si mesma.

Era por isso que eu fugia do amor. Por isso eu evitava. Essa é a razão exata pela qual eu nunca quis me comprometer com ninguém. No fundo, é tudo dor-de-coração.

...

Clara e Felipe se sentaram silenciosamente no táxi, enquanto o mesmo os levava para o bar de Marina. Clara sentiu uma ponta de excitamento, e um pouco de felicidade quando imaginava a noite que a esperava. Ela sabia que haviam dois jeitos no qual tudo podia acabar: perfeição ou desastre. Mas, agora, ela sabia que o único jeito de fazer a noite ser um desastre era se ela e Marina discutissem novamente. Então, qual era o plano dela? Simples, ela ficaria longe de Marina. Não importava a urgência do que ela tinha para dizer para a outra mulher, ela simplesmente o engoliria junto á seu coração e seus sentimentos.

–Eu não entendi porque não pegamos um táxi junto com a Vanessa e o Cadu. Iria nos polpar dinheiro e tempo. –Disse Felipe, enquanto Clara continuava a se afogar em pensamentos. –Você tá bem? –Ele perguntou, cutucando-a.

–Hã? –Ela perguntou, pulando fora de seus pensamentos imediatamente.

–Parece que alguma coisa tá deixando você chateada... O que houve? –Ele perguntou.

Clara negou com a cabeça. –Nada demais. –Ela sorriu. –Só tô... Ansiosa por essa semana. –Ela mentiu.

–Clara, eu sou seu irmão. Não minta pra mim. O que foi? Parece que você quer chorar. –Ele disse.

–Só tenho muita coisa na cabeça. Pensamento sobrecarregado. –Ela sorriu. –Mas eu vou ficar bem.

–É a Marina? –Ele perguntou, assustando Clara. Por que ele pensaria isso?

–O quê? Por quê você diria isso?

–Bom, você têm ficado estranha desde o desentendimento de vocês duas. E hoje você parece tão... Estranha, distante. E parece nervosa. –Ele levantou uma sobrancelha engraçada, no meio de sua testa.

–Não. Eu estou bem. Eu só... Só... Eu não sei. –Ela exalou, seguindo a respiração funda com um grande suspiro. –A gente pode esquecer isso? Eu não tô no clima pra falar sobre isso. Mas eu estou bem. Confia em mim, ok? –Ela perguntou, dando ao irmão um sorriso pequeno e sem graça.

Felipe hesitou, sem saber o que dizer. Ele não podia forçar Clara a falar sobre seus sentimentos, mesmo que quisesse que ela se sentisse confortável o suficiente para contar tudo para ele. Ele sabia que ela precisava falar sobre aquilo, que quase transbordava por todos os seus poros. Mesmo que Clara quisesse admitir. Ou não. Então Felipe resolveu ignorar o assunto. –É claro. Mas, irmã, você sabe que se precisar conversar comigo, não precisa hesitar, não é? –Ele perguntou.

–É claro que eu sei. –Ela terminou o assunto.

Clara agarrou seu celular e digitou uma mensagem rápida para Marina.

5 minutos.

O táxi parou em frente ao bar de Marina, que estava calmo até demais para um sábado á noite.

–Espero que a Vanessa e o Cadu já estejam aqui. –Ele disse.

–Então... Sobre isso... –Ela disse, apontando discretamente para seu lado, onde Vanessa descia do carro, acompanhada de Marina e Cadu. Eles a empurraram para dentro do bar, assim como Clara fez com Felipe. Quando os dois entraram, era possível ver o excitamento em seus olhos brilhantes.

–Surpresa! –Todos os presentes gritaram. Vanessa escondeu o rosto com os dedos, escondendo-se da timidez que sentia ao ver todos á sua volta. Era a última festa de arromba que eles compareceriam antes de estarem totalmente, completamente aliados um ao outro. Aos olhos da lei, e também aos olhos de Deus.

–O quê? –Felipe disse, olhando para Clara com um ponto de interrogação formado em sua testa.

–É a festa de despedida de vocês! Nós planejamos. Eu e a... Marina. –Ela disse, hesitando em dizer o nome que atordoava sua mente todas as noites.

–Clara tá tudo lindo! –Disse Vanessa. Felipe comentou o mesmo, e logo os dois foram recebidos com chapéus engraçados. Os de Felipe continham belos pares de seios, e o de Vanessa um dildo colorido que fez até o noivo rir da situação. Vanessa e Felipe sempre deixaram claro que queriam uma festa de despedida juntos. Onde os dois pudessem se controlar, e não só pular a cerca e estragar o grande dia, como havia feito Laerte, um primo da família.

–A Marina que tomou conta de toda a decoração. –Ela disse, sorrindo para Marina.

–Marina. –Felipe se aproximou dela. –Obrigada. Tá... Fantástico. Olha isso! Tá lindo! –Ele disse, envolvendo Marina num abraço aconchegante que, por alguns segundos, lhe fez acreditar que ele gostava dela.

–Sem problemas. –Ela deu uma risada, enquanto se afastava do abraço de Felipe. –Eu acabei descobrindo que vocês, garotas héteros, preferem pintos á peitos. –Ela riu, sendo seguida por todos presentes na conversa.

–Pois é, você descobriu certo. –Disse Vanessa, abraçando a melhor amiga. –Bom, vamos dizer oi pras pessoas, amor? –Ela chamou. Felipe a seguiu.

–Eu vou com vocês. –Disse Clara, começando a seguir Vanessa e Felipe pelo salão.

Marina levantou uma das sobrancelhas enquanto via Clara, Vanessa e Felipe andarem pelo salão. Isso, definitivamente, havia sido um tapa na cara. Marina caminhou até o bar, e viu a bartender vir lhe atender.

–Ana! –Ela gritou, indo até a bartender. Ana olhou para ela e sorriu.

–Oi! Bom trabalho com a festa. As mulheres vão ficar louca hoje á noite. –Ela riu. –E os homens também. –Completou, piscando para Marina.

–Provavelmente. –Ela riu. –Obrigada.

–Então, já tá pensando em qual dessas vai levar pra casa hoje? –Ela perguntou, apoiando os cotovelos no balcão, enquanto observava Marina olhar de longe para um grupo de meninas. Clara estava lá.

–Não. Não exatamente. –Ela sorriu, envergonhada. Seus olhos voltaram para Ana, que lhe lançava um olhar subestimado.

–O que tá acontecendo com você esses tempos? –Ela perguntou, levantando uma das sobrancelhas. Ela chegou para o lado e atendeu uma mulher, antes de voltar a encarar Marina.

–O quê você quer dizer com isso? –Ela perguntou, levantando a sobrancelha de volta.

–Não se faça de boba, você sabe o que eu quis dizer. –Ele disse.

–Eu não sei o que você quer dizer, Ana. Não brinque comigo, só fala. Como eu estou diferente? –Ela perguntou, sem saber se suas mudanças repentinas estavam tão aparentes assim.

–Bom, primeiro, eu não vejo mais você predadora, não te vejo mais olhando para as mulheres como antes. E, segundo, você não leva nenhuma mulher pra casa há uns dois meses. O que aconteceu? –Ela perguntou. –Alguém finalmente conseguiu dominar a indomável Marina Meirelles? –Ela perguntou, rindo.

–Uma garota. –Ela disse, respirando fundo. –Ferrou tão bonito comigo, que eu não consigo mais pensar em outra coisa. –Ela disse.

–Uh?! Eu a conheço? –Ana perguntou, realmente curiosa em qual havia, finalmente, conseguido com que Marina não se interessasse mais por outras mulheres.

–Não, você não a conhece. Na verdade, ela tá aqui hoje... Em algum lugar. –Ela disse, ao ver Clara parada atrás dela.

–Oi... Clara... Oi.... –Ela repeti, como se fosse gaga.

–Oi... Eu só queria te dizer que você fez um ótimo trabalho com a decoração. Tá tudo tão lindo, eles ficaram tão felizes. –Ela disse, olhando no fundo dos olhos de Marina, que sentia as pernas bambearem.

–Ah... Ok... Obrigada. –Ela disse, forçando um sorriso.

–De nada. –Ela disse, dando as costas para Marina e olhando para Ana. –Um Martini. Seco. Por favor. –Ela pediu.

–É claro. –A bartender respondeu, preparando-o rapidamente. Ela posou o drink sob a mesa, e empurrou-o na direção de Clara.

–Obrigada. –Ela agradeceu. –Nos vemos por aí, Marina. –Ela sussurrou, antes de sair andando com o drink em mãos. Marina esperou até que Clara estivesse longe o suficiente para não ouvir mais a voz da morena.

–Um Schocth, Ana, por favor. Vai ser uma longa noite. –Ela disse, olhando o relógio. –Uma longa, longa noite... –Continuou, vendo que ainda eram apenas dez e quinze da noite.

...

Três horas se passaram, e Marina estava tendo problemas ao tentar se equilibrar nos próprios pés. Ana a observava, dançando como antes. A Marina estava de volta.

–Outro round? –Perguntou a bartender, tendo como objetivo da noite fazer a chefe se divertir como antes.

–Dois! –Ela gritou, fazendo Ana rir. O coração de Marina acelerou-se quando ela viu Clara no meio da pista de dança, parecendo tão feliz quanto bêbada. Ela resolveu ignorar o fato, e voltar para sua dança solitária. Pelo menos, estava se divertindo. Ela se sentou em um dos bancos do balcão e, antes que pudesse virar outro copo, Tracy a interrompeu.

–Chega. Bêbada o suficiente. –Ela disse, tirando o copo da mão de Marina.

–Chata. –Marina exalou.

–Você não parece estar se divertindo. –Ela disse, com os olhos preocupados.

–Eu tô bem. –Ela disse.

–Marina, vai falar com ela. Esse teu orgulho não te leva a lugar nenhum, e nada vai se ajeitar se você ficar aqui, sem fazer nada. –Ela disse, passando a ponta dos dedos pelos braços de Marina.

–Não, eu tô bem. –Ela disse. –É pra isso que serve a bebida! –Ela disse, levantando o copo. –Aqui, toma um pouco comigo. –Ela disse, dando á Tracy um dos copos ordenados.

Tracy riu enquanto ela pegava o copo da mão de Marina. –Eu gosto desse seu jeito de lidar com as coisas ruins. –Ela disse, rindo de Marina.

–Obrigada. Isso sim importa. –Ela disse, rindo. –Eu preciso fazer xixi.

–Ok, te vejo daqui a pouco. –Ela disse, vendo Marina se afastar do balcão do bar.

...

Marina passou as mãos molhadas pelo rosto, olhando-se diretamente no espelho. Ainda não conseguia acreditar no jeito que ela havia conseguido ferrar a própria vida. Ela exalou, olhando em seus próprios olhos. Não eram os mesmos olhos de meses atrás. Tinham um brilho triste, um olhar vazio e cheio de mágoa. Assim como o olhar de Marina quando seus pais se separaram, ou quando ela saiu do quarto de Nancy após ver a cena que a atordoava. Mas pior.
Os pensamentos de Marina foram interrompidos por passos vindos do corredor que dava para o banheiro. Ela olhou para trás, e viu Clara. Viu os olhos vermelhos, provavelmente tendo cinquenta por cento de atuação do álcool neles.

–Oi Clara. –Ela disse, terminando de ensaboar as mãos. Ela as enxaguou, e secou. Clara se aproximou de Marina e lhe cutucou o ombro.

–Você qual é a pior parte de ter dormido com você? –Ela perguntou, assim que Marina a olhou nos olhos, tentando entender o que ela queria dizer com aquilo.

–Você pode, por favor, não me cutucar? –Ela pediu, tirando as mãos de Clara dos ombros dela. –Podemos não falar sobre isso hoje, por favor? –Ela pediu.

–Não. –Ela sussurrou. –Eu tô cansada de segurar tudo isso. Cala a boca e me escuta. –Ela disse, e Marina hesitou em abrir a boca mais uma vez. –Você não tem o direito de entrar na vida de alguém do nada e simplesmente fazer uma confusão e depois, bam, esquecer elas. –Ela disse, os olhos mareados. Talvez o álcool tivesse culpa naquilo, ou talvez ela estava realmente, e simplesmente, cansada de ver Marina flertando com todos. Menos ela.

–O quê? –Ela perguntou, os olhos arregalados.

–Você me escutou. Eu tô cansada de me sentir assim. –Ela completou.

–Assim como? –Perguntou Marina.

–Vazia, desse jeito... –Ela disse, dando um passo para frente, mais perto de Marina.

–Clara, eu... –Marina não tinha palavras.

–Então... Deixa eu te dizer qual é a pior parte de ter dormido com você. –Ela disse. O peito de Clara subia e descia, junto á sua respiração pesada. –O simples fato de eu não me lembrar como foi. –Ela terminou.

Os olhos de Marina se acalmaram, e ela viu o desespero nos olhos de Clara, que deu outro passo para frente. Marina tentou se afastar, mas estava encurralada. De um lado, a vontade de sair correndo. Do outro, a vontade de simplesmente... Beijá-la. Então, ela travou. Congelou.
Clara não pensou duas vezes, e pôs a mão na nuca de Marina. Ela puxou-a para perto, e grudou seus lábios nos dela. Ambas sentiram o estômago revirar e todos os polos de sua pele se eriçarem. Como sentiram falta de estar assim... Tão próximas. Clara sorriu em meio ao beijo, como se esperasse por aquilo por muito tempo. Marina sentiu uma sensação inédita: suas pernas. Simplesmente. Tremiam. Ela posou as mãos nos quadris de Marina, puxando-a para perto e fazendo com que a morena deixasse escapar um gemido abafado.

–Clara. –Uma voz desconhecida pronunciou, fazendo com que as duas se afastassem imediatamente. Ela olhou para a porta principal do banheiro e viu Felipe.

–Merda. –Ela sussurrou.


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