Don't Touch My Cookies escrita por ApplePie


Capítulo 8
Capítulo 7 - A grande família


Notas iniciais do capítulo

HEELLOO MUCHACHAS!
Estou entrando em desespero porque preciso estudar, mas estou sem a mínima vontade...
Enfim, quero agradecer à “ellen” por ter favoritado minha fic! =D
I hope you enjoy,
Kissus



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Amelia Del Crucci

Enquanto estava ouvindo “Monster” de “Imagine Dragons” eu batucava meu lápis na minha escrivaninha. Eu simplesmente não conseguia desenhar Trevor!

Mesmo sendo quarta-feira, era feriado então todo mundo estava sem fazer nada. Por isso tinha decidido tentar progredir com meu desenho.

O que não estava dando certo.

Alyson tinha pedido para captarmos a essência da outra pessoa. Eu não sabia a essência dele, não tinha nada ali que eu gostaria de explorar. Trevor era bonito, mas tinha algo de errado com ele. Eu não conseguia descrever o que era, mas pensei que era melhor eu nem descobrir, algumas coisas são simplesmente melhores sem serem aprofundadas...

Apagando pela quarta vez a droga do nariz dele, larguei meu caderno na mesa. Decidi pegar um copo de água e foi isso que fui fazer.

Desci as escadas e fui até a cozinha. Quase ninguém estava à vista na mansão.

Cassidy estava trancada no quarto fazendo sabe-se Deus o que. Samuel tinha saído com Anna e Alex fazer as compras da semana. Frederick estava no seu quarto estudando. Drake tinha saído com alguém aí. Os gêmeos saíram pra comprar um novo jogo de PS3 que tinha lançado e Cordelia saiu porque disse que não aguentava ficar mais nenhum minuto perto de seu irmão.

O que me deixava com Adelina, Kyle e seu irmãozinho Nicholas e Mason soltos por aí.

Adelina estava ajudando Carter a aparar o jardim. Kyle estava arrumando seu quarto, Nicholas estava assistindo TV e Mason deve estar resmungando por aí.

Depois de tomar minha água voltei para o meu quarto. Percebi que meu celular estava tocando e corri para atendê-lo.

Margaret

Quase grunhi. Ótimo, desde cedo tenho que lidar com minha mãe.

— Oi mãe.

Olá, Amy, como está indo aí na nova casa? Você se esqueceu de me ligar, sabia?

— Ah, desculpa mãe — disse suavemente — está indo tudo bem. A faculdade é bonita e tem bastante gente legal aqui na mansão...

Ah, isso é ótimo, filha, sim sim. Mas me diga, você não está dando trabalho, está? Quero dizer, com seus ataques e tudo, você tomou seus remédios?

Suspirei, eu sabia que ela ia falar logo sobre isso.

— Não, mãe, eu não tomei porque eu NÃO TIVE NENHUM DOS MEUS DISTÚRBIOS, então eu não preciso disso.

Ah, Amelia, eu sabia que não deveria ter deixado você ir pra Oxford. Você tem alguma ideia do que pode acontecer se você não tomar seus remédios?

— Sei sim, mãe, você não precisa me lembrar a cada cinco minutos, agora desculpa, mas eu tenho que ir. E avisa o papai que se ele for me ligar para ver como eu estou e não como minhas doses de remédio andam. Tá? Beijo, tchau.

Sem deixar ela me responder, desliguei. Eu sabia que isso deveria ter deixado ela meio brava, mas ela pediu por isso. Sentei na minha cama, bufando. Ela sempre fazia isso, como se o fato de eu ter certos distúrbios controlasse minha vida. Tinha por aí muita gente como eu e eles viviam uma vida normal, por que eu não poderia?

Esses pensamentos me trouxeram algumas imagens de volta. Imagens das pessoas se afastando de mim. Imagens de pessoas com dó de mim ou me estranhando. Imagens dele.

Sem querer, comecei a tremer e tive que respirar fundo.

Eu não vou tomar nenhum remédio.

Eu não vou tomar.

Eu não vou.

Meus calafrios não paravam e comecei a sentir frio. Minha respiração estava por um fio. Amaldiçoando tudo e a todos fui até o meu banheiro rapidamente. Quase caí porque minhas pernas pareciam ter virado geleia.

Abri o armarinho que tinha ao redor do espelho em cima da pia. Eu lembrava que tinha deixado os remédios ali. Comecei a vasculhar qual das caixinhas era a certa, eu me lembrava que para esse problema, era uma caixinha branca com azul, eu tinha que me lembrar pela cor das caixas porque eu nunca lembrava o nome.

A caixinha parecia ser um daqueles negócios de chacoalhar em músicas de tanto que ela balançava nas minhas mãos tremidas, parecia até que eu tinha Parkinson.

Peguei o frasco e coloquei num copinho, que eu tinha separado justamente pra isso, 20 gotas. Abri a torneira e mesmo com a água estando gelada, joguei no meu rosto. Fiquei lá, me apoiando no batente da pia.

Respirei fundo umas duas vezes. Esse remédio não era muito forte, mas ele agia rápido.

Quando me virei quase dei um pulo de susto quando me deparei com uma Adelina muito preocupada.

— Amy — ela disse bem suavemente — você está bem?

Eu não confiava na minha voz para sair normal, então apenas assenti com a cabeça. Mesmo assim parece que ela não foi convencida.

— Sabe, Amy, aqui nós somos como uma família — ela riu fracamente — uma GRANDE família, mas ainda sim, uma família. Você pode contar conosco pra qualquer coisa, certo?

Assenti novamente sem olhar nos olhos dela.

— Eu sei que deve ser difícil pra você, não estou pedindo pra você simplesmente sair por aí contando pra qualquer pessoa seus problemas. Apenas... Saiba que estamos aqui pra você, se quiser.

Sorri fracamente pra ela em forma de agradecimento.

Depois de procurar no meu rosto mais algum problema e não achando nenhum, Adelina saiu do meu quarto.

Eu ainda estava com um pouco de frio, não sabia se era porque realmente não estava quente ou por causa do meu ataque ou por causa dos dois, então decidi fazer um chocolate quente pra mim.

Depois de fazer meu chocolate quente – eu tive que pedir uma ajudinha de Rana porque eu não lembrava onde estava o chocolate em pó nem o chocolate em barra pra derreter – fui até o jardim, num daqueles banquinhos de madeira muito escura que até parecia preta. Sentei-me lá e comecei a tomar meu chocolate quente enquanto ouvia os pássaros cantarem.

Percebi que alguém tinha sentado ao meu lado e ao me virar, vi que era Frederick.

— Eu adoro dias assim — ele disse com um sorrisinho no rosto, ao respirar fundo — não está quente, está consideravelmente frio – afinal estamos no outono – e o sol não está muito forte, ou seja, você não sente que vai sofrer choque térmico.

Eu ri um pouco junto com ele.

— Adelina te pediu pra vir aqui, né? — eu falei enquanto tomava mais um gole do meu chocolate.

— Você é bem inteligente — ele disse com outro sorriso — sim, ela me pediu pra ver se você estava bem, considerando que eu sou um quase médio e tudo.

Sorri pra ele novamente.

— Sabe, Amy, desde o começo eu sabia mais ou menos o que você tinha — meu sorriso desapareceu do rosto — afinal, eu estudo medicina, eu não falei pra ninguém, não se preocupe. Mas ninguém é idiota e Adelina cursa pedagogia, é meio que dever dela lidar com crianças que tem o mesmo problema que você.

— Problemas.

— Ãhm?

— Problemas. Um dos meus problemas você já deve ter reparado, afinal é bem fácil de ser prescrito e hoje em dia é muito comum encontrar em pessoas jovens, meu outro problema no entanto...

— Ah, entendo. Mas sabe, Amy, se o fato de você pensar que iremos te julgar ou te forçaremos a fazer alguma coisa é o que está te impedindo de falar com alguém, esqueça isso. Todos nós temos problemas, os seus podem ser um pouco diferentes, mas isso não afeta seu caráter.

Abri um sorriso pelas palavras dele, fiquei muito grata por tudo.

— Eu sei, Freddy — eu o chamei assim por me sentir mais íntima dele — mas é difícil, sabe? Até meus pais me enchem o saco por causa disso. Então eu acabo me fechando.

— Seus remédios são doses diárias?

— Não, eram pra ser, mas eu conversei com a minha psicóloga e ela viu que era melhor deixar assim. Eu sempre tenho que tomar quando eu estou prestes a... “Explodir” — eu disse, fazendo aspas com dois dedos — mas na verdade eu acabo apenas tomando quando eu já explodi mesmo.

— Você odeia esses remédios, né?

— Sim. Eu odeio tomá-los, eu odeio o pensamento de ter que tomá-los. Não gosto disso, parece que eu sou uma louca ou uma doente e eu não sou assim.

— Amy, o fato de você tomar remédios não define o que você tem. Existem remédios pra quase tudo e a maioria dos que tomam nem tem metade do que você tem.

Suspirei e coloquei minha xícara que tinha chocolate quente no braço do banco.

— Eu sei — eu disse passando a mão no cabeço — é complicado, eu sou complicada — bufei.

— O ser humano é uma máquina complicada, minha querida Amelia. Somos mais frágeis do que aparentamos e mais fortes do que pensamos. Há muitos mistérios sobre nós que precisamos descobrir ainda, mas não é por isso que iremos desistir. Você não é doente, Amy, e o fato de você ter alguma coisa não te faz um problema ou alguém estranho.

Assenti olhando para seus olhos.

— Eu, por cursar medicina, já tive que estudar o que você tem... Bem, uma das coisas que você tem. E eu sei que você não é um caso extremo, eu já vi casos extremos e acredite, seja grata por não tê-los.

Concordei com a cabeça olhando pensativa.

— Então apenas ignore essas pessoas que não sabem o que você enfrenta e PARE de lutar com isso. É uma parte de você, uma parte que não pode ser tirada, mas pode ser controlada. E saiba que por mais que seja meio clichê — ele sorriu novamente — ao falar com alguém sempre melhora.

Ele bagunçou meu cabelo e se levantou.

— Qualquer coisa que você precise conversar ou tirar alguma dúvida é só falar comigo — ele falou acenando com uma mão e caminhando de volta para a faculdade.

Respirei fundo novamente, fiquei feliz com o que Frederick falou. Com o meu humor um pouco melhor, subi as escadas, peguei meu celular e acabei ligando pro meu pai.

— Pai?

Hey, filha. Pensei em te ligar. Como vai a vida aí em Oxford?

— Vai bem, pai. Estou com saudades.

Também estou, baixinha. O pessoal daí é bastante legal, né?

— Aham.

Meu pai era mais próximo a mim do que minha mãe. Minha mãe era americana e meu pai era inglês. Ele tinha vindo de York, mas já tinha visitado muitos outros lugares da Inglaterra, inclusive Oxford.

Bom. Você precisa de alguma coisa?

— Não... Eu só pensei em te ligar. Sabe, eu falei com a mamãe hoje.

Meus pais eram separados desde que eu era pequena. Até eu fazer treze anos, uma idade que – de acordo com meu pai – eu já conseguia saber a gravidade de alguma situação e a me virar um pouco, meu pai morava perto. Depois de fazer treze anos, ele decidiu que poderia morar onde ele queria e voltou pra York. Minha mãe continuou em Ohio.

Mesmo estando separados, meu pai tentava fazer com que eu não ficasse com raiva da minha mãe... Sempre. Com todo esse lance dos meus problemas.

Deixa eu adivinhar. Ela te perguntou sobre seus remédios.

— Nossa pai, como você adivinhou?

Ele riu.

Anos de experiência com a mulher difícil que é a sua mãe. Enfim, e você deve ter desligado na cara dela, correto?

— Praticamente isso.

Ele suspirou.

Sua mãe apenas está preocupada com você.

— Na verdade, ela está mais preocupada que eu dê um ataque e as pessoas saiam mais machucadas que eu. Mas tudo bem.

Filha, eu sei que sua mãe pode ser, às vezes, uma cobra — isso me fez rir muito — mas apenas releve. Margaret é assim mesmo. Você e eu sabemos que seus problemas não vão afetar em nada. Esqueça seus distúrbios, esqueça Eric, esqueça sua mãe. Apenas pense em como será lindo seu futuro numa galeria de artes.

Sorri. Meu pai sempre me apoiou a fazer Artes porque ele também gostava bastante – por mais que ele trabalhasse com relações internacionais. Minha mãe me apoiava porque ela sabia que eu gostava, mas ela não aprovava da ideia de eu depender de uma galeria que eu iria talvez abrir, então ela me fez fazer um monte de cursos pra aumentar meu currículo.

Eu tinha feito curso de fotografia, photoshop e de artesanato básico. E também tinha guardado umas 10 revistas sobre técnicas de desenho e pintura que minha mãe tinha comprado.

Você teve algum problema com algum dos seus distúrbios?

— Não pai, estou de boa — menti. Não queria que ele se preocupasse e meu único ataque foi por causa da minha conversa com a minha mãe e minhas lembranças.

Isso é bom. Bem, filhota, eu vou ter que ir. Se divirta aí e qualquer coisa me ligar. Por falar nisso, você tem dinheiro suficiente, né?

— Sim, pai.

Então tá. Espero te ver logo. Beijos.

— Beijos, pai. Te amo.

Guardei o meu celular no bolso. Ouvi um barulho e pela janela e vi que os gêmeos tinham chegado.

Damien tinha percebido que eu estava vendo-os pela janela e começou a acenar como um retardado com um sorriso besta no rosto.

Abrindo um sorriso enorme, acenei de volta e desci as escadas. Cassidy tinha saído do quarto e estava assistindo TV com Nicholas. Kyle estava falando com Carter e Rana com Adelina. Vi Frederick chegando da cozinha e ao me ver, piscou meu olho e sorriu. Os meninos abriram a porta e logo vieram falar comigo sobre os novos jogos que compraram e me obrigaram a jogar com eles.

Minhas bochechas estavam doendo de quanto que eu ria e sorria. Eu realmente iria amar viver com essa grande família.


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Notas finais do capítulo

MEU DEUS!!!!! 'O'
Olha que capítulo grande!!!!!! Estou orgulhosa de mim mesma! *_* vou tentar fazer mais capítulos como esse.
Eu sei que não foi engraçado esse capítulo e nada "oooohh" aconteceu direito, foi um capítulo mais pra conhecer a Amy etc...
E aí, alguém adivinha algum dos problemas que Amelia sofre?
Ah, e gente, se eu mudei algum fato da história, sei lá, qualquer coisa, quando os pais dela se separaram ou onde eles moram, peço desculpas e que me avisem pra eu mudar porque às vezes eu esqueço porque os capítulos são espontâneos, eu faço na hora o que der na minha cabeça e vou montando por aí a história. Acho que fica melhor e bem... Sempre fiz assim =P E também porque às vezes eu não consigo encontrar essas inf. enquanto eu releio os capítulos que eu criei.
Bem, espero que tenham gostado. O próximo capítulo devo postar na sexta-feira =)
Até lá,
Kissus